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  • Nova espécie de fungo causador da Paracoccidioidomicose é descoberta em Cuiabá

    Nova espécie de fungo causador da Paracoccidioidomicose é descoberta em Cuiabá

    Pesquisadores do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM-UFMT), em Cuiabá, identificaram uma nova espécie de fungo denominada Paracoccidioides lutzii, responsável por causar a Paracoccidioidomicose (PCM), uma infecção fúngica que afeta principalmente trabalhadores rurais, garimpeiros e pessoas com contato frequente com o solo.

    De acordo com os especialistas, o fungo se aloja no solo e pode ser inalado quando a terra é remexida, atingindo os pulmões e causando danos crônicos. A doença pode resultar em sequelas pulmonares graves, como fibrose pulmonar, além de provocar manifestações clínicas como úlceras na mucosa oral e nasal, inchaço dos gânglios cervicais, lesões na pele, em ossos e problemas oculares.

    Os estudos indicam que os homens são mais afetados pela PCM, em uma proporção de 14 para 1 em relação às mulheres. Segundo os pesquisadores, o hormônio estrogênico exerce um efeito protetor, reduzindo a incidência da doença entre mulheres antes da puberdade e após a menopausa.

    A coordenadora da pesquisa, doutora Rosane Hahn, destaca que a Paracoccidioidomicose não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento adequado. Os casos diagnosticados recebem acompanhamento no HUJM.

    Para aprimorar o diagnóstico da doença, o Ministério da Saúde está financiando um projeto que busca desenvolver um antígeno, permitindo sua utilização em laboratórios de análises clínicas nos estados brasileiros (LACENs).

    A pesquisadora também lidera um projeto em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), que visa coletar amostras de sangue de agricultores familiares para a realização de sorologia, contribuindo para estudos epidemiológicos da doença.

  • Brasil ocupa 15º lugar em ranking de publicações acadêmicas sobre IA

    Brasil ocupa 15º lugar em ranking de publicações acadêmicas sobre IA

    O Brasil conta com 144 unidades de pesquisa relacionadas à inteligência artificial (IA), o que coloca o país como um dos principais polos de IA na América Latina. O levantamento consta em documento divulgado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), lançado na quinta-feira (27). Segundo o estudo, a produção científica brasileira sobre IA coloca o Brasil na 15ª posição no ranking mundial de publicações acadêmicas na área, conforme dados de 2000 a 2022. A pandemia fez o país despencar no ranking, caindo para 20º lugar.

    Chamado O Panorama Brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovação em Inteligência Artificial, o estudo tem como objetivo mostrar o avanço brasileiro no campo da IA, abordando temas como políticas e regulação, estimativas de investimentos públicos e privados, mapa dos centros de pesquisa, além de dados sobre o conhecimento científico e tecnológico desenvolvido no país.

    O estudo aponta que a maior parte das unidades de pesquisa de inteligência artificial do Brasil se encontra nas regiões Sudeste e Nordeste. São Paulo lidera com 41 unidades. O estado do Amazonas, na Região Norte, vem na sequência, com 22 unidades. Os estados do Rio de Janeiro, com 14 unidades; Minas Gerais, com 13, e Pernambuco, com dez, também têm um papel substancial nas pesquisas.

    “Esse padrão reflete não apenas as tendências históricas de investimento, mas também os esforços recentes de políticas voltadas ao fortalecimento das capacidades regionais”, apontou o CGEE, organização não governamental (ONG) que desenvolve estudos e projetos com foco em temas relacionados à ciência, tecnologia e inovação.

    Entre outros dados, o documento aponta ainda que os investimentos públicos em pesquisas e ações relacionadas a IA no Brasil devem alcançar R$ 22 bilhões até 2028. Segundo o levantamento, para cada real investido pelo setor público em IA, o setor privado contribui com R$ 3,34.

    Segundo CGEE, isso evidencia o potencial da IA como multiplicadora e catalisadora de desenvolvimento tecnológico e econômico no país. Em especial, o documento mostra que existem iniciativas em IA com atuação relevante em setores como ciências da vida, energia e agricultura.

    “A indústria e a manufatura lideram com 30 unidades, seguidas de perto pelo setor de saúde, com 25. Os aplicativos corporativos e de gerenciamento respondem por 20 unidades, enquanto a mobilidade e a logística são o foco de 15 unidades”, contabiliza o CGEE.

    Na avaliação do centro, a liderança dos setores de indústria e manufatura; e de saúde demonstra tanto a centralização geográfica quanto a priorização do domínio estratégico. Além disso, esse padrão “sugere o desenvolvimento de ecossistemas regionais de inovação em que a proximidade geográfica facilita a troca de conhecimento e a colaboração entre instituições acadêmicas, indústria e governo.”

    *Texto atualizado neste sábado, 29 de março, às10h35, para correção de erro de informação do CGEE autor do estudo

  • Ferramenta de avaliação multiatributo revela o potencial dos bioestimulantes no aumento da produtividade agrícola

    Ferramenta de avaliação multiatributo revela o potencial dos bioestimulantes no aumento da produtividade agrícola

    Um estudo inovador desenvolveu uma ferramenta de avaliação multiatributo para medir com precisão o impacto de bioestimulantes no desempenho das culturas e na qualidade do solo. A pesquisa, que analisou oito propriedades agrícolas em diferentes biomas e contextos de produção no Brasil e Paraguai, demonstrou que o uso de bioestimulantes promove mudanças significativas na microbiologia do solo e no desenvolvimento das plantas, com resultados expressivos em culturas como milho, soja, algodão e cana-de-açúcar.

    De acordo com Rodrigo Mendes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, uma quantidade cada vez maior de bioestimulantes comerciais está disponível em diversas formas e composições para melhorar o desempenho das culturas. Contudo, dada a complexidade de entender os mecanismos por trás desses produtos, é essencial que a pesquisa nessa área tenha ferramentas robustas para comprovar sua eficácia em testes de campo.

    O sistema, denominado APOIA-Microgeo, segue o método APOIA-NovoRural, que padroniza os resultados em escala de 0 a 1, considerando 0,7 como referência para impactos e desempenho técnico. A análise é estruturada em cinco dimensões: Cultura, Química, Física, Biologia do Solo e Saúde da Cultura, totalizando 39 indicadores. Os dados são coletados em vistorias de campo e análises laboratoriais.

    Cada indicador recebe valores ajustados conforme tabelas de correspondência e equações específicas, garantindo uma análise precisa dos efeitos da adubação biológica sobre a produtividade e a saúde do solo.

    Cada matriz de ponderação é ajustada conforme o indicador analisado, sempre comparando a situação de controle com as áreas onde a tecnologia Microgeo é aplicada. Os valores de impacto e desempenho técnico são transformados em escalas padronizadas de utilidade, permitindo uma avaliação objetiva. Os resultados finais são calculados por meio de equações de melhor ajuste, garantindo maior precisão na expressão dos índices.

    A metodologia busca oferecer um panorama detalhado sobre a influência da adubação biológica no solo e na produtividade agrícola, contribuindo para uma gestão mais eficiente e sustentável das lavouras.

    A pesquisa avaliou 39 indicadores divididos em cinco grandes temas: produção agrícola, química e física do solo, biologia do solo e saúde das plantas. Os resultados mostraram alterações consistentes na comunidade microbiana, com impactos positivos na estrutura do solo e na produtividade e rentabilidade das lavouras. Entre os temas analisados, em função da aplicação do bioestimulante, a biologia do solo teve o maior índice positivo (0,84), seguida pela produção agrícola (0,81) e pela fertilidade química (0,75).

    O bioestimulante promoveu interações benéficas entre o solo e as plantas, modificando a composição de bactérias e fungos presentes na rizosfera. Espécies como Methylovirgula e Methylocapsa foram responsáveis por boa parte das transformações observadas. Essas alterações contribuíram para a redução da compactação do solo e para o aumento da matéria orgânica, favorecendo o desenvolvimento das culturas.

    Conforme o pesquisador, todos os indicadores analisados foram impactados positivamente pelo uso dos bioestimulantes. Ele destaca que a tecnologia melhorou a produtividade das culturas e aumentou a receita líquida dos produtores sem elevação proporcional dos custos.

    Geraldo Stachetti, também pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, ressalta que os impactos mais expressivos foram observados na biologia do solo, com efeitos diretos na saúde das plantas e no rendimento das colheitas. Este resultado corrobora aqueles que vêm sendo obtidos em larga escala com a tecnologia BioAS, também desenvolvida na Embrapa, uma maneira simples e eficiente para avaliar a saúde do solo com análises de enzimas indicadoras da atividade microbiana.

    O estudo utilizou uma abordagem multiatributo, consolidando diversos indicadores para facilitar a interpretação dos resultados por produtores e técnicos agrícolas. Os pesquisadores afirmam que o uso contínuo de bioestimulantes pode potencializar ainda mais os benefícios observados, tornando-se uma solução viável para a agricultura sustentável.

    Com os avanços na compreensão dos efeitos dos bioestimulantes, a tecnologia desponta como uma alternativa promissora para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade do solo, garantindo maior eficiência na produção em favor da sustentabilidade agrícola.

    Segundo Inácio de Baros, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, este trabalho contribui fortemente para que o Brasil, dos maiores produtores agrícolas do mundo, esteja na vanguarda da transformação para uma economia verde, onde o país já é reconhecidamente uma liderança.

    “A ferramenta reúne os 39 indicadores e interpreta os dados de forma comparativa entre a área agrícola manejada com a biotecnologia, com a área sem o manejo da biotecnologia. O principal objetivo prático é que a interpretação indica os pontos críticos orientando nas ações de campo que devem ser realizadas, e tangibiliza os benefícios multifuncionais do solo com seu microbioma biodiverso e ativo.

    A ferramenta é simples e os indicadores já são bastante conhecidos e praticados pelos agricultores, auxiliando na tomada de decisões para realizar manejo do solo regenerativo e sustentável”, conclui Paulo D’Andréa, diretor de P&DI da Microgeo biotecnologia agrícola.

    APOIA-Novo Rural
    É uma ferramenta de análise de desempenho ambiental de atividades rurais, estruturada em um conjunto de 62 indicadores, distribuídos em cinco dimensões de sustentabilidade analisadas na escala do estabelecimento: Ecologia da Paisagem; Qualidade Ambiental (atmosfera, água e solo); Valores Socioculturais; Valores Econômicos e; Gestão e Administração.

    A aplicação do APOIA-NovoRural requer vistoria em campo, coleta de dados e de amostras de solo e água para análise laboratorial e levantamento de informações gerenciais junto ao produtor/administrador. Como resultado obtém-se um índice geral das contribuições das atividades para a sustentabilidade do estabelecimento rural analisado.

    Voltada a empresas de Assistência Técnica, empreendimentos ou produtores rurais de base empresarial, a tecnologia é de simples aplicação e permite melhorar a gestão ambiental de atividades do meio rural, indicando os pontos críticos para correção do manejo, bem como os aspectos favoráveis das atividades, contribuindo para o desenvolvimento local.

    A equipe composta por Rodrigo Mendes, Embrapa Meio Ambiente, Inácio de Barros, Embrapa Gado de Leite, Paulo D’Andréa e Maria Stefânia Cruanhes D’Andréa-Kühl, Microgeo Biotecnologia Agrícola by Allterra e Geraldo Stachetti Rodrigues, Embrapa Meio Ambiente, publicou o trabalho na Frontiers in Plant Science.

  • Capacitação e assistência técnica são chaves para adoção de tecnologias na produção de erva-mate, aponta estudo

    Capacitação e assistência técnica são chaves para adoção de tecnologias na produção de erva-mate, aponta estudo

    Um estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Florestas, Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) identificou os principais fatores que influenciam a adoção de tecnologias por produtores de erva-mate no Brasil. A pesquisa, que entrevistou 470 produtores em 116 municípios dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, revelou que a capacitação dos produtores e a presença de assistência técnica são os elementos mais determinantes para a incorporação de práticas modernas no cultivo da erva-mate.

    “O estudo, conduzido entre 2019 e 2020, envolveu os quatro estados produtores e se destaca por oferecer dados robustos, capazes de representar cerca de 10% dos agricultores que atuam na atividade, com aproximadamente 15% da área total de produção, segundo os dados fornecidos pelo IBGE”, explica Ives Goulart, analista da Embrapa Florestas e primeiro autor do artigo, publicado na revista Caderno Pedagógico. Entre as tecnologias analisadas estão a análise de solo, adubação, uso de calcário, cobertura vegetal, mudas melhoradas, manejo da altura dos galhos produtivos, percentual de folhas remanescentes após a colheita e renovação por decepa.

    Baixa produtividade e desafios tecnológicos

    A erva-mate é uma cultura de grande importância econômica e cultural na região Sul do Brasil, especialmente para a agricultura familiar. No entanto, a produtividade média dos ervais comerciais, que frequentemente são manejados com baixa tecnologia, está abaixo do potencial produtivo da cultura. Enquanto áreas de pesquisa alcançam produtividades de até 35 toneladas por hectare (t/ha), a média nacional, em 2023, foi de apenas 8,5 t/ha.

    Os resultados mostraram que a escolaridade dos produtores e a participação em capacitações sobre erva-mate aumentam significativamente a probabilidade de adoção de tecnologias. Por exemplo, um aumento no nível de escolaridade eleva em 26% a chance de o produtor realizar análise de solo. Além disso, a presença de assistência técnica foi um fator crucial, com produtores que recebem visitas técnicas tendo até 2,326 vezes mais chances de adotar práticas como a análise de solo e a adubação. “Produtores que contam com orientação regular e participam de cursos ou dias de campo tendem a incorporar mais práticas recomendadas”, aponta o analista da Embrapa.

    Resistência cultural e desafios históricos

    Outro ponto fundamental verificado pelo estudo é o impacto da tradição familiar na resistência a mudanças. Em propriedades que cultivam erva-mate por diversas gerações, foi observada uma tendência a manter práticas mais antigas, mesmo quando já existem alternativas mais produtivas e sustentáveis. “A chance de adotar adubação cai 43% quando o produtor vem de uma família tradicionalmente envolvida na produção de erva-mate. Esse comportamento pode estar relacionado a práticas extrativistas herdadas de gerações anteriores, que muitas vezes não incluem o uso de tecnologias modernas”, conclui o analista.

    Por outro lado, o tamanho da propriedade, aspectos econômicos e como acesso ao financiamento agrícola não se mostraram significativos para a adoção de tecnologias, contrariando expectativas iniciais dos pesquisadores. Isso sugere que políticas públicas focadas em capacitação e extensão rural podem ser mais eficazes do que investimentos em crédito agrícola para impulsionar a modernização do setor.

    Impacto das tecnologias na produtividade

    O estudo também confirmou que a adoção de tecnologias causou um impacto significativo na produtividade. Produtores que adotaram as oito tecnologias estudadas alcançaram uma produtividade média de 17,4 t/ha, enquanto aqueles que não adotaram nenhuma tecnologia tiveram uma média de apenas 5,0 t/ha. O estudo também revelou que o conhecimento do custo de produção influencia na adoção de técnicas, como a adubação, por exemplo. “Entender quanto custa produziros gastos e o retorno potencial deixa o produtor mais confiante em investir. A erva-mate é uma das poucas culturas onde a melhoria de manejo impacta tão fortemente.”, afirma.

    Recomendações para o setor

    Os pesquisadores recomendam que políticas públicas priorizem a capacitação de produtores e extensionistas rurais, além da atualização da grade curricular de cursos técnicos e superiores relacionados à cultura da erva-mate. A assistência técnica, em particular, deve ser estimulada e fortalecida, já que se mostrou um fator crítico para a adoção de tecnologias. “O aumento da renda da erva-mate ao produtor depende da melhoria do manejo dos cultivos por meio da adoção de tecnologias sustentáveis de produção”, afirma.

    Além disso, Goulart enfatiza a importância de se focar em soluções de baixo custo, que gerem ganhos mais imediatos para subsidiar o retorno do investimento. O levantamento reforça que ações simples, por exemplo, adequar a poda e o intervalo de colheita podem elevar o produtor a um patamar de produtividade mais alto e, a partir daí, viabilizar tecnologias mais avançadas, como o uso de cultivares específicas e de maior produtividade.

  • Inovação na indústria recuou em 2023 no Brasil, diz IBGE

    Inovação na indústria recuou em 2023 no Brasil, diz IBGE

    A parcela de indústrias brasileiras que inovaram em produtos ou processos ficou em 64,6% do total das empresas, em 2023. Segundo dados da Pesquisa de Inovação (Pintec) 2023, divulgada nesta quinta-feira (20), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual é inferior aos registrados em 2022 (68,1%) e em 2021 (70,5%).

    “A gente considera uma empresa inovadora aquela que, em 2023, lançou um produto novo ou substancialmente aprimorado ou um processo de negócio novo ou substancialmente aprimorado. Os dados mostram que a gente vem observando uma queda desde 2021”, explica o pesquisador do IBGE Flávio José Marques Peixoto.

    A taxa de inovação aumenta com o porte da empresa. Em 2023, por exemplo, 73,6% das empresas com 500 funcionários ou mais apresentaram inovação. O percentual caiu para 70,8% quando analisadas apenas as empresas com 250 a 499 funcionários, e para 59,3% no caso das empresas que têm de 100 a 249 empregados.

    Considerando-se o tipo de inovação, 34,4% das empresas inovaram tanto em produtos quanto em processos de negócios, enquanto 16,6% só fizeram inovações em processos e 13,6% só inovaram em produtos.

    Em relação aos produtos inovadores, 68% eram novos apenas para a empresa (ou seja, já eram usados em outras empresas do mercado), 27,6% eram novidades para o mercado nacional (usado em outros países, mas não no Brasil) e 4,4% eram inovações para o mercado mundial.

    Já em relação aos processos de negócios, 31,7% eram voltados para a organização do trabalho; 29,4% para a produção de bens ou fornecimento de serviços; 27,9% para marketing; 27,6% para processamento de informação e comunicação; 25,7% para práticas de gestão ou relações externas; 18% para contabilidade e operações administrativas e 17,2% para logística, entrega ou distribuição.

    Dentre as empresas inovadoras, 32,9% cooperaram com outras empresas ou consumidores para fazer suas inovações. A maioria das cooperações foi com fornecedores (27,1%), consultores (22,3%), clientes (20,2%) e infraestrutura de ciência e tecnologia (19,9%).

    Também foram observadas cooperações com outras empresas do grupo (12,4%), start-ups (9,9%) e até concorrentes (3,2%).

    Dificuldades

    Entre as empresas inovadoras, 47,6% encontraram problemas ou obstáculos para inovar em 2023, abaixo, por tanto, dos percentuais de 2022 (47,9%) e de 2021 (59,1%).

    “Empresas sempre enfrentaram problemas e obstáculos na sua inovação, sejam empresas inovadoras ou não. No caso do das inovadoras, vários aspectos atrapalham, incluindo problemas no seu processo inovativo. No caso das não inovadoras, na maioria das vezes, essas questões impedem que as inovações sejam realizadas”, destaca Peixoto.

    Em 2023, as principais dificuldades enfrentadas foram instabilidade econômica (44,2%), capacidade limitada de recursos internos (42,1%) e acirramento da concorrência (41,4%).

    Foram constatados também problemas como mudanças nas prioridades estratégicas (37,6%), baixa atratividade da demanda (36,9%), limitações tecnológicas externas à empresa (36,4%), dificuldade em estabelecer parcerias (34,8%) e dificuldades para obtenção de apoio público (33,9%).

    Entre as empresas não inovadoras, 21,7% encontraram problemas e obstáculos para inovar, abaixo dos 28,3% de 2022 e dos 33,9% de 2021. Os principais motivos apontados foram instabilidade econômica (21,2%), baixa atratividade da demanda (19,2%) e acirramento da concorrência (19%).

    De acordo com o IBGE, 36,3% das empresas inovadoras utilizaram apoio público para inovar, menos que os 39% de 2022. Entre os instrumentos usados por essas indústrias, em 2023, destacam-se incentivo fiscal à pesquisa e desenvolvimento (P&D) e à inovação tecnológica (26,4%), financiamento exclusivo para máquinas e equipamentos utilizados para inovar (10,5%) e financiamento a projetos de P&D (6,5%).

    “Atividades de inovação são atividades que têm riscos e certezas e, às vezes, o apoio público vem para diminuir um pouco esses riscos, principalmente no longo prazo”, ressalta o pesquisador.

    “De 2022 para 2023, praticamente todos os instrumentos tiveram uma queda, exceto o incentivo a fiscal à P&D e à inovação tecnológica, ou seja, ao uso da Lei do Bem, que teve um pequenino aumento de 26,2% para 26,4%”.

    O levantamento do IBGE mostrou ainda que empresas inovadoras tiveram interesse em utilizar apoio público mas acabaram não usando. Entre os principais interesses estavam incentivo fiscal à pesquisa e desenvolvimento (P&D) e à inovação tecnológica (29,7%), financiamento exclusivo para máquinas e equipamentos utilizados para inovar (25,8%) e financiamento a projetos de P&D (22,5%).

    Pesquisa & desenvolvimento

    O IBGE também fez um levantamento sobre as indústrias que investiram em P&D no país. Em 2023, o percentual era de 34,3%, pouco abaixo da taxa do anterior (34,4%), mas acima da de 2021 (33,9%).

    “Entre as empresas menores, teve um aumento na incidência de empresas de 100 a 249 [funcionários] que realizaram na P&D, de 25,3% [em 2021 e 2022] para 26,5% [em 2023], mas houve uma queda bem razoável nas grandes empresas [acima de 500 funcionários], que vem caindo desde 2021 [quando o percentual era 56,3%], chegando agora em 50,3%”, destaca Peixoto.

    Os setores com mais empresas que investiram em P&D foram farmoquímica e farmacêutica (67,8%), equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (66,9%) e produtos químicos (63%).

    Por outro lado, as atividades com menor taxa de dispêndio em P&D foram couro, artigos de viagens e calçados (15,6%), produtos têxteis (14,3%) e produtos de madeira (10,3%).

    Segundo o IBGE, 53,1% das empresas inovadoras investiram em P&D, em 2023, acima dos percentuais de 2022 (50,6%) e de 2021 (48,1%).

    Em relação às expectativas futuras, 59,1% das empresas inovadoras que investiram em P&D planejavam manter seus dispêndios em 2024, 37,4% tinham intenção de aumentar e apenas 3,5% pretendiam diminuir esses dispêndios. Já para 2025, 49,1% pretendiam ampliar; 48,8%, manter; e 2,1%, diminuir.

  • Produtor já pode testar aplicativo que usa registro de ondas cerebrais de especialistas para detectar doenças da soja

    Produtor já pode testar aplicativo que usa registro de ondas cerebrais de especialistas para detectar doenças da soja

    A ferramenta que detecta doenças da soja, resultante da parceria Embrapa, Macnica DHW e InnerEye, está disponível para ser testada nesta safra. Técnicos e produtores, que lidam com a cultura no País, já podem acessar o aplicativo PlantCheck ID, gratuitamente, para os sistemas Android e iOS nas lojas de aplicativo. Em breve, também estará disponível para detecção de doenças do  milho.

    A parceria começou em 2022 com o treinamento do sistema para o reconhecimento de plantas doentes e não doentes, depois para doenças de relevância econômica e avança, agora, para a oferta da ferramenta para teste em larga escala. O aplicativo tem interface simplificada, segundo Jayme Barbedo, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e líder do projeto.

    “O usuário observa um sintoma na lavoura para o qual gostaria de ter um diagnóstico. Tira uma fotografia e transmite, via celular ou computador, aos servidores da InnerEye, em Israel. Lá, o modelo é rodado e uma resposta é produzida para o usuário. O processo não demora mais que alguns segundos”, detalha Barbedo.

    “Uma das grandes vantagens do aplicativo é tornar o processo de identificação de doenças mais rápido e assertivo, facilitando a vida do produtor. Além disso, ele também incluirá, em breve, alguns Apps da própria Embrapa, como o ClimaAPI e o Agrotermos, possibilitando ao usuário acessar todas essas informações a partir de uma única plataforma”, reforça Fábio Petrassem de Sousa, presidente da Macnica DHW.

    Ferrugem asiática, oídio e mancha alvo estão entre as principais doenças que afetam as plantas da soja que o aplicativo, treinado por meio de inteligência artificial (IA), a partir de análises de especialistas da Embrapa Soja, consegue identificar em estágio inicial.

    Doenças com características parecidas dificultam a distinção de sintomas. “As doenças ocorrem em fases diferentes da cultura, necessitando de  manejo específico de acordo com o patógeno para garantir eficiência na aplicação de fungicidas”, explica a pesquisadora Dagma da Silva Araújo, da Embrapa Milho e Sorgo.

    A utilização de IA para criar mecanismos de identificação de doenças vai oferecer maior segurança à tomada de decisão, diz. Sem controle, a ferrugem asiática pode provocar perdas de até 90% de produtividade, segundo o Consórcio Antiferrugem. Os números evidenciam o valor da prevenção, especialmente em tempos de eventos climáticos extremos a favorecer o surgimento e a expansão de novos fungos.

    Bons motivos para o setor produtivo participar do aperfeiçoamento da solução tecnológica que confere autonomia e agilidade na identificação de fitopatologias em estágio inicial e assertividade na tomada de decisão, aponta a equipe de especialistas. Práticas agrícolas sustentáveis também são favorecidas pelo uso da tecnologia, otimizando o uso de defensivos e reduzindo impactos ambientais.

    Sinais neurais

    capacete Macnica Pesquisador Rafael soares credito

    A iniciativa pioneira de captura de sinais neurais de fitopatologistas da Embrapa Soja e Embrapa Milho e Sorgo para detecção de doenças é feita a partir de um dispositivo ECG, uma espécie de capacete com eletrodos (foto/Macnica) que capturam as ondas cerebrais. Então, os sinais cerebrais são enviados ao software da InnerEye, que faz o processamento das imagens e traz os resultados, diz Sousa. “Esse sistema serviu de base para especialistas da Macnica conceberem o aplicativo”, completa.

    O sistema simula o funcionamento cerebral no momento em que especialistas visualizam imagens de plantas doentes, automatizando a rotulagem e tornando a etapa mais rápida e eficiente. O pesquisador Jayme Barbedo, destaca que as ferramentas de IA evoluíram muito, mas carecem de grande volume de dados para um crescente aprimoramento.

    Desafio que a equipe desenvolvedora do aplicativo pretende vencer com a participação dos produtores. “Quanto mais retornos obtivermos nessa etapa de teste em larga escala, mais ampliaremos o banco de dados e a acurácia da ferramenta”, diz Barbedo. O pesquisador ressalta ainda o papel educativo da tecnologia na disseminação de informações sobre as doenças. A gratuidade no acesso ao aplicativo será mantida após a fase de testes.

    Validação

    Depois da prova de conceito, em 2023, que atestou a acurácia do método de identificação de doenças em soja por meio da IA e o modelo foi concluído, a primeira fase de validação da tecnologia para a cultura teve início este ano, junto a um grupo restrito de cerca de 20 produtores.

    As sugestões foram aproveitadas no melhoramento da ferramenta, que chega, de maneira gratuita, às mãos de profissionais da agronomia, da extensão rural e do setor produtivo para a etapa ampliada de testes. Veja vídeo aqui e faça o download do App na loja pelo link: plantcheckid.embrapa.mdhw.dev/home a partir de março  de 2025. O email de suporte para dúvidas de usuários junto à Macnica é: suporte@plantcheckid.com .

    “As doenças possuem características muito específicas quanto aos sintomas e também podem ser confundidas com sintomas de outras doenças e sintomas causados por fatores abióticos (que não resultam da ação de seres vivos), informa Dagma Araújo. No futuro, outras doenças deverão ser inseridas ampliando o potencial e funcionalidades do aplicativo, voltado à tomada de decisão.

    Na fase atual, o objetivo é validar se o uso de ondas cerebrais como metodologia pode ter aplicabilidade segura. Os demais passos virão com as sugestões dos produtores que estão testando a ferramenta no aplicativo, diz a pesquisadora.

    O aperfeiçoamento do aplicativo deve resultar numa versão a ser entregue no segundo  semestre de 2025, mas o aprimoramento será contínuo, visando acompanhar a dinâmica da atividade agrícola.

    Milho

    milho BRITO Sandra
    Foto: Sandra Brito

    A cultura do milho, que comumente sucede à da soja, será a próxima a contar com o suporte do aplicativo. De acordo com estudo da Embrapa, o consumo do grão na alimentação humana é pouco representativo do ponto de vista de mercado, embora relevante em regiões de baixa renda. De 60% a 80% do consumo do grão, no Brasil, vai para a alimentação animal.

    O complexo dos enfezamentos, a mancha branca do milho e a mancha de turcicum são as doenças a serem inseridas no sistema, inicialmente. A escolha das doenças para entrarem na fase de testes do aplicativo é justificado por serem economicamente importantes para a cultura no País.

  • Inadimplência atinge 68,76 milhões de consumidores em fevereiro, aponta CNDL/SPC Brasil

    Inadimplência atinge 68,76 milhões de consumidores em fevereiro, aponta CNDL/SPC Brasil

    O Indicador de Inadimplência realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (41,50%) estavam negativados em fevereiro de 2025, o que representa 68,76 milhões de consumidores. Em comparação com fevereiro de 2024, o percentual de inadimplentes do Brasil teve crescimento de 3,22% em fevereiro de 2025. Na passagem janeiro para fevereiro, o número de devedores caiu ‐0,04%.

    A partir dos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em fevereiro deste ano ficou acima da observada no mês anterior.

    “A inadimplência no Brasil tem apresentado um crescimento constante, com poucas oscilações, enquanto a recuperação de crédito segue em declínio. A situação é preocupante e tende a se agravar, já que as taxas de juros, que já estão elevadas, têm previsão de alta. Além disso, a inflação nos alimentos tem pressionado o orçamento das famílias, reduzindo sua capacidade de honrar compromissos financeiros. O cenário se torna ainda mais preocupante diante da falta de avanços significativos na educação financeira do brasileiro”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

    O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 3 a 4 anos (41,13%).

    O número de devedores com participação mais expressiva em fevereiro está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,81%). De acordo com a estimativa, são 17,03 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, ou seja, metade (50,13%) dos brasileiros desse grupo etário estão negativados. A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,08% mulheres e 48, 92% homens.

    Em fevereiro de 2025, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.650,21 na soma de todas as dívidas. Além disso, cada inadimplente devia, em média, para 2,15 empresas credoras, considerando todas essas dívidas.

    Os dados ainda mostram que três em cada dez consumidores (30,32%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 43,93% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.

    Em fevereiro de 2025, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 5,29% em relação ao mesmo período de 2024. O dado observado em fevereiro deste ano ficou acima da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de janeiro para fevereiro, o número de dívidas apresentou alta de 0,54%.

    Abrindo a evolução do número de dívidas por setor credor, destacou‐se a evolução das dívidas com o setor de Bancos com crescimento de 8,62%. Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comércio (‐6,51%), Água e Luz (‐5,70%) e Comunicação (‐3,64%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.

    “Algumas estratégias podem ser fundamentais para reduzir a inadimplência e ajudar os consumidores a recuperarem sua saúde financeira. Investir em educação financeira, revisar cuidadosamente as despesas para identificar cortes possíveis e poupar um valor antes de renegociar a dívida são medidas que aumentam as chances de sair da inadimplência de forma sustentável, reduzindo o risco de reincidência. A inadimplência gera um efeito dominó que prejudica tanto a economia quanto a população. Programas de renegociação de dívidas promovidos pelo governo federal também podem ajudar a melhorar esta situação”, destaca o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.

    Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 66,50% do total. Na sequência, aparece Comércio (10,00%), o setor de Água e Luz com 9,77% e Outros com 8,07% do total de dívidas.

    Na abertura por região em relação ao número de dívidas, a maior alta veio da região Centro‐Oeste (10,41%), seguida pelo Norte (5,92%), Nordeste (4,28%), Sudeste (4,13%) e Sul (2,06%).

    Em termos regionais, o maior percentual de inadimplentes está na região Centro‐Oeste, onde 45,23% da população adulta está incluída em cadastros de devedores. Por outro lado, na região Sul, a proporção de negativados equivale a 37,05% da população adulta.

    Para todos os indicadores, considera-se que uma dívida é a relação de um credor com um devedor, mesmo que esse credor tenha incluído vários registros desse devedor junto ao SPC Brasil. Ou seja, mesmo que um devedor tenha quatro registros de um mesmo credor, assume-se que esse consumidor tem apenas uma dívida.

  • Intenção de consumo das famílias em Cuiabá apresenta recuo em fevereiro

    Intenção de consumo das famílias em Cuiabá apresenta recuo em fevereiro

    Em Cuiabá, as famílias estão um pouco mais cautelosas com os gastos neste começo de 2025. Uma pesquisa mostrou que, em fevereiro, as pessoas estavam menos propensas a consumir do que em janeiro. Isso aconteceu mesmo com a notícia de que o emprego e a renda estão em boa fase na cidade.

    Apesar da queda no consumo, a maioria das pessoas entrevistadas ainda acha que sua situação financeira está melhor do que no ano passado. Isso pode ser um sinal de que, mesmo com um pouco de cautela, as famílias estão confiantes no futuro.

    A pesquisa também mostrou que essa diminuição no consumo não aconteceu só em Cuiabá, mas em todo o Brasil. No entanto, na capital mato-grossense, a queda foi um pouco maior. Um dos fatores que mais influenciou essa diminuição foi a compra de bens duráveis, como eletrodomésticos e móveis.

    Em resumo, as famílias cuiabanas estão sendo mais cuidadosas com os gastos, mas ainda estão otimistas com o futuro. Isso pode ser um reflexo do bom momento do mercado de trabalho na cidade.

  • Nove estados e o DF têm renda por pessoa acima da média nacional

    Nove estados e o DF têm renda por pessoa acima da média nacional

    O Distrito Federal (DF) e nove estados apresentaram em 2024 rendimento médio domiciliar por pessoa acima da média do Brasil, que ficou em R$ 2.069. O DF lidera o ranking, com R$ 3.444, 66% acima do rendimento médio nacional.

    Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estado com menor rendimento domiciliar por pessoa é o Maranhão (R$ 1.077). A diferença entre o Distrito Federal e o Maranhão supera três vezes (3,19).

    A liderança do DF é explicada pelo grande contingente de funcionários públicos na capital federal. Eles conseguem uma remuneração acima da média da iniciativa privada.

    O estado mais populoso do Brasil, São Paulo, figura na segunda posição, com rendimento domiciliar por pessoa de R$ 2.662.

    Renda x moradores

    O rendimento domiciliar per capita (por cabeça) é a relação entre o total dos rendimentos domiciliares e o total dos moradores. Nesse cálculo são considerados os rendimentos de trabalho e de outras fontes, como aposentadorias e benefícios do governo. Todos os moradores são considerados no cálculo.

    As dez unidades da federação (UF) que ficaram acima da média em 2024 são localizadas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Na comparação com 2023, Minas Gerais deixou de ficar acima da média.

    A divulgação do rendimento per capita atende à Lei Complementar 143/2013, que estabelece os critérios de rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE). Os dados são repassados ao Tribunal de Contas da União (TCU).

    As informações são coletadas ao longo do ano pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

    Ranking

    Veja o ranking de rendimento domiciliar mensal per capita:

    1) Distrito Federal: R$ 3.444

    2) São Paulo: R$ 2.662

    3) Rio Grande do Sul: R$ 2.608

    4) Santa Catarina: R$ 2.601

    5) Rio de Janeiro: R$ 2.490

    6) Paraná: R$ 2.482

    7) Mato Grosso: R$ 2.276

    8) Mato Grosso do Sul: R$ 2.169

    9) Espírito Santo: R$ 2.111

    10) Goiás: R$ 2.098

    Média Brasil: R$ 2.069

    11) Minas Gerais: R$ 2.001

    12) Tocantins: R$ 1.737

    13) Rondônia: R$ 1.717

    14) Rio Grande do Norte: R$ 1.616

    15) Roraima: R$ 1.538

    16) Amapá: R$ 1.514

    17) Sergipe: R$ 1.473

    18) Pernambuco: R$ 1.453

    19) Paraíba: R$ 1.401

    20) Bahia: R$ 1.366

    21) Piauí: R$ 1.350

    22) Pará: R$ 1.344

    23) Alagoas: R$ 1.331

    24) Acre: R$ 1.271

    25) Amazonas: R$ 1.238

    26) Ceará: R$ 1.225

    27) Maranhão: R$ 1.077

  • Aumento no uso de defensivos agrícolas no Brasil: soja lidera a expansão da área tratada

    Aumento no uso de defensivos agrícolas no Brasil: soja lidera a expansão da área tratada

    Entre janeiro e dezembro de 2024, o Brasil registrou um aumento de 9,2% na área tratada com defensivos agrícolas, atingindo mais de 2 bilhões de hectares. Os dados são de uma pesquisa realizada pela Kynetec Brasil, encomendada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg). O aumento foi impulsionado, principalmente, pela soja, que representa a maior parte dessa expansão no uso de defensivos.

    O estudo aponta que o volume de defensivos agrícolas utilizados no controle de pragas, doenças e plantas daninhas cresceu 8,5% em comparação ao ano anterior. A maior parte da utilização foi de herbicidas (45%), seguidos por inseticidas (23%), fungicidas (23%) e tratamentos de sementes (1%). Outros produtos responderam por 8% da área tratada.

    O cálculo da área tratada foi feito com base na métrica PAT (potencial de área tratada), que leva em consideração tanto o número de aplicações quanto o número de produtos utilizados para controlar as pragas e doenças nas lavouras. A soja foi responsável por 56% dessa área, seguida por milho (16%), algodão (8%) e outros produtos como pastagem e cana.

    O mercado de defensivos agrícolas, em termos de valor, atingiu US$ 18 bilhões em 2024, uma queda de 10,3% em relação a 2023, quando o valor registrado foi de US$ 21 bilhões. Em termos regionais, a maior concentração de valores ocorreu em Mato Grosso e Rondônia (28%), seguidos por São Paulo e Minas Gerais (18%), com outras regiões como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina também apresentando destaque.

    A alta nos preços de defensivos agrícolas foi impulsionada pela maior infestação de pragas, como lagartas, cigarrinhas e mosca branca, que exigiram um controle mais intensivo. A safra 2024/2025 deverá manter o crescimento do uso de defensivos, com projeção de um aumento de 6% na área tratada, alcançando novamente mais de 2 bilhões de hectares. A soja, em particular, continuará liderando o uso de defensivos, com a expectativa de um aumento de 7% na área tratada, especialmente para o controle de percevejos e lagartas.