Tag: pesquisa

  • Apenas 36% da população de Mato Grosso é considerada leitora

    Apenas 36% da população de Mato Grosso é considerada leitora

    Uma pesquisa recente revela um cenário preocupante para o hábito de leitura em Mato Grosso. De acordo com a 6ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, divulgada nesta quarta-feira, apenas 36% da população mato-grossense é considerada leitora.

    Este índice coloca o estado como o pior da região Centro-Oeste e o segundo pior do país, superando apenas o Rio Grande do Norte, onde o índice de leitores é de 33%.

    A pesquisa, realizada pelo Ipec (Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria) a pedido do Instituto Pró-Livro, demonstra a disparidade nos índices de leitura dentro da região Centro-Oeste. Enquanto o Distrito Federal e Goiás apresentam um percentual de 52% de leitores, e Mato Grosso do Sul registra 40%, Mato Grosso fica significativamente atrás, com apenas 36%.

    O que define um leitor?

    O que define um leitor
    O que define um leitor

    A pesquisa define como leitor aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro de qualquer gênero, seja impresso ou digital, nos três meses anteriores à pesquisa. Em contrapartida, o não leitor é aquele que não leu nenhum livro, nem mesmo parte dele, no mesmo período, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses.

    Baixa frequência de leitura voluntária em Mato Grosso

    Os dados revelam ainda um dado mais alarmante: quando questionados sobre a frequência de leitura de livros de literatura por vontade própria, independentemente do formato (impresso ou digital), 74% dos entrevistados mato-grossenses alfabetizados declararam não possuir esse hábito.

    Considerada a mais completa e abrangente pesquisa sobre os hábitos de leitura no Brasil, o estudo “Retratos da Leitura no Brasil” ouviu 5.504 pessoas em 208 municípios brasileiros, por meio de visitas domiciliares realizadas entre 30 de abril e 31 de julho de 2024. A pesquisa é uma iniciativa do Instituto Pró-Livro.

  • CTECNO Parecis apresentará resultado de pesquisa sobre a rentabilidade dos sistemas de produção

    CTECNO Parecis apresentará resultado de pesquisa sobre a rentabilidade dos sistemas de produção

    O dia de campo do Centro Tecnológico (CTECNO) Parecis, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), será realizado nos dias 15 e 16 de janeiro em Campo Novo do Parecis. Voltado para a troca de conhecimento, o encontro irá apresentar aos participantes os resultados dos experimentos que investigam a produtividade da soja por ambiente e por sistema de produção, com ênfase no manejo da oleaginosa em solo de textura média e arenosa.

    A etapa de soja do CTECNO Parecis abordará temas como a mecanização agrícola, adubação foliar, correção da acidez do solo e rentabilidade do sistema de produção, todos com foco na primeira safra. Além disso, durante o dia de campo, haverá palestra com o professor doutor Cimélio Bayer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sobre a variação da captura de carbono em cada ambiente de produção e a comercialização do crédito de carbono.

    De acordo com o vice-presidente da Aprosoja MT, Luiz Pedro Bier, abrir diálogos com os produtores sobre dados referentes ao sequestro de carbono é uma forma da entidade fomentar o mercado de carbono, para que o produtor brasileiro possa ser reconhecido pelo serviço e preservação ambiental prestados dentro de sua propriedade.

    “Existe uma possibilidade de renda no mercado de carbono que ainda gera muita desconfiança do produtor, porque é algo que está sendo prometido há muito tempo e não se concretiza. Temos pesquisas recentes que mostram que a agricultura sequestra muito carbono no consórcio milho e soja, então a gente espera que essa possibilidade de renda se concretize”, esclarece Bier.

    A agricultura tem balanço positivo de carbono ao remover mais carbono, do que emite. Segundo a pesquisadora do CTECNO Parecis, Daniela Facco, o aumento de carbono no solo tem vários pontos positivos que devem ser explorados.

    “Além do crédito de carbono, a gente também tem um impacto bastante positivo do aumento de carbono no solo. Então, o professor Cimélio Bayer vai discutir sobre como os sistemas de produção têm impactado na dinâmica de carbono do solo, entre outras informações referentes ao balanço de carbono”, afirma Daniela.

    Outro destaque desta edição será a vitrine de cultivares, com 56 materiais de soja, instaladas em dois tipos de solo, um com 10% e outro com 33% de argila, além das estações técnicas sobre rentabilidade, mecanização agrícola, adubação foliar e correção do solo.

    Com 86 hectares dedicados à pesquisa, o CTECNO Parecis se consolidou como um centro de excelência para testes e experimentos em solos arenosos, oferecendo aos participantes dados de longo prazo que orientam na tomada de decisões. Os resultados dos estudos proporcionam segurança para os produtores adotarem novas estratégias de manejo nas lavouras.

    O evento será realizado nos dias 15 e 16 de janeiro, na área do CTECNO Parecis, localizado na Rodovia MT 488, anexo a Fazenda Vô Arnoldo – Agroluz, na cidade de Campo Novo do Parecis. As inscrições são gratuitas e já estão abertas.

  • Podridão dos grãos da soja: produtores do MT relatam situação das lavouras

    Podridão dos grãos da soja: produtores do MT relatam situação das lavouras

    Para obter informações na região do Médio Norte de Mato Grosso sobre a podridão dos grãos da soja, a Embrapa e a Croplife do Brasil promoveram reuniões com 16 produtores de soja em Sorriso, membros da Cooperativa Agropecuária e Industrial Celeiro do Norte (Coacen) e da Cooperativa Agropecuária Primavera (Coap), e com um consultor em Sinop entre os dias 2 e 6 de dezembro.

    Os encontros foram realizadas pelo pesquisador da Embrapa Cerrados (DF) Auster Farias e o consultor Nery Ribas e integram ações de um projeto com a participação da Embrapa Cerrados, da Embrapa Soja (PR) e da Embrapa Agrossilvipastoril (MT) em cooperação com a Croplife do Brasil.

    A podridão de grãos tem causando perdas na soja na região desde a safra 2019/2020 e destacadamente nas safras 2020/2021 e 2021/2022. Desde então, a Embrapa e parceiros vêm desenvolvendo trabalhos principalmente no manejo de fungicidas, na avaliação de cultivares para reação à podridão e em metagenômica, visando à identificação detalhada das causa da podridão.

    “Todos os produtores nos relataram a presença da podridão de grãos em suas lavouras nos últimos anos, porém em níveis aceitáveis. O controle da podridão está sendo possível devido ao manejo robusto de fungicidas e pelo plantio de cultivares com maior nível de resistência”, informa Farias, salientando que a recomendação de manejo de fungicidas e a identificação das cultivares mais resistentes são frutos de trabalhos realizados pela Embrapa em cooperação com diversos parceiros em Mato Grosso.

    Segundo o pesquisador, outro ponto interessante discutido nas reuniões foi a influência da nebulosidade, especialmente na fase de florescimento e enchimento de grãos, na produtividade das lavouras da região. “Os produtores foram praticamente unânimes em relatar que em anos de muita nebulosidade as lavouras têm queda em produtividade”, afirma.

    A Embrapa e a Croplife do Brasil promoverão outras reuniões com produtores da região em 2025, tanto de forma presencial e como virtual.

  • Petrobras vai monitorar Margem Equatorial com tecnologia da Nasa

    Petrobras vai monitorar Margem Equatorial com tecnologia da Nasa

    A Petrobras terá mais um meio para garantir mais segurança em explorações de petróleo na Margem Equatorial, no trecho dos estados do Amapá, Pará e Maranhão. A empresa foi aceita no Programa de Primeiros Usuários (Early Adopters) da missão Nasa-ISRO Synthetic Aperture Radar (Nisar). O sistema é inédito em coleta de imagens de Radar de Abertura Sintética (SAR), por satélite, para observação da Terra.

    O engenheiro Fernando Pellon, consultor sênior da Gerência de Geoquímica do Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes), explicou que em regiões inundáveis, os manguezais são ecossistemas muito sensíveis a derrame de óleo, por isso serão muito importantes as informações dos mapas de sensibilidade a derrames de óleo.

    “Esse mapeamento da região onde os manguezais estão inundados ou não, e quando estão inundados, são informações importantes para fazer um estudo de sensibilidade de derrame de óleo e para mapear a biota que está vivendo naquele local. São duas aplicações práticas da missão e dos objetivos da Petrobras”, informou em entrevista à Agência Brasil.

    O projeto será desenvolvido pela agência espacial americana e pela Organização Indiana de Pesquisa Espacial, com início previsto para 2025, quando também a petroleira brasileira passará a utilizar as imagens no seu projeto Observatório Geoquímico Ambiental da Margem Equatorial Brasileira (ObMEQ).

    A Petrobras vai representar um dos 100 projetos da missão. Por parte da empresa, a intenção é monitorar o ambiente marinho e costeiro no trecho dos três estados na Margem Equatorial, além de atualizar o mapeamento desse litoral.

    “Essa é uma tecnologia que permite informações sobre determinado alvo sem contato físico com ele. Por exemplo, pode medir remotamente a temperatura da superfície do mar, pode verificar remotamente se uma planta está verde ou com deficiência hídrica, pode identificar a constituição química e mineralógica de uma rocha. Isso tudo é possível recebendo do alto da Terra uma radiação eletromagnética”, explicou.

    Mudanças climáticas

    Para o engenheiro, o monitoramento vai permitir acompanhar também as mudanças climáticas. “O satélite orbita a 747 quilômetros da Terra e vai obter imagens a cada seis dias de um determinado ponto da superfície da Terra. Vai ter uma cobertura quase contínua de todas as áreas imersas e cobertas de gelo. É uma massa de dados muito interessante. Vai ter informações de biomassa, de desastres naturais, elevação do nível do mar, água subterrânea e vai ter dois sensores. Um da Nasa na chamada banda L e o dos indianos de um comprimento de onda menor na banda S”, disse.

    “Um dos pontos relevantes da missão, justamente, é fornecer subsídios em torno das mudanças climáticas e seus impactos, tanto dos meios físicos como a subida do nível do mar e derretimento da cobertura de gelo, como o impacto nos vegetais e na dinâmica urbana. Em tudo isso ele vai fornecer informações muito valiosas para este tipo de trabalho”, pontuou.

    Segundo Pellon, atualmente, é comum fazer avaliações com base em fotografias aéreas, imagens óticas que aparecem, por exemplo, no google maps. O engenheiro acrescentou que essas imagens são adquiridas na margem do visível, ou seja, recebem energia por comprimento de ondas que permitem aos olhos humanos enxergarem. Entretanto, existem outras faixas do espectro eletromagnético em que também existe radiação e não são percebidas. Com esse programa vai ser possível obter imagens para análises, mesmo que o céu esteja coberto por nuvens, o que não ocorre com outros sistemas.

    “Uma delas é a infravermelho que se tem informação sobre a construção mineralógica e química das rochas. A gente não vê, mas esta informação está disponível e os sensores em aviões ou satélites são capazes de captá-las. No entanto, para essa faixa de espectro nas nuvens elas constituem barreiras, porque esses sensores medem a energia refletida pelo sol. Se a nuvem está no caminho ela é uma barreira e o sensor só consegue pegar a energia refletida pela nuvem. A imagem é cheia de nuvens”, observou.

    O consultor do Cenpes adiantou mais uma aplicação significativa do sistema. “Uma outra vantagem do sistema de radar é que como dispõe da sua própria energia, se pode adquirir imagens à noite, porque não depende da luz solar. É como se fosse um flash. Se consegue fazer a imagem no escuro fazendo uma comparação”.

    Rio Grande do Sul

    Como o satélite terá condição de fazer uma cobertura contínua em toda a área imersa do globo terrestre, o engenheiro disse que pode ajudar também na avaliação dos impactos que o Rio Grande do Sul enfrentou após os desastres ambientais de maio deste ano.

    “Vai ter dados também dessa região, por isso é uma missão tão importante”, disse, destacando que a importância das informações aumenta na medida em que são compartilhadas.

    “O grande barato hoje é compartilhar, você cresce muito mais compartilhando do que excluindo. De fato, essa questão das mudanças climáticas é um assunto de interesse global, e toda informação de qualquer lugar do mundo é importante”, disse.

    O projeto ObMEQ é um dos 13 realizados pelo Cenpes na área de sustentabilidade e meio ambiente para a Margem Equatorial. De acordo com a Petrobras, eles são desenvolvidos em rede por diversas instituições, com a participação de universidades e de outros grupos da região, como costuma ocorrer nas parcerias de pesquisa da empresa.

    Transparência

    Na visão da empresa, o projeto terá transparência uma vez que fornecerá a configuração sempre atualizada do litoral da Margem Equatorial, disponível para utilização não só de diversas áreas da Petrobras, como de órgãos ambientais e da sociedade, conforme as necessidades de cada um.

    “Uma utilização adicional dos dados da Missão Nisar diz respeito à detecção de manchas de óleo na superfície do mar, tanto de origem natural [exsudações] como antrópica [derrames]”, explicou.

    O projeto ObMEQ, segundo a empresa, resulta da parceria entre o Cenpes e um ecossistema de universidades e instituições do Norte-Nordeste, liderados pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

    “A participação do Cenpes no Early Adopters Program da Missão Nisar é um selo de qualidade científica para o Projeto ObMEQ, uma prova de que a Petrobras e seus parceiros acadêmicos no Brasil estão articulados com o que há de mais avançado na comunidade científica internacional. A colaboração entre os cientistas brasileiros e da Nasa será uma importante contribuição à aquisição do conhecimento científico necessário para o monitoramento ambiental sistemático da zona costeira de manguezais ao longo da Margem Equatorial”, disse.

  • Mato Grosso ainda abaixo da média nacional em moradias próprias, aponta IBGE

    Mato Grosso ainda abaixo da média nacional em moradias próprias, aponta IBGE

    Um novo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou dados sobre as condições habitacionais no Brasil. Em Mato Grosso, a pesquisa demonstra que 54,23% da população reside em casas quitadas, com pelo menos um morador proprietário. Embora esse número represente a maioria, o índice fica abaixo da média nacional, que se situa em 72,7%.

    A pesquisa também indica que 9,77% dos lares mato-grossenses possuem ao menos um proprietário, mas as parcelas ainda estão sendo pagas. Já 27,78% dos moradores do estado alugam suas residências, enquanto 7,4% ocupam casas cedidas ou emprestadas.

    Quanto ao tipo de imóvel, a maioria dos domicílios em Mato Grosso são casas, com um total de 1.150.895 unidades. Apartamentos somam 81.157 e casas em vilas ou condomínios, 35.479. Um número bem menor de pessoas reside em cortiços (6.771) ou em estruturas consideradas degradadas (652).

    No que diz respeito à infraestrutura, a pesquisa aponta que apenas 33,98% das casas em Mato Grosso estão conectadas à rede de esgoto. Por outro lado, 80,74% dos domicílios possuem abastecimento de água pela rede geral. A coleta de lixo alcança 88,68% dos domicílios, e 99,08% possuem banheiros de uso exclusivo.

    Os dados do IBGE evidenciam a necessidade de investimentos em infraestrutura e políticas públicas voltadas para a melhoria das condições habitacionais em Mato Grosso, especialmente no que diz respeito ao acesso à água tratada e à coleta de esgoto.

  • UFMT desenvolve ferramenta para auxiliar no combate à tuberculose em Mato Grosso

    UFMT desenvolve ferramenta para auxiliar no combate à tuberculose em Mato Grosso

    Uma revolução tecnológica está prestes a transformar o combate à tuberculose em Mato Grosso. Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) desenvolvem um painel inteligente, denominado “TB-MT Dashboard”, que utiliza inteligência artificial e análise de dados para identificar áreas de alto risco e auxiliar na tomada de decisões para o enfrentamento da doença.

    A ferramenta, financiada pela Fapemat, utiliza técnicas de análise de dados espaço-temporais, que permitem identificar padrões e tendências da doença em diferentes regiões do estado.

    Ao cruzar dados epidemiológicos com informações geográficas, o painel gera mapas e gráficos intuitivos que facilitam a compreensão da situação e a identificação de áreas que necessitam de maior atenção.

    “A tuberculose continua sendo um grande desafio para a saúde pública. Com o TB-MT Dashboard, esperamos contribuir para o cumprimento das metas da Organização Mundial da Saúde e eliminar a doença até 2035”, afirma a professora Josilene Dália Alves, coordenadora da pesquisa.

  • Pesquisa sobre moradia digna aborda fundação de Sinop

    Pesquisa sobre moradia digna aborda fundação de Sinop

    Mapas, fotografias e documentos sobre a fundação da cidade de Sinop (MT), músicas de Racionais MC’s e Don L (Rap), Siba (MPB), uma história em quadrinhos de Marcelo D’Salete e um conto de Machado de Assis dialogam em uma pesquisa científica sobre acesso à moradia apresentada no curso de Geografia (licenciatura) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).Na pesquisa, a fundação de Sinop parte como um exemplo de um estudo de caso, servindo para delinear o contraponto de que seria possível alcançar o déficit habitacional zero, isto é, acesso à moradia digna a todas as pessoas.

    “Uma análise documental sobre acesso à moradia e sua representação na produção do espaço social” traz diversos elementos da Geografia e das artes, pesquisados na monografia de Ariston Cassimiro da Silva, para conceituar as atuais formas de acesso à moradia e trazer reflexões sobre o contexto social, político e econômico.

    “Governo nenhum pode alegar que é insolúvel o problema de alcance à moradia digna e para toda a população, pois basta observarmos a fundação de Sinop, em um período de intensidade produtiva menor que a atual, em que foi possível planejar e construir uma cidade longe de grandes centros urbanos, com financiamento do governo à época. Ou seja, o critério é qual projeto político e econômico se adere”, explica o pesquisador.

    O pesquisador mergulhou na história registrada em documentos de 1974 sobre a fundação de Sinop (MT), catalogados no Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional (NDIHR) da UFMT. O foco era a colonização particular com a atuação da empresa Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná S/A, que deu origem ao nome da cidade, fundado há exatamente 50 anos. Apoiado no Plano de Integração Nacional e no Estatuto da Terra, o projeto previa a colonização de mais de 50% do território nacional.

    “Com este instrumento a mais, o Governo estabelece como meta prioritária o Plano de Integração Nacional, considerando a Colonização particular como uma das bases do sucesso deste programa, que constitui em síntese, no alargamento de nossa fronteira econômica pela ocupação de mais de 53% do território nacional”, conforme traz o documento intitulado “Informações sobre a Colonização na Gleba Celeste – Mato Grosso – Resumo da reunião patrocinada pela Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso”, publicação de junho de 1974, em Cuiabá.

    Os elementos das artes foram utilizados pelo pesquisador no sentido de representação na produção do espaço social, com letras de músicas, literatura e ilustração que trazem questões relacionadas à moradia, coletividade e socialização. “[…] Tão acostumado a ganhar sempre. Pra gente nada é fácil nunca. A gente num ganha a gente vence. A gente é comunidade junta. A gente é mutirão em dias ruins (bora que bora!). Bailão em dias bons […]”, diz trecho da música “favela venceu/citação: rap das armas”, por Don L.

  • Pesquisa revela alta percepção de violência contra a mulher em Lucas do Rio Verde

    Pesquisa revela alta percepção de violência contra a mulher em Lucas do Rio Verde

    Uma pesquisa realizada pelo UniLaSalle, coordenada pelo professor Dr. Ir. Marcos Corbellini, revelou dados preocupantes sobre a percepção da violência contra a mulher em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso. A pesquisa foi divulgada pela instituição de ensino no mês de novembro. Entre abril e outubro de 2024, 1.233 moradores da cidade foram entrevistados para entender como a população enxerga esse problema.

    O estudo revelou que 96% dos entrevistados acreditam que há violência de gênero no município, com 98,44% das mulheres compartilhando dessa percepção. Além disso, apenas 73% dos participantes acreditam que homens e mulheres possuem direitos iguais, com um índice ainda menor entre as mulheres (71,31%).

    Mais da metade (52%) dos entrevistados disseram já ter presenciado violência contra a mulher, sendo as formas mais comuns a violência física (53,7%), moral (43,9%) e psicológica (43,2%). No entanto, apenas 20,2% dos que presenciaram a violência chamaram a polícia, e 21,4% nada fizeram. Entre as vítimas, apenas 7,9% registraram boletins de ocorrência.

    A pesquisa também apontou que 74% dos participantes acreditam que a violência contra a mulher aumentou durante a pandemia de COVID-19, devido ao estresse e às dificuldades financeiras.

    O professor Corbellini destaca a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes, como maior celeridade nos processos judiciais e a ampliação de programas de apoio psicossocial. A pesquisa indica que a sociedade precisa se mobilizar para combater a violência de gênero e promover a igualdade de direitos.

  • Violência contra mulher negra: maioria dos casos começa na juventude

    Violência contra mulher negra: maioria dos casos começa na juventude

    A maioria das mulheres negras no Brasil (53%) que sofreram algum tipo de violência doméstica passou pela primeira experiência de agressão ainda jovem, antes dos 25 anos de idade. Os dados são da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher Negra feita pelo DataSenado e pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência.

    Quando se analisa o tipo de violência doméstica sofrida por mulheres negras, 87% relatam agressões psicológicas, 78% físicas, 33% patrimoniais e 25% sexuais. Entre as que passaram por algum episódio desses nos últimos 12 anos, 18% sofreram com falsas acusações, 17% se sentiram assustadas por episódios de gritaria ou quebra de objetos, 16% foram insultadas, 16% humilhadas e 10% ameaçadas.

    Os pesquisadores ouviram 13.977 brasileiras negras de 16 anos ou mais, entre 21 de agosto a 25 de setembro de 2023, em todas as unidades da Federação. Foram consideradas negras aquelas que autodeclaram ter a cor de pele preta ou parda. O nível de confiança nos resultados é indicado como de 95%.

    O levantamento considerou o recorte específico com mulheres negras, por esse grupo ser o mais vulnerável à violência no país. Dados do Sistema Nacional de Segurança Pública (Sinesp) mostram que, entre as mulheres vítimas de violência sexual cujas ocorrências policiais incluíam o registro de cor/raça, 62% eram pretas ou pardas. E dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) indicam que entre as 3.373 mulheres assassinadas em 2022, cujas informações de raça e cor foram registradas, 67% eram negras (2.276).

    Outros dados

    A Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher Negra também considerou o tipo de acolhimento buscado pelas vítimas. Segundo o levantamento, 60% das mulheres pretas e pardas agredidas recorreram à família, 45% buscaram acolhimento na igreja, 41% pediram ajuda a amigos, 32% buscaram atendimento em uma delegacia comum e 23% foram até a Delegacia da Mulher.

    Chamam atenção os números de quem recorre à polícia. Embora 55% das mulheres negras vítimas de violência busquem essa ajuda, apenas 28% solicitam proteção. Em 48% dos casos em que há essa solicitação, a medida protetiva é descumprida pelo agressor.

    A analista Milene Tomoike, do Observatório da Mulher Contra a Violência, diz que os números revelam uma dinâmica de silenciamento das vítimas e uma dificuldade de ruptura do ciclo de violência.

    “Esses dados reforçam a importância de iniciativas preventivas e de proteção ampliada. Embora muitas vítimas busquem apoio em suas redes sociais, como família e amigos, é fundamental fortalecer políticas públicas e ampliar o acesso a serviços especializados, garantindo acolhimento, segurança e caminhos reais para reconstrução”, afirma Milene.

  • Investimento de R$ 15,6 milhões do Novo PAC acelera pesquisas em suínos e aves

    Investimento de R$ 15,6 milhões do Novo PAC acelera pesquisas em suínos e aves

    Após 15 anos, a Embrapa Suínos e Aves, voltada à pesquisa científica para duas das maiores cadeias produtivas do Brasil, responsáveis pela exportação de 6,21 milhões de toneladas de proteína animal em 2023, sendo 5,009 milhões de carne de frango e 1,201 milhão de carne suína, volta a contar com recursos do Governo Federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

    Antes mesmo de fechar o calendário deste ano, a Unidade executou R$ 15.643.666,88 do total de R$ 16.065.760,61 dos recursos do Novo PAC Embrapa, destinando esse volume a compras de equipamentos, obras e adaptações de estruturas para receber as aquisições a serem instaladas nos laboratórios e campos experimentais.

    Na lista de equipamentos importados com recursos do programa e que deixarão a Embrapa Suínos e Aves, no mínimo, em igualdade de excelência aos melhores laboratórios internacionais, estão as cabines isoladoras, usadas para abrigar animais que foram inoculados com doenças para testes da pesquisa. Com valor de R$ 1,7 milhão, as cabines foram importadas da França e vão desembarcar no Brasil entre março e abril de 2025.

    Também no rol de aquisições está a plataforma de sequenciamento de nova geração de ácidos nucléicos (DNA/RNA) que, de acordo  com a pesquisadora Rejane Schaefer será utilizado em projetos de pesquisa que visam a caracterização genética de microrganismos com foco em análises de evolução, principalmente para patógenos com alta taxa de mutação, como os vírus Influenza A.

    A cientista observa que com o equipamento será possível, ainda, atender às ações do PAC na vigilância sanitária e desenvolvimento de insumos (como kits de diagnóstico molecular rápido e vacinas) para Influenza Aviária e Peste Suína Africana.

    O chefe de Administração daquela Unidade, Darci Dambrós Júnior, comenta que os exemplares das cabines existentes na UD são antigos e, portanto, necessitam de manutenção, inclusive de peças que não existem mais, o que impossibilita determinados experimentos que exigem contenção.

    “Sem as cabines francesas, os  pesquisadores não teriam como avançar em alguns estudos”, assegura Dambrós.

    Embora atue com cadeias altamente tecnificadas, que contam com soluções de inteligência artificial (IA) e de automação, a Unidade, por estar localizada em uma área rural que tem grandes problemas com a rede elétrica, precisou optar por fazer obras estruturantes, até mesmo para assegurar o funcionamento dos equipamentos adquiridos por meio do PAC e que já começaram a chegar.

    Nesse sentido, pelo menos R$ 4.209.776,23 foram aplicados para essa finalidade , especialmente no que se refere à reforma da parte elétrica nos campos experimentais e nos laboratórios).

    Dambrós explica que não faria sentido a compra e instalação, por exemplo, de um sequenciador para a caracterização genética de microrganismos, com foco em análises de evolução (como para patógenos com alta taxa de mutação, como os vírus Influenza A) dentro de um prédio com problemas de energia elétrica, goteiras e infiltrações ou seja, sem condições de operar. Por isso, a prioridade em instalar os equipamentos para uma nova rede elétrica, como o gerador instalado para uso nas granjas (locais onde os suínos e as aves são confinados)).

    Entusiasmado com a execução de 100% do volume de recursos destinados em 2024 para a Embrapa Suínos e Aves, Darci Dambrós Júnior já começou a planificar , junto com todas as equipes da Unidade, como e onde deverão ser aplicados os próximos repasses do Novo PAC Embrapa, previstos  para os anos de 2025 e 2026. “As obras: temos duas concluídas (elétrica e acessos), mas ainda está em desenvolvimento o projeto para saneamento da água. Ele explica que, nesse caso, é preciso aguardar a licença ambiental, mas que o calendário está dentro do prazo.

    “O PAC foi nossa prioridade em 2024 e temos o sentimento de dever cumprido nessa primeira etapa”. A expectativa para 2025, quando teremos um volume maior de recursos, é de completar obras importantes”, diz o chefe de Administração.

    Segundo Dambrós, o Novo PAC Embrapa é uma oportunidade ímpar de reposicionar aquela Unidade no cenário das cadeias produtivas e determinante para os resultados que serão gerados.

    Para os próximos anos o objetivo é a construção de um novo infectório (local onde os animais são infectados para pesquisas) com biossegurança de níveis 2 e 3. Com isso, ele espera  que as pesquisas evoluam a ponto de obterem resultados que levem a testar e produzir vacinas dentro da Unidade. “E é para isso que já temos equipamentos comprados”, diz Dambrós.

    Sobre a Unidade

    Com um plantel de 1.063 suínos e 6.455 aves, esta Unidade da Embrapa está em uma região onde mais de 80% das propriedades são constituídas por agricultores de base familiar. A contribuição das pesquisas da Embrapa Suínos e Aves tem um papel fundamental quanto ao controle de doenças, bem como o aparfeiçoamento de rações, melhorias da qualidade genética dos animais, preservação do meio ambiente e o desenvolvimento de eauipamentos para a suinocultura e avicultura. A Unidade desenvolveu aves e suínos com a genética Embrapa, entre elas: frangos de corte 021 e 041, as poedeiras 031 e 051, o macho suíno MS 115 e a fêmea suína MO25C.