Tag: Prefeitura

  • Câmara indica áreas para investimentos com R$ 1,1 milhão devolvido à Prefeitura de Lucas

    Câmara indica áreas para investimentos com R$ 1,1 milhão devolvido à Prefeitura de Lucas

    A Câmara de Vereadores de Lucas do Rio Verde encaminhou um ofício ao prefeito Miguel Vaz com recomendações para investimentos no município, utilizando o valor de R$ 1,144 milhão devolvido à prefeitura pelo Poder Legislativo no final do ano passado. A proposta contempla a área da Saúde, a APAE e outras duas entidades que prestam trabalhos sociais.

    No ofício, a Câmara indica a destinação de um valor de R$ 400 mil para a unidade de Hemodinâmica do Hospital São Lucas, área responsável pelo tratamento de disfunções neurológicas, endovasculares e cardiológicas. Ainda foi indicado um valor de R$ 200 mil para a revitalização do prédio da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), atendendo a uma solicitação apresentada por representantes da entidade, em novembro do ano passado.

    “A gente entende que é necessária essa destinação para a hemodinâmica no Hospital São Lucas, pois já houve o início dos trabalhos, mas ainda faltam recursos. E a APAE precisa também de uma pintura e de uma revitalização, além de algumas manutenções”, explicou a presidente do Legislativo, vereadora Sandra Barzotto.

    As outras três indicações são para destinação de R$ 50 mil para a associação Construtores do Futuro, que atende mais de 100 crianças carentes, R$ 50 mil para o Grupo Escoteiro Calango e, ainda, a compra de uma ambulância para a Secretaria Municipal de Saúde.

    “No final do ano, nos reunimos com os vereadores e eles puderam fazer essas indicações. Nossa Câmara não tem emendas impositivas, mas tem essa forma de o vereador poder contribuir com as demandas que ele recebe da sociedade. Isso foi feito em acordo com todos. Sabemos que o prefeito não é obrigado, mas acreditamos que ele vai atender o Legislativo”, avaliou Sandra.

    Economia

    Em seu primeiro ano à frente do Legislativo luverdense, Sandra manteve os gastos da Câmara em cerca de 2% do orçamento municipal, abaixo dos 7% previstos em lei. Além disso, do valor recebido pelo Poder Executivo, a Câmara irá devolver R$ 1.067 milhão, acrescidos de R$ 76,2 mil de rendimento do valor aplicado, totalizando R$ 1.144 milhão.

    “Pensando que não é necessário todo esse valor para o funcionamento e investimentos da Câmara é que utilizamos apenas 2%, ficando então o prefeito com a possibilidade de maior investimento na sociedade”, concluiu a presidente do Legislativo.

  • Mudanças no PCCS, LOA 2024 e vendas de terrenos são discutidos em reunião

    Mudanças no PCCS, LOA 2024 e vendas de terrenos são discutidos em reunião

    A Câmara de Vereadores recebeu nesta quarta-feira (25) uma equipe da Prefeitura para debater três projetos de lei que estão tramitando no Legislativo. A reunião contou com três secretários municipais e a procuradora-geral do município, Derlise Marchiori. O debate girou em torno da venda de terrenos pelo município, uma alteração no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos servidores municipais e sobre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA).

    Inicialmente, os parlamentares questionaram o motivo de o município leiloar os imóveis e como o dinheiro arrecadado está sendo aplicado. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Planejamento e Cidade, Wellington Souto, respondeu aos questionamentos sobre as vendas, detalhou que o município já arrecadou cerca de R$ 20 milhões com os leilões e explicou aos parlamentares que os recursos têm sido direcionados para projetos de habitação.

    PCCS

    Já o projeto de alteração no PCCS foi detalhado pela procuradora-geral do município, Derlise Marchiori. Segundo a vereadora, Ideiva Foletto, após as explicações dadas aos parlamentares, a previsão é que o projeto seja votado nas comissões do Legislativo na próxima semana e, com isso, estará apto para votação na sessão ordinária do dia 6 de novembro. A matéria altera alguns pontos do Plano de Cargos e Carreiras, incluindo, por exemplo, o cargo de médico da família e modificando o processo de progressão por merecimento dos servidores.

    “Agora, a primeira progressão será de dois anos contados a partir da data de aprovação desse funcionário no estágio probatório. Para a segunda progressão, será considerado o dia e o mês de entrada do servidor, o que antes não tinha. E também os adicionais de 1%, 2% e 3% de acordo com a carga horária de cursos que esses funcionários vão fazer. E por quais instituições esses servidores vão fazer esses cursos”, explicou Ideiva.

    O projeto também altera o quantitativo de vagas para aptos a receber o adicional por atividade atribuída. A proposta contempla os cargos de Motorista de Transporte Especial, Motorista de Caminhão, Operador de Máquinas Pesadas, enfermeiros para a atenção primária em saúde e médico especialista em medicina da família. Ainda retira o adicional para o guarda municipal de trânsito, cargo extinto com a criação da Guarda Civil Municipal.

    A proposta havia sido protocolada pela prefeitura sem a estimativa de impacto financeiro com as alterações. Com isso, não foi votado pelas comissões e foi encaminhado um substitutivo pelo Poder Executivo.

    LOA 2024

    Outro assunto tratado pelos parlamentares com os secretários municipais foi a lei orçamentária de 2024. O secretário de Desenvolvimento explicou que o projeto protocolado atualmente na Câmara de Vereadores foi revisto pelo Poder Executivo, que encaminhará um substitutivo até a próxima semana.

    De acordo com o vereador Márcio Albieri, os parlamentares devem se reunir com a equipe da prefeitura nos próximos dias para sugerir mudanças. “Tem alguns pedidos de vereadores para remanejamento e será feito esse substitutivo para dar uma enquadrada melhor no nosso orçamento de 2024. Eu já havia feito algumas emendas nesse projeto que está protocolado. Agora, como virá o substitutivo, vamos ter que sentar diretamente com a equipe da prefeitura para propormos essas alterações. Algumas coisas podem ser melhoradas e o momento é este”.

    Também participaram da reunião o presidente em exercício do Legislativo, Daltro Figur, os vereadores Gilson Urso, Marcos Paulista, Wagner Godoy e Márcia Pelicioli, e o procurador-geral da Câmara, Valterlei Miquelin. Por parte da prefeitura, estiveram presentes os secretários de Fazenda, Giovanni Rodrigues da Silva, e de Governo e Administração, Alan Togni.

  • Máquina de prefeitura de MT tem peças furtadas. “Prejuízo aos cofres públicos”, lamenta prefeito

    Máquina de prefeitura de MT tem peças furtadas. “Prejuízo aos cofres públicos”, lamenta prefeito

    O prefeito de Itanhangá, região médio norte de Mato Grosso, usou as redes sociais para informar sobre o furto de peças e equipamentos de uma máquina escavadeira do município. O equipamento teve os vidros quebrados gerando prejuízo ao erário.

    322192853 1757926901274700 1512511051643065855 n e1673363778439
    A bateria da máquina foi levada, entre outras peças. (foto: Divulgação)

    De acordo com Edu Pascoski, a máquina PC 130 estava trabalhando no travessão da Cruzeiro no fim de semana. O equipamento quebrou e precisava de reparos. O planejamento era trazer a máquina nesta segunda-feira (09) quando foi constatado o crime.

    “De sábado, às 15h, até hoje, segunda feira, às 7h ficou no local, mas vândalo, ladrão e outros adjetivos que poderia descrever, quebraram vidros, porta, e furtaram módulo, som, baterias, causando grandes prejuízos aos cofres públicos”, lamentou o gestor público.

    Além do prejuízo que a ação gera aos cofres públicos, a parada forçada do equipamento traz outros problemas para a administração municipal. “Atrasa todo nosso trabalho na recuperação das estradas para escoar a safra”.

    Segundo Edu, a administração tem buscado as estradas vicinais nesta época do ano, devido ao grande volume de chuvas, principalmente na última semana.

    322234859 708934354184331 3771926940195303504 n e1673363901156

    “A máquina deverá ficar por mais de 30 dias parada para que possamos fazer a compra de peças para voltar a trabalhar”, informou.

    Pascoski ainda fez um pedido. “Para quem possa nos dar uma pista, nos auxiliar e ajudar a recuperar o que foi roubado”.

  • Prefeito Miguel transfere comando da Prefeitura de Lucas do Rio Verde a Daltro Figur

    Prefeito Miguel transfere comando da Prefeitura de Lucas do Rio Verde a Daltro Figur

    O prefeito Miguel Vaz transferiu o cargo temporariamente ao presidente da Câmara de Vereadores, Daltro Figur. A cerimônia ocorreu na manhã desta quinta-feira (15). Figur responderá pela Prefeitura de Lucas do Rio Verde por seis dias a partir de amanhã (16).

    Esta é a segunda vez que um presidente de Câmara de Vereadores assume o comando da Prefeitura. Em dezembro de 2016, o então presidente do Legislativo luverdense, Dirceu Cosma, assumiu o Executivo durante licença do então prefeito Otaviano Pivetta.

    “Pra mim é um momento muito especial. Tenho muito a agradecer ao Miguel, que não tem ciúmes da cadeira”, disse Daltro, durante o ato ocorrido na sala de reuniões da Prefeitura.

    Figur destacou a importância na busca por manter a harmonia entre os poderes, pois isso gera bons resultados para a comunidade.

    O prefeito Miguel Vaz desejou sucesso ao prefeito interino, destacando estar bastante tranquilo ao longo dos próximos dias. “O Daltro já provou a capacidade dele como presidente do Legislativo ao longo desses dois anos e pra mim é uma honra transmitir o cargo pra ele”, disse.

    Vaz lembrou ainda que o substituto natural com sua licença do cargo seria o vice-prefeito Marcio Pandolfi, que também se licenciou para resolver assuntos particulares. “A população continuará sendo atendida. Ele ocupa o cargo a partir de amanhã vai trabalhar para atender as demandas do nosso município”, concluiu Miguel.

  • Com debates e votos contrários, projeto de honorários de sucumbência é aprovado pela Câmara de Lucas do Rio Verde

    Com debates e votos contrários, projeto de honorários de sucumbência é aprovado pela Câmara de Lucas do Rio Verde

    A Câmara de Lucas do Rio Verde votou e aprovou o projeto de lei que regulamenta recebimento de honorários de sucumbência pelos advogados públicos que atuam pela Prefeitura do município. Um pedido de vistas foi derrubado durante a sessão extraordinária realizada na manhã desta quinta-feira (28).

    A votação do projeto aconteceu em meio a debates entre os vereadores. Já na análise do parecer de uma emenda, proposta pelos vereadores Márcio Albieri (PSD) e Zulu Vieira (PTB), houve discordância. Os membros da comissão de Legislação, Justiça e Redação Final deram parecer contrário, para frustração de um dos autores. A emenda foi arquivada.

    Depois, na discussão do projeto, os ânimos estiveram alterados. Vereadores favoráveis ao projeto e contrários apresentaram vários argumentos buscando convencer os colegas. Vereadores da base argumentaram que o projeto apenas vai regulamentar a destinação de valores já cobrados, não trazendo ônus aos contribuintes.

    Um dos vereadores chegou a pedir vistas do projeto, que havia tido pedido de vistas aprovado em sessão anterior.

    No final o projeto foi aprovado com votos contrários dos vereadores Zulu Vieira, Márcio Albieri e Ademilson Pereira, o Zinho (PP).

    Constitucional

    O presidente da Câmara, Daltro Figur, observou que não há inconstitucionalidade no projeto. Ele destacou que é prerrogativa do município regulamentar o recebimento da sucumbência. “É um projeto que foi bastante debatido, não há ilegalidade alguma. E a democracia é boa por causa disso: se tu é contra, vota contra e o projeto foi aprovado por três votos contrários. Os mesmos que dizem ser a favor da valorização do servidor público são os membros que votam contra”, reclamou.

    A procuradora jurídica de Lucas do Rio Verde, Derlise Marchiori, citou que a Constituição Federal permite o recebimento de honorário de sucumbência. No município, porém, não havia essa regulamentação. “Há muito tempo temos advogados concursados no município que não conseguiam receber, mesmo tendo o direito assegurado pela constituição”, assinalou.

    “Esse honorário de sucumbência em nada onera o contribuinte. Aquele mais humilde, que depende da Justiça Gratuita, é isento do honorário de sucumbência. Os programas de Refis do município já trazem previsto a isenção de honorário de sucumbência”, explicou a procuradora.

    Da equipe jurídica do município, dois advogados e a procuradora têm direito a receber os recursos do honorário de sucumbência. Parte do valor será destinada para um fundo a ser usado em casos de capacitação ou outras situações dentro da Procuradoria Geral do município.

    OAB

    Representantes da OAB participaram de reuniões durante as discussões do projeto. Conselheira federal da OAB/MT, Cláudia Negrão, explicou que a legislação é clara e permite o recebimento desses recursos. “Comissões da OAB estadual vêm fazendo esse trabalho nas cidades onde não está regulamentada. Pelo país afora, essa situação é pacifica, já existe lei”, relatou.

    “Costumo dizer que o advogado é o escudo do direito da sociedade. E hoje aqui é mais uma dessas ações. O advogado público também é escudo do direito da sociedade. Dia histórico e a Ordem fica extremamente satisfeita de ver o direito se fazendo cumprir”, destacou a presidente da 21ª subsecção da OAB em Lucas do Rio Verde, advogada Danusa Oneda.

  • Fortalecimento da saúde pública é desafio dos novos prefeitos

    Fortalecimento da saúde pública é desafio dos novos prefeitos

    Tornar melhor a vida das pessoas em cada um dos quase 6 mil municípios brasileiros será o desafio dos novos prefeitos a partir de 1º de janeiro de 2021. Entre os temas de destaque está a saúde, que ganhou ainda maior repercussão devido ao contexto da pandemia de covid-19. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil apontam a transversalidade quando o assunto é saúde – trazendo à tona problemas relacionados à moradia, transporte e saneamento básico como fatores determinantes na garantia da saúde dos cidadãos – e revelam alguns dos desafios da pasta na esfera municipal.

    “Saúde é um conjunto de ações sociais, ele não é só assistência médica. São atividades de infraestrutura que não dependem só do prefeito, mas que ele pode começar a articular os recursos federais e estaduais para trabalhar essas três coisas que eu acho cruciais para a gente poder melhorar as condições de saúde, que é moradia, água e esgoto”, disse Oswaldo Tanaka, docente do departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP.

    Tanaka destacou a importância das unidades básicas de Saúde (UBS) no contexto da pandemia, como forma de atender pacientes no início da infecção e evitar que se tornem casos mais graves. “Do ponto de vista assistencial, acho que nós vamos ter que fortalecer ainda as unidades básicas de Saúde, que, com a covid-19, se mostrou uma porta de entrada muito importante para a gente pegar os casos leves, evitando que eles prossigam.”

    A pandemia também reforçou a necessidade de integração da saúde com outras áreas de gestão do município. “Compete ao município tentar evitar aglomeração e aí é poder oferecer transporte coletivo com maior frequência, compete também ao município garantir o uso de máscara, isolamento social e álcool gel em todos os espaços”, disse Tanaka, que acrescentou a questão da moradia, citando que nas periferias as pessoas moram em espaços menores e com maior concentração nas residências, o que aumenta a transmissibilidade da doença.

    A docente do departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, Lumena Almeida Castro Furtado, avalia que “o processo de saúde está completamente ligado à proteção da vida”. Para ela, além da necessidade do prefeito se comprometer com um sistema de saúde público e universal, ele deve levar em consideração a vinculação da saúde com outras áreas. “O prefeito tem essa possibilidade de considerar a saúde em uma conexão com outras políticas: moradia, educação, cultura, esporte. Os municípios que fazem um trabalho interessante em saúde, o prefeito tem essa visão da saúde para além do serviço de saúde.”

    Intersecção

    Pela Constituição Brasileira, o município, o estado e a união são responsáveis por tudo no sistema de saúde e que cada um tem um tipo de responsabilidade. Do ponto de vista formal, Tanaka explicou que a atenção básica ficou sob responsabilidade do município, na qual ele deveria gastar 15% de seus recursos, e, em princípio, a média e a alta complexidade ficaram com o estado e o nível federal com o financiamento. Essa divisão não exclui a necessidade do trabalho em rede.

    No entanto, a produção do cuidado em saúde acontece já no âmbito do município, com a intersecção de políticas de diferentes áreas. Lumena explicou que a articulação com outros setores é produtora de saúde. “Eu não tenho como fazer saúde integral sem ter essa articulação.”

    Outra questão que a docente que considera importante é o prefeito saber que a saúde acontece na relação dos trabalhadores do setor com as pessoas. “Ele tem que investir no trabalhador. Ele tem que tentar ganhar o trabalhador com o projeto de SUS que ele quer construir, tem que compromissar o trabalhador com a proposta que ele quer fazer no sistema de saúde.”

    Também é o que pensa a técnica em enfermagem Marta Regina da Fonseca, funcionária pública de um município mineiro há 26 anos. “Percebemos que não somos ouvidos e a gente que está o tempo todo no embate com o paciente, temos muito a acrescentar só que eles não nos ouvem e nem querem. Eu acredito que falta gestão, não recurso”.

    Marta conta também que, no município em que atua, muitas vezes as pessoas têm que entrar na Justiça com pedidos de cirurgias de emergência ou pedidos de remédios específicos para doenças crônicas. “É necessário uma redução dessa judicialização, para que a pessoa tenha acesso rápido para aquilo que ele realmente precisa”, disse.

    Carências

    A enfermeira da família Jaqueline Souza de Moraes, que trabalha no serviço público há nove anos na região metropolitana de São Paulo, aponta que o déficit de recursos humanos em todas as categorias (enfermeiros, médicos, agentes de saúde e auxiliares de enfermagem) é uma das maiores carências em termos de saúde do município em que trabalha.

    “A falta de especialidades, como psiquiatra, ginecologista, neurologista, dentre outras, e a longa espera para a realização de exames e procedimentos de alta complexidade também são fatores. A falta de vagas nos centros de apoio ao paciente de saúde mental e usuários de álcool e drogas e falta de suporte integral à mulher vítima de violência também são carências do município”, aponta a enfermeira.

    Planejamento

    A professora da Unifesp avalia que é preciso haver um planejamento para longo prazo, mesmo que ultrapasse os quatro anos de mandato do prefeito. “Não pode cada vez que chega alguém mudar esse planejamento. Se não, a gente vai estar sempre: um chega, aí não termina o projeto porque foi do outro, vai querer criar uma coisa nova onde não precisa, abre um hospital onde tem mais pressão e não onde é necessário.”

    Segundo Lumena, as três esferas de governo são responsáveis por articular uma rede de atendimento, já que os municípios menores, por exemplo, contam com menor estrutura de saúde. “70% dos municípios brasileiros têm menos de 20 mil habitantes. Em um município pequeno não vai ter a rede de saúde completa, então o gestor municipal é responsável por articular uma produção em rede [com municípios próximos que tenham as estruturas que faltam].”

    Se um paciente entra no sistema de saúde pela UBS, mas precisa de um atendimento especializado que aquela cidade não oferece, o poder municipal é responsável por articular uma rede que proporcione tal atendimento para aquela pessoa. “Então não é que o município é responsável só por atenção básica, ele é responsável por cuidado integral. Assim como o estado é responsável por isso. Se o estado ajudar, fizer o papel dele, é muito mais fácil isso. A união também é responsável por ajudar com diretrizes, por apoiar esse processo, por financiamento, então os três têm responsabilidade por toda a atenção que a pessoa precisa, mas cada um com um tipo de papel.”

    Filas

    O professor Oswaldo Tanaka destaca a necessidade do trabalho em rede para o encaminhamento do paciente dentro do sistema de saúde. “No setor saúde hoje nós temos um grande problema que são as filas. As filas para consultas de especialidade, as filas para exames complementares e que depende também de investimento.”

    A demora por uma consulta com especialistas é uma das maiores reclamações dos usuários do sistema público. A empregada doméstica Eliane Neres, de 42 anos, é usuária das unidades de saúde, mesmo tendo plano de saúde. Ela utiliza os programas de saúde da mulher e leva a filha Laura, de 3 anos, para consultas e exames, porque a criança não pode ser incluída em seu plano de saúde.

    Embora aprove e elogie as consultas médicas, Eliane considera a saúde do município bem precária. “Para conseguir um agendamento é muito demorado. E são bastante cheios tanto os hospitais como as UBS. Porém, quando precisei fui bem atendida. Os médicos são ótimos. Mas pode melhorar no agendamento. Minha filha tinha um pedido médico para passar com neurologista, mas só consegui depois de um ano. Achei um absurdo!”.

    Tanaka avalia que a solução passa por investimento em equipamentos que atendem média e alta complexidade, mas há também o componente da gestão. “Eu acho que vai ter que ter um ajuste entre a gestão municipal e a gestão estadual para que aquela porta de entrada, que é a UBS, consiga dar vazão para as necessidades que ela tem nos equipamentos do ponto de vista estadual”, disse.

    Segundo ele, é preciso fazer um ajuste para que os equipamentos do estado possam dar retaguarda para a atenção básica, “que é a porta de entrada principal dos munícipes em relação à assistência médica”.

    É o que espera a agente comunitária de saúde Eliane Leite dos Santos, de 47 anos, que está nas duas pontas do sistema: ela trabalha em UBS na região metropolitana de São Paulo e também é paciente.

    “Sou hipertensa há mais ou menos quatro anos e faço meu acompanhamento na UBS. Também nos hospitais passo por algumas especialidades, como pneumologista, otorrinolaringologista e com mastologista. Além das consultas, realizo meus exames de rotina nas UBS e em alguns hospitais da rede e sempre fui bem atendida nesses locais”.

    No entanto, Elaine deseja mais atenção à saúde básica. “Espero que os próximos governantes olhem mais pela saúde, pois nossa maior dificuldade nas UBS é a falta de contratação de médicos. No bairro em que trabalho a nossa UBS está só com três médicos, sendo que a UBS cobre quatro áreas [regiões do município], portanto os médicos ficam sobrecarregados. Com mais contratação, nossa demanda seria muito melhor [atendida]. Nossos munícipes merecem”.

    Gestantes

    A garantia de atendimento à gestante é uma das responsabilidades da saúde pública municipal. A doutora em obstetrícia de alto risco Maria Rita de Souza Mesquita, diretora de defesa profissional da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (Sogesp), diz que a atenção ao pré-natal proporciona uma assistência mais adequada ao parto e menores riscos de complicações tanto para a criança quanto para a paciente, dando as principais orientações sobre a gestação, rastreando situações de risco e tratando intercorrências que podem interferir no bem-estar de ambos.

    “O maior desafio que a prefeitura tem é garantir que todas as gestantes, sem exceção, tenham um acesso efetivo à assistência pré-natal, tenham a garantia de uma avaliação durante toda a gestação e a segurança que ela terá um hospital com condições, com ambiência adequada, para dar um atendimento humanizado”, disse.

    Maria Rita acrescentou que a gestante deve ter garantidos, além do atendimento na UBS, a realização de exames solicitados durante o pré-natal em laboratórios conveniados e a garantia de hospitais que façam um parto humanizado. “E eles [Poder Público] também têm que garantir hospitais que tenham condições de atendimento para aquelas gestantes que começam o pré-natal e são de baixo risco e se tornam de alto risco. Aí ela passa a não ser mais atendida nessas unidades básicas de Saúde”, explicou.

    Saúde integral da gestante

    Para a professora Lumena, da Unifesp, não dá para pensar a gestante sem pensar a mulher, então é fundamental que o município tenha o compromisso com sua saúde integral. “Aquela gestante chega para você, ela é aquela mulher que sofre violência doméstica ou que é mãe sozinha e ela tem que dar conta de tudo financeiramente na casa ou é uma mulher que acabou de ficar sem trabalho por causa da pandemia, então a gente tem que pensar aquela mulher, que também está gestante. Para isso, tem que ter uma rede básica que tem vínculo com essa mulher”, disse.

    Lumena ressaltou que a rede básica não é a única porta de entrada do sistema de saúde, pode ser que a mulher grávida entre pelo pronto-socorro ou que ela seja uma usuária do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e descobre que está grávida. Diante disso, deve haver articulação para que ela seja encaminhada para um atendimento de cuidado contínuo. “A gestante não é alguém que chegou em uma urgência e você manda embora. Se ela chegar em uma urgência, tem que ser encaminhada para uma UBS para o cuidado contínuo. Ela tem que ter direito a um pré-natal que lhe dê um cuidado continuado”, disse.

    Outro direito da gestante é saber qual a maternidade de referência para realização do parto. “Se ela não sabe que maternidade é, ela não vai conseguir chegar”, disse a professora. Ela chamou atenção para o direito ao parto normal humanizado, mas afirmou que poucos municípios têm implementado.  “Alguns lugares têm até relação junto com doulas, casas de parto, mas o princípio geral que a gente quer garantir é que ela tenha acesso a um parto humanizado, ela tenha acesso a um parto normal de qualidade, se esse for o processo natural dela, isso é uma coisa bem importante, isso diminui mortalidade materna, isso ajuda a gestante depois no seu pós-parto, essa é uma questão que a gente tem conversado bastante e poucos municípios têm esse compromisso.”

    Cesariana

    De acordo com a professora, a taxa de cesariana no Brasil é uma das maiores do mundo e a mortalidade materna é maior por isso também. “[A mortalidade materna] tem uma relação forte com o alto índice de cesariana. No privado ainda mais que no SUS”.

    A Razão de Mortalidade Materna (RMM), um dos principais indicadores de qualidade de atenção à saúde das mulheres no período reprodutivo, foi de 59,1 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos no país em 2018, enquanto no ano anterior era de 64,5, segundo dados do Ministério da Saúde. A meta do país, dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, é que a mortalidade materna caia para 30 por 100 mil nascidos vivos até o ano de 2030, conforme divulgou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

    A diretora da Sogesp afirmou ainda que é importante que exista uma equipe multidisciplinar nas unidades básicas de Saúde para o atendimento das gestantes. “Então não é só o médico especialista em obstetrícia que está envolvido nisso. Tem enfermeiras obstetrizes, tem a psicóloga, que também ajudam nesse atendimento. O município deve fornecer condições de atendimento para essa gestante, uma equipe multidisciplinar para dar o atendimento e garantia para esse pré-natal.”

    Além disso, Maria Rita afirmou que é responsabilidade do município criar protocolos de atendimento para que eles sejam uniformizados em todas as unidades básicas de Saúde. Dessa forma, os médicos podem realizar a avaliação inicial das gestantes nos mesmos moldes e pedir os mesmos exames básicos para todas elas.

    Para que a gestante chegue à unidade de atendimento para o pré-natal, é preciso que ela tenha informações sobre a importância do acompanhamento pré-natal. “Falta programas de educação para as mulheres procurarem o pré-natal de forma efetiva. O problema não é só a disponibilidade do município, é conscientizar a mulher que ela tem que procurar o pré-natal o mais rápido possível quando ela perceber ou souber ou confirmar sua gravidez.”

    Parto pelo SUS

    A fisioterapeuta Munique de Lima Pereira, que mora no Sul do país, foi demitida, perdeu seu plano de saúde e logo depois descobriu que estava grávida. Ela fez alguns exames no sistema particular quando foi procurar o posto de saúde para consulta e exames. Ela teve algumas dificuldades, mas no fim conseguiu ter o acompanhamento e o parto humanizado.

    “Já estava na fase da segunda bateria de exames laboratoriais, agendei direto na unidade de saúde da minha referência e fiz meu cartão SUS.  Participei de um acolhimento de gestantes que acontece toda semana, mas achei bem fraco porque a profissional, uma auxiliar de dentista, não entendia nada de gestantes. Depois houve atendimento pela enfermeira e pela médica obstetra que foi excelente, melhor que a médica que eu tinha pelo plano. Ela me indicou um hospital de referência, mas eu busquei avaliação com 40 semanas em outro hospital, o Conceição, pois achei que perdia líquido, mas era alarme falso, no outro dia entrei em trabalho de parto e fiquei em casa com doula até ir para o Conceição”, relatou.

    Ela disse que buscou o Hospital Conceição porque tem o programa direcionado para o parto humanizado. “Tanto na avaliação anterior como no trabalho de parto fui bem atendida, pedi preferência por enfermeira obstétrica. Sofri alguma violência obstétrica leve, digamos assim, mas foi respeitado meu plano de parto e minhas escolhas”. Munique e o marido continuam utilizando somente o sistema público de saúde, já as consultas com o pediatra do filho são feitas no particular.

    Edição: Fábio Massalli

  • Alexandre Andrade pede exoneração da Secretaria de Segurança e Trânsito de Lucas do Rio Verde

    Alexandre Andrade pede exoneração da Secretaria de Segurança e Trânsito de Lucas do Rio Verde

    O secretário municipal de Segurança e Trânsito, Alexandre William de Andrade, protocolou seu pedido de exoneração na semana passada. Ele informou na tarde de sábado (15) em seu perfil em uma rede social.

    Confira abaixo:

    Em abril deste ano, Alexandre já havia protocolado pedido de exoneração do cargo, porém após conversa com o prefeito  e seguindo orientação da  família, decidiu  voltar a exercer os trabalhos na Secretaria de Segurança e Trânsito do município.

    Segundo informações ainda não oficiais, o Diretor de Desenvolvimento Sustentável, Zeca Picolo deve assumir interinamente a pasta.

    OUTRA MUDANÇA

    Na última segunda-feira (10) o Prefeito Luiz Binotti  apresentou o futuro secretário de Desenvolvimento Econômico. João Pagotto deverá assumir a pasta a partir de janeiro de 2019. Hoje a secretaria é comandada internamente pelo secretário Márcio Albieri, que acumula a pasta de Agricultura e Meio Ambiente.