Tag: pesquisa

  • Inep divulga gabaritos do Revalida 2021

    Inep divulga gabaritos do Revalida 2021

    O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, nesta terça-feira (7), os gabaritos preliminares da prova objetiva da primeira etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2021.

    Também está disponível, no portal do Inep, o padrão de resposta provisório da prova discursiva.

    Os participantes do exame têm até o dia 13 deste mês para interpor recurso aos gabaritos, por meio do Sistema Revalida. Os gabaritos definitivos e o resultado provisório do Revalida serão divulgados em 26 de outubro. A partir desse data, os médicos terão até 1º de novembro para entrar com recurso. O resultado final da primeira etapa está previsto para 19 de novembro.

    A primeira etapa do exame foi aplicada no último domingo (5), em oito capitais: Brasília, Campo Grande, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio Branco, Salvador e São Paulo. Os candidatos fizeram provas objetiva e discursiva, nos turnos matutino e vespertino, respectivamente.

    Os médicos responderam a 100 questões de múltipla escolha e cinco discursivas sobre cinco grandes áreas da medicina: clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria e medicina da família e comunidade (saúde coletiva). Será considerado aprovado na primeira etapa do exame o participante que alcançar, no mínimo, 90 pontos de um total de 150.

    A segunda etapa é de avaliação das habilidades clínicas, quando o médico executa dez tarefas para uma banca examinar suas habilidades para o exercício da função. Para isso, ele percorre dez estações resolvendo tarefas como a investigação de história clínica, a interpretação de exames complementares, a formulação de hipóteses diagnósticas, a demonstração de procedimentos médicos e o aconselhamento a pacientes ou parentes, entre outras.

    O objetivo do Revalida é avaliar as habilidades, as competências e os conhecimentos necessários para o exercício profissional adequado aos princípios e necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). O exame é aplicado pelo Inep desde 2011 para subsidiar a revalidação, no Brasil, do diploma de graduação em medicina expedido no exterior.

    Apesar de ser aplicado pela autarquia ligada ao Ministério da Educação, o ato de apostilamento da revalidação do diploma é uma atribuição das universidades públicas que aderem ao Revalida.

  • Violência contra mulheres cresce em 20% das cidades durante a pandemia

    Violência contra mulheres cresce em 20% das cidades durante a pandemia

    Em 483 cidades houve aumento de casos de violência contra a mulher durante a covid-19, que atingiu o Brasil em fevereiro de 2020. O número equivale a 20% dos 2.383 municípios ouvidos pela nova edição da pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) sobre a pandemia.

    Em 269 (11,3%) municípios, houve elevação nas ocorrências de violência contra criança e adolescente, em 173 (7,3%) foram registrados mais episódios de agressão contra idosos, e em 71 (3%) contra pessoas com deficiência. Em outras 1.684 cidades (70,7%), as prefeituras não receberam mais denúncias de violência contra esses segmentos.

    Somados, os percentuais de cidades onde houve acréscimo de casos de agressão contra diferentes segmentos chegam a 41,9% dos municípios ouvidos no estudo. É a primeira vez que a pesquisa da CNM sobre a covid-19, realizada semanalmente, trata de casos de violência.

    Vacinação

    Do total de prefeituras consultadas quanto à vacinação contra a covid-19, 59 (2,5%) ainda não saíram da faixa etária dos 40 a 44 anos, 239 (10%) estão imunizando pessoas de 35 a 39 anos, 508 (21,3%) situam-se na faixa etária de 30 a 34 anos, 677 (28,4%) encontram-se na faixa de 25 a 29 anos e 883 (37,1%) já estão aplicando vacinas em pessoas de 18 a 24 anos.

    O levantamento identificou 235 cidades que pretendem obrigar os servidores a se vacinar. O total representa 18,5% de 1.269 prefeituras consultadas. Outras 962 (75,8%) responderam que não têm esse propósito, enquanto 72 (5,7%) não responderam.

    Das que manifestaram essa intenção, 124 pretendem instaurar processo administrativo contra os funcionários que se recusarem, 23 querem exonerar quem se negar, 77 ainda não definiram punições e 28 relataram outras consequências.

    Entre as prefeituras que já tornaram a imunização de servidores municipais compulsória, estão as de Betim (MG), Paraíso (TO) e São Paulo (SP). Na capital paulista, a medida foi instituída no último dia 7, e aplica-se a servidores e funcionários públicos municipais da administração direta, indireta, autarquias e fundações. Quem se recusar a tomar uma das vacinas incluídas no Plano Nacional de Imunização e não apresentar uma justificativa médica aceitável pode ser exonerado.

    Súmula do STF

    Em Betim, no último dia 6, quando a medida foi anunciada, o prefeito Vittorio Medioli justificou sua decisão classificando como “descabida” a postura de alguns servidores de não se vacinar.

    “Já temos uma súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) que diz que nenhuma posição particular, convicção religiosa, filosófica ou política ou temor subjetivo do empregado podem prevalecer sobre o direito de a coletividade obter a imunização conferida pela vacina prevista em programa nacional de vacinação”, afirmou Medioli, citando, a seguir, que a obrigatoriedade dos servidores visa garantir a segurança da população, incluindo estudantes da rede de ensino municipal. Apenas os trabalhadores que tiverem justificativa médica para não tomar a vacina poderão deixar de fazê-lo.

    Do total da amostra, 445 municípios disseram ter ficado sem vacina contra a covid-19, o equivalente a 18,7%. Outros 1.910 (80,2%%) não informaram ter passado pelo desabastecimento de imunizantes. Na semana passada, o índice de cidades que relataram o problema era de 24,5%.

    Quanto à imunização de adolescentes, a grande maioria das cidades (86,7%) respondeu não ter previsão para essa medida. Outras 158 (6,6%) disseram que irão começar até o fim de agosto e 103 (4,3%) em setembro.

    Das cidades que não receberam imunizante, 415 (93,3%) ficaram sem a primeira dose. Em 88 (19,8%) dos municípios sem vacinas foi registrada a falta da segunda dose. A ausência da primeira e da segunda dose pode ser concomitante.

    Casos e mortes

    Entre os municípios, em 912 (38,3%) houve redução do número de casos de covid-19, em 275 (11,5%) não houve novos casos, em 776 (32,6%), as ocorrências se mantiveram estáveis e em 381 (16%) ocorreu aumento.

    Em 1.477 cidades (62%) não foram anotados novos óbitos, em 429 (18%) a situação se manteve estável, em 272 (11,4%) houve queda e em 160 (6,7%) foi detectado aumento das vidas perdidas.

    Em 88 cidades (3,7%), já foram identificados casos da variante Delta. Em outras 2.122 (89%) não foram detectados pacientes com esse tipo de variação do coronavírus.

    Distanciamento e aulas presenciais

    O levantamento da CNM mostrou, também, que 1.416 (59,4%) das cidades adotam alguma forma de medida de distanciamento ou restrição de horário das atividades não essenciais.

    Outras 922 (38,7%%) responderam não ter usado este recurso durante a pandemia. Na semana anterior, o índice de cidades com medidas de restrição era de 62,3%.

    Sobre a volta às aulas presenciais, 1.924 prefeituras (80,7%) adotaram ou adotarão modelo híbrido com combinação entre atividades em sala de aula e virtuais, 176 (7,4%) optaram por aulas somente presenciais e 127 (5,3%) não têm previsão sobre o retorno às atividades presenciais.

  • Pesquisa mostra que apenas 32 cidades receberam vacinas vencidas

    Pesquisa mostra que apenas 32 cidades receberam vacinas vencidas

    Em apenas 32 municípios houve o recebimento de lotes de vacina contra a covid-19 vencidas. O número equivale a 1,2% das 2.715 prefeituras ouvidas, 48,8% dos municípios brasileiros, na 16ª edição da pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) sobre a pandemia referente à semana de 5 a 8 de julho.

    Entre as prefeituras consultadas, 2.621 relataram não ter recebido vacina vencida, o correspondente a 96,5% da amostra, e 62 prefeituras não responderam a pesquisa.

    O levantamento da CNM também questionou se as secretarias municipais de Saúde tiveram vacinas que passaram da data de validade. Entre as ouvidas, nove (0,3%) relataram a situação e 2.645 (97,4%) disseram não ter passado por isso.

    Isolamento

    Do universo de administrações municipais consultadas, 1.965 (72,4%) disseram manter alguma forma de fechamento ou restrição de horário das atividades não essenciais, e 709 (26,1%) responderam não ter lançado mão de medidas de restrição durante a pandemia.

    Entre as cidades que participaram do levantamento, 480 (17,7%) disseram ter ficado sem vacina contra a covid-19 na semana de 5 a 8 de julho. Do total, 2.195 (80,8%) manifestaram receberam vacinas.

    Das cidades que não receberam imunizante, 463 (96,5%) ficaram sem a primeira dose, e em 66 das 408 cidades sem imunizante foi registrada a falta da segunda dose. A falta da primeira e da segunda dose pode ser concomitante.

    O levantamento identificou 1.860 cidades (68,5%) com relatos de pessoas que quiseram escolher a vacina a ser aplicada. Em outras 792 (29,2%) o problema não foi indicado pelos munícipes ouvidos.

    Casos e mortes

    Entre as cidades ouvidas, em 1.180 (43,5%) houve redução do número de casos de covid-19, em 113 (4,2%) não foram registrados novos casos, em 923 (34%) os casos se mantiveram estáveis e em 444 (16,4%) ocorreu aumento.

    Quanto às mortes, em 1.258 (46,3%) foram registrados novos óbitos, em 615 (22,7%) a situação se manteve estável, em 459 (16,9%) houve queda e em 228 (12,4%) foi detectado aumento de mortes.

    Insumos

    O risco de desabastecimento de medicamentos do kit intubação foi manifestado por 275 cidades, o equivalente a 9,8% das consultadas. Outras 2.161 negaram o problema, ou 79,6% da amostra.

    O kit intubação é composto por remédios usados no uso de suporte ventilatório de pacientes com a covid-19, como anestésicos e neurobloquedores.

    Edição: Fernando Fraga

  • Unilasalle retoma pesquisa sobre preço da cesta básica em Lucas do Rio Verde

    Unilasalle retoma pesquisa sobre preço da cesta básica em Lucas do Rio Verde

    Acadêmicos da Unilasalle, de Lucas do Rio Verde, retomaram o projeto que analisa os custos com alimentação em relação ao salário mínimo. Eles foram a comércios do município levantando informações sobre o custo da cesta básica. A pesquisa tem o objetivo de verificar se o salário mínimo é compatível com o custo de vida no município. Os dados foram coletados em quatro estabelecimentos comerciais – supermercados e incluem o levantamento de itens de entrada (as marcas mais baratos) até os mais caros.

    Os itens pesquisados foram leite longa vida, feijão carioca, arroz branco, farinha de trigo, açúcar, café em pó, óleo de soja, margarina, batata inglesa, tomate, cebola, banana, maçã, pão francês, carne tipo coxão duro e carne tipo ponta de peito.

    De acordo com a universidade, o acompanhamento deste estudo será mensal. A intenção é promover uma métrica de custo de alimentação básica em Lucas do Rio Verde. O projeto integra o Núcleo de Pesquisas em Administração e Ciências Contábeis (NUPAC) do Unilasalle/Lucas.

    Alimentos preços unitários

    Metodologia

    A pesquisa realizada foi quantitativa, utilizando o método de levantamento de dados. Foram coletados, no dia 04 de junho de 2021, os preços dos produtos da cesta básica em quatro estabelecimentos. Além de levantar dados sobre os valores dos produtos da cesta básica, a pesquisa também apura o valor salarial adequado para a manutenção de uma família composta por 4 pessoas: dois adultos e duas crianças.

    A pesquisa apurou que a cesta básica mais em conta custou R$ 428,20. Porém, no estabelecimento pesquisado não foram encontrados todos os produtos estipulados. No comércio que tinha todos os itens da cesta básica, o preço final é de R$ 536,54. Levando em conta o local com todos os itens, a cesta básica mais cara saiu por R$ 589,67, mostrando uma variação de 9,90%. Se o consumidor optar pelos produtos mais baratos nos quatro estabelecimentos, a cesta custaria R$ 475,18, podendo economizar 19,42%.

    Cesta mais barata

    Salário mínimo

    A pesquisa também apurou que o trabalhador que recebe o salário vigente no país (R$ 1.100,00 para uma jornada mensal de 220 horas) tem que trabalhar 108,5 horas para adquirir a cesta básica.

    Para comprometer 35,71% do rendimento com alimentação, o trabalhador teria que ter salário mínimo de R$ 4.735,90.

  • Revestimento comestível conserva frutas e hortaliças

    Revestimento comestível conserva frutas e hortaliças

    Um bolsista da Coordenação de Pessoal de Nível Superior (Capes) criou um nanofilme comestível, solúvel e incolor para conservar e proteger frutas e hortaliças. Jefferson Coelho Queiroz desenvolveu o produto no doutorado, cursado no Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), financiado pela Fundação.

    Na pesquisa, Jefferson Queiroz buscava por um produto sustentável, criado a partir da síntese de nanopartículas, que retardasse o amadurecimento e o apodrecimento de frutas e ainda inibisse o crescimento de fungos e bactérias nos alimentos. “Essas nanoemulsões atuam como películas comestíveis e antimicrobianas na superfície das frutas, o que resulta no aumento do tempo de maturação e, consequentemente, na redução de desperdício de alimentos”, explica o pesquisador.

    O processo de síntese, extração e produção do filme de revestimento é feito a partir de rotas verdes, usando o extrato da folha de algaroba, planta abundante no Nordeste. O pesquisador acredita que a pesquisa possa ter impacto direto na economia do país, pois, além de reduzir as perdas de alimentos, poderá viabilizar o transporte de determinadas culturas para exportação e por todo o território brasileiro.

    Segundo o cientista, os alimentos chegam a durar até 25 dias a mais em comparação com frutas e hortaliças sem o revestimento. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostram que o Brasil é o terceiro maior produtor de frutas no mundo, oferecendo ao mercado cerca de 45 milhões de toneladas anualmente.

    Com informações da Capes

  • Cientistas falam sobre perspectivas astronômicas para 2021

    Cientistas falam sobre perspectivas astronômicas para 2021

    O ano de 2021 traz perspectivas animadoras para a astronomia, como a contagem regressiva para uma missão com destino à Lua e o lançamento de um supertelescópio que fará imagens inéditas do espaço.

    Quem perdeu a oportunidade de observar os eventos ocorridos em 2020 terá a chance de observar novos fenômenos a partir de 27 de abril, com uma Superlua.

    Em maio, um eclipse total da Lua será a atração nos céus brasileiros. Novembro terá outro eclipse, desta vez parcial.

    Em dezembro será possível conferir a famosa chuva de meteoros Geminídeas.

    Começa este ano também a contagem regressiva para a missão Artemis, da Nasa, que deve levar a primeira mulher à Lua em 2024, com parceria brasileira. Os testes não tripulados começam este ano, segundo a agência espacial norte-americana.

    A missão ganhou novo fôlego após a descoberta de moléculas de água na Lua, detectada pelo telescópio Sofia.

    Telescópios

    O lançamento do super telescópio James Web é o destaque de Duilia de Mello, astrônoma, pesquisadora em projetos da Nasa e vice-reitora da Universidade Católica da América.

    “Eu acho que vai ser absolutamente incrível toda expectativa que vai se tornar ao redor deste lançamento deste telescópio [James Web], que estamos esperando há tanto tempo e vai revelar os confins do universo. A gente vai poder ver as primeiras galáxias. Além disso, [o telescópio] vai confirmar também alguns planetas ao redor de outras estrelas. Vai ser uma missão de impacto na nossa visão de universo.”

    O astrofísico do Observatório Nacional Ricardo Ogando destaca que as imagens em alta resolução que serão capturadas em 2021 também serão destaque no campo astronômico.

    “A astronomia é a ciência do acaso. A gente nunca sabe o que vai descobrir. É muito difícil prever o que será destaque em 2021. Por exemplo, matéria escura e energia escura. São dois ingredientes importantes do universo que ninguém sabe o que são e surpreenderam a todos quando foram descobertos”, explica.

    Matéria escura

    O cientista explica que a matéria escura é uma matéria invisível, não detectável fisicamente e apenas teorizada devido à sua ação gravitacional. A energia escura, por sua vez, é o nome que se dá ao ”combustível” que acelera a expansão do universo.

    “Vários projetos estão tentando descobrir mais detalhes sobre este setor escuro do universo. Um deles é o LSST (Legacy Survey of Space and Time), no Observatório Vera Rubin, no Chile, vai usar um telescópio de 8 metros para fazer uma espécie de filme em altíssima resolução do céu usando uma câmera de 3,2 mil megapixels”, revela o astrofísico.

    Leonardo Andrade, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, destaca o uso de dados dos telescópios para detecção de bioassinaturas.

    ”Para 2021, teremos possivelmente a confirmação de alguns estudos, como o que trata da descoberta de um planeta ao redor de duas estrelas – uma viva e outra morta, usando dois métodos de detecção diferentes”, afirmou.

    Para Hélio Jaques Rocha-Pinto, diretor do Observatório do Valongo, 2021 será uma oportunidade para ampliar o conhecimento humano sobre a Via Láctea com a liberação de dados do satélite Gaia.

    “Eu espero grandes descobertas na área da astronomia galáctica em função da liberação de dados do satélite Gaia, que está disponibilizando aos pesquisadores uma quantidade de informações sem precedentes em termos de precisão das posições estelares e do movimento das estrelas na esfera celeste”, concluiu.

    Edição: Pedro Ivo de Oliveira

  • IBGE: Brasil tem 3.299 espécies de animais e plantas ameaçadas

    IBGE: Brasil tem 3.299 espécies de animais e plantas ameaçadas

    O Brasil tem 3.299 espécies de animais e plantas ameaçadas, o que representa 19,8% do total de 16.645 espécies avaliadas. É o que aponta a pesquisa Contas de Ecossistemas: Espécies ameaçadas de extinção no Brasil 2014, divulgada hoje (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Atualmente, são reconhecidas no país 49.168 espécies de plantas e 117.096 espécies de animais. Desse total, a pesquisa analisou as 4.617 espécies da flora e as 12.262 espécies da fauna listadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pelo Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, para as quais existem informações sobre seu estado de conservação. Elas representam, respectivamente, 11,26% e 10,13% do total de espécies reconhecidas.

    Segundo o estudo, das espécies analisadas, 0,06% estão extintas, 0,01% estão extintas na natureza, 4,73% estão criticamente em perigo, 9,35% estão em perigo, 5,74% são vulneráveis, 3,98% estão quase ameaçadas de extinção, 62,82% são menos preocupantes e 13,33% foram classificadas como dados insuficientes, indicando a necessidade de mais pesquisas para avaliação. São consideradas ameaçadas as espécies nas categorias vulnerável, em perigo e criticamente em perigo.

    Biomas

    A Mata Atlântica foi o bioma com mais espécies ameaçadas, tanto em números absolutos (1.989) quanto proporcionalmente (25%). Em seguida vêm o Cerrado, com 1.061 espécies ameaçadas, 19,7% do total de espécies do bioma, e a Caatinga (366 espécies ou 18,2%). O Pampa tem194 espécies ameaçadas, o que equivale a 14,5%.

    Já o Pantanal e a Amazônia têm as maiores proporções de espécies na categoria menos preocupante (88,7% e 84,3%, respectivamente) e também o menor percentual de espécies consideradas ameaçadas (3,8% e 4,7%, respectivamente). Em números absolutos, são 54 espécies ameaçadas no Pantanal e 278 na Amazônia.

    A pesquisa analisou a fauna e a flora segundo sua ocorrência nos biomas – Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Mar e ilhas oceânicas – e tipos de ambiente (terrestre, água doce e marinho). Uma mesma espécie pode ocorrer em diferentes biomas e ambientes. Nesse sentido, 47,7% das espécies eram observadas na Mata Atlântica, 35,7% na Amazônia, 32,4% no Cerrado, 12,4% no Mar e ilhas, 12,1% na Caatinga, 8,4% no Pantanal e 8% no Pampa.

    Em relação à fauna no ambiente terrestre, a maior proporção de espécies ameaçadas se encontra nas ilhas oceânicas, com 30 espécies, ou 38,5% do total de espécies terrestres no Mar e ilhas. A Mata Atlântica tem um número absoluto maior de animais terrestres ameaçados (426), mas uma proporção menor (12,8% do total de espécies terrestres na Mata Atlântica).

    Espécies extintas

    Ao menos dez espécies estão extintas: as aves maçarico-esquimó (Numenius borealis), gritador-do-nordeste (Cichlocolaptes mazarbarnetti), limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi), peito-vermelho-grande (Sturnella defilippii), arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus), e caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum); o anfíbio perereca-verde-de-fímbria (Phrynomedusa fimbriata); o mamífero rato-de-Noronha (Noronhomys vespuccii); e os peixes marinhos tubarão-dente-de-agulha (Carcharhinus isodon), e tubarão-lagarto (Schroederichthys bivius).

    Além dessas, uma espécie está extinta na natureza, ou seja, depende de programas de reprodução em cativeiro: a ave mutum-do-Nordeste (Pauxi mitu), observada na Mata Atlântica.

  • Anvisa permite teste clínico para tratar pneumonia causada por covid

    Anvisa permite teste clínico para tratar pneumonia causada por covid

    A agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o início de testes clínicos para o uso da molécula M5049 para o tratamento de pacientes com pneumonia causada pela infecção de covid-19. A autorização, publicada no último dia 21, tem validade até o próximo dia 13 de novembro.

    Segundo a empresa Merck, que desenvolverá a pesquisa, o objetivo do estudo é investigar se a utilização da M5049 pode impedir ou melhorar a resposta inflamatória em pacientes, infectados com a covid-19, com pneumonia e barrar a progressão para um quadro mais grave.

    A pesquisa pretende avaliar ainda se a utilização bem-sucedida do medicamento experimental pode reduzir as complicações, incluindo sintomas respiratórios graves que geralmente precisam de intervenções médicas adicionais, como ventilação mecânica.

    A princípio, a M5049 será investigada em um estudo controlado por placebo, nos Estados Unidos e no Brasil. “Além do tratamento padrão, que pode incluir tratamentos antivirais, os indivíduos receberão uma das duas doses de M5049 ou placebo. O objetivo é comparar a M5049 ao placebo com base nos resultados do paciente”, destacou a empresa, em nota.

    Edição: Liliane Farias

  • Atlas da Violência: assassinatos de negros crescem 11,5% em 10 anos

    Atlas da Violência: assassinatos de negros crescem 11,5% em 10 anos

     

    No Brasil, os casos de homicídio de pessoas negras (pretas e pardas) aumentaram 11,5% em uma década, de acordo com o Atlas da Violência 2020, divulgado hoje (27), em São Paulo, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Ao mesmo tempo, entre 2008 e 2018, período avaliado, a taxa entre não negros (brancos, amarelos e indígenas) fez o caminho inverso, apresentando queda de 12,9%.

    Feito com base no Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, o relatório evidencia ainda que, para cada pessoa não negra assassinada em 2018, 2,7 negros foram mortos, estes últimos representando 75,7% das vítimas. Enquanto a taxa de homicídio a cada 100 mil habitantes foi de 13,9 casos entre não negros, a atingida entre negros chegou a 37,8.

    Na avaliação dos especialistas que produziram o documento, os números deixam transparecer o racismo estrutural que ainda perdura no país. “Um elemento central para a gente entender a violência letal no Brasil é a desigualdade racial. Se alguém tem alguma dúvida sobre o racismo no país, é só olhar os números da violência porque traduzem muito bem o racismo nosso de cada dia”, diz a diretora executiva do FBSP, Samira Bueno.

    “Todas essas ações [do poder público] que, de algum modo, atuam na prevenção à violência, têm sido capazes, apesar da magnitude do fenômeno [da violência], de prevenir a morte de pessoas não negras, de proteger as vidas de não negros. Porém, quando a gente olha especificamente para a taxa de homicídio da população negra, no mesmo período, no mesmo país, cresceu 11,5%. É como se a gente estivesse falando de países diferentes, territórios diferentes, tamanha a disparidade quando a gente olha para o fenômeno da violência, segmentando entre negros e não negros”, complementa ela. “Isso nos ajuda a entender o quanto estamos completamente dessensibilizados por isso.”

    Recorte de gênero

    Outro número que justifica a afirmação em torno do racismo diz respeito aos homicídios de mulheres. Na década examinada, constatou-se uma redução de 11,7% na taxa de vítimas não negras, ao mesmo tempo em que a relativa a negras subiu 12,4%.

    No período, os estados que tiveram as mais altas taxas de homicídios entre a população negra estão localizados nas regiões Norte e Nordeste, com destaque para Roraima (87,5 mortos para cada 100 mil habitantes), Rio Grande do Norte (71,6), Ceará (69,5), Sergipe (59,4) e Amapá (58,3).

    “Então, que políticas são essas que a gente está implementando, que protegem as mulheres não negras e não são capazes de proteger as negras?”, questiona Samira.

    No total, somente em 2018, 4.519 mulheres foram assassinadas em todo o país. Nesse quantitativo, estão incluídas as ocorrências de feminicídio, embora não estejam especificadas. O índice nacional foi de 4,3 homicídios para cada 100 mil habitantes do sexo feminino, o que indica que uma mulher foi assassinada no Brasil a cada duas horas. Em comparação ao ano anterior, o que se viu foi a uma redução de 9,3% entre 2017 e 2018 na taxa geral, acompanhada por queda em 19 das 27 unidades federativas.

    Segundo a diretora, particularidades referentes ao dado vêm sendo constatadas ao longo do tempo. Como exemplo, ela cita o envolvimento de mulheres com membros de facções criminosas e que acabam sendo executadas. Para ela, a situação consiste em “uma nova gramática das facções”, que precisa ser assimilada.

    Morte entre jovens

    O relatório também chama a atenção para a preponderância de jovens entre as vítimas de homicídios ocorridos em 2018. Ao todo, 30.873 jovens na faixa etária entre 15 e 29 anos foram mortos, quantidade que equivale a 53,3% dos registros.

    No intervalo de 2008 a 2018, observou-se um aumento de 13,3% na taxa de jovens mortos, que passou de 53,3 homicídios a cada 100 mil jovens para 60,4. Os homicídios foram a principal causa dos óbitos da juventude masculina, representando 55,6% das mortes de jovens entre 15 e 19 anos; 52,3% entre o grupo com faixa etária de 20 a 24 anos; e 43,7% daqueles com idade entre 25 e 29 anos.

    Quando se observam as taxas de mulheres e homens, identifica-se uma diferença importante. No caso delas, as proporções de homicídio são de 16,2% entre aquelas que têm entre 15 e 19 anos; 14% na parcela de 20 a 24 anos; e de 11,7% entre jovens com faixa etária de 25 a 29 anos.

    Em 2018, 16 unidades federativas apresentaram taxas de mortalidade violenta juvenil acima da taxa nacional, que é de 60,4 por 100 mil. No topo da lista, aparecem Roraima (142,5), Rio Grande do Norte (119,3) e Ceará (118,4). As menores taxas foram de São Paulo (13,8), Santa Catarina (22,6) e Minas Gerais (32,6).

    “É uma geração inteira que a gente está matando e é algo que não nos sensibiliza, infelizmente, que vai passando. [As vítimas] São sujeitos [considerados] descartáveis”, afirma Samira.

    Políticas públicas

    Sobre a morte prematura de jovens brasileiros, o pesquisador Daniel Cerqueira, que também assina a publicação, ressalta que a efetividade do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) depende de como são conduzidas as políticas públicas. Os dados apresentados mostram que o conjunto de normas fez com que a taxa de homicídios entre crianças e adolescentes caísse para 3,1%, a cada ano, entre 1991 e 2018, revertendo o crescimento anual de 7,8%, registrado entre 1980 e 1991.

    “De 1980 a 2018, foram 265 mil crianças assassinadas no Brasil. É uma barbárie, é muito chocante, é um número que nos leva a repensar o país. Tem algo errado aí. Duas coisas que ajudaram a frear essa barbárie foram o ECA e o Estatuto do Desarmamento. Antes do ECA, quando a gente vai olhar violência armada, a taxa de homicídio anual crescia a incríveis 9,4% a cada ano. Depois do ECA e antes do Estatuto do Desarmamento, de 1991 a 2003, o ritmo de crescimento dos homicídios de crianças diminuiu para 4,9% e, depois do Estatuto do Desarmamento, o ritmo foi de 1,7%. Ou seja, quando a gente compara antes e depois dos estatutos, a morte por violência armada de nossas crianças caiu a um quinto e, no entanto, nós estamos desconstruindo parte dessa peça agora, com o desmantelamento do Estatuto do Desarmamento e com um debate que começou a surgir na sociedade, com preconceitos contra o ECA”, explica Cerqueira, acrescentando que, desde 2009, foram promovidas mudanças na legislação brasileira que permitiram uma circulação maior de porte de armas de fogo e dificultaram o rastreamento de munições e armas, muitas delas usadas por grupos criminosos, incluindo milícias.

    O FBSP e o Ipea destacam, ainda, que, antes de 2003, quando o Estatuto do Desarmamento passou a vigorar, a velocidade de crescimento das mortes era cerca de 6,5 vezes maior do que a observada depois da sanção presidencial. Caso o número de homicídios se multiplicasse da mesma forma como acontecia antes do Estatuto do Desarmamento, o total poderia ultrapassar 80 mil, em 2018.

    Naquele ano, a quantidade já foi elevada: foram notificados 41.179 assassinatos por arma de fogo no país, que correspondem a 71,1% de todos os homicídios do país.

    “É uma geração inteira que a gente está matando e é algo que não nos sensibiliza, infelizmente, que vai passando. [As vítimas] São sujeitos [considerados] descartáveis”, afirma Samira.

    Edição: Kleber Sampaio

  • MCTI instala mais um posto para testar medicamento contra a Covid-19

    MCTI instala mais um posto para testar medicamento contra a Covid-19

    O Governo Federal está recrutando voluntários para os testes clínicos com a nitazoxanida. O medicamento reduziu em 94% a carga viral em células infectadas in vitro. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, participou da inauguração do posto de atendimento em Ceilândia, no Distrito Federal, onde os interessados podem se voluntariar para a pesquisa. “Com isso, a pessoa se ajuda e ajuda o País como um todo”, disse.

    Os voluntários devem ter mais de 18 anos de idade, apresentarem sintomas iniciais de gripe, como febre, tosse e fadiga. Essas pessoas serão testadas para o coronavírus e, em caso positivo, recebem os remédios para tomar em casa. Elas serão acompanhadas durante oito dias pela equipe médica. Depois desse período os voluntários devem retornar para fazer novos exames.

    Com isso, será analisada a carga viral do novo coronavírus antes e depois do voluntário tomar o medicamento. Esse é um dos passos para definir se a nitazoxanida pode ser usada no tratamento da Covid-19.

    “Essa droga tem se mostrado promissora e a que está mais próxima de ter resultados”, afirmou o ministro Marcos Pontes. “É importante ressaltar que é um protocolo científico internacional, aprovado pelo conselho de ética, completamente dentro dos padrões, de forma que no momento que nós tenhamos esse resultado aprovado pelos nossos cientistas, o resultado vai para a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, disse.

    #500 voluntários

    Além da cidade de Ceilândia, a campanha #500Voluntários já instalou postos nas cidades de Bauru, Sorocaba, Barueri, Guarulhos e São Caetano do Sul, em São Paulo, e Juiz de Fora (MG). De acordo com ministério, com a participação de 500 voluntários com Covid-19 os pesquisadores poderão publicar os resultados dos estudos e determinar a eficácia da nitaxozanida no tratamento da doença.

    Inteligência artificial

    A nitazoxanida foi testada junto com outros 2 mil medicamentos por meio de inteligência artificial pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). Apenas cinco passaram para a etapa seguinte da pesquisa. Desses cinco, apenas a nitazoxanida foi aprovada para a etapa atual da pesquisa com voluntários.