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  • Pesquisadores de Mato Grosso desenvolvem biocurativo inovador para tratamento de feridas

    Pesquisadores de Mato Grosso desenvolvem biocurativo inovador para tratamento de feridas

    Uma pesquisa inovadora, financiada pelo Governo do Estado de Mato Grosso, está desenvolvendo um biocurativo fitoterápico que promete revolucionar o tratamento de feridas. O projeto, coordenado pelo pesquisador André Henrique Furtado Torres da empresa Biolife Hub Ltda, utiliza o óleo de copaíba associado à melatonina, um hormônio com propriedades antioxidantes e imunoestimulantes.

    O protótipo do biocurativo já passou por testes in vivo e apresentou resultados promissores, demonstrando eficácia na cicatrização de feridas. A combinação do óleo de copaíba, conhecido por suas propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias, com a melatonina, que regula o sistema imunológico, cria uma sinergia que acelera o processo de cicatrização e previne infecções.

    O diferencial do novo biocurativo está na forma como as substâncias ativas são liberadas. Ao invés de serem liberadas de forma instantânea, o óleo de copaíba e a melatonina são liberados gradualmente no local da ferida, garantindo um tratamento prolongado e eficaz.

    “As feridas na pele são muito comuns e podem impactar significativamente a qualidade de vida das pessoas. Nosso objetivo é oferecer uma alternativa mais eficaz e acessível para o tratamento dessas lesões”, explica o pesquisador André Torres.

    Solução de Mato Grosso para um problema global

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    O tratamento de feridas representa um grande desafio para os sistemas de saúde em todo o mundo, gerando altos custos e impactando a qualidade de vida dos pacientes. O biocurativo desenvolvido em Mato Grosso tem o potencial de transformar esse cenário, oferecendo uma solução mais eficaz e econômica.

    “O óleo de copaíba é uma matéria-prima abundante e de baixo custo no Brasil, o que torna esse projeto ainda mais promissor”, destaca Torres. “Além de beneficiar os pacientes, a produção desse biocurativo pode gerar empregos e impulsionar a economia local.”

    A equipe de pesquisa agora trabalha para otimizar a formulação do biocurativo e realizar novos testes clínicos. A expectativa é que o produto possa ser disponibilizado no mercado em breve, oferecendo uma nova opção de tratamento para pacientes com feridas crônicas e agudas.

  • Produção local pode melhorar alimentação em centros urbanos

    Produção local pode melhorar alimentação em centros urbanos

    Oito em cada dez adultos (78,6%) que vivem em capitais brasileiras mantinham, em 2023, uma alimentação sem a quantidade mínima de frutas, legumes e verduras recomendada, índice que poderia melhorar com o fomento à produção na zona urbana. Esse é um dos alertas feitos por especialistas do Instituto Escolhas e da Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

    Em publicação nessa quinta-feira (26), os pesquisadores lembram que a porção diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 400 gramas dessa classe de alimentos, essenciais para manter a saúde em dia. Segundo o estudo, menos de um quinto (19%) dos produtos alimentícios adquiridos pelos domicílios (pessoa/ano/kg) foi de frutas, legumes e verduras em 2018. Foram utilizados dados da Vigitel Brasil 2023 – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, do Ministério da Saúde, para dimensionar o contexto atual.

    Alimentos mais saudáveis têm sido substituídos por ultraprocessados, que contêm aditivos químicos e representam risco à saúde, se consumidos com frequência. A ingestão desse tipo de produto preocupa órgãos como o Conselho Nacional de Saúde (CNS), que divulgou informe destacando que é a favor do aumento da carga de tributos sobre a categoria, como forma de desestimular a compra por parte dos consumidores.

    Na nota, o CNS ressalta que, “de 2006 a 2022, os preços dos alimentos subiram 1,7 vezes mais que a inflação geral (IPCA) e que os alimentos saudáveis tiveram elevação quase três vezes maior, comparados aos ultraprocessados”. Os pesquisadores que assinam o estudo observam que a má alimentação é um fator relacionado ao sobrepeso corporal, à obesidade e ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como o câncer, diabetes e as doenças cardiovasculares e respiratórias.

    Uma das saídas apontadas pelos autores da pesquisa é estimular a rede de produção de alimentos saudáveis localmente. “Quando o alimento é produzido perto dos consumidores, há potencial redução dos custos de transporte e comercialização, que se reflete no preço final. Circuitos curtos de comercialização estimulam a venda direta dos alimentos produzidos pelos agricultores locais aos consumidores das cidades, sem a necessidade de muitos intermediários ou deslocamentos”, afirmam.

    Estimativas do Instituto Escolhas, mencionadas no estudo, indicam que a região metropolitana de São Paulo, por exemplo, teria potencial para abastecer 20 milhões de pessoas com legumes e verduras todos os anos, caso iniciativas dessa natureza fossem incentivadas. No caso de Belém, Curitiba, do Rio de Janeiro e Recife, o contingente chegaria a 1,7 milhão, 551.910, 372.376 e 252.424 pessoas por ano, respectivamente.

    Edição: Graça Adjuto

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  • Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no Pará

    Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no Pará

    Um inseto de 1milímetro sem olhos e com seis pernas é encontrado dentro de uma única caverna no interior do Pará. Longe do senso comum, pesquisadores brasileiros estão mobilizados para a preservação doTroglobius brasiliensis,ainda sem nome popular, que está criticamente ameaçado de extinção.

    A ação para manter o inseto(inofensivo ao ser humano) em uma rocha na Caverna do Limoeiro (o único registro em todo o mundo), em Medicilândia (PA), vai além das paredes da caverna e tem potencial de sensibilizar comunidades para o respeito ao meio ambiente.Nas expedições, os cientistas ficaram agachados por horas em busca de encontrar o inseto.

    “O animal existe, tem direito de continuar existindo e está intimamente associado ao processo de ciclagem de nutrientes no solo (da caverna)”, afirma o professorDouglas Zeppelini, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Ele explica que o bichinho, registrado pela primeira vez há 25 anos,se alimenta de detritos e transforma a matéria orgânica em decomposição, mantendo o ciclo natural para a riqueza do solo.

    O trabalho de preservação do Troglobiusbrasiliensisé do Plano de Ação Territorial para Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Xingu (PAT Xingu), com o trabalho de pesquisadores do projeto Pró-Espécies: Todos contra a Extinção.

    A ação é coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e pretende gerar iniciativas para reduzir as ameaças e melhorar o estado de conservação de pelo menos 290 espécies categorizadas como Criticamente em Perigo.

    Pará - Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT XinguPará – Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT XinguPará – Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu – Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu

    “Com as expedições recentes, conseguimos coletar novos dados sobre essa espécie eobservamos que o bicho está dentro de uma cadeia alimentar de organismos. Imagine que todos os indivíduos da espécie inteira habitam uma localidade em um único ponto”.

    Segundo os pesquisadores, a caverna está bem conservada e conta com a consciência dos donos da fazenda. “A gente se sente muito privilegiada depois dessas descobertas, já que a fazenda está bem conservada”, diza fazendeira Rosane Gotardo. Ela espera que as pessoas na região fiquem mais bem informadas sobre a novidadee que existam mais recursos para proteção do local.

    Políticas públicas

    O professorDouglas Zeppelini entende que seria necessária umaunidade de conservação, também levando em conta que os proprietários colaboram para preservação da região. “Nós coletamos o material de pesquisa em três expedições para fazer o levantamento”. O pesquisador defende que existam políticas públicas para preservar os animais ameaçados de extinção.

    Ele lembra que, além doTroglobius brasiliensis, os pesquisadoresencontraram um pseudoescorpião predador. Uma mostra, segundo ele, de que o ecossistema da caverna está funcionando perfeitamente. “São duas espécies que ocupam diferentes níveis na cadeia alimentar”.

    Pará - Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu Pará – Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu – Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu

    Sensibilização

    A coordenadora doPAT Xingu,Nívia Pereira,pesquisadora doInstituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor), também defende que é necessário garantir visibilidade para mudar a realidade de espécies ameaçadas, o que inclui levar as histórias para diferentes públicos, como é a escola, por exemplo. “Conscientizar ou sensibilizar a comunidade estáentre os objetivos. Percebemosque a caverna do Limoeiro, entre todas que a gente visitou, tem o entorno mais conservado. Há uma fauna que entra e sai da caverna”.

    A área do plano tem contexto de dificuldades, incluindo incidência de desmatamento, avanço agrário e garimpo. “O plano contempla a preservação de oito espécies e já tivemos resultados muito interessantes”. Além das expedições, os pesquisadores têm como prioridade a educação ambiental.É esse aprendizado que fascina os pesquisadoras que precisa chegar às crianças em uma aula prática de meio ambiente, saúde e educação.

    A bióloga Tayane Accordi, da Secretaria de Meio Ambiente de Medicilândia, defende que é importante para a cidade a parceria com o plano Pat Xingu, a fim depromover a proteção das espécies na cidade, com ênfase no Troglobius, que é o mais sensível. A conscientização sobre a novidade é trabalhada na escola. “Promovemos campanhas de educação ambiental nas escolas e, em breve, vamos implementar com algumas das metas do plano”.

    Pará - Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT XinguPará – Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT XinguPará – Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu – Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu

    Potencial de cavernas

    Para o analista ambiental Daniel Mendonça, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), que atua na pesquisa e conservação de cavernas,pode haver interesse turístico em regiões como essa.

    A lógica é simples: ao garantir visibilidade para os animais, maior seria o interesse de conservar. “Que mais cavernas possam ter planos para o turismo ocorrer de forma sustentável”. As instalações têm custos como escadaria, rampa e outras estruturas, mas que devem ser feitas com planejamento

    Mendonça explica que a Constituição Federal consideraas cavernas como bem da União e que devem ter proteção máxima. Para ele, há um mundo de descobertas em estruturas naturaisde fauna e flora. Hoje o Brasil tem, registradas e conhecidas, aproximadamente23.500 cavernas.

    Há estimativa de mais de 150 mil. A caverna do Limoeiro tem 1,5 mil metros de extensão. “Quanto mais mapear, maior a chance de proteger também. Na verdade, é desaconselhável que se entre em uma caverna que não se conhece sozinho. Sempre é um ambiente de risco”, alerta.

    Veja galeria de fotos da espécie em extinção:

    Edição: Graça Adjuto
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  • Planta invasora da Caatinga pode ser risco para ecossistema no Rio

    Planta invasora da Caatinga pode ser risco para ecossistema no Rio

    Pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) localizaram no litoral do município de Saquarema, Região dos Lagos fluminense, a ocorrência de uma planta da espécie Kallstroemia tribuloides, conhecida popularmente como rabo-de-calango.

    O biólogo e professor do Colégio Técnico (Ctur) da UFRRJ, Alex Braz Iacone Santos, informou que essa planta é típica do bioma da Caatinga brasileira, adaptada a ambientes ensolarados e com preferência por solos arenosos e pobres. Levantando dados de amostragem no Brasil, Alex Santos e o técnico do Herbário RBR do Departamento de Botânica da UFRRJ, Thiago de Azevedo Amorim, verificaram que a única ocorrência documentada do rabo-de-calango no Rio de Janeiro foi em 1877, na Quinta da Boa Vista, pelo botânico Auguste François Marie Glaziou. A amostra coletada por Glaziou está no Herbário do Museu Nacional de História Natural de Paris.

    Agora, após 146 anos, a espécie foi redescoberta no estado do Rio. O Herbário RBR confirmou se tratar da Kallstroemia tribuloides. Em termos de morfologia, trata-se de uma erva que cresce paralela ao chão, formando uma ampla vegetação rasteira. A mudança das condições climáticas facilitaria o seu estabelecimento em novas áreas, fora da Caatinga.

    “Aquilo chamou muito a nossa atenção e fomos aprofundar as pesquisas. O quetemos de conhecimento hoje é que é uma espécie exótica compotencial de se transformar em invasora”, disse o professor. A diferença é que espécies exóticas são, simplesmente, as que estão ocorrendo fora do seu território original. Já a invasora, além de estar ocorrendo fora do território original, tem potencial de se propagar no ambiente e causar prejuízo a outras espécies, como o coral-sol. No caso do rabo-de-calango, a adaptação da espécie na costa sudeste do Brasil pode representar risco para o ecossistema de restinga, vegetação que fica na borda das praias, indicou o pesquisador.

    Controle

    Para fazer o controle dessas plantas, entretanto, é preciso haver autorização do Poder Público. Em artigo recente publicado na revista Check List, no qual emitiram nota técnica sobre o achado, os pesquisadores fizeram um alerta geral sobre o problema. “A gente não pode fazer isso sem autorização, porque podemos incorrer em crime ambiental e também em um controle que ainda não se faz necessário”. Por isso, eles estão levantando dados em redes sociais para apurar se existem outras ocorrências do rabo-de-calango, procurando em comunidades que são voltadas para botânica no facebooke instagram. Já foram encontradas pessoas fazendo o mesmo relato em Araruama, na Região dos Lagos; São Gonçalo, região metropolitana do Rio; e na Ilha do Fundão, na capital fluminense, onde se localiza o campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

    Rio de Janeiro (RJ) 20/09/2023 - Matéria sobre presença de planta invasora da Caatinga na Região dos Lagos fluminense. Foto: Alex Santos/DivulgaçãoRio de Janeiro (RJ) 20/09/2023 – Matéria sobre presença de planta invasora da Caatinga na Região dos Lagos fluminense. Foto: Alex Santos/DivulgaçãoRio de Janeiro – Planta invasora da Caatinga na Região dos Lagos fluminense. FotoAlex Santos/Divulgação

    “Isso só vai aumentando as nossas hipóteses de que, realmente, está iniciado um processo de invasão biológica. Os próximos passos incluem identificar como essa população está crescendo e mapear ao longo do território”. Por meiodas redes sociais, Alex Santos afirmou que a resposta é mais rápida e se consegue cobrir esse mapa maior de distribuição. Segundo o professor, a competência para fazer o controle da espécie cabe ao Instituto do Ambiente do Rio de Janeiro, ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais renováveis e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

    Alex Santos planeja coletar amostras das espécies nos outros municípios citados, ver como está a população da planta em cada local, quantos indivíduos tem. De posse das informações e das confirmações, os pesquisadores endossam o pedido de ação de controle ao Poder Público. “Só vai aumentando o grau de urgência em monitorar e ver as condições da espécie. Porque hoje, com as informações quetemosjá dá para um alerta grande”.

    Prejuízos

    Para o professor, em casos de prejuízo econômico, ao turismo, causado por espécies invasoras, a reação é imediata. Um exemplo foi o caso do mexilhão dourado que invadiu diversas hidrelétricas da região de Minas Gerais eseincrustava em turbinas de usinas e em embarcações. “Isso causava muito prejuízo econômico. Daí a preocupação do Poder Público em evitar ao máximo a propagação dessa espécie pelas bacias hidrográficas do Brasil”. No caso do rabo-de-calango, o biólogo acredita que se houvesse um prejuízo econômico, a celeridade para resolver o problema seria maior.

    Ele explicouque o esforço de restringir a propagação da espécie agora, que envolve populações de poucos indivíduos e pouco distribuídas, é muito mais fácil do que futuramente, se ela estiver invadindo áreas de restinga da Região dos Lagos, que são contínuas e pouco monitoradas. “Se ela vier a se espalhar e dominar o ambiente. Só quando ela já estiver colonizada e trouxer prejuízo às espécies locais é que se vai dar conta da instalação dela naquele território”, afirmou.

    A verificação nos outros municípios deve ser iniciada nos próximos meses. O projeto não conta com nenhum financiamento até o momento e está sendo desenvolvido por Santos e Amorim pelo interesse dos dois pela pesquisa. O esforço é pessoal, bem como os recursos financeiros investidos. Para ampliaro projeto, os pesquisadores procuram envolver o máximo de pessoas possível. A ideia não é monopolizar as informações. “Muito pelo contrário. A gente está, justamente, passando para o Poder Público, para as universidades e os órgãos ambientais, para que todo mundo tenha atenção e consiga fazer uma estratégia coletiva a fim demonitorar essa espécie”.

    Alex Santos pede à população para enviar relatosaos e-mailsiacone@ufrrj.brouthiagodb@ufrrj.br, caso identifiquemaespécie noestado.

    Edição: Graça Adjuto
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  • Onças são monitoradas na Amazônia

    Onças são monitoradas na Amazônia

    Os Pesquisadores do Instituto Mamirauá aproveitarão o período de chuvas na floresta amazônica para executar o monitoramento de onças. Em março, devido ao aumento do nível dos rios, há uma redução da área disponível para os felinos, que buscam abrigo nas árvores.

    Armadilhas com laços camuflados na folhagem são preparadas para capturar os animais. Os grupos de pesquisa se aproximam em canoas e realizam o trabalho de observação dos animais, dificultado durante a seca. Para isso, as onças são imobilizadas para instalar um colar que permite monitorar a localização por satélite.

    A partir da observação e dos dados de movimentação, os pesquisadores terão mais informações para entender as necessidades ecológicas da onça-pintada da Amazônia.

    O Instituto Mamirauá é uma organização social fomentada e supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

    Onças na Amazônia

    As onças são animais carnívoros muito importantes para a floresta amazônica. Elas têm sido alvo de caçadores durante séculos, e é por isso que um grande número delas está desaparecendo da região. São animais arborícolas, o que significa que gostam de se locomover e caçar nas árvores, além de também correr por terrenos abertos, como campos e pastos.

    O bioma amazônico já foi lar de cinco espécies de onça: a jaguatirica (Panthera onca), o jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi), o manigordo (Leopardus wiedii), o margay (Leopardus wiedii) e o puma (Puma concolor). No entanto, as duas primeiras espécies ainda são encontradas na região, embora em número reduzido.

    Os viveiros para onças no Amazonas tem como objetivo reproduzir e proteger a fauna do local, preservando assim toda a biodiversidade existente no bioma. Alguns projetos de recuperação já foram iniciados, como o Kaa-Iya, que tem como meta implantar um programa de reabilitação de onças no parque nacional Chiquitano, na fronteira entre Bolívia e Brasil.

  • Pesquisadores desenvolvem tecido que neutraliza novo coronavírus

    Pesquisadores desenvolvem tecido que neutraliza novo coronavírus

     

    Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), da Universitat Jaume I, da Espanha, e do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) desenvolveram um tecido capaz de inativar o coronavírus SarS-CoV-2, agente causador da covid-19. O projeto teve ainda a participação de equipe da empresa Nanox, de nanotecnologia.ebc

    O tecido, que deve servir principalmente para a fabricação de peças de roupas hospitalares e já está chegando ao mercado, é capaz de eliminar 99,9% do novo coronavírus em cerca de dois minutos. A composição deriva de uma mistura de poliéster com algodão, que se soma, por meio de um processo chamado pad-dry-cure, à camada de micropartículas de prata, fixada. A aplicação de pequenas partículas de prata consiste em uma técnica difundida há algum tempo entre os industriais, estando presente nos ramos têxtil, de cosméticos e de tintas.

    Conforme explicou à Agência Brasil o pesquisador Lucio Freitas Junior, que trabalha no laboratório de biossegurança de nível 3 (NB3) do ICB, o projeto aproveitou a amostra de novo coronavírus que havia sido isolada e cultivada a partir da carga contraída por um dos primeiros pacientes diagnosticados com a doença, tratado no Hospital Israelita Albert Einstein.

    “Tínhamos o vírus isolado e armazenado no nosso laboratório, em grande quantidade. Nosso laboratório fornece vírus ao Brasil todo e ao exterior, para a realização de estudos”, comentou.

    Para se certificar da eficácia do material, os pesquisadores cumpriram uma segunda etapa, de análise molecular. Além de testes para avaliação da atividade antiviral, antimicrobiana e fungicida, avaliaram outros aspectos importantes para que o produto pudesse ser liberado para comercialização, como assegurar que não desencadeia alergias ou outras reações adversas no organismo.