Tag: Polícia Militar

  • Disque-Denúncia leva à prisão 445 criminosos no Rio de Janeiro

    Disque-Denúncia leva à prisão 445 criminosos no Rio de Janeiro

    O Disque-Denúncia, serviço que auxilia no combate ao crime, criado em 1995, quando a cidade vivia uma onda de extrema violência, divulgou um balanço dos primeiros seis meses deste ano. Até junho, o serviço registrou 36.375 denúncias anônimas sobre atividades criminosas em todo o estado do Rio de Janeiro. Foram passadas aos órgãos de segurança informações que levaram a prisão de 445 criminosos, apreensão de 32 fuzis, 190 pistolas e revólveres, 30 granadas e 2.593 munições para variados calibres de armas.

    Após denúncias passadas às polícias Civil e Militar, foram retiradas das ruas, no primeiro semestre deste ano, 647 toneladas de barricadas instaladas por traficantes e milicianos para impedir a entrada da polícia nas comunidades, 9.779 unidades de crack, 700 frascos de cheirinho da loló e mais de uma tonelada de maconha e cocaína.

    O Linha Verde, canal voltado para denúncias de crimes ambientais, recebeu mais de 9 mil denúncias de desmatamento florestal, guarda e comércio ilegal de animais silvestres, comércio e soltura de balões e de maus tratos contra animais. Ao todo, 315 balões, além de 3 toneladas de carvão foram apreendidas em fornos irregulares. Mais de 340 pássaros silvestres foram retirados de cativeiros e devolvidos à natureza.

    O serviço recebe denúncias pelo telefone (21) 2253-1177, pelo WhatsApp e pelo aplicativo Disque Denúncia RJ, disponível gratuitamente nas plataformas Android e iPhone.

    O denunciante fica no anonimato e recebe uma premiação em dinheiro, em caso de denúncias que levem à prisão de criminosos, que tenham o rosto divulgado no Portal dos Procurados.

    Edição: Fernando Fraga

  • Vídeo de negro carregado amarrado remete à escravidão, condena ouvidor

    Vídeo de negro carregado amarrado remete à escravidão, condena ouvidor

    O ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo, Claudio Silva, classificou de “chocantes” as imagens que circulam em redes sociais e que mostram policiais militares carregando um homem negro com mãos e pés amarrados. O homem é suspeito de um furto na capital paulista, Para o órgão, essas imagens remetem ao período da escravidão no país.

    “As imagens de um homem negro, sendo carregado com mãos e pés amarrados, são chocantes, remetendo aos vergonhosos tempos da escravidão e da ditadura no Brasil. Não há quaisquer indícios que corroborem com uso tão desproporcional de força e ausência de cuidados humanizados dos policiais para com os envolvidos”, condena o ouvidor, em nota encaminhada à imprensa.

    Para o ouvidor, essa abordagem policial foi “absurda” e grave e retrata a desigualdade e as vulnerabilidades às quais determinadas pessoas são submetidas. “O fato é grave e exige atenção: há visível descumprimento do protocolo operacional da Polícia Militar pelos policiais, ensejando exposição dos envolvidos e graves violações de direitos”, escreveu ele. “O papel do Estado, nesses casos, deve ser o de aplicação da lei, com atenção às condições psicossociais desses sujeitos, e não sua revitimização e exposição”, ressaltou.

    Silva informou ter oficiado a Corregedoria da Polícia Militar para que apure detalhadamente o caso, “com as adequadas responsabilizações que o caso venha a exigir”.

    O caso

    O vídeo da abordagem que circula em redes sociais mostra o homem com as mãos amarradas aos pés, impossibilitado de andar, sendo carregado por dois policiais militares. Os agentes carregam o rapaz segurando-o pela corda e pela camiseta. Ainda amarrado, ele é colocado no porta-malas de uma viatura.

    O homem que foi carregado tem 32 anos e é suspeito de ter furtado um mercado na Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, na Vila Mariana, na capital paulista. Além dele, a polícia prendeu na ação um outro rapaz, de 38 anos, e apreendeu um menor de 15 anos que, segundo informações da Polícia Militar (PM), teria lesionado a mão de um dos agentes.

    Ainda de acordo com a PM, o homem de 32 anos foi localizado e detido na Rua Morgado de Mateus. “Os PMs pediram que ele se sentasse, mas ele negou e ficou agressivo. Foram necessários quatro PMs para segurá-lo e, mesmo algemado, continuou se debatendo e foi imobilizado com uma corda”, informou o órgão, em nota. O caso foi registrado no 27º Distrito Policial como resistência, corrupção de menores, furto e ameaça.

    Após a circulação dos vídeos que mostram o suspeito amarrado, impossibilitado de andar, a Polícia Militar de São Paulo informou ter afastado das atividades operacionais seis policiais que carregaram o homem.

    Por meio de nota, a PM disse lamentar a forma como se deu a abordagem. “A Polícia Militar lamenta o episódio e reafirma que a conduta assistida não é compatível com o treinamento e valores da instituição. Por isso, foi instaurado um inquérito para apurar todas as circunstâncias relativas às ações dos policiais envolvidos no episódio”, informou o órgão.

    Edição: Juliana Andrade

  • Negros são 80% dos abordados pela Segurança Presente em bairro carioca

    Negros são 80% dos abordados pela Segurança Presente em bairro carioca

    A maioria das pessoas abordadas pela Operação Segurança Presente, no Rio de Janeiro, são homens negros, ou seja, pretos ou pardos. A constatação é de um trabalho feito pelo major da Polícia Militar (PM) fluminense Leonardo Hirakawa, para a conclusão de mestrado na Universidade Federal Fluminense (UFF), com base em 1.217 abordagens realizadas pelos agentes de segurança, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste da cidade do Rio.

    O Segurança Presente é um programa de policiamento de proximidade, mantido pelo governo fluminense, que usa policiais militares em patrulhamento de rua em vários bairros do Rio, para suplementar o trabalho dos batalhões locais.

    De acordo com o estudo Desvendando a Cor Padrão: O Viés Racial na Seleção do Suspeito na Operação Segurança Presente, 45% dos abordados pelos policiais eram pretos; 37,6%, pardos e apenas 16,3%, brancos. O resultado não soma 100% porque 1,1% não teve sua cor identificada na pesquisa.

    Entre os pretos e pardos abordados, 68% estavam a pé, enquanto 24% estavam em motocicletas. Já entre os brancos, 40% estavam a pé e 50% em motos.

    Segundo a pesquisa, isso mostra que, os brancos são mais abordados por estarem sobre motos do que por sua aparência, uma vez que a polícia identifica esse meio de transporte como o favorito a ser usado pelos assaltantes em seus atos criminosos.

    “O indivíduo preto ou pardo que está a pé é abordado pela cor da pele. E o branco, que costuma ser mais abordado quando está andando de moto, é abordado por estar de moto e não pela cor de sua pele. É mais um dado que corrobora o viés racial”, afirma a orientadora da pesquisa, Verônica Toste.

    O título do estudo refere-se à “cor padrão” uma terminologia informal que já foi usada, e hoje está banida, na comunicação entre os policiais para se referir à cor da pele do suspeito quando ele é negro.

    Racismo

    Em sua pesquisa, o major Hirakawa percebeu que as atitudes racistas adotadas pelos policiais do Segurança Presente não são apenas fruto de uma cultura interna da polícia, mas são também demandadas pelos próprios moradores e comerciantes da região atendida pelo programa.

    Segundo ele, a presença de pessoas pobres, de periferia e negras causa incômodo a muitos moradores de áreas como o Recreio, área majoritariamente povoada por pessoas de classe média e classe média alta.

    “Nessas áreas, você não vê um carro de luxo sendo parado, não é o comerciante que vai sofrer a revista policial. São sempre essas pessoas [consideradas pelos moradores e comerciantes] como indesejáveis. E o indesejável quem determina não é a polícia. Quem determina é o morador. O próprio policial, às vezes, é conterrâneo do indesejável. O que difere ali é que ele está representando o Estado, fardado”, destaca Hirakawa.

    Em seu estudo, o major cita o exemplo de um grupo de jovens de periferia que se reuniu na praia do Recreio para soltar pipa e, por pressão dos moradores do bairro, a situação acabou se tornando um caso de polícia.

    “Isso virou um grande incômodo. Não demorou muito e eles já estavam aliando o pessoal que estava no festival de pipa a pessoas que roubam e a furtos em casas. E não tinha ligação lógica nenhuma. O policial acabou sendo forçado a atuar contra esses eventos”, disse.

    Polícia

    Por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que, em todos seus cursos de formação e aperfeiçoamento de praças e oficiais, há disciplinas como direitos humanos, ética, direito constitucional e leis especiais.

    “A questão racial perpassa, de forma muito incisiva, por todas essas doutrinas na formação dos quadros da corporação. Internamente, a Polícia Militar do Rio de Janeiro tem feito a sua parte para enfrentar o desafio do racismo estrutural ao longo de mais de dois séculos. Foi o primeiro órgão público a oferecer a pretos uma carreira de Estado e hoje mais de 40% do seu efetivo é composto por afrodescendentes.”

    A PM destacou inclusive ter tido comandantes negros nos últimos 40 anos.

    Edição: Juliana Andrade

  • Participação feminina em órgãos de segurança pública vem crescendo

    Participação feminina em órgãos de segurança pública vem crescendo

    O número de mulheres que trabalham em órgãos de segurança pública vem crescendo ao longo dos anos em todo o país.

    “Em um comparativo entre os anos 2000 e 2021, é possível destacar que houve aumento do público feminino de 5,88% nas polícias militares, 12,44% nos corpos de bombeiros militares, 4,35% nas polícias civis e 9,79% nos órgãos oficiais de perícia”, destacou a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senasp).

    De acordo com a Senasp, os Estados que apresentaram o maior aumento no efetivo feminino foram: Espírito Santo, Acre, Roraima, Amapá e Rio Grande do Norte. Entre 2020 e 2021, houve um crescimento de 9,19% na presença feminina nos cargos de comando nas polícias militares, nos corpos de bombeiros militares e nas polícias civis.

    A Pesquisa Perfil das Instituições de Segurança Pública, ano-base 2004 a 2021, mostra ainda aumento no número de delegacias de Polícia Civil especializadas no atendimento a ocorrências envolvendo mulheres em todo o Brasil. Em 2004, eram 177 unidades; em 2020, 464 e, em 2021, 501, divididas em 231 unidades na Região Sudeste; 107 no Nordeste; 76 no Sul; 50 no Centro-Oeste e 37 no Norte, informou o diretor de Gestão e Integração de Informações da Senasp, Felipe Sampaio.

    Redução da violência

    Segundo o Ministério da Justiça, em termos de violência contra mulheres, dados nacionais de segurança pública de 2021 e de 2022 enviados pelos gestores estaduais de estatística apontam redução em três tipos de crime: homicídio doloso, roubo seguido de morte (latrocínio) e lesão corporal seguida de morte.

    Quando o recorte foi de homicídio doloso, foram computados 3.452 casos com vítimas mulheres em 2021. Em 2022, o número caiu para 3.412 situações, com redução de 1,16%. A maior parte dos registros ocorreu na Região Nordeste (33,6%), seguida das regiões Sudeste (31,0%), Sul (14,4%), Norte (12,1%) e Centro-Oeste (8,9%).

    Já os casos do roubo seguido de morte (latrocínio) contra mulheres, tiveram 147 registros em 2021 e 118 no ano 2022, queda de 19,73%. Os registros foram computados em todas as regiões do país: Nordeste (30,0%), Sudeste (29,6%), Norte (15,9%), Centro-Oeste (12,4%) e Sul (12,0%).

    Os casos de lesão corporal seguida de morte foram 50 em 2021 e 48 em 2022, com redução de 4%. A maior parte dos registros ocorreu na Região Sudeste (33,7%), seguida pelas regiões Nordeste (21,1%), Sul (16,8%), Norte (15,8%) e Centro-Oeste (12,6%).

  • Agentes de segurança do Rio terão programa de prevenção ao suicídio

    Agentes de segurança do Rio terão programa de prevenção ao suicídio

    Policiais civis, agentes penitenciários e servidores que trabalham com adolescentes infratores no Rio de Janeiro terão um programa de prevenção ao suicídio. O programa será coordenado pelo Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio (Ippes), em parceria com o governo do estado e o Ministério Público do Trabalho.

    A ideia é que, no futuro, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros também passem a integrar o projeto. Dados informados pelo Ippes, com base no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, mostram que 101 policiais civis e militares cometeram suicídio em 2021. No estado do Rio, foram 15 casos naquele ano.

    Segundo a presidente do Ippes, a socióloga Dayse Miranda, o programa terá três etapas. A primeira é um diagnóstico da situação na Polícia Civil, na Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e no Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase).

    Em seguida, será feito um trabalho de conscientização com gestores, profissionais de saúde mental dessas instituições e os próprios agentes. “Tentamos fazer um trabalho de mudança de cultura organizacional, oferecendo oficinas de gestão humanizada para os líderes, formando multiplicadores de prevenção, fazendo palestras que esclarecem quais são os primeiros sinais e também rodas de conversas onde eles compartilham os problemas do dia a dia de trabalho”.

    O Ippes colocará sua rede de apoio psicoterapêutico à disposição desses profissionais de saúde e dos próprios agentes que precisarem de ajuda.

    Dayse Miranda conta que há alguns fatores que favorecem o suicídio entre os agentes de segurança pública, entre eles a própria natureza do trabalho. “Ter autoexposição a situação de perigo e violência, ao decorrer de dez a 15 anos, esse profissional está sujeito a desenvolver os transtornos de estresse pós-traumático, que aumenta o risco do profissional morrer por suicídio”.

    Há ainda questões como as escalas de trabalho que comprometem o descanso, a falta de cuidado com o profissional que passou por uma situação complicada (como o assassinato de um colega) e também o acesso mais fácil à arma de fogo.

    Segundo Dayse Miranda, um profissional que está sofrendo com um adoecimento mental coloca em risco não apenas ele mesmo como também todos que estão a sua volta, inclusive a população civil. O projeto tem a previsão de durar dois anos.

    Edição: Valéria Aguiar

  • Uso de câmeras em uniformes de PMs pode ser expandido, diz secretário

    Uso de câmeras em uniformes de PMs pode ser expandido, diz secretário

    O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, voltou a dizer hoje (27) que não pretende retirar as bodycams, câmeras que são acopladas aos uniformes dos policiais militares de São Paulo. Em entrevista no início da tarde de hoje (27), o secretário falou que a intenção é expandir o seu uso para outras funcionalidades, além da função de monitorar as ações policiais para evitar o uso de violência.

    “Não vamos acabar com o programa. Queremos e daremos uma funcionalidade mais operacional para elas”, falou Derrite, citando que as câmeras poderiam ser utilizadas também para fazer leitura de placas roubadas em veículos e até em georreferenciamento, contribuindo para ações da polícia ambiental em matas fechadas, por exemplo. “Esse é o sentido de ampliar, não de acabar [com as câmeras corporais]. Isso [de acabar] não será feito. Mas o que queremos é usar essa ferramenta, importante para fiscalização e controle como algo operacional para ajudar a proteger as pessoas”, disse o secretário.

    No início deste ano, em entrevista a uma rádio do interior paulista, o secretário havia falado que iria rever o uso das câmeras por policiais. A fala do secretário, na época, gerou preocupação no governo federal, que soltou uma nota para defender o uso do equipamento. Um dia depois dessa fala do secretário, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, negou que as câmeras seriam retiradas. “Nesse primeiro momento, nada muda, não vamos alterar nada. Ao longo do tempo, vamos observar e reavaliar, o que faremos com qualquer outra política”, disse o governador à época.

    As câmeras operacionais portáteis, conhecidas como câmeras corporais, começaram a ser utilizadas pela Polícia Militar paulista em 2020. Essas câmeras de lapela são fixadas nos uniformes dos policiais para que suas ações nas ruas de São Paulo sejam monitoradas. O objetivo do governo paulista ao instalá-las nos uniformes foi de buscar reduzir a violência policial.

    O uso dessas câmeras tem contribuído para diminuir a letalidade policial, ou seja, para a queda no número de mortes ocorridas durante ações policiais. Isso é o que apontou, por exemplo, um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado no final do ano passado. Segundo os dados, o uso das câmeras evitou 104 mortes e teve um impacto positivo, ajudando a reduzir em 57% o número de mortes decorrentes de ações policiais.

    O próprio secretário admitiu hoje que a queda na letalidade policial, que ele prefere chamar de letalidade criminosa, pode ter sido provocada, em parte, pelo uso das câmeras. Ele também destacou a importância do aprimoramento das ações policiais, da formação policial e do treinamento dos agentes como fatores para a queda nesse indicador.

    Dados divulgados ontem pela Secretaria de Segurança Pública mostram que 256 pessoas morreram em confrontos com policiais militares em serviço durante todo o ano de 2022. Esse número vem caindo nos últimos anos e já é o menor registrado no estado desde 2001, quando teve início a série histórica. Em 2021, foram computadas 423 mortes em decorrência de ações policiais; em 2020, foram 659 mortes; e, em 2019, um ano antes da pandemia do novo coronavírus, houve 716 mortes ocorridas em ações envolvendo policiais em serviço.

    Já entre os policiais militares de folga, houve aumento da letalidade. As mortes envolvendo policiais militares de folga subiram de 120 para 126 de 2021 para 2022.

    Somadas as mortes envolvendo policiais em serviço e em folga, o estado contabilizou um total de 382 casos no ano passado, o que representou queda de quase 30% em relação a 2021 e de pouco mais de 50% em relação a 2020.

    Segundo o secretário, a letalidade em ações policiais deverá continuar caindo no estado porque o governo tem desestimulado o confronto. “O que vocês chamam de letalidade policial, eu chamo de letalidade criminal porque o policial é sempre a primeira vítima. É ele quem recebe o primeiro disparo. Nosso compromisso é não estimular o confronto. Nos preocupamos – e muito – com qualquer tipo de homicídio. Se na minha gestão pudesse não ter nenhum confronto, seria o cenário ideal para a gente. Medidas estão sendo estudadas e analisadas para isso”, destacou ele.

    Derrite defendeu a necessidade de que sejam feitos estudos para analisar a quantidade de policiais que morrem a cada ano no país. “Fala-se muito em letalidade policial, mas ninguém faz um estudo específico sobre quantos policiais morrem no Brasil. E lamentavelmente somos hoje o país onde mais se morrem agentes de segurança pública no mundo”, falou.

    Criminalidade

    Ontem, a Secretaria de Segurança Pública divulgou dados sobre criminalidade que mostram que São Paulo encerrou o ano de 2022 com aumento no número de casos de homicídios dolosos (intencionais), estupros e furtos em geral.

    Em entrevista hoje, o secretário disse que esses números apresentados geram “preocupação”. “É um cenário com o número de furtos, furtos de veículos, roubos e roubos de veículos com tendência acentuada, crescendo. Diante disso, em breve apresentaremos os resultados das estratégias que estamos adotando para que esses números, além de pararem de ter uma curva de crescimento, possam diminuir.”

    Uma dessas estratégias pretende focar especialmente no aumento dos crimes de extorsão mediante sequestro. “O Pix [modalidade de pagamento eletrônico] foi uma ferramenta criada pelo governo federal que ajudou muito a vida da população em geral, mas com isso a criminalidade se aproveitou do avanço tecnológico para utilizar isso como ferramenta de cometimento de delito. Em boa parte desses delitos, a vítima se encontra em situação de vulnerabilidade porque há um percentual muito grande de sequestros via Pix que acontecem por meio de sites de relacionamentos”, disse ele.

    Por causa disso, disse Derrite, a secretaria começou hoje a fazer reuniões com o objetivo de traçar estratégias para prevenir esse tipo de crime. “Um pouco antes de vir para cá eu estava no Centro Integrado de Comando e Controle da Secretaria de Segurança conversando com instituições bancárias e digitais”, contou. “Essa reunião foi a primeira e vão ocorrer outras. Vamos criar um grupo de trabalho e adotar um fluxograma de informações para combater e coibir esse tipo de delito. Fizemos uma primeira reunião com instituições bancárias. Uma segunda reunião será feita com sites de relacionamentos”, informou.

    Arrastão em bares

    Durante a coletiva, o secretário também comentou sobre outro tipo de crime que tem crescido no estado paulista: os arrastões dentro de bares e restaurantes. Nesta semana, por exemplo, clientes e funcionários de um bar no bairro de Santa Cecília, região central da capital paulista, tiveram seus pertences pessoais, como bolsas e celulares, roubados.

    Segundo o secretário, a polícia já vem adotando ações para tentar coibir esse crime. No entanto, esbarra com um problema: a defasagem do efetivo policial no estado. “Estamos trabalhando com defasagem de cerca de 15% do efetivo da Polícia Militar – e quando falo isso, trata-se de 10 mil homens; de 25% da polícia técnico-científica; e de quase 33% da Polícia Civil. Então, quando falamos em reforçar o policiamento, a Polícia Militar tem mecanismos e estratégias para verificar as manchas criminais e fazer deslocamento de policiamento para coibir esses delitos. Porém, com a defasagem de efetivo, não conseguimos evitar que todos esses crimes cessem de uma hora para outra”, disse ele.

    “Estamos deslocando um efetivo do Dejem [Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho], que é uma atividade na qual o policial militar na folga dele cumpre oito horas de serviço, para esses locais que estão apresentando vulnerabilidade um pouco maior, em especial, esses roubos em bares e restaurantes não só em Santa Cecília, como outros da capital”, disse Derrite. Já sobre a defasagem, ele ressaltou que já foi publicada em Diário Oficial a nomeação de 878 novos soldados e há também um concurso da Polícia Civil em andamento.

    Edição: Juliana Andrade

  • Polícia mineira já identificou pelo menos 10 agressores de jornalistas

    Polícia mineira já identificou pelo menos 10 agressores de jornalistas

    A Polícia Civil de Minas Gerais já identificou pelo menos dez pessoas suspeitas de agredir jornalistas que trabalhavam registrando a retirada de um grupo de pessoas que passaram cerca de dois meses acampadas em frente ao quartel do Comando da 4ª Região Militar, do Exército, em Belo Horizonte.

    As agressões ocorreram nos dias 5 e 6 deste mês, quando agentes de segurança e outros servidores públicos municipais fizeram a primeira tentativa de desmontar o acampamento na Avenida Raja Gabaglia, em frente ao quartel-general do Exército, onde estavam pessoas que rejeitavam o resultado das eleições presidenciais.

    Policiais militares e outros servidores públicos de Belo Horizonte chegaram a iniciar a desobstrução da área no dia 5, quando um repórter fotográfico do jornal Hoje em Dia foi agredido e outros foram xingados e intimidados por pessoas que se recusavam a deixar o local ou apoiavam a manifestação de caráter antidemocrático.

    No dia seguinte (6), dois cidadãos, Esdras Jonatas dos Santos e Roberto Carlos de Abreu, obtiveram na Justiça estadual o direito de permanecer acampados em frente ao quartel do Exército, o que acabou estimulando outras pessoas que estavam no local a permanecer lá. A Procuradoria-Geral de Belo Horizonte recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e conseguiu derrubar a decisão do Tribunal de Justiça estadual.

    Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a imediata desobstrução de todas as vias do entorno de instalações militares da capital mineira e que os veículos associados aos protestos nas imediações do quartel sejam identificados e multados em R$ 100 mil – multa extensiva “às pessoas que incorrem no descumprimento da decisão mediante apoio material (logístico e financeiro) às pessoas e veículos que permanecem em locais públicos” e aos autores do pedido aceito em primeira instância, Esdras Jonatas dos Santos e Roberto Carlos de Abreu.

    Novos tumultos foram registrados durante o cumprimento da decisão definitiva. A Polícia Civil, então, instaurou quatro inquéritos policiais para apurar os crimes de ameaça, lesão corporal, crime contra o patrimônio e associação criminosa.

    No fim de semana, ao antecipar os resultados preliminares das investigações, o chefe da Polícia Civil, delegado-geral Joaquim Francisco Neto e Silva, destacou que a apuração das agressões a jornalistas está bastante avançada e, em breve, os envolvidos serão apontados. “Ações como essa têm que resultar em responsabilização”, afirmou Silva.

    Já a delegada Cinara Rocha, responsável pelo inquérito que apura as agressões contra jornalistas, garantiu já ter provas testemunhais e laudos periciais que comprovam a prática delituosa. “Possuímos muitas filmagens de câmeras feitas pelos próprios jornalistas e por moradores da região. Estamos buscando identificar o maior número de autores. Existem de dez a 12 pessoas identificadas, com autoria já delimitada, com a conduta individualizada do crime pelo qual estão sendo investigadas”, disse a delegada.

    “Se for necessária alguma medida cautelar contra qualquer um dos envolvidos que esteja fora da cidade ou até mesmo fora do país, faremos uma interlocução com todas as instituições envolvidas, como Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário”, acrescentou Cinara.

    Edição: Nádia Franco

  • Operações policiais no Rio de Janeiro deixam ao menos dez mortos

    Operações policiais no Rio de Janeiro deixam ao menos dez mortos

    Três operações policiais no Rio de Janeiro deixaram ao menos dez mortos e dez feridos, nesta sexta-feira (25). As ações ocorreram no Complexo da Maré, no Morro do Juramento e em Niterói. Os feridos, dentre os quais dois policiais, foram levados para hospitais.

    Na Maré, a operação da Polícia Militar e Civil, com cães farejadores, resultou na apreensão de cerca de três toneladas de maconha. Segundo a PM, alguns homens fizeram disparos contra as equipes e houve reação. “Após estabilizar a área, três indivíduos foram encontrados feridos e houve apreensão de um fuzil, uma pistola, um revólver e duas granadas. O socorro foi feito ao Hospital Municipal Souza Aguiar”, informou a PM em nota.

    No início da operação, um policial militar ficou ferido durante confronto com os criminosos e foi encaminhado ao Hospital Federal de Bonsucesso, onde recebeu atendimento médico e apresentava quadro estável. De acordo com a PM, um homem foi encontrado morto, próximo à Avenida Brasil, que foi fechada por objetos em chamas, colocada pelos moradores, em protesto.

    Quase ao mesmo tempo, no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, outra operação policial resultou na morte de seis pessoas. A PM informou que realizava operação para reprimir o tráfico de drogas, quando foi atacada por supostos criminosos. Um deles foi encontrado próximo ao local do confronto e outros cinco morreram em uma casa, ao serem surpreendidos pelos policiais. Um policial militar foi ferido na mão.

    Em Niterói, policiais do 12º Batalhão da Polícia Militar faziam patrulhamento quando foram informados sobre disparos de arma de fogo que estariam ocorrendo na comunidade Morro do Estado, na área central do município, na madrugada de sexta-feira. Segundo a PM, houve confronto.

    “Após cerco tático e a área ser estabilizada, cinco indivíduos foram localizados feridos – três já estavam em óbito e dois foram socorridos ao Hospital Estadual Azevedo Lima – e houve apreensão de um fuzil, três pistolas, entorpecentes e um rádio comunicador”, informou a PM.

  • Ataques a tiros em escolas do Espírito Santo deixam três mortos

    Ataques a tiros em escolas do Espírito Santo deixam três mortos

    Um ataque a tiros na cidade de Aracruz (ES) deixou pelo menos três mortos, além de 11 feridos, em duas escolas do município. A Polícia Militar do Espírito Santo informou que ainda não sabe quem é o responsável pelo ataque às unidades escolares, localizadas no bairro do Coqueiral.

    Ainda de acordo com a PM, o atirador entrou na Escola Estadual Primo Bitti, munido de uma pistola e vários carregadores, e efetuou vários disparos, matando duas pessoas. Outras nove ficaram feridas, segundo a Secretaria de Segurança.

    Depois disso, ele entrou em um carro e invadiu uma escola particular no mesmo bairro, o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), efetuando novos disparos. Pelo menos uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas.

    Os feridos foram levados a hospitais da região.

    Por meio de seu perfil no Twitter, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, lamentou o atentado. “Com sentimento de pesar e muita tristeza, estou acompanhando de perto a apuração da invasão nas Escolas Primo Bitti e Darwin, em Aracruz. Todas as nossas forças de segurança estão empenhadas. Determinei o deslocamento dos Sec. de Segurança e Educação para acompanhar os trabalhos”.

    A prefeitura de Aracruz divulgou nota informando que as aulas da rede municipal foram suspensas hoje a pedido da PM.

    * Com informações de Tâmara Freire, repórter da Rádio Nacional

    Matéria alterada para correção da informações. Inicialmente, a PM informou que o suspeito seria um aluno da Escola Estadual Primo Bitti. Posteriormente, a corporação esclareceu que as suspeitas não se confirmaram. A identidade do atirador ou dos atiradores ainda não é conhecida. A Secretaria de Segurança também corrigiu o número de feridos.

  • Tumulto antes do jogo final da Copa do Brasil termina em prisões

    Tumulto antes do jogo final da Copa do Brasil termina em prisões

    O Flamengo conquistou o tetracampeonato da Copa do Brasil ontem (19) à noite, no Maracanã, em jogo contra o Corinthians, mas nem tudo foi festa. Antes da partida, o esquema de segurança preparado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro entrou em ação para conter diversas tentativas de invasão de torcedores ao estádio nos acessos A,C,D,E e F.

    Policiais militares do Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (Bepe) e de unidades de apoio ao policiamento na região do Maracanã como o Batalhão de Choque (BPChq), o Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom), o Regimento de Polícia Montada (RPMont), o 6°BPM, entre outros, atuaram também para garantir a entrada dos torcedores com ingresso.

    Torcedores do Corinthians concentrados em frente ao portão 10 do estádio, 3 horas antes do começo do jogo, forçaram a entrada e pela área da imprensa, o que foi repelido pelo policiamento. Também antes da partida, torcedores do Flamengo que estavam com ingressos falsificados derrubaram as grades e invadiram a área no setor norte do Maracanã.

    De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Militar, para conter os invasores, as equipes policiais usaram “armamento de menor potencial ofensivo como medida necessária”. Houve muita correria de torcedores que levaram crianças para o estádio na tentativa de proteger os menores do gás lacrimogêneo usado pelos agentes de segurança.

    Segundo a secretaria, uma policial militar ferida na mão durante a ação foi encaminhada para atendimento ao Hospital Central da Polícia Militar.

    “Nas ações de policiamento, 60 pessoas foram detidas e conduzidas ao Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos no Maracanã”, informou a secretaria.

    O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) informou que o Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos identificou que um grupo de torcedores participou do tumulto, com registros de “tentativas de invasão ao estádio, desobediência e ato libidinoso”. Até o fechamento desta matéria, o TJ não tinha informações sobre o andamento dos casos encaminhados ao Juizado.

    Operação

    O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) coordenou, durante o jogo, a segunda edição da Operação Cerco Brasil: Competições Desportivas e Grandes Eventos, que juntou tecnologia e inteligência. A pasta informou que foram identificados quatro foragidos, 81 torcedores com ingressos falsos e dois com restrições de impedimento nas catracas do estádio.

    O objetivo da operação, segundo o ministro da Justiça, Anderson Torres, é garantir a tranquilidade e a paz de torcedores em eventos desportivos. Torres prometeu levar a operação a outros estados do país.

    A Cerco Brasil é coordenada pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi) com apoio da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus) e conta com o apoio das polícias Federal e Militar do estado do Rio de Janeiro.

    A primeira edição da operação ocorreu no jogo entre Fluminense e América de Minas Gerais, no domingo (9). Naquela partida, conforme o ministério, foram identificadas 47 pessoas com documentos falsos, oito com mandado de prisão em aberto e dezenas de torcedores com restrições de impedimento.

    Vandalismo

    Os estragos provocados pelo tumulto se estenderam aos transportes. A SuperVia, concessionária que administra os serviços de trens no Rio de Janeiro, registrou atos de vandalismo no sistema ferroviári tanto na ida quanto no retorno dos torcedores para o Maracanã.

    “Seis trens da SuperVia foram afetados diretamente pela ação. Em apenas um deles, foram arrancados 14 visores de porta. Outros 14 visores e duas janelas foram destruídos nas outras composições”, informou a concessionária.

    A SuperVia disse que para atender os torcedores e facilitar a viagem de volta para casa, disponibilizou trens extras após o jogo para os ramais Santa Cruz, Japeri e Saracuruna.

    A concessionária disse que atos de vandalismo colocam em risco quem utiliza o sistema ferroviário, além de danificar os trens, podendo causar transtornos aos passageiros. “A SuperVia está providenciando os reparos das composições vandalizadas”.

    Conforme a SuperVia, nos dias de jogos no Maracanã e no Nilton Santos, estádios próximos à ferrovia, costuma realizar operações especiais no sistema, envolvendo o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) e o efetivo de segurança da SuperVia.

    “Os agentes de controle da concessionária não têm poder de polícia e fazem o patrulhamento, sendo orientados a acionar os órgãos policiais do estado sempre que necessário”, disse.