Tag: polícia civil

  • Lideranças lutam pela reparação de itens sagrados para o candomblé

    Lideranças lutam pela reparação de itens sagrados para o candomblé

    A luta pela reparação histórica de objetos de religiões de matriz africana deve entrar em uma nova fase. Os itens que integravam o chamado Museu da Magia Negra foram apreendidos pela polícia fluminense, entre 1890 e 1946. Na semana passada, uma determinação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) mudou o nome da coleção para Acervo Nosso Sagrado.

    Um dia antes, na segunda-feira (20), o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Sílvio Almeida assinou um convênio de pesquisa sobre objetos sagrados, no Museu da República, na zona sul do Rio.

    O babalaô Ivanir dos Santos fala durante a 4ª Reunião da Rede Intermunicipal de Liberdade Religiosa, na Cidade das Artes, zona oeste da cidade.
    Babalaô Ivanir dos Santos defende avançar nas investigações sobre itens apreendidos indevidamente- Tânia Rêgo/Agência Brasil

    Em entrevista à Agência Brasil, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro babalaô Ivanir dos Santos disse que é preciso avançar ainda mais. Para ele, as pesquisas precisam identificar os personagens envolvidos durante as apreensões desses objetos. Para ele, é necessário saber quem são as pessoas que sofreram com a violência de terem seus objetos danificados, desrespeitados e apreendidos pela polícia da época, em situações que caracterizaram racismo e preconceito.

    “Foi dado um passo importante na medida em que foi feito um acordo [convênio] sobre os processos sofridos pelos sacerdotes. Esse é um dado novo. As pessoas conhecem as peças apreendidas usadas como provas, que estavam no Museu da Magia e agora tem uma nova configuração. Outra coisa, quem eram essas pessoas que sofreram estes processos? Onde foram presos, porque foram presos? São perguntas que precisam [ser respondidas]. Que destino tiveram? Foram condenados? Agora acho que vão surgir quem são estes personagens. Quem eram esses sacerdotes e sacerdotisas que foram presos?”, questiona.


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    Peças do Acervo Nosso Sagrado – Oscar Liberal/Museu da República

    Para a Mãe Meninazinha de Oxum, do terreiro Ilê Omolu Oxum, a identificação desses objetos será difícil porque a apreensão deles – classificada por ela como roubo –, ocorreu em vários terreiros na mesma época.

    “Então é difícil hoje a gente identificar de qual Ilê era determinado assentamento [objeto]. Acho que nem precisa isso. Basta identificar que era de candomblé ou da umbanda. Não precisa dizer se foi da minha casa ou da sua. Qualquer casa que foi invadida pela polícia para pegar o Sagrado era minha, porque eu sou de candomblé. A dor é nossa é minha também”, disse Mãe Meninazinha em entrevista à Agência Brasil.

    A yalorixá disse que o caminho ainda é longo apesar das conquistas, como o convênio de pesquisa, a mudança do nome do acervo, além da localização da coleção que saiu das dependências da Polícia Civil e hoje está no Museu da República.

    “Temos muita estrada para caminhar em prol desse Sagrado, em prol da nossa religião. Nós vamos conquistar o lugar que o Sagrado merece estar, como Sagrado e não uma simples coisa que está no Museu da República, onde já deveria estar há muito tempo.”

    Para a mãe de santo, a permanência do acervo por tanto tempo no Museu da Polícia Civil representa falta de respeito, já que os objetos sagrados estavam sob a guarda justamente de quem teria perpetrado crimes contra as religiões de matrizes africanas – seja do candomblé ou da umbanda.

    “Nossos ancestrais, sim, minha avó, e outras da época dela, sofreram por conta desse Sagrado estar nas mãos da Polícia”, lamentou Mãe Meninazinha de Oxum.


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    Peças do Acervo Nosso Sagrado – Oscar Liberal/Museu da Repúblic

    Histórico

    O diretor do Museu da República, Mário Chagas, contou à Agência Brasil sobre a legislação vigente à época da apreensão dos objetos sagrados.

    “As batidas policiais aconteciam com base no Código Penal de 1890, que criminalizava os praticantes das religiões de matriz afro-brasileira, ainda que a Constituição de 1891, a primeira da República, garantisse o estado laico. Ou seja: era uma contradição. O código penal criminalizava e a Constituição garantia o estado laico. Então a prática da perseguição era inconstitucional e ainda assim foi feita. As coisas eram tão loucas que as batidas policiais aconteciam durante as cerimônias religiosas”.


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    Peças do Acervo Nosso Sagrado – Oscar Liberal/Museu da República

    O acervo, que ficou sob a responsabilidade da Polícia Civil do Rio de Janeiro sem os devidos cuidados de conservação, foi tombado em 1938, pelo então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Segundo o Iphan, dos 523 objetos da coleção, o instituto tombou 126 e todos estão, desde 2020, sob a guarda do Museu da República, em uma gestão compartilhada com lideranças religiosas.

    O presidente do IPHAN, Leandro Grass, conta que o material foi registrado pelo SPHAN no chamado livro do Tombo, como Coleção Magia Negra: “por óbvio uma terminologia bem preconceituosa e desprovida de sentido, porque é um termo pejorativo para designar e para fazer referências às matrizes africanas religiosas. Ao longo de todos esses anos esse material ficou no Museu da Polícia Civil.”

    Grass considera que a mudança no nome da coleção, formalizada por retificação no Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico representa uma reparação histórica.

    “Vem, primeiro, em uma lógica de ruptura de terminologia pejorativa a respeito dos símbolos de matriz africana. Em segundo, vem no sentido de contemplar o desejo da sociedade civil e, em terceiro, trazer para este acervo e esse material um olhar de respeito, de consideração, porque este material foi apreendido em ações que tinham, como base, uma legislação fundada em tornar crime, os rituais ditos profanos que, na verdade, eram de matriz africana. Simbolicamente é muito importante.”

    O longo processo de reparação contou com a participação de lideranças do candomblé e da umbanda do Rio de Janeiro que fizeram esta construção até a criação do Movimento Liberte o Nosso Sagrado, tendo à frente a Mãe Meninazinha de Oxum.


    <a href=Rio de Janeiro (RJ), 20/03/2023 – Mãe Meninazinha de Oxum, matriarca do Ilê Omolu Oxum, participa de evento em que o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida assina um acordo de cooperação técnica com a Defensoria Pública da União e o Museu da República. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil” title=”Tânia Rêgo/Agência Brasil” class=”flex-fill img-cover”>
    <a href=Rio de Janeiro (RJ), 20/03/2023 – Mãe Meninazinha de Oxum, matriarca do Ilê Omolu Oxum, participa de evento em que o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida assina um acordo de cooperação técnica com a Defensoria Pública da União e o Museu da República. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil” title=”Tânia Rêgo/Agência Brasil” class=”flex-fill img-cover”>

    Mãe Meninazinha de Oxum iniciou o movimento Liberte o Nosso Sagrado, para recuperar objetos religiosos apreendidos ilegalmente pela Polícia Civil do Rio ao longo de meio século – Tânia Rêgo/Agência Brasil

    “Eu não gosto de dizer que fui eu, mas o primeiro passo foi dado por Mãe Meninazinha, mas graças a Deus tivemos nossos irmãos do candomblé e da umbanda e juntos chegamos onde estamos”.

    O diretor do Museu da República conta que quando o acervo chegou ao espaço cultural precisou passar por uma quarentena para avaliar se estavam com algum tipo de fungo. Depois houve um trabalho de conservação e de documentação, que ainda está sendo feito.

    “Alguns, nós estamos conseguindo identificar [a quem pertencia] por conta de material de imprensa, o nome do pai de santo, a casa de onde era. Estamos chegando a estes detalhes, graças a uma pesquisa junto aos inquéritos policiais e ao material de imprensa, mas nem tudo a gente sabe de onde veio”, disse Mario Chagas.


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    Peças do Acervo Nosso Sagrado – Oscar Liberal/Museu da República

    O material deve ficar acessível ao público em setembro, quando deverá ser realizada uma exposição. Para a Mãe Meninazinha de Oxum, quando o público tiver acesso, mais uma etapa da reparação histórica estará cumprida.

    “A população vai conhecer esse lado negativo da história do Brasil. Para eles [policiais] na época não tinha valor, mas graças a Deus ainda temos liberdade para cultuar nossos orixás”, disse, acrescentando que travou uma luta intensa sem medo. “É porque eu sou leonina”, disse sorrindo, ao se referir a seu signo no zodíaco.

    Edição: Denise Griesinger

  • Participação feminina em órgãos de segurança pública vem crescendo

    Participação feminina em órgãos de segurança pública vem crescendo

    O número de mulheres que trabalham em órgãos de segurança pública vem crescendo ao longo dos anos em todo o país.

    “Em um comparativo entre os anos 2000 e 2021, é possível destacar que houve aumento do público feminino de 5,88% nas polícias militares, 12,44% nos corpos de bombeiros militares, 4,35% nas polícias civis e 9,79% nos órgãos oficiais de perícia”, destacou a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senasp).

    De acordo com a Senasp, os Estados que apresentaram o maior aumento no efetivo feminino foram: Espírito Santo, Acre, Roraima, Amapá e Rio Grande do Norte. Entre 2020 e 2021, houve um crescimento de 9,19% na presença feminina nos cargos de comando nas polícias militares, nos corpos de bombeiros militares e nas polícias civis.

    A Pesquisa Perfil das Instituições de Segurança Pública, ano-base 2004 a 2021, mostra ainda aumento no número de delegacias de Polícia Civil especializadas no atendimento a ocorrências envolvendo mulheres em todo o Brasil. Em 2004, eram 177 unidades; em 2020, 464 e, em 2021, 501, divididas em 231 unidades na Região Sudeste; 107 no Nordeste; 76 no Sul; 50 no Centro-Oeste e 37 no Norte, informou o diretor de Gestão e Integração de Informações da Senasp, Felipe Sampaio.

    Redução da violência

    Segundo o Ministério da Justiça, em termos de violência contra mulheres, dados nacionais de segurança pública de 2021 e de 2022 enviados pelos gestores estaduais de estatística apontam redução em três tipos de crime: homicídio doloso, roubo seguido de morte (latrocínio) e lesão corporal seguida de morte.

    Quando o recorte foi de homicídio doloso, foram computados 3.452 casos com vítimas mulheres em 2021. Em 2022, o número caiu para 3.412 situações, com redução de 1,16%. A maior parte dos registros ocorreu na Região Nordeste (33,6%), seguida das regiões Sudeste (31,0%), Sul (14,4%), Norte (12,1%) e Centro-Oeste (8,9%).

    Já os casos do roubo seguido de morte (latrocínio) contra mulheres, tiveram 147 registros em 2021 e 118 no ano 2022, queda de 19,73%. Os registros foram computados em todas as regiões do país: Nordeste (30,0%), Sudeste (29,6%), Norte (15,9%), Centro-Oeste (12,4%) e Sul (12,0%).

    Os casos de lesão corporal seguida de morte foram 50 em 2021 e 48 em 2022, com redução de 4%. A maior parte dos registros ocorreu na Região Sudeste (33,7%), seguida pelas regiões Nordeste (21,1%), Sul (16,8%), Norte (15,8%) e Centro-Oeste (12,6%).

  • Sede da OAB-RJ é esvaziada após ameaça de bomba

    Sede da OAB-RJ é esvaziada após ameaça de bomba

    A sede da seccional fluminense das Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) foi evacuada por volta do 12h de hoje (15), devido a uma ameaça de bomba. 

    A Polícia Civil foi acionada pelo presidente da OAB-RJ, Luciano Bandeira, e, às 12h41, o Esquadrão Antibombas estava em deslocamento para o local.

    O edifício fica na Avenida Marechal Camara, 150, no centro do Rio de Janeiro.

    Todos os eventos e demais atividades administrativas foram momentaneamente suspensos, segundo a comunicação da OAB-RJ.

    Edição: Kelly Oliveira

  • PCDF vai responsabilizar policiais que participaram de atos golpistas

    PCDF vai responsabilizar policiais que participaram de atos golpistas

    A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) divulgou em suas redes sociais nesta quinta-feira (12) que foi determinada a instauração de um Procedimento Apuratório Disciplinar na Corregedoria Geral de Polícia para responsabilizar os policiais civis que tenham participado dos atos antidemocráticos que aconteceram em Brasília. No domingo (8), pessoas contrárias ao resultado das eleições presidenciais de 2022 invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.

    A determinação atendeu a uma ordem do delegado-geral da PCDF, Robson Cândido. A segurança pública do Distrito Federal está sob intervenção federal desde a noite de segunda-feira e está sob o comando do interventor, Ricardo Capelli.

    Segundo as postagens da Polícia Civil, a medida faz parte de “um conjunto de ações necessárias para que, nos limites constitucionais e legais das atribuições da polícia civil, a ordem seja recuperada e reestabelecida.”

  • Operações policiais no Rio de Janeiro deixam ao menos dez mortos

    Operações policiais no Rio de Janeiro deixam ao menos dez mortos

    Três operações policiais no Rio de Janeiro deixaram ao menos dez mortos e dez feridos, nesta sexta-feira (25). As ações ocorreram no Complexo da Maré, no Morro do Juramento e em Niterói. Os feridos, dentre os quais dois policiais, foram levados para hospitais.

    Na Maré, a operação da Polícia Militar e Civil, com cães farejadores, resultou na apreensão de cerca de três toneladas de maconha. Segundo a PM, alguns homens fizeram disparos contra as equipes e houve reação. “Após estabilizar a área, três indivíduos foram encontrados feridos e houve apreensão de um fuzil, uma pistola, um revólver e duas granadas. O socorro foi feito ao Hospital Municipal Souza Aguiar”, informou a PM em nota.

    No início da operação, um policial militar ficou ferido durante confronto com os criminosos e foi encaminhado ao Hospital Federal de Bonsucesso, onde recebeu atendimento médico e apresentava quadro estável. De acordo com a PM, um homem foi encontrado morto, próximo à Avenida Brasil, que foi fechada por objetos em chamas, colocada pelos moradores, em protesto.

    Quase ao mesmo tempo, no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, outra operação policial resultou na morte de seis pessoas. A PM informou que realizava operação para reprimir o tráfico de drogas, quando foi atacada por supostos criminosos. Um deles foi encontrado próximo ao local do confronto e outros cinco morreram em uma casa, ao serem surpreendidos pelos policiais. Um policial militar foi ferido na mão.

    Em Niterói, policiais do 12º Batalhão da Polícia Militar faziam patrulhamento quando foram informados sobre disparos de arma de fogo que estariam ocorrendo na comunidade Morro do Estado, na área central do município, na madrugada de sexta-feira. Segundo a PM, houve confronto.

    “Após cerco tático e a área ser estabilizada, cinco indivíduos foram localizados feridos – três já estavam em óbito e dois foram socorridos ao Hospital Estadual Azevedo Lima – e houve apreensão de um fuzil, três pistolas, entorpecentes e um rádio comunicador”, informou a PM.

  • Polícia interdita falso cartório de notas que funcionava no Rio

    Polícia interdita falso cartório de notas que funcionava no Rio

    A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu ontem (21) quatro pessoas pelo crime de falsificação de selo ou sinal público. Elas atuavam, direta e indiretamente, em um cartório de notas que funcionava de forma irregular, em Pedra de Guaratiba, zona oeste da capital, interditado pelos agentes da Delegacia de Defraudações.

    O cartório Carioca FSP – Serviços Cartoriais informava no letreiro que fornecia soluções e facilidades. Ele funcionava no centro de Pedra de Guaratiba, na Estrada da Matriz, com letreiro grande, induzindo as pessoas ao erro. O falso cartório estava instalado há quase um ano no local.

    Durante o monitoramento, a equipe abordou um homem que saiu do falso cartório com um documento que possuía um selo de autenticação, com logomarcas de cartório de ofício.

    Após buscas, os policiais encontraram selos de autenticação verdadeiros e já assinados por escreventes do 33º Ofício de Notas, no bairro de Campo Grande, também na zona oeste, além de documentos autenticados. A notícia inicial era de que os selos seriam falsos, mas foi verificado que eram verdadeiros, comprovando-se, assim, o desvio do cartório para a atividade ilegal.

    Dois dos presos eram responsáveis pelo falso cartório e os outros dois eram escreventes do ofício de nota, que desviavam os selos.

    Após a ação dos policiais, os autores foram levados à sede da especializada, onde foram formalizados os autos de prisão em flagrante.

    “No decorrer da diligência, descobrimos que havia a participação de conivência de dois escreventes de um ofício de notas de um cartório verdadeiro que faziam essa parceria com o cartório ilegal e forneciam os selos já assinados de autenticação para eles não precisarem nem ir ao cartório. Essas pessoas que não tinham nenhum tipo de fé juramentada, de treinamento e capacitação para isso, tinham em posse selos de autenticação e autenticavam documentos de pessoas de boa fé”, afirmou o delegado Alan Luxardo, responsável pela investigação,

    Edição: Aline Leal

  • Operação investiga remessas de dinheiro ilícito ao exterior

    Operação investiga remessas de dinheiro ilícito ao exterior

    A Receita Federal, em parceria com a Polícia Civil de São Paulo, deflagrou hoje (5) a Operação Fractal. É para desmantelar um bilionário esquema de remessa de dinheiro ilícito ao exterior, feito em diversas etapas e por vários operadores. São cumpridos 52 mandados de busca e apreensão no estado de São Paulo contra operadores suspeitos de atuar no sistema.

    Até ser remetido para fora do país, por meio de operações com criptomoedas, o dinheiro passa por dezenas de empresas inidôneas, estruturadas em níveis que se assemelham a um fractal [objetos em que cada parte é semelhante ao objeto como um todo].

    Segundo informações da Receita Federal, são empresas que possuem atividades diversas que vão desde serviços odontológicos, gravação de som e de edição de música, filmagem de festas e eventos, administração de obras, serviços de pré-impressão, comércio varejista de mercadorias em geral, manutenção e reparação de máquinas e equipamentos, intermediações comerciais e lavanderias.

    Algumas dessas empresas, apesar de se denominarem “Grupo Empresarial”, possuem atividades completamente diferentes, também possuem titulares diferentes, que não têm qualquer ligação com as outras companhias, não podendo constituir um grupo de fato.

    A fraude consiste em um complexo esquema de rede de empresas fantasmas cujo objetivo é ocultar ou dissimular a origem ilícita de valores creditados em suas contas bancárias, que posteriormente são repassados a terceiros, principalmente a empresas operadoras de câmbio e de criptomoedas.

    Crime organizado

    O esquema serve, principalmente, aos interesses do crime organizado, como facções criminosas,  contrabandistas de produtos importados e qualquer um que necessite remeter valores ilícitos ao exterior, como companhias sonegadoras de tributos.

    Uma movimentação financeira de mais de R$ 4 bilhões, remetidos ao exterior entre 2021 e 2022 já foi identificada. Durante a investigação, houve compartilhamento de informações entre a Receita Federal e Polícia Civil de São Paulo, que também investigava alvos envolvidos. Participam da operação cerca de 100 servidores da Receita Federal e 200 da Polícia Civil.

    As investigações da Receita Federal tiveram início quando foi constatado que empresas “noteiras” [empresas de fachada] transferiam dinheiro decorrente do lucro da sonegação para operadoras de turismo. Posteriormente, os valores passaram a serem remetidos a empresas de “importação e exportação”, as quais não possuíam qualquer existência material.

    O fato levou o foco das investigações das “noteiras” para essas empresas de “importação e exportação”. Foi constatado que essas empresas sempre remetiam os valores recebidos para empresas “operadoras de criptoativos”. Estas, por sua vez, enviavam os valores recebidos para corretoras de câmbio, a fim de realizar operações com criptomoedas.

    Um dado comum a essas empresas de “importação e exportação” é o recebimento de dinheiro de diversas fontes espalhadas por todo território brasileiro, com muitos desses depósitos feitos em espécie e de forma fracionada.

    Também foi identificado o recebimento – em valores maiores e feitos por transferências bancárias – de empresas que atuam no comércio de produtos populares importados, sejam eles roupas, produtos eletrônicos e diversos outros artigos comercializados em centros populares. Outro fato identificado, comum a diversas dessas empresas de “importação e exportação”, é o recebimento de elevadas quantias de “padarias” e “mercadinhos”.

    Segundo a Receita, a análise das empresas de “importação e exportação”, que estão no meio do fluxo financeiro, identificou três tipos de principais remetentes de dinheiro: depósitos em espécie pulverizados por todo território nacional; atacadistas que revendem importados em comércios populares; e empresas que atuam no segmento de alimentação, como padarias e mercadinhos.

    Os depósitos em espécie não possuem origem, no entanto, muitos são de pequenos comerciantes de importados que moram em diversas regiões do Brasil. Os atacadistas formam uma intrincada rede, uma vez que recebem de outros atacadistas que recebem em espécie de pequenos comerciantes de importados, fazendo com que o esquema se assemelhe a um fractal.

    Os valores de padarias e mercadinhos estão relacionados ao comércio ilegal de ticket alimentação, que financia o crime organizado, visto que valores do tráfico de drogas, por exemplo, recebidos em espécie, são “transformados” em cartões de ticket alimentação, pela compra, em espécie, do ticket alimentação do trabalhador.

    Esses tickets são posteriormente debitados em “padarias” e “mercadinhos” fictícios (muitas vezes também em diversos níveis, passando de uma padaria para outra) que irão transferir esses valores para as empresas de importação e exportação.

    *Com informações da Receita Federal

  • Presos suspeitos de integrar quadrilha que assaltou bancos no Rio

    Presos suspeitos de integrar quadrilha que assaltou bancos no Rio

    Uma ação conjunta da Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal prendeu ontem (26) dois homens acusados de assaltar empresas de transporte de valores e caixas eletrônicos no Rio de Janeiro. Um dos detidos seria membro de uma organização criminosa responsável pelas recentes explosões em agências bancárias em Niterói, São Gonçalo, Vila Isabel, Taquara e São João de Meriti.

    A 2ª Vara Criminal de Bangu havia expedido mandado de prisão por roubo majorado contra ambos os presos, e agentes da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas (Delepat/PF/RJ) e da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF/PCRJ) localizaram e prenderam um dos acusados, de 20 anos de idade, no bairro de Copacabana, por volta das 14h30 de ontem.

    A outra prisão ocorreu às 16h, quando agentes da DRF encontraram o outro acusado, de 33 anos de idade, na Ilha do Governador. As investigações o apontam como integrante do grupo responsável pela recente onda de explosões em agências bancárias na modalidade chamada Novo Cangaço, que atua com vários fuzis e veículos. Ele teria participado de três desses ataques, segundo a Polícia Federal.

  • SP: Polícia Civil analisa imagens e ouve testemunhas de desabamento

    SP: Polícia Civil analisa imagens e ouve testemunhas de desabamento

    A Polícia Civil está analisando imagens e ouvindo testemunhas para identificar as causas do desabamento que matou nove pessoas nesta terça-feira (20), em Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo. As investigações estão sendo conduzidas pela Delegacia de Itapecerica da Serra.

    Ontem, uma arquibancada desabou na empresa de contêineres Multiteiner, provocando a morte de nove pessoas e deixando 31 feridas. Destas, 28 foram encaminhadas aos prontos-socorros de Jacira, Geral de Itapecerica e Central de Itapecerica. O candidato a deputado estadual Jonas Donizette, do Solidariedade, foi um dos que se feriram no acidente.

    Segundo relatos, o auditório que desabou ficava em uma espécie de mezanino. O Corpo de Bombeiros empregou 80 agentes nos trabalhos de busca e resgate no local.

  • Violência política: Presidente do TSE se reúne com conselho de chefes de Polícia Civil

    Violência política: Presidente do TSE se reúne com conselho de chefes de Polícia Civil

    O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, se reuniu hoje (20) com integrantes do Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil.

    No início deste mês, o TSE criou um núcleo de inteligência para combater a violência política nas eleições de outubro.

    O grupo será responsável pela coleta de dados e o processamento de informações de segurança pública durante o pleito.

    O núcleo é composto por Alexandre de Moraes, três representantes do tribunal e três representantes  do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares (CNCG).

    Em agosto, Moraes também se reuniu com os comandantes gerais das polícias militares.

    Segundo o TSE, a segurança das eleições foi discutida durante o encontro com os delegados. Além do relato da situação de cada estado, a possibilidade da restrição e fiscalização do porte de armas por caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) durante o período eleitoral também foi abordada. Os delegados também terão representantes no núcleo de inteligência.

    Matéria atualizada às 21h28 para acréscimo de informações.

    Edição: Bruna Saniele