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  • Leite/Cepea: apesar de nova alta em dezembro, preço médio de 2023 cai 14%

    Leite/Cepea: apesar de nova alta em dezembro, preço médio de 2023 cai 14%

    O preço do leite captado em dezembro registrou a segunda alta consecutiva, de 1,2% frente a novembro na “Média Brasil”, para R$ 2,0335/litro – valor 22,9% menor que o verificado no último mês de 2022, em termos reais. Com esse resultado, a cotação do leite cru encerra 2023 com média anual de R$ 2,4680/litro, 14% abaixo da de 2022, também em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de dez/23).

    A valorização do leite cru em dez/23 se deve à oferta limitada, o que vem, inclusive, acirrando a disputa entre laticínios. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 1,64% de novembro para dezembro. Além da questão climática, as margens espremidas dos pecuaristas explicam a menor produção de leite neste momento.

    A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira na “Média Brasil” seguiu em alta em dezembro, registrando aumento de 0,48% em relação ao mês anterior. No acumulado de 2023, o COE caiu 4,38% na “Média Brasil” – redução muito inferior à da receita, resultando em margens apertadas para os produtores. O Cepea estima que a margem bruta dos produtores tenha recuado 67% em 2023, o que explica a diminuição dos investimentos na atividade e o enxugamento da oferta.

    Por outro lado, o aumento no preço do leite ao produtor em dezembro não se refletiu em altas nas cotações dos derivados. Segundo colaboradores consultados pelo Cepea, os laticínios não conseguiram fazer o repasse para os canais de distribuição em razão da maior pressão por preços baixos, do aumento da disputa entre laticínios na venda dos lácteos e da concorrência com produtos importados.

    Vale destacar que as importações de lácteos cresceram 10,5% em dezembro, chegando a 226,2 milhões de litros em equivalente leite adquiridos, o maior volume desde setembro/2016, segundo dados da Secex. Com isso, as compras externas em 2023 somaram 2,25 bilhões de litros em equivalente leite, quantidade 68,8% maior que a observada em 2022.

    A expectativa dos agentes de mercado é que os preços ao produtor sigam elevados em janeiro, tendo em vista a limitação da oferta. Porém, como o mercado de derivados tem reagido de forma lenta, a perspectiva é que as altas possam ser pouco intensas.

    leite grafico
    Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de dezembro/2023)
  • Preços do etanol hidratado e anidro têm alta de até 7% na semana

    Preços do etanol hidratado e anidro têm alta de até 7% na semana

    Na última semana, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado em São Paulo fechou à média de R$ 2,0359/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), forte alta de 7,08% frente ao período anterior – é a maior elevação semanal da safra 23/24, com os preços voltando aos patamares de dez/23.

    Para o anidro, o Indicador foi de R$ 2,1974/litro (líquido de PIS/Cofins), alta de 4,31% em igual comparativo.

    Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a paridade vantajosa nas bombas tem garantido vendas aquecidas do hidratado nos postos não só de São Paulo, mas de outros estados brasileiros.

    Além disso, a proximidade da mudança tributária nos valores da gasolina já no começo do próximo mês, que pode elevar o preço do combustível fóssil, e do carnaval também resultou em aquecimento dos negócios

  • Mercado interno da soja apresenta oscilações nos preços

    Mercado interno da soja apresenta oscilações nos preços

    O mercado interno da soja registrou oscilações acentuadas ao longo da última semana, com uma tendência geral de queda. Segundo análises do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os dias de alta foram influenciados pelo ritmo acelerado de exportações da oleaginosa e pela baixa produtividade observada nas primeiras lavouras colhidas no Brasil. Por outro lado, as quedas nos preços foram relacionadas a indicadores que apontam uma maior disponibilidade de soja no Mercosul e uma demanda doméstica enfraquecida.

    De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na parcial de janeiro até o dia 19, foram exportadas 1,95 milhão de toneladas de soja pelos portos brasileiros. Esse volume já supera em 132,7% a quantidade exportada ao longo de todo o mês de janeiro de 2023. A alta taxa de exportação reflete o forte interesse dos mercados internacionais pela soja brasileira.

    A posição retraída dos produtores de soja também está relacionada às incertezas em relação à produção nacional. Conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 20 de janeiro, a colheita atingiu 4,7%, um percentual superior aos 2% registrados no mesmo período do ano anterior. No entanto, as incertezas persistem, e os produtores estão atentos aos desenvolvimentos da safra.

    Essa dinâmica de variações nos preços internos da soja destaca a sensibilidade do mercado a fatores como produção, exportações e demanda doméstica, reforçando a complexidade desse segmento agrícola.

  • Suínos/Cepea: Queda do preço do animal vivo reduz poder de compra de suinocultoresfrente ao milho

    Suínos/Cepea: Queda do preço do animal vivo reduz poder de compra de suinocultoresfrente ao milho

    O poder de compra de suinocultores paulistas vem caindo frente ao milho, mas aumentando sobre o farelo de soja, em janeiro – os dois produtos são os principais insumos utilizados na atividade suinícola.

    Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, enquanto os preços do suíno vivo acumulam expressiva queda no mercado independente, as cotações do milho se sustentam no balanço do mês, embora tenham perdido força nos últimos dias.

    O farelo, por sua vez, tem se desvalorizado ainda mais que o animal vivo na parcial de janeiro, o que explica a melhora na situação do suinocultor paulista.

    No caso do suíno, a pressão vem da oferta elevada e da demanda final enfraquecida, contexto que afastou frigoríficos da aquisição de lotes de animais – em alguns casos, unidades chegaram a cancelar carregamentos de cargas, conforme relatam colaboradores consultados pelo Cepea.

  • Cenário divergente: Preços internos do algodão em queda, enquanto mercado internacional apresenta alta

    Cenário divergente: Preços internos do algodão em queda, enquanto mercado internacional apresenta alta

    As pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, indicam um cenário divergente para o mercado do algodão no Brasil. Enquanto os preços externos da pluma apresentam alta e já retornam aos patamares observados no final de outubro de 2023, os preços internos seguem enfraquecidos, situando-se abaixo dos R$ 4 por libra-peso.

    No mercado internacional, o impulso nos preços do algodão em pluma é atribuído a estimativas que indicam uma redução nos estoques de algodão norte-americano. Além disso, as valorizações do petróleo têm impacto positivo no setor. No entanto, no cenário doméstico brasileiro, fatores como o grande excedente de algodão no mercado interno e as dificuldades da indústria em aumentar suas vendas e repassar os custos elevados aos segmentos atacadistas e varejistas contribuem para a fragilização dos preços.

    Apesar de algumas unidades estarem mais ativas, as negociações ocorrem de maneira pontual, geralmente quando há uma demanda específica. A dinâmica do mercado do algodão permanece complexa, sendo influenciada por uma interseção de fatores globais e domésticos.

    Acompanhar atentamente essas variáveis será essencial para entender as nuances desse mercado e para que os agentes envolvidos possam tomar decisões informadas diante das oscilações nos preços e nas condições de oferta e demanda.

  • Soja/Cepea: em meio à baixa liquidez, preços recuam

    Soja/Cepea: em meio à baixa liquidez, preços recuam

    As cotações internas da soja voltaram a cair nos últimos dias, pressionadas pela redução da demanda e a consequente menor liquidez.

    Segundo pesquisadores do Cepea, consumidores brasileiros do grão e de derivados relatam estar com estoques abastecidos para o médio prazo.

    A queda nos preços também esteve atrelada à melhora do clima nas principais regiões produtoras do país.

    Ao mesmo tempo, a desvalorização foi limitada pela alta dos prêmios de exportação no Brasil, impulsionada pelo ritmo intenso de embarques nacionais de soja.

    De acordo com a Secex, na primeira quinzena deste mês, foram exportadas 1,99 milhão de toneladas da oleaginosa, volume já 3,3% superior ao escoado em todo dez/22.

  • Serviços poderão ficar mais caros com reforma tributária

    Serviços poderão ficar mais caros com reforma tributária

    A reforma tributária poderá encarecer os serviços em geral. Sem cadeia produtiva longa, o setor se beneficiará menos de créditos tributários e será tributado com uma alíquota de IVA dual, estimada em 27,5%, mais alta que os atuais 9,25% do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) cobrado sobre empresas com lucro presumido, situação que engloba a maioria das empresas prestadoras de serviço.

    Alguns tipos de serviço, no entanto, terão alíquota diminuída em 60%. Na primeira votação, em julho, a Câmara havia concedido a redução para serviços de transporte coletivo, de saúde, de educação, cibernéticos, de segurança da informação e de segurança nacional.

    O Senado incluiu na lista os segmentos de comunicação institucional e de eventos. Serviços prestados por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) sem fins lucrativos serão isentos. Os serviços de transporte coletivo intermunicipal e interestadual migraram da alíquota reduzida para regime específico, com impostos a serem definidos apenas após a reforma tributária.

    O Senado também incluiu agências de viagem, serviços de saneamento e de telecomunicações em regimes específicos, que preveem sistema de coleta e alíquotas diferenciadas. Os senadores proibiram ainda a incidência do Imposto Seletivo sobre os serviços de energia e de telecomunicações.

    Na segunda votação na Câmara, na sexta-feira (15), os deputados retiraram os seguintes segmentos dos regimes específicos: saneamento básico, concessão de rodovias, transporte aéreo, microgeração e minigeração de energia, telecomunicações e bens e serviços “que promovam a economia circular”.

    Em audiência na Câmara dos Deputados no fim de junho, o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, afirmou que outros elementos deverão compensar as alíquotas mais altas. Primeiramente, ele citou o crescimento econômico decorrente da reforma tributária como fator de geração de empregos e de negócios.

    Brasília (DF), 24/05/2023 - O secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, durante reunião do Fórum de Governadores para discutir a reforma tributária. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

    Além da expansão da economia, Appy afirmou que o fim da cumulatividade (tributação em cascata) trará ganhos às empresas de serviços, que poderão usar créditos tributários não aproveitados atualmente. Ele também citou a simplificação do sistema e a redução do litígio e do custo do investimento como fatores que estimularão os serviços. Na cerimônia de instalação da Comissão Temática de Assuntos Econômicos do Conselhão, no último dia 4, o secretário disse que a carga tributária para alguns tipos de serviço cairá de 7% a 13% com a reforma tributária.

    Serviços de internet

    Assim como para os serviços em geral, as empresas de streaming (exibição de vídeos, filmes e séries) de internet pagarão alíquota maior. O mesmo ocorre com aplicativos de transporte e de entrega de comidas. O Ministério da Fazenda assegura que a redução do preço da energia elétrica compensará esses aumentos, resultando em pouco impacto para o consumidor.

    Imposto Seletivo

    A reforma tributária institui a possibilidade de criação do Imposto Seletivo, que incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Na prática, essa tributação atingirá bebidas alcoólicas, cigarros e alimentos com excesso de açúcar ou de sal.

    Assim como o IVA dual, a alíquota do Imposto Seletivo será determinada posteriormente à reforma tributária. Para os cigarros e as bebidas alcoólicas, não deverá haver grandes alterações de preços, porque esses produtos há décadas pagam grandes alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como política de saúde pública.

    Para os demais produtos com riscos sanitários e ambientais, o Imposto Seletivo resultará em encarecimento. A inclusão dos agrotóxicos e defensivos agrícolas, no entanto, ainda será discutida em lei complementar. Para facilitar a aprovação da reforma tributária pela bancada ruralista, o governo concordou em excluir do Imposto Seletivo os insumos agrícolas, inclusive os agrotóxicos, que se beneficiam da alíquota de IVA reduzida em 60%.

    O Senado tinha incluído o Imposto Seletivo sobre armas e munições, exceto as compradas pela Administração Pública. No entanto, na aprovação do último destaque no segundo turno de votações nesta sexta-feira, a Câmara retirou o tributo sobre esses produtos.

    Heranças

    Atualmente, as heranças e doações no Brasil pagam Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Cada estado define a alíquota, mas o imposto médio correspondia a 3,86% em 2022, sem progressividade (alíquotas maiores para heranças maiores) na maioria das unidades da Federação.

    A reforma tributária estabelecerá que a alíquota será progressiva, para que as famílias mais ricas paguem mais e também permitirá a cobrança sobre heranças e doações vindas de outros países. Para facilitar as negociações, no entanto, o relator Aguinaldo Ribeiro isentou a transmissão para entidades sem fins lucrativos com finalidade de relevância pública e social, inclusive as organizações assistenciais e beneficentes de entidades religiosas e institutos científicos e tecnológicos. Uma lei complementar definirá as condições para essas isenções.

    Cashback

    A reforma prevê a possibilidade de cashback, devolução parcial do IVA dual a mais pobres, a ser definido por meio de lei complementar. Ainda não está claro se o mecanismo abrangerá apenas as famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) ou se abrangerá limite maior de renda, como famílias com renda de até três salários mínimos.

    No Senado, o mecanismo foi aperfeiçoado. As famílias mais pobres também receberão cashback na conta de luz e no botijão de gás. Nos dois casos, o ressarcimento ocorreria no momento da cobrança, entrando como desconto na conta de luz ou como abatimento na compra do botijão. Os detalhes serão regulamentados pela lei complementar.

    Em audiência pública na Câmara dos Deputados em março, Appy apresentou sugestões sobre como ocorreria essa devolução . Segundo ele, o cashback poderia ter como base o Cadastro de Pessoa Física (CPF) emitido na nota fiscal, com o valor da compra e a inscrição no Cadastro Único sendo cruzadas para autorizar a devolução.

    O secretário citou o exemplo do Rio Grande do Sul, que implementou um sistema de devolução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 2021 a famílias inscritas no Cadastro Único com renda de até três salários mínimos, por meio de um cartão de crédito.

    Inicialmente, o governo gaúcho devolvia um valor fixo por família e agora começou a devolver por CPF, com base no cruzamento de dados entre o valor da compra e a situação cadastral da família. Em locais remotos, sem acesso à internet, Appy sugeriu um sistema de transferência direta de renda, complementar ao Bolsa Família.

    Edição: Graça Adjuto
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  • Soja/Cepea: retração produtora volta a elevar preços

    Soja/Cepea: retração produtora volta a elevar preços

    Os preços da soja reagiram no mercado doméstico na última semana. Segundo pesquisadores do Cepea, (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, preocupações quanto à produtividade da safra 2023/24, devido ao clima adverso, afastaram produtores das negociações envolvendo grandes lotes no spot.

    Embora as recentes chuvas no Sudeste e Centro-Oeste do Brasil tenham beneficiado as atividades de campo, a umidade do solo ainda está abaixo do adequado para a cultura.

    Em relatório divulgado no último dia 8, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisou para baixo a produção brasileira de soja em 2 milhões de toneladas frente ao indicado em novembro. A nova projeção é de 161 milhões de toneladas. Ainda assim, esse volume seria um recorde.

    O movimento de alta nas cotações internas da oleaginosa ao longo da última semana também esteve atrelado a estimativas indicando maior demanda por parte da China na temporada 2023/24.

  • Etanol: levantamento da ANP mostra que preço em MT recuou quase 16% em um ano

    Etanol: levantamento da ANP mostra que preço em MT recuou quase 16% em um ano

    O levantamento semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo) sobre os preços de combustíveis no país mostra que o preço do litro do etanol recuou quase 16% em um ano. O levantamento relacionado ocorreu entre os dias 3 a 9 de dezembro.

    Delegado do Sindipetróleo na região médio norte, Vilson Gonzales Kirst credita essa redução a uma série de fatores. Entre eles estão oferta crescente do produto no mercado e a concorrência entre distribuidores e revendedores. Desde que o etanol a base de milho passou a ser produzido em Mato Grosso, há boa oferta do produto, resultando em preços mais atrativos ao consumidor.

    “E ainda tivemos uma redução no preço do milho. Com certeza a concorrência entre as indústrias faz baixar o preço. Enquanto revendedores, sempre que há queda no preço, seja etanol, gasolina ou diesel, para nós também é bom, pois usamos menos capital de giro. E para o consumidor é melhor ainda, pois gasta menos ao abastecer”, analisou Kirst.

    Preços mais baixos na capital

    Segundo os dados da ANP, a média do preço do litro em Mato Grosso é de R$ 3,12, que representa queda de -1,89% em comparação à semana anterior. Em relação aos últimos 12 meses, o recuo é de -15,68%.

    O preço médio do litro do etanol em Cuiabá é de R$ 3,04. Mas é possível encontrar postos de combustíveis com preços abaixo de R$ 3. Em alguns comércios, o litro na bomba pode ser encontrado por até R$ 2,93 e R$ 2,99.

    Em Lucas do Rio Verde a realidade é outra. Alguns postos têm feito promoção, vendendo o etanol comum a R$3,19 e R$ 3,23. Mas no dia a dia é possível encontrar o combustível a R$ 3,49 e até a R$ 3,67, o que deixa o preço do etanol hidratado bem acima da média estadual.

    O delegado do Sindipetróleo observa que essa diferença de preços em comparação a Cuiabá e outras cidades, como Sinop, tem relação com a distribuição. Vilson Kirst explica que as bases das distribuidoras ficam nessas cidades e os donos de postos de combustíveis acabam tendo menos custo para adquirir o produto.

    “Os postos de combustíveis de Cuiabá não precisam ter caminhões, manter esses caminhões, motoristas, custo de frete. Lá eles contratam autônomos que fazem isso por um custo mais baixo. Nós temos que ter essa estrutura para ter o combustível nas bombas”, detalhou o delegado.

    Outra condição observada por Kirst é a concorrência que existe em Cuiabá, tanto entre os próprios postos de combustíveis, mas principalmente de distribuidoras. “São ‘N’ distribuidoras. Na nossa região são quatro ou cinco distribuidoras, em Cuiabá cinco ou dez distribuidoras. E concorrência ajusta preço”, pontua.

    Vantagem abastecer com etanol

    O levantamento da ANP ainda pesquisou a diferença de preços entre o etanol hidratado e a gasolina comum. A relação de preços entre o biocombustível e a gasolina C comum reduziu de 63,23%, na semana de 26/11 a 02/12, para 62,99% na semana de referência, na média nacional.

    Em Mato Grosso e nos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal registraram razão entre preços médios de revenda de etanol hidratado e de gasolina C comum menor ou igual a 0,70.

    “O etanol, se comparado a gasolina, tem um custo médio de 60%. Então está vantajoso abastecer etanol, a maioria dos carros já é flex. É interessante abastecer com gasolina quando o etanol tem um custo acima de 70%. E hoje, com certeza, o etanol tem sido mais vantajoso”, assinalou Kirst.

  • Soja/Cepea: Melhora do clima favorece trabalhos no campo; Preço em queda

    Soja/Cepea: Melhora do clima favorece trabalhos no campo; Preço em queda

    Os preços da soja estão em queda no mercado brasileiro neste começo de dezembro. A constatação é de pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

    Segundo os pesquisadores, além das desvalorizações externa e cambial, que afastaram demandantes do spot nacional, a pressão vem também da melhora nas condições climáticas em grande parte das regiões produtoras de soja no país.

    A apuração dos pesquisadores do Cepea indica que as recentes chuvas ocorridas no Cerrado brasileiro trouxeram alívio aos produtores, que passaram a intensificar a semeadura da safra 2023/24.

    Já no Sul do Brasil, a predominância de um período com menor volume de chuvas proporcionou avanço significativo nas atividades de campo.

    Entretanto, mesmo com a intensificação das atividades na semana passada, a semeadura da oleaginosa no Brasil segue atrasada em relação à temporada anterior.