Em meio às majestosas paisagens da Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, jazia adormecido um titã dos tempos pré-históricos. Uma pesquisa conjunta do Museu de Ciências da Terra e do Museu Nacional da UFRJ revelou que este gigante, o Pycnonemosaurus Nevesi, reinou supremo como o único dinossauro conhecido do Centro-Oeste brasileiro.
Com cerca de nove metros de comprimento e pesando quase duas toneladas, o Pycnonemosaurus era maior que um prédio de três andares. Imagine a imponência desse predador, erguendo-se sobre a terra firme do Cretáceo, há cerca de 70 milhões de anos.
Equipado com um crânio robusto, mandíbula forte e dentes afiados, o Pycnonemosaurus era um caçador implacável. Seus dentes, adaptados para cortar carne, não deixavam dúvidas sobre sua dieta carnívora.
Evidências sugerem que o Pycnonemosaurus não se intimidava com a própria espécie. Acredita-se que esse gigante se alimentava de outros dinossauros, inclusive o Maxakalisaurus topai, um predador ainda maior que habitava outras regiões do Brasil.
Os primeiros vestígios do Pycnonemosaurus foram encontrados por lavradores em uma antiga fazenda. Percebendo que os ossos não eram de gado, eles acionaram o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM). Anos mais tarde, os fósseis originais foram coletados pelo Museu de Ciências da Terra e enviados ao Rio de Janeiro.
Em Mato Grosso, uma réplica imponente do esqueleto, com 2,20 metros de altura e 7 metros de comprimento, foi instalada no Museu de História Natural do Estado (MHNMT), em Chapada dos Guimarães.
A Embrapa e parceiros avançam na definição das diretrizes técnicas para validar a metodologia de certificação de soja de baixo carbono. Foi publicada a primeira versão do documento Diretrizes técnicas para certificação Soja Baixo Carbono . O documento contém as premissas para atestar a mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em sistemas de produção agrícola candidatos do Brasil. Essas premissas estão sendo utilizadas para subsidiar a coleta de dados em mais de 60 áreas agrícolas em cinco macrorregiões agrícolas, durante duas safras (2023/2024 e 2024/2025).
“A publicação das diretrizes de certificação nesta etapa é fundamental para validarmos cientificamente a metodologia de quantificação que está sendo desenvolvida pela Embrapa”, explica o coordenador do Comitê Gestor do Programa Soja Baixo Carbono ( PSBC ), Henrique Debiasi , pesquisador da Embrapa Soja (PR). ).
Debiasi enfatiza que essa é uma das maiores iniciativas do setor brasileiro. Ela visa agregar valor à soja produzida em sistemas específicos para a redução das emissões de GEE. O Programa estima que, ao se adotar as tecnologias sustentáveis descritas na publicação, o potencial de redução das emissões nos sistemas de produção com soja pode ser de, aproximadamente, 30%.
De acordo com o pesquisador, o escopo do PSBC prevê a comparação dos sistemas de produção típicos (culturas agrícolas utilizadas e as práticas de produção exigidas) com as áreas candidatas a receber o selo Soja Baixo Carbono (SBC), ou seja, que adotam soluções mitigadoras. “O objetivo é tornar tangíveis aspectos qualitativos e quantitativos do grão, a partir de tecnologias e práticas agrícolas que reduzem a intensidade de emissão de GEE”, explica. “O conceito está pautado na mensuração dos benefícios e na certificação voluntária das práticas de produção que comprovadamente resultam em menor emissão de GEE”, acrescenta.
Todas as ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação que visam estabelecer, validar e operacionalizar o protocolo de certificação SBC são agrupadas e coordenadas dentro do PSBC. A construção metodológica é coordenada pela Embrapa Soja, com a participação de especialistas de diversas unidades da Embrapa, agentes da cadeia produtiva da soja e representantes das empresas parceiras: Bayer , Bunge , Cargill , Coamo , Cocamar , GDM e UPL .
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A publicação das Diretrizes Técnicas para Certificação Soja Baixo Carbono – a primeira aproximação é o primeiro passo para validação da metodologia que está sendo desenvolvida pela Embrapa. Ao adotar boas práticas agrícolas e seguir os requisitos preconizados pelo PSBC, o produtor rural submeterá seu sistema de produção à aferição da certificação credenciada. Se conseguir, o selo SBC acompanhará a comercialização da soja, um diferencial competitivo valorizado no mercado.
Mais informações no hotsite: www.sojabaixocarbono.com.br .
Diretrizes técnicas
A estruturação do Programa está pautada em duas diretrizes técnicas: adequação do imóvel rural e adequação do sistema de produção. “Cada diretora possui critérios de elegibilidade, que devem ser atendidos para que a área candidata possa receber o selo SBC. Esse atendimento será mensurado por indicadores de alcance”, diz Debiasi (detalhes na tabela de estruturação da certificação da marca-conceito SBC).
O pesquisador Marco Antonio Nogueira explica que os critérios de elegibilidade para a adequação do imóvel rural estão relacionados às questões de legalização (imóvel rural sem autuações ou embargos ambientais, proprietário sem relatórios por trabalho infantil ou análogo à escravidão, imóvel rural com Cadastro Ambiental Rural – CAR ativo e sem pendências trabalhistas); eliminação de queimadas deliberadas e atendimento às normatizações, a exemplo do respeito ao vazio sanitário (medida de manejo da ferrugem asiática da soja) e calendário ao de semeadura da oleaginosa.
Quanto à adequação do sistema de produção, Nogueira conta que os critérios de elegibilidade estão centrados na adoção de práticas agrícolas obrigatórias e recomendáveis, além da melhoria do balanço de carbono na área de produção. “Criamos o Índice de Adoção de Práticas Agrícolas Sustentáveis (Iapas), baseado em indicadores de boas práticas agrícolas que promovem a mitigação de GEE, complementares às Práticas Agrícolas Obrigatórias. O Iapas pode assumir valores entre 0 e 10 e reflete o grau de adoção de práticas recomendáveis”, explica o pesquisador. “Para receber o selo SBC, o Iapas deve atingir um valor mínimo de 7 e, ao longo do tempo, apresentar tendência de aumento para indicar a melhoria contínua do sistema”, complementa.
Práticas a serem cumpridas
De acordo com o pesquisador, as práticas obrigatórias envolvem a adoção plena do Sistema Plantio Direto ( SPD ), boas recomendações de coinoculação, adubação e correção do solo, assim como o uso de agrotóxicos técnicos prescritos. Também há algumas práticas complementares que devem ser observadas para o atingimento do valor mínimo do Iapas. São elas: Zoneamento Agrícola de Risco Climático ( Zarc ); Manejo Integrado de Diretrizes ( MIP ); Manejo integrado de doenças ( MID ) e Manejo integrado de plantas ( MIPD ); práticas conservacionistas de manejo do solo e do sistema, complementares ao SPD; uso de sementes certificadas; integração labora-pecuária-floresta; adoção de ferramentas digitais e georreferenciadas para o manejo sítio-específico; e realização de análise física e biológica para monitorar a qualidade do solo. “São técnicas que os produtores podem utilizar conforme as possibilidades de suas condições locais, mas, apesar de não serem compulsórias, quanto maior e melhor para a adoção dessas práticas, serão os melhores resultados no cálculo das emissões evitadas de carbono na atmosfera e na sua fixação ao solo por tonelada de grão produzido”, diz Nogueira.
Em relação à melhoria do Balanço das Emissões, são indicadores de alcance: a Intensidade das Emissões de GEE (IEGEE) do sistema de produção candidato inferior ao sistema típico de produção da região, e a isenção das emissões relativas à Mudança de Uso da Terra. “Para estar apta ao selo SBC, a área candidata deve, além de atender aos critérios de elegibilidade qualitativos (práticas orgânicas obrigatórias e complementares), apresentar estoques de carbono orgânico total do solo (COT) superiores e valores de IEGEE inferiores ao sistema de produção típico, comprovando que o sistema candidato ao selo de fato mitiga as emissões de GEE, em relação ao sistema típico da região”, detalha a pesquisadora da Embrapa Roberta Carnevalli .
Próximos passos
O foco do Programa SBC passa agora a estabelecer e validar o protocolo de certificação. “O protocolo será composto, em essência, por um memorial descritivo, por uma lista de verificação de conformidades e anexos que detalham as detalhes e os critérios envolvidos na atribuição do selo SBC. Em resumo, as diretrizes indicam o que medir e avaliar, ao passo que o protocolo detalha o como fazer”, aponta Roberta Carnevalli.
A partir da safra 2023-2024, o protocolo passou a ser validado em mais de 60 áreas agrícolas (unidades-piloto), distribuídas em todas as regiões produtoras de soja no território brasileiro. As unidades-piloto foram indicadas pelas empresas que apoiam o PSBC, que priorizaram áreas que adotam um sistema de produção de soja com potencial para a obtenção do selo SBC já no curto-prazo.
Essa etapa visa também escalar a iniciativa, de forma a identificar sistemas de produção aptos à certificação, já por ocasião do lançamento do protocolo para o mercado, previsto para meados de 2026. “O processo de validação envolve ainda uma discussão do protocolo com o setor Produtiva, com organizações internacionais e com representantes do mercado do grão, para que a metodologia proposta reflita a realidade do produtor brasileiro e, ao mesmo tempo, seja aceitação e respeito internacionalmente”, afirma a pesquisadora.
Um protocolo adequado às condições brasileiras
“O grande diferencial do PSBC é que está fundamentado nas condições edafoclimáticas das diferentes macrorregiões sojícolas do País e no cálculo da intensidade de emissão de GEE adotam condições condicionantes com os ecossistemas nacionais e as práticas agrícolas empregadas. Isso evita a adoção de padrões e regulamentações, cujas premissas são fundamentadas em regiões com uma realidade diferente à observada para o Brasil”, destaca o pesquisador Marcelo Hirakuri .
Um outro aspecto que está sendo planejado é a criação de protocolos de certificação de “baixo carbono” para outras culturas e atividades que compõem o sistema de produção de soja, prolongados por unidades da Embrapa.
PSBC e as práticas sustentáveis
O selo Soja Baixo Carbono baseia-se na metodologia MRV (mensurável, reportável e verificável). “A sua adoção é totalmente voluntária e poderá ser utilizada por produtores que contribuirão para colaborar em iniciativas verdes que possam ser qualitativas e quantitativamente comprovadas”, declara o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno .
Segundo ele, o PSBC pretende considerar a soja oriunda de iniciativas ambientalmente sustentáveis e, consequentemente, abrir possibilidades de compensações financeiras, seja agregando valor ao produto comercializado e até mesmo a obtenção de juros mais baixos e prêmios mais interessantes em seguros agrícolas, iniciativas já operantes sem mercado.
“Os padrões de sustentabilidade, conhecidos como normas voluntárias de sustentabilidade (NVS), têm ampliado sua importância em todo o mundo, especialmente no setor agropecuário, tornando-se um importante elemento de agregação de valor e de diferenciação da agricultura brasileira”, afirma o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Soja, Carina Rufino . “Com o PSBC, o Brasil se posicionará fortemente no agronegócio mundial, com uma iniciativa de coalização setorial que mede e demonstra com critérios científicos sua contribuição para uma agricultura mais sustentável e adaptada para enfrentar as mudanças climáticas”, destaca.
Estruturação da certificação da marca-conceito SBC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – que mede a prévia da inflação oficial no país – ficou em 0,39% em junho deste ano. A taxa é menor que a observada em maio (0,44%), mas superior ao percentual de junho de 2023: 0,04%. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (26), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, o IPCA-15 acumula inflação de 1,04% no ano. Em 12 meses, a taxa é de 4,06%, acima dos 3,70% da prévia de maio.
Maior impacto
Em junho, o grupo de despesas alimentação e bebidas foi o que teve o maior impacto no IPCA-15, com inflação de 0,98%. Os itens que mais contribuíram para a alta de preços foram batata inglesa (24,18%), leite longa vida (8,84%), arroz (4,20%) e tomate (6,32%).
Também apresentaram altas de preços os grupos de despesa habitação (0,63%), saúde e cuidados pessoais (0,57%), vestuário (0,30%), despesas pessoais (0,25%), comunicação (0,17%) e educação (0,05%).
Dois grupos de despesa tiveram deflação (recuo de preços): artigos de residência (-0,01%) e transportes (-0,23%). Neste último, os itens que mais contribuíram para a queda foram passagem aérea (-9,87%), etanol (-0,80%), gás veicular (-0,46%), óleo diesel (-0,42%) e gasolina (-0,13%).
A cultura do gergelim tem crescido em Mato Grosso e para dar maior suporte aos produtores, a Embrapa, UFMT, IFMT Sorriso e Fundação MT realizaram uma pesquisa para definir índices técnicos para o cultivo da oleaginosa no estado.
Os ensaios foram realizados em Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde e avaliaram, entre outros itens, diferentes espaçamentos, densidades de plantas e seletividade a herbicidas.
De acordo com a pesquisadora da Embrapa Agrossilvipastoril Vanessa Quitete, os resultados mostraram que a densidade de plantio com melhores resultados foi de 6 kg/ha, com espaçamento de 0,45m entrelinhas.
“Com essa população foi possível reduzir a competição com as plantas especialmente na fase inicial da cultura”, explica a pesquisadora.
O controle de plantas aparentes é um dos principais desafios do cultivo do gergelim, uma vez que não existem cultivares resistentes aos herbicidas. Testes feitos em casa de vegetação demonstraram que o Trifluralin e o Prometryn foram aqueles que tiveram melhor seletividade no estabelecimento da cultura, nos 30 primeiros dias. Dentre as cultivares avaliadas, a BRS Anahí e Trebol foram as que tiveram maior tolerância aos herbicidas.
Entretanto, os dados relacionados ao manejo das plantas ainda são preliminares, uma vez que foram realizados apenas em casas de vegetação. Devido à curta duração deste projeto de pesquisa, não houve tempo para os testes de campo, necessários para que se possa fazer uma recomendação aos produtores.
As avaliações não identificaram a ocorrência de doenças nas plantas de gergelim. O fato da cultura ser nova na região médio-norte de Mato Grosso explica a ausência de patógenos que causem danos ao trabalho.
Um novo projeto de pesquisa para dar continuidade às avaliações fitotécnicas está sendo elaborado pela equipe que atuou neste trabalho. No momento, outros ensaios com o gergelim estão sendo prazos com o objetivo de avaliar novos genótipos do programa de melhoramento genético temporal pela Embrapa Algodão. A Embrapa Agrossilvipastoril e a UFMT também já desenvolveram pesquisas relacionadas à qualidade dos grãos e redução de perdas na colheita.
Gergelim em Mato Grosso
Mato Grosso é o maior produtor de gergelim no país. De acordo com a estimativa da Conab, na safra 2023/2024 a área plantada no estado mais do que dobrou em relação ao ano agrícola anterior. São 382,1 mil hectares agora, contra 188,5 mil ha na safra 2022/2023.
A expectativa da Conab é de uma produção de 191,1 mil toneladas de gergelim em Mato Grosso, o que equivale a 66% da produção nacional.
Os municípios de Canarana e de Água Boa são os maiores produtores de gergelim no estado.
Diversidade de gênero na ciência
Este projeto de pesquisa foi financiado pela Fapemat por meio do edital Mulheres e Meninas na Computação, Engenharias, Ciências Exatas e da Terra, que buscou fomentar a atuação feminina na ciência. Além de ser liderado por uma mulher, o projeto conta apenas com meninas entre as bolsistas de iniciação científica.
A Fundação Rio Verde de Pesquisa informou esta semana a abertura de vaga para estágio em laboratório agronômico. As inscrições estão abertas até 15 de junho, exclusivamente pelo site da instituição.
Para se inscrever o candidato deve estar cursando Engenharia Agronômica ou Agrícola, ou ainda Técnico Agrícola ou Agropecuária. O período de estágio é de no mínimo 3 meses e tem início previsto para 01 de julho próximo.
De acordo com a Fundação Rio Verde, o estagiário vai atuar no laboratório de sementes com as culturas de soja, milho, algodão, feijão e arroz em Lucas do Rio Verde.
A Fundação Rio Verde está localizada à Rodovia MT 449 no km 8, zona rural de Lucas do Rio Verde.
O volume de serviços no país cresceu 0,5% na passagem de março para abril, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (12), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a segunda alta consecutiva do indicador, que já havia avançado 0,7% de fevereiro para março.
De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), o setor cresceu 5,6% na comparação com abril do ano passado, 2,3% no acumulado do ano e 1,6% no acumulado de 12 meses.
Três das cinco atividades do setor de serviços investigadas apresentaram alta de março para abril deste ano, com destaque para os segmentos de transportes (1,7%) e de outros serviços (5,0%). A terceira atividade com resultado positivo foi informação e comunicação (0,4%), que atingiu, mais uma vez, seu ponto mais alto da série histórica, iniciada em 2012.
Queda
Ao mesmo tempo, apresentaram queda de março para abril os serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%) e os serviços prestados às famílias (-1,8%). Na passagem de fevereiro para março, essas atividades haviam crescido.
O índice de atividades turísticas – analisado de forma separada pelo IBGE – teve expansão de 2,3% em abril ante março. É o segundo resultado positivo do segmento, que se encontra 4,7% acima do patamar de fevereiro de 2020, mas ainda 3% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.
Em relação à receita nominal, o setor de serviços apresentou altas de 1,1% em relação a março, de 8,9% na comparação com abril de 2023, de 6,3% no acumulado do ano e de 5,2% no acumulado de 12 meses.
Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Sinop, estão desvendando os segredos dos coprodutos do etanol de milho, buscando otimizar seu uso na alimentação animal. O estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), tem como objetivo principal contribuir para a eficiência da indústria e a qualidade dos produtos ofertados para o gado e aves.
Coordenado pelo Dr. Anderson Corassa, a pesquisa se encontra em fase de desenvolvimento e já traça um panorama promissor para o futuro da cadeia do etanol de milho em Mato Grosso.
Compreendendo as diferenças para otimizar o uso
Um dos pontos-chave do estudo é a análise dos processos de produção dos coprodutos nas usinas. Cada usina, apesar de produzir etanol, utiliza métodos distintos que impactam nas características nutricionais dos coprodutos. Diante dessa variabilidade, a criação de um banco de dados com as características físico-químicas dos coprodutos de Mato Grosso é fundamental para otimizar seu uso nas dietas animais.
Desvendando o valor real dos nutrientes
Para determinar com precisão o valor real da proteína e aminoácidos presentes nos ingredientes para alimentação de suínos e aves, os pesquisadores utilizarão protocolos de digestibilidade ileal. Essa técnica permitirá um mapeamento detalhado dos nutrientes que podem ser absorvidos e utilizados pelos animais, fornecendo informações valiosas para a formulação de dietas mais eficientes.
Informações para todos os elos da cadeia
O projeto da UFMT vai além da pesquisa científica. Os resultados obtidos serão compilados em um banco de dados de fácil acesso para usinas, pecuaristas, agroindústrias, nutricionistas e outros profissionais da área. Essa iniciativa busca democratizar o conhecimento e impulsionar o desenvolvimento da cadeia do etanol de milho no estado.
Mais do que pesquisa: impacto social e econômico
Os benefícios do estudo se estendem para além da otimização da alimentação animal. O projeto visa fortalecer a política nacional de biocombustíveis, promover o etanol de milho de Mato Grosso em âmbito nacional e internacional, e formar recursos humanos qualificados.
Um futuro promissor para o etanol de milho em Mato Grosso
Com a consolidação da cadeia do etanol de milho e a valorização dos seus coprodutos, espera-se um impacto positivo na economia e na sustentabilidade do estado. A pesquisa da UFMT se configura como um passo crucial para o futuro promissor do etanol de milho em Mato Grosso.
Acompanhe a pesquisa
Para mais informações sobre o estudo e acompanhar seu desenvolvimento, siga as redes sociais da UFMT e da Fapemat.
O Unilasalle de Lucas do Rio Verde divulgou na última semana os resultados de uma pesquisa sobre a “Percepção da Violência contra a Mulher em Lucas do Rio Verde”. O levantamento oferece uma visão detalhada sobre como os acadêmicos dos cursos de graduação do Unilasalle/Lucas e os moradores locais percebem a violência contra a mulher.
Este projeto teve início em 2021, quando o Núcleo de Pesquisa e Pós-graduação do Unilasalle submeteu ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) uma proposta de pesquisa dentro da linha de estudo “Identidade e Linguagens na Educação”.
Formado por membros da reitoria, docentes e acadêmicos bolsistas do Programa de Iniciação Científica, o grupo de pesquisa dedicou-se a discutir, refletir e realizar ações coordenadas sobre a temática da violência contra a mulher no município de Lucas do Rio Verde.
A primeira fase da pesquisa, conduzida em 2021, foi aplicada em locais de grande circulação, como supermercados e empresas, com o objetivo de captar a percepção dos moradores sobre o fenômeno da violência. A pesquisa contou com 246 respondentes, dos quais 91,1% reconheceram a existência de violência contra a mulher na cidade, e 63,4% afirmaram ter presenciado alguma situação de violência.
A nova fase da pesquisa, intitulada “Identificando a Percepção da Violência contra a Mulher”, visou explorar como os acadêmicos dos cursos do Unilasalle Lucas percebem a violência contra a mulher na cidade de Lucas do Rio Verde.
Entre os objetivos da pesquisa, destacam-se a identificação de como os acadêmicos entendem o fenômeno da violência contra a mulher na região, os fatores apontados para explicá-lo, e a correlação de fatores biológicos, econômicos, sociais, ambientais e afetivos com o fenômeno.
Além disso, a pesquisa buscou avaliar a influência da pandemia de Covid-19 na violência contra a mulher e comparar as percepções atuais com os dados coletados em 2022, incluindo uma análise interinstitucional.
Segundo a instituição de ensino, os resultados desta pesquisa são fundamentais para entender as dinâmicas da violência contra a mulher em Lucas do Rio Verde e para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e combate a essa problemática social. A divulgação desses dados visa não apenas informar a comunidade acadêmica e a população local, mas também fomentar um debate mais amplo e aprofundado sobre as raízes e as possíveis soluções para a violência contra a mulher na região.
Números
O primeiro levantamento, feito em 2021, e aplicado em locais de grande circulação como supermercados e empresas, teve como objetivo identificar a percepção dos munícipes sobre o fenômeno da violência. Esta pesquisa contou com 246 respondentes, dos quais 91,1% afirmaram existir violência contra a mulher em Lucas do Rio Verde, e 63,4% relataram ter presenciado alguma situação de violência contra a mulher.
As maiores incidências de ações de violência presenciadas foram humilhações/xingamentos (48,0%), violência moral (47,6%) e violência física (45,9%). Destaca-se que 5,7% dos respondentes afirmaram ter presenciado feminicídio. Os índices relativos aos “padrões culturais machistas” (44,1%) foram significativos, seguidos pelo “abuso de bebidas alcoólicas” (23,2%) e “causas culturais de desigualdade de tratamento social da mulher” (8,5%).
Já em 2022, o grupo de pesquisa realizou uma nova etapa, culminando em novembro com a aplicação de um formulário Google Forms direcionado à comunidade acadêmica do Unilasalle, visando conhecer a percepção sobre o fenômeno. Participaram 300 acadêmicos, dos quais 283 afirmaram existir violência contra a mulher em Lucas do Rio Verde e região, e 191 já presenciaram algum tipo de violência, sendo as mais recorrentes a violência moral (152 casos), psicológica e humilhação/xingamento (130 casos).
Diante dos dados identificados nas duas pesquisas, o grupo de pesquisa percebeu a necessidade de uma nova etapa para atualizar a percepção sobre a violência contra a mulher, considerando os impactos biopsicossociais da pandemia. Em 2020, ano do decreto da pandemia, o estado registrou índices significativos de violência contra a mulher. Em 2021, houve uma redução nos registros, com a lesão corporal diminuindo em mais de 11% e mantendo uma queda de 7% em 2021, segundo dados da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil do Estado de Mato Grosso.
Em Lucas do Rio Verde, o Núcleo de Atendimento à Criança, Adolescente, Idoso e Mulher foi inaugurado em setembro de 2021, atendendo demandas de violência de gênero pela Delegacia Geral. Assim, não foram apresentados dados específicos de registros de violência contra a mulher em Lucas, mas sim dados gerais do estado.
Terceira etapa
A coleta de dados ocorreu entre 22 e 24 de abril de 2024, utilizando um questionário estruturado disponibilizado via Google Forms, acessível por QR Code. Toda a comunidade acadêmica foi convidada a participar. Dos 1.423 convidados, 592 responderam ao questionário.
Os resultados indicaram que, mesmo com as medidas de combate à violência, a violência contra a mulher ainda é uma realidade presente. Fatores como padrões culturais machistas, abuso de bebidas alcoólicas e desigualdade de tratamento social são apontados como causadores da violência. A pandemia por Covid-19 contribuiu significativamente para o aumento dos casos, aproximando vítimas e agressores devido ao distanciamento social.
Os números e a pesquisa detalhada podem sem obtidos no site do Unilasalle de Lucas do Rio Verde.
O Observatório Nacional da Violência contra Educadoras/es (Onve) lançou oficialmente nesta sexta-feira (7) a pesquisa nacional A violência contra educadores como ameaça à educação democrática: um estudo sobre a perseguição de educadores no Brasil. O coordenador do Observatório, professor Fernando Penna, da Faculdade de Educação da UFF, explicou à Agência Brasil que “a pesquisa visa produzir dados para a elaboração de políticas públicas sobre violência”.
Fernando Penna informou que, a princípio, todos os educadores da educação básica, ensino superior, privado e público podem participar. “Eles vão falar da sua experiência, inclusive, aqueles que não viveram podem indicar que não passaram por nenhuma das situações descritas”.
A pesquisa trabalhará com uma concepção de educadores que envolve todos os profissionais da educação, desde diretores, merendeiras, porteiros, técnicos de assuntos educacionais, além dos próprios professores. Ela poderá ser respondida por meio de formulário online encontrado no site do observatório.
Também coordenador do Núcleo de Estudos em Educação Democrática da UFF, Fernando Penna disse que o questionário poderá ser respondido até o final de julho. Em agosto, será realizada a análise preliminar das respostas, prevendo-se a divulgação dos resultados em setembro. “Nossa expectativa é que, se a gente conseguir dados significativos sobre a violência, eles possam ajudar na elaboração de políticas públicas pelo MEC e, também, pelos governos estaduais e municipais”.
Protocolos
O Observatório vai ajudar na elaboração de um documento técnico visando criar um canal de denúncias em parceria com o Disque 100. O acordo de cooperação com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania prevê a elaboração de um protocolo específico de encaminhamento de violações de direitos humanos de educadores e educadoras.
“Certamente, os dados da pesquisa vão contribuir para isso. O Disque 100 é uma política pública muito importante. Vai ser ótimo ter um protocolo específico para os professores e professoras reconhecidos como categoria vulnerável no Disque 100”, avalia Fernando Penna.
Outra grande ação do Observatório, segundo o professor Penna, é a elaboração de protocolos de acolhimento jurídico e psicológico para educadores que sofrem violência. “Em pesquisas anteriores, os educadores indicaram que o acolhimento jurídico e psicológico eram suas principais demandas. O Onve tem equipes jurídica e psicológica que estão trabalhando na elaboração desse protocolo, que deverá ser viabilizado em parceria com a sociedade civil e sindicatos, porque o observatório não tem estrutura suficiente para fazer esse acolhimento em nível nacional. A gente vai discutir esse protocolo e fazer parcerias para que os grupos que defendem educadores possam implementá-lo”, explicou.
Cenários
A partir da pesquisa, será criado um banco de dados para que possa ser feita uma estimativa do que acontece em todo o Brasil em termos de violência contra os educadores. O Observatório traçou vários cenários para essa sondagem. O melhor deles engloba 3,5 mil respondentes. A expectativa é positiva, segundo Penna, tendo em vista que em apenas duas semanas em campo já responderam ao formulário 400 educadores de várias regiões do país.
“Dependendo do número de respondentes, a gente vai ter uma capacidade de realização maior por grandes regiões, por estados”, disse Penna, defendendo a importância de se divulgar a pesquisa para que o número de respondentes possa ser maior e maior também seja a avaliação.
Fernando Penna esclareceu que nesta sexta-feira foi o lançamento oficial da pesquisa com o MEC, mas já tem sido apresentada em diversas localidades, visando conseguir o maior número de respondentes.
Nesta quinta-feira (6), por exemplo, a campanha foi apresentada na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em parceria com o gabinete da deputada Luciane Carminatti (PT), presidente da Comissão de Educação e Cultura da Alesc. Naquele estado, a pesquisa será implementada pelo Núcleo de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola (Nepre), que atuará diretamente nos colégios.
“Se tivermos oportunidade, faremos mais apresentações em outros estados”, assegurou o coordenador do Observatório.
Várias instituições participaram da elaboração da pesquisa, entre elas a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e a Universidade Federal do ABC (UFABC).
Proteção
Durante o lançamento da pesquisa, o vice-reitor da UFF, Fabio Barboza Passos, salientou o aumento da violência contra os professores nos últimos anos. Por isso, disse ser importante que se discutam meios de minimizar essa questão e proteger os educadores, garantindo, ao mesmo tempo, que se tenha no país uma sociedade que consiga trabalhar com o debate democrático e a discussão de ideias.
O coordenador geral em Políticas Educacionais em Direitos Humanos do Ministério da Educação, Erasto Fortes Mendonça, afirmou que desde o início compreendeu que o projeto sobre violência contra educadoras e educadores “era de grande importância para nós que trabalhamos com educação em direitos humanos”. Ele espera que a pesquisa possa subsidiar o MEC com dados concretos dessa perseguição e traga elementos suficientes para organização de uma política pública de proteção aos professores.
O observatório é um projeto de extensão vinculado à Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), que reúne pesquisadores de diversas instituições de ensino e pesquisa, bem como estudantes de graduação e pós-graduação, e foi criado em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC).
A conversão em carne e leite dos nutrientes utilizados na produção leiteira é um indicador de eficiência e sustentabilidade da propriedade rural. Pesquisadores brasileiros e estrangeiros investigam fazendas leiteiras com sistemas diferentes para avaliar a eficiência do uso de nitrogênio (N) e fósforo (P) e o excedente, na forma de resíduos (esterco e urina). “O aumento da eficiência na utilização de nutrientes protege a qualidade dos recursos naturais e minimiza o excedente de nutrientes dos resíduos”, explica Julio Palhares, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste.
O estudo, divulgado na Revista International Science Total Environment, no final de abril, analisou 67 fazendas de gado leiteiro localizadas na bacia hidrográfica do Lajeado Tacongava, no Rio Grande do Sul, uma das principais bacias leiteiras do Estado. O número representa 82% do total de propriedades da região, dividido em três sistemas de produção: confinado (3 propriedades); semiconfinado (7 fazendas) e pasto (57 fazendas). As avaliações são referentes ao ciclo produtivo de 2018.
O excedente de resíduos refere-se à diferença entre as entradas de nutrientes no sistema (dieta e fertilizantes) e as saídas (leite e carne). Se as entradas são maiores do que as saídas, há um excedente na forma de esterco e urina. Geralmente, avalia-se o excedente em kg por área, devido ao valor fertilizante da exclusão.
As propriedades confinadas apresentaram valores de excedente superiores à procura agrícola. No caso das fazendas a pasto e as semiconfinadas, o excesso ocorreu somente para o fósforo. Os sistemas confinados tiveram as maiores médias de excesso de N por área. Variou de 320 a 1.628 quilos de nitrogênio por hectare (média de 786 kg N). A sobra de P também foi maior nesse modelo, média de 70 kg por hectare. Segundo Palhares, esse saldo é associado ao tamanho do rebanho em lactação e à área. Nas fazendas baseadas em pastagens, o excedente foi menor, 352 quilos de N e 49 quilos de P por hectare ao ano. Nas semiconfinadas, 508 quilos de nitrogênio e 63 kg de fósforo por hectare ao ano.
Quando considerado o valor monetário do excedente de N, as médias foram de US$ 2.615, US$ 4.950 e US$ 12.171 para sistemas baseados em pastagens, semiconfinados e confinados, respectivamente. Para o excedente de P, foram US$ 346, US$ 588 e US$ 1.119 para pastagens, semiconfinados e confinados. Estas quantias em dinheiro representam a transformação dos resíduos em valores dos fertilizantes químicos, considerando a demanda de nutrientes para áreas de pastagem e trabalho de silagem de milho. Assim, a cifra anual dos resíduos em fertilizante porencial é específica. No entanto, para que os excedentes representem de facto esses valores, deverão ser correctamente manejados.
Vários aspectos influenciam os indicadores de eficiência na atividade leiteira. O manejo nutricional inadequado pode resultar em uma redução na taxa de conversão do nitrogênio e na correspondência da ração em produto leite, afetando os indicadores de excedente e eficiência do uso de nutrientes. Além disso, outros aspectos, como bem-estar animal, saúde e fatores reprodutivos que influenciam o balanço de N e P.
A descarga pode ser usada para adubar culturas, como áreas de pasto, e reduzir a dependência de propriedade de fertilizantes químicos. No entanto, a disponibilidade elevada pode representar risco de contaminação dos recursos naturais e de emissões de gases de efeito de estufa (GEE). “Algumas estratégias destinadas a reduzir os excedentes podem ajudar a mitigar os danos ambientais, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis”, conta Julio Palhares. Do ponto de vista econômico, o elevado excedente representa desperdício de nutrientes comprados. O uso eficiente determina menor custo de produção.
“A relação entre alto excedente e baixa eficiência no uso de nutrientes é observada nos resultados, demonstrando taxas reduzidas de conversão de insumos em produtos. Os determinantes para essas baixas taxas de conversão são multifatoriais, envolvendo aspectos produtivos, ambientais, culturais, econômicos e de qualidade da mão-de-obra”, explica.
Os resultados indicam que os produtores compraram altas quantidades de ração, mas isso nem sempre apresenta o efeito esperado, ou seja, maior produção de leite. O que se constata é um elevado excedente por área e baixa eficiência na utilização de nutrientes. “Essa situação pode ser revertida com assistência técnica mais frequente no manejo nutricional dos animais. Em fazendas a pasto e semiconfinadas, aumentar a representação de pastagens para atender às necessidades nutricionais dos animais pode ser benéfico”, observa Palhares.
Para o pesquisador da Embrapa, o balanço de nutrientes deve ser visto como uma ferramenta para melhorar os padrões de gestão de nutrientes. Ele afirma que estudos sobre a abordagem do balanço de nutrientes devem ser realizados para apoiar práticas e tecnologias que melhorem a eficiência do uso de nutrientes pela produção animal, evitando a manipulação dos recursos naturais, e para ajudar a resolver o excesso de nutrientes na forma de resíduos. Além disso, a pesquisa pode contribuir para alcançar Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relevantes, como fome zero, água potável, consumo responsável e ação climática.
A pesquisa foi desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sudeste, Instituto Leibniz de Engenharia Agrícola e Bioeconomia, da Alemanha, Serviço de Extensão Rural (Emater – RS), Universidade de Caxias do Sul e Universidade Humboldt, de Berlim, Alemanha, com o apoio das prefeituras dos municípios da área de estudo.