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  • Novo Reajuste do Salário Mínimo 2025: Entenda as regras e impactos no seu bolso

    Novo Reajuste do Salário Mínimo 2025: Entenda as regras e impactos no seu bolso

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que estabelece um teto para o reajuste do salário mínimo no Brasil. A partir de 2025 e até 2030, o aumento real será limitado a 2,5% acima da inflação. A medida faz parte do pacote de cortes de gastos do governo federal e foi aprovada pelo Congresso Nacional no final de 2024.

    Com a nova política, o salário mínimo para 2025 está previsto em R$ 1.518, um acréscimo de R$ 106 em relação ao valor atual, que é de R$ 1.412. No entanto, o montante final ainda precisa ser oficializado por meio de decreto presidencial.

    Como funciona o novo reajuste do salário mínimo?

    Salário mínimo de 2025 será de R$ 1.518 com novas regras sancionadas por Lula
    Salário mínimo de 2025 será de R$ 1.518 com novas regras sancionadas por Lula (Por: Marcello Casal JrAgência Brasil)

    A regra estabelece que o reajuste será calculado pela soma da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) até novembro do ano anterior e do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

    A principal mudança está no teto de aumento real, que será limitado a até 2,5% do crescimento do PIB. Por exemplo, em 2023, o PIB cresceu 3,2%. Segundo a regra anterior, o reajuste seria baseado nesse valor total. Agora, com o novo teto, o reajuste considerará apenas 2,5%.

    Essa alteração reduz o impacto fiscal e alinha o reajuste ao arcabouço fiscal, conjunto de regras que limita o crescimento das despesas públicas.

    Quando o novo Salário Mínimo 2025 será pago?

    Os trabalhadores receberão o salário mínimo reajustado entre o final de janeiro e o início de fevereiro de 2025, correspondente aos dias trabalhados em janeiro.

    Impacto na economia e nas contas públicas

    De acordo com o governo federal, a nova política deve gerar uma economia de cerca de R$ 15,3 bilhões nos próximos cinco anos. Esse ajuste é crucial, considerando que cada R$ 1 de aumento no salário mínimo resulta em um acréscimo de R$ 392 milhões aos gastos públicos, principalmente em programas como a Previdência Social e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

    Pelas regras anteriores, o salário mínimo de 2025 seria de R$ 1.528, mas o teto imposto pela nova legislação reduziu esse valor para R$ 1.518.

    O que muda para os trabalhadores?

    A nova regra garante uma valorização acima da inflação, mas com um limite que controla aumentos excessivos. Isso significa que o salário mínimo continuará protegendo o poder de compra, mas com menor impacto nas contas públicas.

    Trabalhadores e beneficiários de programas sociais, como aposentados e pensionistas, serão os mais diretamente afetados. Apesar de o aumento ser menor, o governo afirma que a medida visa equilibrar os benefícios com a sustentabilidade fiscal.

    Objetivo do novo teto de reajuste

    O governo destaca que a medida busca alinhar a valorização do salário mínimo às condições fiscais do país. A introdução de um teto para o aumento real tem o objetivo de conter gastos obrigatórios, permitindo maior controle sobre o orçamento público.

    A política visa também evitar pressões inflacionárias e criar um cenário de maior previsibilidade para a economia.

    Por que o reajuste é limitado a 2,5%?

    O teto de 2,5% reflete uma estratégia de equilíbrio entre a valorização do salário e o impacto fiscal. Este valor é considerado suficiente para garantir ganho real aos trabalhadores sem comprometer o orçamento público.

    A medida, no entanto, foi alvo de críticas, especialmente de setores sindicais, que argumentam que o novo limite pode reduzir o poder de compra dos trabalhadores a longo prazo.

    Próximos passos do Salário Mínimo 2025

    O valor oficial do salário mínimo será publicado em decreto presidencial nos próximos dias. Especialistas recomendam que os trabalhadores fiquem atentos às atualizações para entender como o reajuste impactará seus rendimentos.

    Se você deseja mais informações sobre como o salário mínimo afeta a economia, confira outras análises no nosso site.

  • Cadeia da Soja e Biodiesel mostra resiliência com PIB estimado em R$ 598,4 bilhões

    Cadeia da Soja e Biodiesel mostra resiliência com PIB estimado em R$ 598,4 bilhões

    Um levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), revelou um cenário de melhora na renda real da cadeia da soja e do biodiesel no terceiro trimestre de 2024. Apesar da estimativa de queda de 11,48% na renda real, a retração foi amenizada graças à recuperação nos preços ao longo do período. Com isso, o PIB da cadeia poderá atingir R$ 598,4 bilhões neste ano, superando o nível pré-pandemia e representando 23,2% do PIB do agronegócio e 5,1% do PIB nacional em 2024.

    A recuperação de preços foi impulsionada por uma demanda aquecida, tanto no mercado interno quanto no externo. Apesar disso, a queda no PIB da cadeia da soja e do biodiesel, projetada em 6,00% em 2024, permanece. Esse resultado é reflexo da quebra da safra da soja, que levou a um recuo de 13,53% no PIB do segmento primário em comparação a 2023. Por outro lado, o desempenho robusto da indústria de insumos (+3,98%) e do segmento pós-porteira (+1,07%), com destaque para o biodiesel (+23,23%), contribuiu para mitigar os impactos negativos. Segundo pesquisadores do Cepea e da Abiove, embora com PIB em queda, a cadeia da soja e do biodiesel ainda irá agregar o segundo maior volume de sua história.

    Mercado de trabalho

    A estimativa para o terceiro trimestre aponta uma redução de 2,64% no número de trabalhadores da cadeia, totalizando 2,23 milhões de ocupados. Apesar disso, a cadeia manteve sua relevância no mercado de trabalho, empregando 9,41% dos trabalhadores do agronegócio e 2,17% da força de trabalho da economia brasileira. O segmento de agrosserviços apresentou uma queda de 5,24% na ocupação, enquanto os segmentos de insumos (+3,48%), primário (+1,67%) e a agroindústria (18,13%) mostraram crescimento.

    Comércio exterior

    O valor das exportações da cadeia da soja e do biodiesel no terceiro trimestre de 2024 foi de US$ 13,91 bilhões, uma queda de 12,57% em relação ao mesmo período de 2023. O volume exportado cresceu 1,36%, enquanto os preços médios de exportação recuaram 13,74%, pressionados pela maior oferta global de soja e condições climáticas favoráveis em grandes produtores como EUA e Rússia. A China se manteve como o principal destino, absorvendo 75,21% das exportações de soja, 22,97% das exportações de óleo e 46,24% do total exportado de biodiesel, glicerol e proteína de soja. A União Europeia e o Sudeste Asiático também se destacaram.

  • PIB do agronegócio deve crescer em 2025, mas desafios internos e externos preocupam o setor

    PIB do agronegócio deve crescer em 2025, mas desafios internos e externos preocupam o setor

    O agronegócio brasileiro segue como motor da economia nacional e deve apresentar crescimento robusto em 2025, com projeções de alta de até 5% no Produto Interno Bruto (PIB) do setor. O otimismo, no entanto, vem acompanhado de alertas importantes sobre os desafios internos e externos, conforme destaque da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (11).

    Segundo a CNA, o crescimento do PIB será impulsionado pelo aumento da produção primária agrícola, especialmente na safra de grãos, que deve atingir o recorde de 322,53 milhões de toneladas, alta de 8,2% em relação ao ciclo anterior. A receita agrícola deve totalizar R$ 937,55 bilhões, reflexo da recuperação da produtividade após a quebra de safra em 2024.

    A pecuária também apresenta perspectivas positivas. O Valor Bruto da Produção (VBP) da pecuária deve crescer 9,2%, alcançando R$ 495,13 bilhões, com destaque para a bovinocultura de corte, que deve registrar alta de 20,9% nos preços. O segmento de leite, por outro lado, prevê crescimento modesto de 1,5%, enquanto a produção de carne bovina deve cair 3,3%, com impacto no consumo interno.

    Cenário externo: barreiras geopolíticas e barreiras comerciais

    No mercado internacional, o agronegócio enfrentará um desafio ambiental em 2025. Apesar dos avanços nas negociações do acordo Mercosul-União Europeia, medidas como a Lei Antidesmatamento (EUDR) continuam a gerar prejuízos comerciais, com boicotes anunciados por empresas europeias a produtos brasileiros.

    A China, maior parceiro comercial do Brasil, enfrenta uma desaceleração econômica, mas dependente das exportações agrícolas brasileiras, especialmente de grãos. Já os Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, prometem movimentar o cenário global com políticas que podem impactar as relações cambiais e comerciais.

    Câmbio e Selic pressionam custos de produção

    A valorização do dólar, ao mesmo tempo em que favorece as exportações de commodities, eleva os custos de insumos importados, como fertilizantes e pacotes tecnológicos, instruções ainda mais a rentabilidade dos produtores brasileiros. Além disso, a manutenção da taxa Selic em níveis elevados, projetada para fechar 2025 em 13,50%, deve restringir o acesso ao crédito rural, prejudicando especialmente os pequenos e médios produtores.

    A CNA alerta para os desafios no orçamento público destinado à política agrícola em 2025. O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), com orçamento previsto de R$ 1,06 bilhões, está aquém da demanda do setor, estimado em R$ US$ 4 bilhões. Propostas como o Projeto de Lei 2.951/2024 buscam modernizar o sistema de segurança agrícola, mas o financiamento ainda é uma questão pendente.

    Questões ambientais também seguem como prioridade. A análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a implementação do Código Florestal exigem avanços estruturais para comprovar a sustentabilidade da produção brasileira, especialmente diante das barreiras climáticas impostas por parceiros comerciais.

    Infraestrutura e logística: apostas para 2025

    O avanço da infraestrutura será crucial para o agronegócio em 2025. Projetos como a Ferrovia Transnordestina e o lançamento do Marco Regulatório dos Rios prometem melhorar a logística de escoamento, mas dependem de liberações jurídicas e investimentos consistentes.

    Apesar de um 2024 marcado por desafios, como o ciclo de aperto e pressão inflacionária, o agronegócio mostrou resiliência. O Valor Bruto da Produção (VBP) deste ano deve atingir R$ 1,34 trilhão, e as exportações deverão fechar o ano em cerca de US$ 166 bilhões, mantendo o setor como protagonista da economia brasileira.

    Para 2025, as expectativas permanecem positivas, mas exigiram planejamento estratégico, eficiência produtiva e diálogo com o mercado internacional para superar os desafios e manter a competitividade do Brasil como um dos principais players do agronegócio mundial.

  • Entre 2010 e 2023, PIB do agro paulista cresceu 1,81%

    Entre 2010 e 2023, PIB do agro paulista cresceu 1,81%

    O PIB do agronegócio do estado de São Paulo foi de R$ 609,7 bilhões em 2023, representando 18,9% do PIB total do estado, 5,6% do PIB total brasileiro e 23,6% do PIB do agronegócio brasileiro. Esses dados são calculados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com Departamento de Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Deagro).

    O setor manteve em 2023 sua característica mais marcante: ser baseado sobretudo nos segmentos “fora da porteira”. As agroindústrias de insumos e processamento representaram 39,4% (R$ 240 bilhões) e os agrosserviços, 45,8% (R$ 279,5 bilhões) do PIB do setor, ao passo que a agropecuária representou 14,8% (R$ 90,2 bilhões). Com isso, o setor manteve-se como grande exportador de produtos agropecuários industrializados e de insumos agropecuários para o resto do Brasil – além de se posicionar como grande exportador de diversos produtos para o resto do mundo.

    PIB do agronegócio de São Paulo cresce pouco desde 2010

    Entre 2010 e 2023, cálculos do Cepea e do Deagro/Fiesp mostram que o crescimento do PIB do agronegócio (medido pela perspectiva da renda real) foi modesto, de apenas 1,81% – o valor monetário total evoluiu de R$ 599 milhões para R$ 609,7 bilhões, a preços de 2023.

    De acordo com pesquisadores do Cepea, o pequeno crescimento esteve atrelado ao aumento de 3,4% no volume agregado, com redução de 1,6% nos preços relativos. Então, em 2023, a produção superava a de 2010, mas as condições de preços estavam menos favoráveis ao setor. Mas esse crescimento em volume foi relativamente baixo no setor: o agronegócio brasileiro avançou 19,1%; a economia brasileira, 14,7% e a economia paulista, 7,7% no mesmo período.

  • Mercado eleva previsão do PIB para 3,39% em 2024

    Mercado eleva previsão do PIB para 3,39% em 2024

    O mercado financeiro trabalha com expectativas de alta em todos os índices que compõem o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (9) pelo Banco Central. No caso do Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil), a previsão é de que a economia do país crescerá 3,39% em 2024.

    Para os anos subsequentes (2025 e 2026), a expectativa é de crescimento de 2%. No boletim da semana passada, o mercado previa que o PIB brasileiro fecharia o ano corrente com um crescimento de 3,22%. Há quatro semanas, a previsão era de que o país cresceria 3,1%.

    No segundo trimestre do ano, o PIB surpreendeu, subindo 1,4% em comparação com o primeiro trimestre. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação com o segundo trimestre de 2023, a alta ficou em 3,3%.

    IPCA, dólar e Selic

    Expectativas de alta também para a inflação, para a Selic e para a cotação do dólar. Para o mercado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, considerado a inflação oficial do país) deve fechar 2024 em 4,84%, percentual acima da previsão divulgada na semana passada (4,71%) e há quatro semanas (4,62%). Para 2025 e 2026, e expectativa é de que a inflação do país fique em 4,59% e 4%, respectivamente.

    Já a taxa básica de juros apresentou alta de 0,25 ponto percentual nas expectativas do mercado, passando de 11,75% para 12%. Quando o Copom aumenta a taxa Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

    No entanto, os bancos consideram outros fatores, além da Selic, na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

    Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

    Com relação à moeda norte-americana, as projeções do mercado financeiro para a cotação ao final do ano passaram de R$ 5,70, na semana passada, para R$ 5,95. Há quatro semanas, o mercado trabalhava com a expectativa de o dólar fechar o ano a R$ 5,55. Para 2025, o mercado projeta que a moeda feche o ano valendo R$ 5,77; e para 2026, as projeções são de que o dólar fique cotado a R$ 5,73.

  • PIB do Brasil é destaque do G20, mas nível de investimento preocupa

    PIB do Brasil é destaque do G20, mas nível de investimento preocupa

    O Brasil teve o quarto maior crescimento econômico no terceiro trimestre de 2024 entre os países do G20 que já divulgaram o resultado do período. O G20 reúne as 19 maiores economias do mundo mais as uniões Europeia e Africana. De acordo com o Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado na terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expansão ante o segundo trimestre foi de 0,9%.

    Apesar do destaque no ranking de crescimento, especialistas ouvidos pela Agência Brasil defendem o aumento da produtividade e do nível de investimentos para que o desempenho positivo do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país) não seja apenas um “voo da galinha”, ou seja, não duradouro.

    Um levantamento feito pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda mostra que o desempenho trimestral da economia brasileira fica atrás apenas do da Indonésia (+1,5%), Índia (+1,3%) e do México (1,1%), se igualando à expansão da China (+0,9%). O ranking mostra que o país supera nações como os Estados Unidos (+0,7%), a França (+0,4%), Alemanha (+01%) e o Reino Unido (+0,1).

    Comparando o terceiro trimestre de 2024 com o mesmo período de 2023, o Brasil também apresenta a quarta maior expansão, com um salto de 4%, ficando atrás apenas da Índia (5,4%), Indonésia (5%) e China (4,6%). Os Estados Unidos, maior economia do mundo, são o sétimo colocado, com alta do PIB de 2,7%.

    “Realmente esse crescimento está sendo forte não só no terceiro trimestre, mas ao longo do ano”, destaca a economista Juliana Trece, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).

    Brasília (DF), 04/12/2024 - Arte para a matéria PIB de países do G20. Arte/Agência Brasil

    Expectativa revista

    Com o resultado brasileiro no terceiro trimestre de 2024 tido como surpreendente, a SPE afirma que a projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB deste ano, atualmente em 3,3%, “deverá ser revisada para cima”.

    Já o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central a partir da projeção de instituições financeiras, estima que o PIB crescerá 3,22% este ano. Há quatro semanas, a projeção era de 3,10%.

    De acordo com o professor adjunto de economia Caio Ferrari, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a expansão do PIB não será suficiente para o país subir no ranking global de economias. Ele cita que os países que antecedem o Brasil são o Canadá (nono) e a Itália (oitavo).

    “O Canadá vive um momento bom economicamente, inflação baixa e aumento da imigração. A Itália vive um momento um pouco mais complicado, com desafios como alto endividamento, mas a diferença do tamanho da produção gira em torno de US$ 200 bilhões [R$ 1,2 trilhão]. Então, pelo menos no curto prazo, o crescimento do Brasil não vai permitir alcançar essas economias”, avalia.

    “Outro ponto é que o crescimento acumulado no último ano, que gira em torno de 4%, é próximo da média de economias em desenvolvimento como o Brasil, ou seja, o país se expande, mais ou menos, no ritmo que países parecidos crescem”, completa.

    Necessidade de investimentos

    A economista Juliana Trece pondera que o Brasil tem um grande desafio para manter trajetória de crescimento no ranking global. “A gente acaba sempre enfrentando uma barreira na comparação internacional relacionada à nossa taxa de investimento.”

    De acordo com o IBGE, a taxa de investimento brasileira no terceiro trimestre ficou em 17,6%, o que representa um crescimento em relação à observada no mesmo período do ano anterior (16,4%).

    Brasília (DF), 04/12/2024 - Economista Juliana Trece, do Ibre-FGV. Foto: FGV/Divulgação

    Economista Juliana Trece avalia que taxa de investimento do Brasil ainda é baixa – FGV/Divulgação

    “Subiu, mas, se comparar com outros países, ainda é uma taxa muito baixa. Na América Latina, por exemplo, está em torno de 21%”, explica a coordenadora do Monitor do PIB da FGV, estudo que busca adiantar dados sobre o comportamento da economia brasileira.

    Ela acrescenta que o Brasil enfrenta a perspectiva de aumento da taxa básica de juros (Selic) em 2025, “e isso afeta exatamente o investimento”.

    A Selic é um instrumento do Banco Central para, principalmente, controlar a inflação. Taxa alta é sinônimo de freio na atividade econômica, o que tem potencial de conter aumento de preços, mas, por outro lado, desestimula investimentos e a criação de emprego e renda.

    Atualmente a taxa está em 11,25% ao ano. A expectativa do Focus é que os juros básicos terminem 2025 em 12,63% ao ano.

    Ao apontar motores da economia brasileira, o professor Caio Ferrari cita o agronegócio voltado à exportação, “a desvalorização do câmbio ajuda a tornar as exportações brasileiras mais competitivas”, e a demanda gerada pelos gastos crescentes do governo.

    Mas ele ressalta que, para a trajetória de crescimento se mostrar sustentável, é preciso que a capacidade de produção da economia se expanda, em vez de depender de aumento de exportações e de demanda impulsionada por gastos do governo.

    “Uma expansão do lado da formação de capital fixo [investimentos] seria um indicativo mais confiável de que o crescimento seria mais perene ou de longo prazo”, afirma.

    “O principal desafio da economia brasileira está no ganho de produtividade e, nesse quesito, os dados mostram, na verdade, uma piora nos últimos anos desde a crise política que já vai completar dez anos em breve”, complementa Caio Ferrari, citando a crise que terminou no impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016.

    Qualidade de vida

    Juliana Trece, da FGV, avalia que, para o crescimento do PIB se refletir em melhoria de qualidade de vida da população, é preciso também que o país caminhe para reduzir desigualdades. Ela cita os programas de transferência de renda do governo, como o Bolsa Família. “São fundamentais e muito importantes.” Mas aponta que há ainda outras formas de diminuir disparidades.

    “Uma das melhores formas de mexer na estrutura da desigualdade é mexer na educação. Isso é bom não só para a qualidade de vida, tem reflexo na economia, na produtividade”, ressalta.

    “É algo muito importante para pensar a sustentabilidade no crescimento e dessa melhora da qualidade de vida”, emenda.

    A economista acrescenta que um dos problemas é o fato de investimento em educação não apresentar efeitos imediatos.

    “Tem que começar a investir agora e daqui a dez, 15 anos essa população com maior tempo de educação de mais qualidade vai começar a chegar no mercado de trabalho, e aí você vai conseguir ver melhoras”, explica Juliana Trece.

    Ela acrescenta que, mesmo no “ambiente delicado” de nível de gastos do governo, “investir em educação não é custo”. “É realmente um investimento para ter um país mais sólido”, considera.

    Economia real

    A divulgação do PIB positivo contrastou com o resultado negativo do principal índice teórico do mercado financeiro, o Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), que pode ser entendido como uma média do comportamento das ações das principais empresas listadas na B3. Enquanto a economia brasileira cresce 3,3% de janeiro a setembro, o Ibovespa fechou novembro com queda de 6,35% no ano.

    Juliana Trece explica que isso tem a ver com o fato de que a bolsa se baseia mais em expectativas, que envolvem outras variáveis além do PIB.

    Ela cita que na economia real o Brasil tem taxa de desemprego nas mínimas históricas – 6,2% no trimestre encerrado em outubro – porém pressão inflacionária e subida provável de juros, que acabam sendo ruins para a atividade econômica.

    Ela lembra ainda que o chamado “mercado” – ambiente de negociação formado por grandes investidores e especuladores, que atuam na compra e venda de ativos (ações, moedas, títulos públicos, etc.) – encontrou “ruído” no pacote de corte de gastos apresentado pelo governo na semana passada.

    “A sensação é que [os cortes] poderiam ser maiores, teve todo um ruído com a declaração sobre a isenção de Imposto de Renda para [quem recebe] até R$ 5mil. Então acaba gerando essa incerteza”, detalha.

    O governo tem defendido que a perda de arrecadação proporcionada pela isenção será compensada por maior taxação de pessoas que recebem mais de R$ 50 mil por mês.

    Rio de Janeiro 04/12/2024 Caio Ferrari, professor de economia da Uerj - divulgação arquivo pessoal.

    Caio Ferrari, professor da Uerj, defende a expansão da capacidade de produção da economia – Divulgação/Arquivo pessoal

    O professor Caio Ferrari enxerga que há um pouco de “temeridade” do mercado com o resultado, que é bastante puxado por gastos do governo.

    “Com o desafio fiscal que o governo tem pela frente, os cortes de gastos e aumentos de impostos que têm que vir no futuro diminuem um pouco do otimismo para uma trajetória de crescimento sustentável. Em resumo, o receio é que o resultado positivo de hoje em dia seja apenas um ‘voo de galinha’”, avalia.

    No Congresso

    O pacote de corte de gastos que limita o aumento real do salário mínimo e cria restrições para acesso ao Bolsa Família e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC, que garante um salário mínimo para idosos e pessoas com deficiência de baixa renda) foi enviado pelo governo à Câmara dos Deputados. A intenção do Executivo federal é votar o texto ainda em 2024.

  • Mato Grosso lidera crescimento econômico no Centro-Oeste, com alta de 10,4% no PIB em 2022

    Mato Grosso lidera crescimento econômico no Centro-Oeste, com alta de 10,4% no PIB em 2022

    O Mato Grosso se destacou como um dos motores da economia brasileira em 2022. Segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado registrou um crescimento de 10,4% no Produto Interno Bruto (PIB), ficando atrás apenas de Roraima (11,3%) no ranking nacional.

    O desempenho expressivo do Mato Grosso se deve, em grande parte, à força do agronegócio, que, apesar de apresentar uma leve queda em volume (1,1%), continua sendo um dos principais pilares da economia estadual.

    Além do agronegócio, as indústrias de transformação, outros serviços e o comércio também contribuíram significativamente para o crescimento do PIB mato-grossense.

    Setores que mais cresceram em Mato Grosso

    Industria mt
    Foto: Christiano Antonucci/ Secom-MT

    No Brasil, os serviços foram o setor que mais cresceu em 2022, com alta de 4,3%. A indústria também apresentou crescimento, de 1,5%, enquanto a agropecuária registrou queda de 1,1%.

    O forte desempenho do Mato Grosso em 2022 demonstra a resiliência da economia estadual e sua capacidade de superar desafios.

    O crescimento do PIB é resultado de um conjunto de fatores, como a valorização das commodities, a expansão da produção agrícola e a diversificação da economia.

    Recuperação da economia brasileira

    A alta do PIB em Mato Grosso reflete a recuperação da economia brasileira como um todo.

    De acordo com a gerente de Contas Regionais do IBGE, Alessandra Poça, o crescimento do PIB pelo segundo ano consecutivo indica que o país está se recuperando dos efeitos da pandemia da Covid-19.

    Desempenho dos demais estados

    Entre os 27 estados brasileiros, 24 registraram crescimento do PIB em 2022. Além de Mato Grosso e Roraima, o Piauí (6,2%) e Tocantins (6%) também se destacaram com altas significativas. Por outro lado, Rio Grande do Sul (-2,6%), Espírito Santo (-1,7%) e Pará (-0,7%) foram os únicos estados que registraram queda no PIB no período.

  • Economia cresceu 0,8% em setembro; 3º tri tem alta de 1,1%, aponta BC

    Economia cresceu 0,8% em setembro; 3º tri tem alta de 1,1%, aponta BC

    A atividade da economia brasileira apresentou alta de 0,8%, em setembro na comparação com agosto, segundo os dados do Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) divulgado hoje (14) pelo Banco Central. O IBC-Br é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).

    O resultado veio após o aumento em agosto. Na passagem de julho para agosto, o IBC-Br apontou um crescimento de 0,2% na economia brasileira. Os dados são dessazonalizados, ou seja, são retiradas variações que acontecem em determinados momentos do ano.

    Os dados do IBC-Br mostram ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o índice teve alta de 5,1% em setembro.

    Ainda de acordo com o BC, a atividade econômica do Brasil apresentou alta de 1,1% no período compreendido entre julho e setembro deste ano. Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, a alta registrada foi de 4,7%.

    No acumulado em 12 meses o índice apresentou um avanço de 3%. No ano, o índice já acumula alta de 3,3%.

    O IBC-Br é visto como uma prévia do Produto Interno Bruto, que é calculado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice acompanha mês a mês a atividade econômica e antecipa possíveis pressões inflacionárias.

    No dia 3 de dezembro, o IBGE divulgará os números do PIB do terceiro trimestre. No segundo trimestre, entre abril e junho, a economia brasileira expandiu 1,4% na comparação com o primeiro trimestre deste ano.

  • Mercado financeiro estima inflação de 4,62% em 2024

    Mercado financeiro estima inflação de 4,62% em 2024

    As expectativas do mercado financeiro relacionadas a inflação e câmbio estão em alta. Já as relativas ao Produto Interno Bruto (PIB) e a taxa básica de juros (Selic) permanecem estáveis, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (11) pelo Banco Central.

    No caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), considerado a inflação oficial do país, o boletim apresenta expectativas de alta há seis semanas, chegando a 4,62% para o fechamento de 2024. Há uma semana, a expectativa era de que o ano fecharia com uma inflação de 4,59%. Há quatro semanas, a previsão era 4,39%.

    Para 2025, as expectativas apresentadas no boletim semanal é de que o ano feche com uma inflação de 4,1%, acima das projeções apresentadas nas últimas quatro semanas, que variaram de 3,96% a 4,03%. O mercado projeta, para 2026, que o ano fechará com um IPCA de 3,65%. É a segunda semana seguida de alta.

    A estimativa para 2024 mantém-se acima do teto da meta de inflação a ser perseguida pela autoridade monetária, de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

    A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua fixado em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

    Câmbio e PIB

    As expectativas relacionadas ao valor do dólar aumentou pela quarta semana consecutiva, chegando a R$ 5,55. Há uma semana, o mercado financeiro projetava que a moeda norte-americana fecharia 2014 custando R$ 5,50; e há quatro semanas, R$ 5,40. Para os anos subsequentes, o mercado projeta que o dólar fechará cotado a R$ 5,48 em 2025; e R$ 5,40 em 2026.

    As previsões para o crescimento do país permanecem estáveis, o que era de certa forma esperado, uma vez que já estamos em novembro. Com isso, o mercado financeiro mantém em 3,10% as expectativas de crescimento do PIB, que é a soma de todas as riquezas produzidas no país. Para 2025 e 2026, as expectativas são de crescimento de 1,94% e 2%, respectivamente.

    Selic

    Também se mantém estável as expectativas do mercado financeiro para a taxa básica de juros (Selic) ao final do ano, em 11,75%. Este percentual tem se mantido estável há seis semanas consecutivas. Para 2025, é esperado que o ano feche com uma Selic de 11,5%; e para 2026, em 10%.

  • Em semana de Copom, mercado eleva previsões para taxa de juros

    Em semana de Copom, mercado eleva previsões para taxa de juros

    Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam pelo aumento da taxa básica de juros, a Selic, para 11,25% ao ano, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta terça-feira (5) e quarta-feira (6).

    A previsão está no Boletim Focus desta segunda-feira (4), pesquisa divulgada semanalmente pelo BC com a expectativa para os principais indicadores econômicos. Os analistas de mercado também elevaram a estimativa para a taxa básica para os próximos anos.

    Na reunião de setembro, o Copom elevou a Selic pela primeira vez em mais de dois anos, para 10,75% ao ano, diante da alta recente do dólar e das incertezas em torno da inflação.

    A última alta dos juros ocorreu em agosto de 2022, quando a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. Após passar um ano nesse nível, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano.

    Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 11,75% ao ano. Depois do encontro desta semana, o Copom vai se reunir mais uma vez este ano, em 10 e 11 de dezembro.

    Para o fim de 2025, a estimativa para a taxa básica subiu de 11,25% ao ano para 11,5% ao ano. Para 2026 e 2027, o mercado prevê que a taxa seja reduzida, mas elevou o seu nível em 0,25 ponto percentual para os dois anos, para 9,75% ao ano e 9,25% ao ano, respectivamente.

    Inflação

    A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação.

    Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

    Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

    Pela quinta semana consecutiva, a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu, passando de 4,55% para 4,59% este ano. Se confirmado, o IPCA estoura o teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

    Para 2025, a projeção da inflação também subiu de 4% para 4,03%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,61% e 3,5%, respectivamente.

    A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo CMN, a meta é de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

    A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua e, assim, o CMN não precisará mais definir uma meta de inflação a cada ano. O colegiado fixou o centro da meta contínua em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

    Em setembro, puxado principalmente pela conta de energia elétrica das residências, a inflação no país foi de 0,44% após o IPCA ter registrado deflação de 0,02% em agosto. De acordo com o IBGE, em 12 meses o IPCA acumula 4,42%.

    PIB e câmbio

    A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano também subiu de 3,08% para 3,1%. No segundo trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país) surpreendeu e subiu 1,4% em comparação com o primeiro trimestre. De acordo com o IBGE, na comparação com o segundo trimestre de 2023, a alta foi de 3,3%.

    Para 2025, a expectativa para o PIB é de crescimento de 1,93%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro estima expansão do PIB também em 2%, para os dois anos.

    Em 2023, também superando as projeções, a economia brasileira cresceu 2,9%, atingindo R$ 10,9 trilhões, de acordo com o IBGE. Em 2022, a taxa de crescimento havia sido de 3%.

    A previsão de cotação do dólar está em R$ 5,50 para o fim deste ano. No fim de 2025, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,43.