Tag: Política

  • Sub-representação feminina nos municípios caiu mais da metade após cota de gênero

    Sub-representação feminina nos municípios caiu mais da metade após cota de gênero

    Nas eleições municipais mais recentes, em 2020, 30 municípios brasileiros elegeram a primeira mulher vereadora em 20 anos. No entanto, de acordo com dados da Justiça Eleitoral, 21 municípios brasileiros não elegeram nenhuma mulher como vereadora desde a virada do século, em 2000.

    Apesar de ainda surpreender o fato de as mulheres – que são maioria na sociedade – não estarem proporcionalmente representadas na política, esse número de duas dezenas de cidades sem vereadoras em 24 anos ofusca um grande avanço, uma vez que, de 2000 a 2016, o número de cidades que não elegeram vereadoras era ainda maior, um total de 51 municípios.

    Os números permitem afirmar, portanto, que houve uma queda de 58,82% na sub-representação feminina nas casas legislativas municipais entre as duas últimas eleições.

    A quantidade de cidades sem representação feminina na política municipal ainda é alarmante. Em 2020, por exemplo, o número de câmaras 100% masculinas chegou a 846 municípios. Contudo, essa soma fica bem abaixo dos 2.072 municípios sem vereança feminina em 2008.

    Maior número de candidatas

    A partir da análise dos números disponíveis na página Estatísticas do TSE, é possível afirmar que, em 20 anos, entre as Eleições Municipais de 2000 e 2020, mais do que dobrou o número de candidatas aos pleitos para o cargo de vereador, passando de 70,4 mil [em 2000] para 180 mil mulheres [em 2020] em todo o país. Na comparação entre essas duas eleições, foi identificado, ainda, um aumento de 33,3% na quantidade de eleitas para o posto de vereadora.

    Reeleição feminina

    O número de mulheres que tentaram ser reeleitas em prefeituras municipais também cresceu: um aumento de 90 pontos percentuais em 2020 se comparado ao número de 2004. Vereadoras, prefeitas e vice-prefeitas que tentam a reeleição sempre estiveram, proporcionalmente, em menor quantidade se comparadas aos homens.

    Quase 90% dos candidatos ao executivo municipal eram do gênero masculino em 2020, mesmo com o segundo maior registro de tentativas femininas desde 2004: 3.108 mulheres disputando a reeleição no último pleito municipal.

    Acompanhando o número de tentativas, as reeleições femininas efetivadas cresceram até 2016. Porém, entre 2016 e 2020, o número de candidatas que renovaram o mandato diminuiu 10 p.p. As informações são do Portal de Dados Abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    Mais rigor na fiscalização

    A evolução na representação das mulheres coincide com a fiscalização mais rigorosa do cumprimento da cota de gênero por parte da Justiça Eleitoral. A partir de 2009, o TSE passou a punir dezenas de partidos envolvidos em casos de candidaturas fictícias.

    O que diz a lei?

    O estímulo à participação feminina por meio da cota de gênero está previsto na legislação brasileira há 26 anos, mais exatamente no artigo 10, parágrafo 3º, da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997). Funciona assim: cada partido ou coligação deve preencher o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo, nas eleições para Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa do Distrito Federal, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais.

    A regra passou a ser obrigatória a partir de 2009. Desde então, houve vários avanços, mas há, ainda, um longo caminho a percorrer. Conforme já destacado pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, é fundamental que os partidos deem todo o apoio necessário, legal e judicial às candidaturas das mulheres para que se possa ter um equilíbrio maior na participação de gênero em todos os segmentos da política nacional.

  • STF nega pedido de anulação de afastamento de presidente da CBF

    STF nega pedido de anulação de afastamento de presidente da CBF

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça negou, na última sexta-feira (22), um pedido de liminar para anular a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que levou à retirada do dirigente Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no dia 7 de dezembro.

    O pedido da medida de urgência feita ao STF, no dia 18 de dezembro, é de autoria do Partido Social Democrático (PSD), que argumentou que a decisão do TJ-RJ teria anulado o termo de ajustamento de conduta estabelecido entre o Ministério Público do RJ (MP-RJ) e a CBF e determinado o afastamento de dirigentes e a nomeação de um interventor alheio às atribuições da CBF. Segundo o PSD, a decisão judicial também coloca em “risco concreto a organização do futebol no país e toda a sua cadeia econômica”.

    No entanto, o ministro André Mendonça justificou a sua decisão afirmando que o “processo transcorreu – por mais de seis anos – sem a vigência de qualquer medida de urgência” e que agora não vê caracterizada a presença dos requisitos capazes de justificar a concessão de uma liminar.

    Além disso, o magistrado solicitou mais informações ao TJ-RJ, no prazo de dez dias, e pede a manifestação tanto do Advogado-Geral da União como do Procurador-Geral da República sobre o caso.

    Destituição de Ednaldo Rodrigues

    O TJ-RJ retirou Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da CBF no dia 7 de dezembro, oportunidade na qual informou que “a instituição terá de realizar nova eleição no prazo de 30 dias e, até lá, o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva [STJD] ficará responsável pela rotina administrativa da CBF”.

    A justificativa para tal decisão foi o fato de a 21ª Câmara de Direito Privado do TJ-RJ julgar, por unanimidade, extinta a Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público (MP) contra eleições que teriam sido realizadas irregularmente pela CBF em 2017. Foi após esta Ação Civil Pública que a entidade máxima do futebol brasileiro aceitou assinar em 2022 um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que, entre outras coisas, estabeleceu a realização de uma nova eleição, da qual Ednaldo Rodrigues saiu vencedor.

    A decisão de retirar Ednaldo Rodrigues da CBF foi tomada atendendo a um pedido de ex-vices-presidentes da entidade que perderam seus cargos no âmbito do TAC de 2022. Agora, na decisão desta quinta-feira, o TJ-RJ afirma que o TAC assinado entre o MP e a CBF é ilegal.

    Histórico

    Na ação civil pública de 2017, o MP sustenta que a CBF fez uma “manobra” para aprovar um novo estatuto na assembleia de 23 de março daquele ano, “sem respeitar a convocação obrigatória dos representantes dos clubes da Série A”, o que estaria em desacordo com a Lei Pelé. O estatuto votado, segundo o Ministério Público fluminense, teria “critério diferenciado de valoração de votos, que impede os clubes de constituírem maioria nas eleições”.

    As 27 federações, únicas a participarem daquela reunião, tiveram o peso dos votos triplicado, podendo chegar a 81 sufrágios juntas. Os 20 clubes da primeira divisão (peso dois) e os 20 da segunda divisão (peso um) atingiriam somente 60 votos. Em 2018, baseado no estatuto aprovado em março, Rogério Caboclo foi eleito presidente da CBF, em pleito questionado pelo MP-RJ. O dirigente, porém, foi suspenso do cargo definitivamente em 24 de fevereiro de 2022, devido à acusação de assédio sexual que já o tinha afastado em setembro de 2021.

    No dia 25 de fevereiro de 2022, o próprio juiz Mário Cunha Olinto Filho suspendeu o processo que apura a eleição de 2018, atendendo a uma solicitação da CBF e do Ministério Público fluminense. Segundo o TJ-RJ, o requerimento foi peticionado após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinar intervenção na entidade, o que levou a Federação Internacional de Futebol (Fifa) a pedir “uma explicação legal detalhada sobre as consequências específicas da referida decisão”. A Fifa estabelece que as associações filiadas devem ser administradas “de forma independente e sem influência indevida de terceiros”, sob pena de sanções – como a exclusão da Copa do Mundo.

    * Com informações da agência de notícias Reuters.

     
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  • Na tribuna, vereador afirma ter sido ameaçado por marido de procuradora do município

    Na tribuna, vereador afirma ter sido ameaçado por marido de procuradora do município

    O vereador Marcos Paulista afirmou ter sido ameaçado durante o fim de semana. Paulista disse ter recebido telefonema em que foi coagido por Mauro Chagas, marido de Derlise Marchiori, procuradora de Lucas do Rio Verde.

    A acusação foi feita durante uso da Tribuna da Câmara Municipal na sessão ordinária desta terça-feira (21). Paulista denunciou, nas últimas semanas, que a Prefeitura foi condenada a pagar indenização a um ex-servidor por erro da procuradora. O valor a ser pago ao ex-servidor é de R$ 1,2 milhão.

    “Tive a grata surpresa de ser pressionado, ser ameaçado pelo marido da então procuradora, Derlise Marchiori, seu Mauro Chagas, que teve a audácia de me ligar com pressão, ameaçando que vai me vai me procurar, vai me fazer uma visitinha para ver se eu sou macho mesmo. Fica aqui a minha indignação. Eu estou aqui para, na mesma maneira com que ele quis dizer ser como um leão defendendo a esposa dele, eu também tenho que ser como um leão para defender o povo luverdense”, declarou.

    Paulista alega que não falou da esposa de Chagas, mas da conduta da procuradora do município que teria perdido prazos e, consequentemente, a possibilidade de defesa da Prefeitura na ação.

    “Eu fui eleito para isso. O caso eu achei até que tinha já encerrado, comentei por duas vezes na tribuna. Mas se eu não falo nada disso hoje, seria como se eu estivesse fugindo, estou com medo. E é assim que eles fazem, esse coronelismo dentro da cidade de Lucas do Rio Verde. Isso tem que acabar”, defende.

    O vereador informou que iria fazer um registro de ocorrência na Polícia Civil para ter seu direito resguardado.

    O outro lado

    Procurado pela reportagem de CenárioMT, Mauro Chagas declarou que tem recebido mensagens anônimas ofensivas.

    “Quem está se sentido ameaçado é minha família, se tem coisa errada existe Ministério Publico para isso, não é no meu WhatsApp, com mensagens de número desconhecido que irá resolver. Um número desconhecido me envia mensagens e vídeos do vereador atacando a minha esposa”, disse.

    Chagas mencionou que conhece Paulista há algum tempo e não entendeu o motivo dos ataques. “Conheço o vereador há anos, e pela relação de proximidade, inclusive a filha do Vereador trabalhou muitos anos na minha empresa, queria entender melhor o motivo dos ataques”.

    Por fim, o empresário informou que procurou a Polícia para relatar os fatos ocorridos. “A polícia já está investigando de onde surgem essas mensagens ofensivas”, finalizou.

  • Nikolas Ferreira realiza palestras em MT

    Nikolas Ferreira realiza palestras em MT

    Personagem de destaque no cenário político nacional, o deputado federal Nikolas Ferreira está em visita a Mato Grosso realizando palestras. Ontem, o parlamentar mineiro esteve em Lucas do Rio Verde participando de uma reunião promovida por uma empresa do agronegócio. Neste sábado (28) o compromisso é em Sorriso.

    Apesar de dirigentes da empresa que aproveitou a agenda de Nikolas em Mato Grosso afirmarem que o evento não era político, vários parlamentares e figuras políticas participaram do evento. Os deputados Faissal Calil, Gilberto Cattani e Abilio Brunini se apresentaram ao público presente antes do palestrante assumir a função. Assim como Lucas Pavanato e Ulysses Moraes.

    Durante a palestra, o deputado falou de sua luta no Congresso Nacional, em especial na CPMI de 8 de janeiro, e assinalou que o povo brasileiro identificado com os ideais conservacionistas deve manter a esperança. “Basicamente a gente viu que depois da derrota nas eleições, muitas pessoas ficaram desesperançosas e a pergunta que eu mais recebi foi: ‘Nikolas, ainda há esperança?’ E eu digo sim, há esperança e isso passa por a gente não ter medo. Eu sei que são muitos inimigos, muitas as adversidades, desafios que nós, como direita, vamos ter”, disse o parlamentar. “A gente sabe o quanto ainda temos a trilhar. Então não tem mais medo que a gente sabe que não é uma corrida de 100m, é uma maratona. E para isso a gente precisa continuar trabalhando sem medo pra gente conseguir mudar esse país”.

    O parlamentar mineiro ainda elogiou Lucas do Rio Verde pela recepção tida ao chegar no município. “Cidade exemplar, foi muito bem recebido aqui, uma cidade realmente que você respira trabalho. E a cidade que respira trabalho sempre dá certo. Infelizmente a gente tem visto cada vez mais o agro sendo taxado daquilo que não é, o agro não é fascista, o agro é a locomotiva do nosso país. A gente coloca, de cada 5 pratos no mundo, 2 é do Brasil. E aqui o agro ele tem um papel fundamental, de fato, que é alimentar o nosso povo e gerar riqueza. Então, obrigado Lucas, pessoal que me recebeu com um carinho tão grande aqui”.

  • Anistia a partidos que não cumpriram cotas para mulheres e negros não tem consenso

    Anistia a partidos que não cumpriram cotas para mulheres e negros não tem consenso

    Debate realizado na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (30) mostrou que a proposta de anistia a partidos políticos pelo não cumprimento das cotas para mulheres e negros está longe de um consenso. Prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 9/23, a medida é criticada por movimentos sociais ligados a mulheres e negros, mas defendida como forma de garantir a saúde econômica dos partidos políticos.

    Em audiência pública realizada pela comissão especial sobre a Cota Mínima de Recursos dos Partidos, criada para dar um parecer sobre a PEC, o presidente da comissão de direito eleitoral da OAB de São Paulo, Ricardo Vita Porto, afirmou que os três artigos da PEC vieram em boa hora para alívio dos partidos que estão sufocados por causa da prestação de contas.

    O texto prevê que os valores recebidos pelos partidos não serão devolvidos, não haverá a aplicação de multas nem a suspensão do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha no caso do descumprimento das cotas até as eleições de 2022. Vita Porto entende não se tratar de uma anistia e sim de correção na legislação atual, já que a lei das eleições ainda prevê a suspensão do fundo partidário pela desaprovação de contas de campanha.

    “O partido político com as contas de campanha não aprovadas por não cumprimento de cota vai ter como resultado a suspensão do Fundo Partidário. E o que vai acontecer nessa preparação das eleições municipais? Não vai investir na qualificação das mulheres, não vai reservar recursos para investir na campanha de mulheres e negros”, afirmou.

    Já a procuradora regional de República Raquel Branquinho disse que se trata de anistia e que a PEC não é o melhor caminho para resolver os problemas de prestação de contas por parte dos partidos. Para ela, a proposta representa um retrocesso nos poucos ganhos de mulheres e negros dentro da política.

    “Essa anistia vai representar um grave problema para campanhas vindouras. O desestímulo e a falta de estrutura dos partidos para financiar essas campanhas como se deve, dá o recado de que não é importante para a vida institucional da nossa democracia a representatividade feminina e a representatividade de raça no nosso parlamento”.

    Transparência
    O representante da Transparência Internacional, Guilherme France, afirmou que a proposta deveria ser para aprimoramento da transparência no uso dos recursos públicos que compõem o Fundo Partidário e para a diminuição nos gastos de eleições. Para ele, a PEC é uma das maiores ameaças de retrocesso para o sistema eleitoral e político brasileiro desde a redemocratização.

    “Representa, de uma só vez, uma ameaça a três de seus princípios basilares: a promoção da diversidade e o aumento da representação de grupos marginalizados em espaços de poder; a integridade e responsabilidade dos partidos políticos; e o modelo de financiamento político adequado para reduzir os riscos de corrupção, conflitos de interesse e tráfico de influência”, afirmou.

    A representante do Instituto Marielle Franco, Brisa Lima, lembrou que essa é a quarta vez que o Congresso Nacional concede anistia aos partidos políticos, o que segundo ela, só vai fazer com que ser perpetue o financiamento da reserva de gênero, já reconhecido pelo Tribunal Superior Eleitoral.

    Brisa Lima ressaltou que um dos maiores impedimentos para a participação das mulheres na política é justamente a falta de recursos, o que é ainda mais grave no caso de mulheres negras, como aponta pesquisa da FGV com base nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados.

    “As mulheres brancas candidatas receberam um percentual de recursos advindos dos partidos num valor de 18,1%, proporcionais às suas candidaturas (18,1%). No entanto, candidatos negros continuaram a ser subfinanciados pelos partidos. Embora mulheres negras representassem 12,9% das candidaturas receberam apenas 6,7% dos recursos”, afirmou.

    Ela acrescentou que também os homens negros receberam dos partidos 16,6%, montante desproporcional às suas candidaturas, que era de 26%. “Os homens brancos foram sobrefinaciados em 58,5 %, que comparando ao seu percentual de candidatos era de 43,1%”, destacou.

    Dificuldades
    O deputado Delegado Éder Mauro (PL-PA) defendeu alterações na lei, afirmando que a Emenda Constitucional 117 foi aprovada em abril de 2022, muito próximo das eleições, e não expressou de maneira clara de que forma o financiamento para mulheres e negros deveria ser realizado, deixando os partidos políticos em dificuldades.

    “O artigo 16 da Constituição estabelece que a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data da sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra em até um ano da data da sua vigência”, defendeu.

    A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) destacou que as cotas para negros e mulheres foram uma conquista dos movimentos sociais, e mesmo com o aumento da representação política das mulheres no Brasil, o País ainda é o que tem a pior representatividade na América Latina.

    “A nossa representação poderia ser muito superior não fosse o não cumprimento dessas regras, e muitos partidos fazem isso de propósito porque sabem que depois serão anistiadas. E não é porque as mulheres não querem participar da política. As mulheres e a população negra são as maiores vítimas ou as maiores beneficiárias das decisões que são tomadas aqui, porque são a maioria da população e porque são setores mais vulneráveis econômica e socialmente”, ponderou.

    Sâmia Bomfim lembrou que os altos recursos destinados aos partidos justificam uma política eleitoral mais dura, e as dificuldades em prestar conta por parte dos partidos não pode ser usada para promover uma anistia.

  • Comissão de Desenvolvimento Econômico debate implementação da nova Lei de Licitações

    Comissão de Desenvolvimento Econômico debate implementação da nova Lei de Licitações

    A Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados realiza audiência pública nesta terça-feira (22) para discutir a implementação da nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos.

    Para o deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA), que pediu o debate, é importante discutir as medidas necessárias para a efetiva implementação das novas disposições no cenário das contratações públicas brasileiras, que, segundo ele, movimentam aproximadamente 13% do PIB nacional.

    Ele destaca que a lei unifica toda a legislação sobre compras públicas e seria obrigatória a partir de abril de 2023, mas tendo em conta diversas adaptações que se fariam necessárias, o governo editou uma medida provisória prorrogando o prazo até o dia 30 de dezembro deste ano, atendendo a pedido das prefeituras.

    A MP perdeu a eficácia, mas uma lei complementar sancionada em junho também prorroga pelo mesmo período a vigência das leis de licitação anteriores (a antiga Lei de Licitações, a Lei do Regime Diferenciado de Compras (RDC) e a Lei do Pregão). Com a prorrogação, os órgãos e entidades da administração pública federal, estadual ou municipal ainda poderão publicar editais nos formatos antigos de contratação até 29 de dezembro.

    Félix Mendonça Júnior teme que, mesmo com a prorrogação, a situação “de despreparo da máquina administrativa para absorver as novas prescrições legais ainda subsista”.

    “Acaso o País não esteja preparado para aplicar efetivamente a nova Lei de Licitações, um contexto nefasto pode se fazer sentir sobre o desenvolvimento nacional, a considerar-se que a vontade legislativa de impor uma atuação eficiente, transparente e moderna da máquina pública não seja cumprida”, diz o deputado.

    Convidados
    Foram convidados para discutir o assunto, entre outros:
    – a secretária adjunta de Gestão e Inovação do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Kathyana Buonafina;
    – o consultor da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) Mártin Haeberlin;
    – o vice-presidente da área de infraestrutura da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBic), Carlos Eduardo Lima Jorge; e
    – a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo, Cristiana Maria Fortini Pinto e Silva.

    A audiência pública está marcada para as 17 horas, no plenário 5.

    Da Redação – MB

  • Nova lei destina R$ 4,2 bilhões para Ministério da Ciência e Tecnologia

    Nova lei destina R$ 4,2 bilhões para Ministério da Ciência e Tecnologia

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto (PLN 1/23) que destina R$ 4,18 bilhões para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação pagar despesas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

    O projeto foi transformado na Lei 14.577/23, publicada na edição desta quinta-feira (11) do Diário Oficial da União. A matéria foi aprovada pelo Plenário do Congresso Nacional, com parecer favorável da relatora, deputada Dilvanda Faro (PT-PA).

    O crédito suplementar terá várias destinações, como pagamento de despesas de administração e operacionais do FNDCT, manutenção de contratos e subsídios para projetos de desenvolvimento tecnológico.

    Os recursos servirão também para implantar o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que será usado em pesquisas nucleares, produção de radioisótopos para uso na medicina e na indústria, e formação de mão de obra na área. O reator vai ser construído em parceria com a Argentina na cidade paulista de Iperó. A lei destina o valor inicial de R$ 34,3 milhões para o empreendimento.

  • Em visita à Câmara, prefeito de Lucas do Rio Verde destaca harmonia entre poderes

    Em visita à Câmara, prefeito de Lucas do Rio Verde destaca harmonia entre poderes

    O prefeito Miguel Vaz acompanhou parte da sessão da Câmara de Vereadores nesta segunda-feira (08). O gestor falou aos vereadores, usando a tribuna, e destacou a harmonia entre os poderes, citando que o maior beneficiado é o morador de Lucas do Rio Verde.

    Vaz disse que desde o início do mandato tem procurado manter o clima de harmonia, pois entende a necessidade de bom entendimento com o Legislativo. O prefeito observou que os projetos obrigatoriamente passam pela Câmara antes de serem colocados em prática.

    “Desde o início do meu mandato, há quase 2 anos e meio, a gente sempre trabalhou para que os poderes tivessem harmonia, respeitando a autonomia, a Independência de cada um, mas que pudéssemos trabalhar todos na mesma direção”, disse.

    O gestor acrescentou que a celeridade na tomada de decisões passa por esse bom entendimento e é isso que a população espera. “A população elege os seus representantes para que eles realmente possam produzir, possam entregar para a sociedade aquilo que é obrigação dos poderes de fazer”, pontuou.

    Ações

    Miguel aproveitou o uso da tribuna para falar de ações que o município vem empenhando. Uma delas estava ligada a um dos projetos encaminhados em regime de urgência. Por orientação da Caixa Econômica Federal, foi necessário mudanças no texto do projeto de implantação do Residencial Águas do Cerrado.

    “Para que a gente possa destravar isso imediatamente e começar a construção desse importante projeto habitacional”, destacou.

    O gestor ainda falou sobre algumas conquistas que afetarão cidades vizinhas, como o início da pavimentação da MT 338. A obra começou a ser executada e envolve os municípios de Lucas do Rio Verde e Tapurah, além do governo estadual e produtores rurais que serão beneficiados com a nova infraestrutura.

    BR 163

    O prefeito de Lucas do Rio Verde comemorou ainda a troca de comando da concessão da BR 163. Ela foi oficializada semana passada e as primeiras ações já devem começar nos próximos dias. O governador Mauro Mendes assinou ordens de serviços para recuperar trechos críticos da rodovia federal.

    Além das obras de recuperação, a nova detentora da concessão, a MT Par, começa a projetar a duplicação de trechos da região norte de Mato Grosso.

    “Já foi publicado o edital para licitação do trecho de duplicação do Posto Gil até Nova Mutum. É a execução da primeira parte do projeto de duplicação e a gente ouviu nos bastidores do governo que esse projeto pode demorar menos que 5 anos, talvez em 4 anos ser concluído, porque eu acho extremamente importante”, assinalou Vaz.

    Ferrovia

    Como presidente do consórcio de desenvolvimento que reúne municípios da região norte, Miguel Vaz participou de um seminário sobre logística, em ênfase em ferrovias e hidrovias. O gestor luverdense falou sobre a importância da Ferrogrão. A ferrovia vai interligar o norte de Mato Grosso ao Porto de Santarém, tornando-se uma alternativa interessante para o escoamento da produção de grãos mato-grossense.

    “Porque mais de 50% de todo o volume de exportação de milho produzidos na nossa região já sai pelo arco norte. A cada ano esses investimentos em infraestrutura se tornam mais importantes”, ressaltou.

    Miguel lembrou que o projeto da Ferrogrão está travada no STF por uma questão ambiental. Sua liberação fará com que o projeto tenha o interesse da iniciativa privada em sua execução. “Será muito mais benéfico do ponto de vista ambiental termos uma ferrovia para escoar essa produção. Porque cada composição de vagões leva carga equivalente a 100 ou 200 caminhões. A redução da emissão de CO² é importantíssima nesse momento, quando se fala em preservação, meio ambiente e sustentabilidade”, finalizou.

  • Projeto proíbe estatal brasileira de financiar país que não respeita direitos humanos

    Projeto proíbe estatal brasileira de financiar país que não respeita direitos humanos

    O Projeto de Lei 17/23 determina que as empresas estatais brasileiras só poderão financiar projetos no exterior em países que respeitam as cláusulas democráticas da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica). O texto tramita na Câmara dos Deputados.

    A proposta é do deputado Roberto Duarte (Republicanos-AC) e altera a Lei de Responsabilidade das Estatais.

    O objetivo, segundo o parlamentar, é evitar que estatais como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiem obras em países que desrespeitam os direitos humanos.

    “A população brasileira, que tem se modernizado na proteção às minorias e à democracia, não aceita mais que nossos recursos financiem governos anacrônicos e antidemocráticos, ou que desrespeitem os direitos humanos”, disse Duarte.

    Ele afirmou ainda que as modernas administrações privilegiam não só resultados contábeis e financeiros. “É necessário que parceiros comerciais abracem a pauta dos direitos humanos e da democracia”, disse.

  • Medida provisória dá poder ao presidente da República para definir composição do conselho do PPI

    Medida provisória dá poder ao presidente da República para definir composição do conselho do PPI

    O governo Lula editou a Medida Provisória (MP) 1161/23, que altera a lei de criação do Programa de Parceira de Investimentos (PPI) – Lei 13.334/16 – para dar ao presidente da República o poder de definir, por decreto, a composição do Conselho do PPI. Até então, os membros do colegiado eram fixados na lei.

    Publicada em edição extra do Diário Oficial da União na sexta-feira (10), a medida provisória retira do texto da lei do PPI a lista dos integrantes do conselho, que já incluiu, além de ministros, presidentes do BNDES, da Caixa e do Banco do Brasil. No seu lugar, o governo editou um decreto com a nova composição do CPPI, que será formado por nove pessoas, todos ministros de Estado, cabendo a presidência ao ministro da Casa Civil.

    Na exposição de motivos que acompanha a MP, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmam que a mudança traz “maior flexibilidade nas alterações posteriores” do conselho.

    Lançado no governo Michel Temer, o PPI visa ampliar os contratos de parceria com a iniciativa privada e as privatizações de estatais. Cabe ao conselho assessorar o presidente da República nas decisões sobre o programa, definir prioridades e acompanhar a execução das ações.

    Atribuições
    A MP 1161/23 também revoga alguns dispositivos da Medida Provisória 1154/23, que trata da estrutura administrativa do governo Lula.

    O objetivo, de acordo com a exposição de motivos, é acabar com a duplicidade de atribuições entre os ministérios da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e do Meio Ambiente Mudança do Clima (MMA). Deste modo, a MP 1161/23 deixa claro que a Política Nacional de Recursos Hídricos é função do MMA, a qual está vinculada a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).