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  • Área reservada à agropecuária no pais cresceu 50% em 37 anos

    Área reservada à agropecuária no pais cresceu 50% em 37 anos

    No período de 1985 a 2022, a área reservada à agropecuária no Brasil cresceu 50%, ocupando 95,1 milhões de hectares (ha). A área equivale a 10,6% do território nacional e é maior que a do estado de Mato Grosso, por exemplo. A análise é da rede colaborativa de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas) e foi divulgada nesta sexta-feira (6).

    O levantamento aponta que quase dois terços (64%) da expansão da agropecuária no país – ou 64,5 milhões de hectares – deriva do desmatamento para pastagem. Já o desmatamento feito como etapa de preparo da terra para a agricultura corresponde a 10% da expansão e equivale a 10 milhões de hectares. Pouco mais de um quarto (26%) da ampliação da atividade agrícola – ou 26,7 milhões de hectares – abrange terras que já passaram por um processo de transformação devido à ação do ser humano.

    Em 1985, a agropecuária ocupava um quinto (22%) do território do Brasil, ou 187,3 milhões de hectares. Quase quatro décadas depois, constata-se que a proporção cresceu para 282,5 milhões de hectares, ou um terço do território brasileiro. Desse total, 58% são de pastagens, que tiveram um crescimento de mais de 60% entre 1985 (103 milhões de hectares) e 2022 (164,3 milhões de hectares).

    O aumento da área que serve ao cultivo agrícola foi de 41,9 milhões de hectares, no intervalo analisado pela equipe do MapBiomas. Nesse caso, o espaço utilizado passou de 19,1 milhões de hectares para 61 milhões de hectares. Em termos comparativos, pode-se dizer que o aumento foi de duas vezes a extensão do Paraná.

    Cultivo

    Dois tipos de lavoura respondem por praticamente todo o movimento de expansão (96%), sendo que triplicaram no período de análise: a de grãos e a de cana. Em 1985, os dois tipos de cultivo ocupavam 18,3 milhões de hectares e, em 2022, sua área equivalia a 7% do território nacional, ou 58,7 milhões de hectares.

    Dessa parcela, 35 milhões de hectares são oriundos do aumento no protagonismo da soja que, sozinha, aumentou a área cultivada quatro vezes, e do milho cultivado após a colheita da soja, conforme lembram os pesquisadores do MapBiomas.

    “A soja, o milho, a cana-de-açúcar são as três culturas com maior área, no Brasil. Existe também uma demanda muito importante para o arroz. A área dessas culturas reflete a demanda que você tem para as condições de produção no país. No caso da soja, o principal destino é a alimentação animal e, no caso da cana, o setor de energia”, observou o coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo.

    O MapBiomas destaca que a conversão direta de vegetação nativa para a agricultura permaneceu relativamente constante ao longo dos anos que acompanhou. Além disso, o que se nota é uma tendência de declínio entre 2018 e 2022.

    Outro aspecto que a equipe de especialistas destaca é que, embora tenha havido constância, houve mudanças na distribuição geográfica dessas conversões. As novas fronteiras agrícolas se concentram na região conhecida como Matopiba (acrônimo que se refere aos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), Amacro (território de fronteira entre os estados do Amazonas, Acre e Rondônia e um dos eixos do agronegócio) e no bioma Pampa.

    A maior parte (72,7%) das áreas agrícolas convertidas surgiu no contexto de forte interferência do ser humano, marcado pela intensificação agrícola, com destaque para áreas que anteriormente eram moldadas para a pastagem.

    Pastagem

    O levantamento também fornece informações sobre o desenvolvimento de áreas de pastagem ao longo das décadas. Entre 1985 e 2022, os cinco estados com maiores áreas de desmatamento para conversão à pastagem foram Pará (18,5 milhões de hectares), Mato Grosso (15,5 milhões de hectares), Rondônia (7,4 milhões de hectares), Maranhão (5,4 milhões de hectares) e Tocantins (4,5 milhões de hectares) – estados da Amazônia e Matopiba.

    Levando em conta o mesmo intervalo de tempo, o que se observa pelos dados coletados é que os cinco estados com maiores áreas de desmatamento para conversão direta para agricultura foram Mato Grosso (3 milhões de hectares), Rio Grande do Sul (2,6 milhões de hectares), Bahia (1,8 milhão de hectares), Maranhão (790 mil hectares) e Goiás (550 mil hectares).

    No caso do desmatamento para pastagens que posteriormente foram convertidas em áreas agrícolas, os destaques são os estados de São Paulo (2 milhões de hectares), Mato Grosso do Sul (1,2 milhão de hectares), Rio Grande do Sul e Mato Grosso (1,1 milhão de hectares cada) e Paraná (1 milhão de hectares).

    Edição: Denise Griesinger
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  • Pecuária brasileira colecionou recordes em 2022

    Pecuária brasileira colecionou recordes em 2022

    Produtos de origem animal, como leite de vaca, ovos de galinha e mel de abelha ajudaram a pecuária brasileira a atingir recordes no ano passado. O valor total da produção, que inclui ainda itens como ovos de codorna, lã, casulos de bicho-da-seda, camarão e peixes, foi de R$ 116,3 bilhões, um aumento de 17,5% em relação ao ano anterior. Os dados fazem parte da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Um dos recordes atingidos pelo Brasil foi o número de cabeças de gado. O país terminou 2022 com 234,4 milhões animais, um crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior. Mato Grosso é o maior estado produtor, com 34,2 milhões de cabeças- 14,6% do total nacional.

    Com 77,2 milhões de animais, o Centro-Oeste é a principal região produtora de gado. Mas o maior aumento de rebanho ficou com o Norte, impulsionado pelos pastos de Rondônia, do Pará, Tocantins e Acre.

    Apesar de Mato Grosso liderar o ranking nacional, o município com maior quantidade de cabeçasé paraense: São Félix do Xingu, com rebanho de 2,5 milhões de animais. A cidade tem 65.418 habitantes, de acordo com o Censo 2022. Isso significaque o número de cabeças de gado é 38 vezes maior que a quantidade de moradores.

    Brasília (DF) 20/09/2023 - ILUSTRAÇÕES - Pecuária brasileira colecionou recordes em 2022, aponta IBGE Fonte IBGE/Divulgação
    Brasília (DF) 20/09/2023 – ILUSTRAÇÕES – Pecuária brasileira colecionou recordes em 2022, aponta IBGE Fonte IBGE/DivulgaçãoBrasília – Pecuária brasileira colecionou recordes em 2022 – IBGE/Divulgação

    Leite

    A produção de leite diminuiu 1,6% no ano passado, ficando em 34,6 bilhões de litros. De acordo com o IBGE, a redução ocorreupelo fato de a criação de vacas ter ficado mais onerosapara pequenos produtores. “Foi observado um abandono da atividade por produtores menores, que têm visto os valores dos insumos aumentarem e concluído que o arrendamento da terra para a produção de grãos, atividade em expansão em partes do país, dariamelhor retorno financeiro”, mostraa pesquisa.

    As regiões Sul e Sudeste são as maiores produtoras de leite. Cada uma responde por um terço da produção nacional. Minas Gerais tem a maior produção estadual. Foram 9,4 bilhões de litros, o equivalente a 27,1% do total do país. Castro, no Paraná, é o campeão municipal, com 426,6 milhões de litros.

    Apesar de a atividade leiteirater decrescido, o valor total da produção aumentou 17,7%, alcançando R$ 80 bilhões. Isso mostra que o preço médio pago pelo leite ao produtor foi de R$ 2,31 – aumento de 19,7% em um ano. Esse, no entanto, não é o preço final para o consumidor, pois ainda são incluídos custos como frete, intermediários e margem de lucro dos estabelecimentos de venda.

    “O preço do leite continuou em ritmo de crescimento no ano de 2022, fruto da baixa oferta do produto,que levou a uma competição mais acirrada por parte dos laticínios, atingindo cotações recordes ao longo do terceiro trimestre, e aumento das importações ao longo do ano”, afirma a pesquisa do IBGE.

    Brasília (DF) 20/09/2023 - ILUSTRAÇÕES - Pecuária brasileira colecionou recordes em 2022, aponta IBGE Fonte IBGE/Divulgação
    Brasília – Pecuária brasileira colecionou recordes em 2022 – IBGE/Divulgação

    Aves

    A produção de galináceos (grupo que inclui galinhas e aves para corte, como frango) obteve recorde e chegou a 1,6 bilhão de cabeças, representando aumento de 3,8%. Metade (49,3%) desse contingente fica emgranjas da Região Sul. O Paraná é o destaque, com 29,7% do total nacional.

    Quando se leva em consideração apenas a quantidade de galinhas, a Região Sudeste lidera o ranking nacional, com 91,2 milhões dos 259,5 milhões de todo o país. O estado de São Paulo sozinho tem21,2% de todas as galinhas que existiam no Brasil em 2022.

    A produção de ovos de galinha também foi recorde em 2022. O país produziu 4,9 bilhões de dúzias, 1,3% a mais que no ano anterior. O preço do ovo subiu 17,6%, fazendo crescer o valor total da produção brasileira, que apresentou alta de 19,1%, chegando a R$ 26,1 bilhões.

    Apesar de o ovo ter ficado mais caro, o IBGE explica que a concorrência com outros tipos de proteína manteve aquecida a demanda. “Em 2022, com a elevação generalizada dos preços no setor de proteína animal, o ovo ganhou ainda mais destaque, sendo uma opção mais acessível aos consumidores, uma fonte relativamente mais econômica em comparação às carnes”, explica o IBGE.

    Rebanhos de médio porte

    De acordo com a PPM, rebanhos de caprinos e ovinos cresceram no ano passado. O Brasil terminou 2022 com 12,4 milhões de caprinos (+3,9%) e 21,5 milhões de ovinos (+4,7%). O Nordeste é a região que lidera o ranking nacional de criação desses animais.

    Apesar de o Nordeste deter 69,9% dos ovinos do país, oRio Grande do Sul se destaca com 15,6% do total nacional. Esse contingente faz com que o estado concentre quase toda a produção (95,4%) de lã do país.

    Brasília (DF) 20/09/2023 - ILUSTRAÇÕES - Pecuária brasileira colecionou recordes em 2022, aponta IBGE Fonte IBGE/Divulgação
    Brasília (DF) 20/09/2023 – ILUSTRAÇÕES – Pecuária brasileira colecionou recordes em 2022, aponta IBGE Fonte IBGE/DivulgaçãoBrasília – Pecuária brasileira colecionou recordes em 2022 – IBGE/Divulgação

    Suínos

    Mais um recorde da pecuária brasileira é representado pela quantidade de suínos, que atingiu 44,4 milhões de animais, alta de 4,3% em relação a 2021. De acordo com o IBGE, o consumo interno também seguiu em crescimento (7,8%), chegando a 18 quilos por pessoa no ano.

    A Região Sul concentrou 51,9% do total de suínos, sendo Santa Catarina o estado líder, com 22,1% do rebanho nacional, o que equivale a 9,8 milhões de cabeças.

    Mel

    A produção de mel em 2022 chegou a 61 mil toneladas, recorde da pesquisa do IBGE. A produção cresceu 9,5% em relação a 2021. O maiorresultado foi no Nordeste, que registrou incremento de 16,5% na produção, sendo origem de 38,7% do total do país.

    “O crescimento da produção de mel está relacionado às condições climáticas favoráveis, que proporcionaram maior disponibilidade de recursos alimentares para as abelhas. A crescente demanda por produtos naturais e saudáveis, nacional e internacionalmente, também tem impulsionado a produção apícola nacional”, segundoo IBGE.

    Mesmo com destaque para o Nordeste, o ranking estadual se manteve com Rio Grande do Sul e Paraná no topo, com 14,8% e 14,2% do total nacional, respectivamente, seguidos pelo Piauí (13,7%).

    Aquicultura

    A produção de peixes em 2022 foi de 617,3 mil toneladas. Esse dado mostraaumento de 6% na atividade e de 16,4% no valor de produção, que chegou a R$ 5,7 bilhões. A Região Sul concentrou 220,7 mil toneladas (35,8% do total nacional). O Paraná foi o principal estado, responsável por 27,1% da piscicultura brasileira, com destaque para a cidade paranaense de Nova Aurora, líder do ranking nacional. De cada 100 toneladas de peixes produzidas no Brasil, 66,1 são tilápias, à frente dos tambaquis (17,8).

    A produção de camarão criado em cativeiro foi de 113,3 mil toneladas – 5,9% maior comparada ao ano anterior e mais um recorde identificado pela pesquisa do IBGE. O Nordeste concentrou 99,6% do total nacional, sendo o Ceará dono de mais da metade (54,1%) da produção do país. Dos 10 municípios com as maiores produções de camarão, oito estão no Ceará, sendo o campeão Aracati.

    Edição: Graça Adjuto
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  • Rebanho bovino de Mato Grosso chega a 34,4 milhões de animais

    Rebanho bovino de Mato Grosso chega a 34,4 milhões de animais

    Líder no ranking de estados com o maior número de cabeças de gado em todo o país, Mato Grosso tem um rebanho bovino de mais de 34,4 milhões de animais, conforme dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea-MT). O quantitativo, sendo 34.473.643 bois, foi levantado durante a campanha de atualização de estoque de rebanho, realizada entre 1º de maio e 15 de junho deste ano.

    O número foi apresentado na tarde desta terça-feira (29.08), na sede do Indea-MT, durante a 35º reunião de trabalho da equipe gestora do Estado que compõem o Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA).

    Formado por nove entidades que compõem a cadeia produtiva da pecuária, o grupo de trabalho se reúne trimestralmente para traçar planos e estratégias que garantam a continuidade da sanidade animal do rebanho bovino.

    Conforme os dados apresentados na reunião, Cáceres é, hoje, o município com maior número de cabeças de bois no Estado, sendo 1.341.455 animais. Em seguida aparecem Vila Bela da Santíssima Trindade (1.135.894), Juara (1.000.624), Juína (884.700), Colniza (851.194), Alta Floresta (787.588) e Pontes e Lacerda (698.565).

    Por meio da campanha de atualização de estoque de rebanho realizada pelo Indea, foi possível detectar que Mato Grosso conta com 113.556 estabelecimentos rurais, sendo grande parte deles concentrados nas regiões de Juína, Matupá, Cuiabá, Rondonópolis, Cáceres, Araguaia, Pontes e Lacerda e Alta Floresta.

    O coordenador de sanidade animal do Indea, João Marcelo Néspoli, explicou que a precisão dos números levantados durante os 45 dias de campanha  ajuda a nortear as ações de sanidade animal que o Estado vai realizar ao longo dos meses.

    “Não se faz planejamento sem conhecer o ambiente de atuação. Portanto, esses dados são de extrema importância não apenas para nós, mas também para todas as entidades que acompanham o nosso trabalho de defesa sanitária”, explicou.

    Diante do alto número de animais, o grupo de trabalho discutiu a implantação de um treinamento, de forma voluntária, voltado para motoristas que conduzem caminhões de transporte de gado, com objetivo da adoção de boas práticas que garantam o bem-estar e a segurança dos animais durante o transporte.

    PE-PNEFA

    Além do Indea, integram o grupo de trabalho do PE-PNEFA o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso (CRMV-MT), a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), o Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), a Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite/MT), e o Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (Fesa).

  • Crédito do BNDES para agricultura familiar aumenta 277% no Norte e Nordeste

    Crédito do BNDES para agricultura familiar aumenta 277% no Norte e Nordeste

    Em mais um recorte que indica o protagonismo da agricultura familiar nas linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o total separado pelo BNDES para investimento nas regiões Norte e Nordeste teve aumento de 277% este ano em relação a 2022. Serão R$ 1,2 bilhão destinados a pequenos agricultores das duas regiões em 2023.

    “Estamos colocando recursos próprios no Plano Safra deste ano com uma taxa de juros extremamente competitiva. Esse setor tem uma responsabilidade decisiva. Pelo menos 1/4 do crescimento da economia hoje vem, direta ou indiretamente, do campo brasileiro, que pode produzir cada vez mais sem desmatar, preservando e mostrando ao mundo que, além de eficiente e moderna, temos uma agricultura que contribui para combater o efeito estufa”, diz Aloizio Mercadante, presidente do BDNES.

    A mediação para o acesso aos recursos será feita, de forma prioritária, por cooperativas de crédito. Elas vão atuar como parceiras para fazer os recursos do BNDES chegar de forma mais facilitada para os agricultores familiares dessas regiões.

    PROTAGONISMO – A agricultura familiar passou a ter protagonismo geal nas linhas de crédito oferecidas pelo BNDES. De um valor de R$ 5,7 bilhões oferecido no período 2022/2023, o banco ampliou em 103% o crédito disponível para 2023/2024 na vertente da agricultura familiar. Serão R$ 11,6 bilhões.

    O banco também separou R$ 14,8 bilhões para a agricultura empresarial, um crescimento e 33% em relação ao ano passado. Levando em conta todas as linhas, inclusive as que envolvem recursos livres, o BNDES separou R$ 38,4 bilhões em linhas de crédito para a atual safra, um valor 55% superior ao do ano passado.

    SEMIÁRIDO – Adicionalmente, em seu balanço de seis meses de gestão, o BNDES ressaltou que aprovou junto ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da ONU (FIDA) um apoio não reembolsável que pode chegar a R$ 1 bilhão para que 250 mil famílias de agricultores familiares do semiárido nordestino recebam investimentos em práticas agrícolas e segurança hídrica.

    O projeto, batizado de “Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais do Nordeste”, pretende aumentar a segurança alimentar e promover a mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas na região. A previsão é de que sejam impactadas cerca de um milhão de pessoas, das quais 40% serão mulheres e 50% jovens, numa área de cerca de 84 mil hectares.

    RECORDE – O Governo Federal anunciou valores recordes e inéditos para o Plano Safra. Na agricultura familiar, serão R$ 71,6 bilhões ao crédito rural, volume 34% superior ao anunciado na safra passada. Ao todo, quando somadas outras ações anunciadas para a agricultura familiar, como assistência técnica e extensão rural e Política de Garantia de Preços Mínimos, o volume chega a R$ 77,7 bilhões.

    Entre as medidas, a redução da taxa de juros, de 5% para 4% ao ano, para quem produzir alimentos, como arroz, feijão, mandioca, tomate, leite, ovos, por exemplo. O objetivo é contribuir com a segurança alimentar do país, ao estimular a produção de alimentos essenciais para as famílias brasileiras. As alíquotas do Proagro Mais — o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária — vão cair 50% para a produção de alimentos.

  • Atenção Pecuaristas: Cuidados especiais com a pastagem durante a estiagem em Mato Grosso

    Atenção Pecuaristas: Cuidados especiais com a pastagem durante a estiagem em Mato Grosso

    A estiagem, período que tende a trazer preocupações para os produtores rurais, demanda uma série de cuidados para manter a saúde do pasto e, consequentemente, dos animais. No Mato Grosso, a Associação dos Criadores (Acrimat) vem chamando a atenção para a importância do manejo correto do pasto e a nutrição adequada do gado durante esse período.

    Os Desafios da Seca para os Pecuaristas

    Durante a seca, os pecuaristas encontram um desafio árduo: garantir o ganho de peso dos animais e atingir as metas de produtividade. Como sabem os produtores, o pasto tem um papel crucial nesse processo. Portanto, é de suma importância adotar uma gestão adequada, mesmo durante a estiagem.

    Francisco Manzi, Diretor Técnico da Acrimat, enfatiza que os pecuaristas devem estar cientes da situação. “É essencial adotar tecnologias de suplementação, com estudo e acompanhamento técnico, para que os animais mantenham ou até aumentem seus ganhos até a chegada do período chuvoso”, ressalta.

    Uma das metas é aumentar a quantidade de gado em confinamento - Foto por: Marcos Vergueiro/Secom-MT
    Foto por: Marcos Vergueiro/Secom-MT

    O Impacto da Seca na Nutrição Animal

    “A nutrição é um desafio constante em todas as fases do animal, principalmente quando falamos de pastagem, que é a realidade de Mato Grosso. Durante a seca, que dura de quatro a seis meses no Centro Oeste, a qualidade nutricional da pastagem cai significativamente. Isso pode levar a baixos ganhos de peso dos animais ou até perda de peso”, explica Manzi.

    Prevenindo a Escassez de Pasto

    Existem várias estratégias para mitigar a falta de pasto durante a seca, muitas delas devem ser colocadas em prática ainda durante o período chuvoso. Entre as soluções estão o uso de feno, a irrigação e a adoção de práticas de pastejo rotacionado.

    Uma tática complementar envolve reservar uma área verde no início do outono para uso durante o período mais crítico da seca. Ao deixar essa área sem pastoreio, é possível garantir que a grama dure até o período mais severo da estiagem.

    Cuidados com a Saúde do Pasto

    embrapa vai discutir a descarbonizacao da pecuaria em evento em sp
    Foto: Gabriel Faria.

    O uso de fertilizantes não deve ser negligenciado. Existem diversas técnicas para manter o pasto saudável, que vão além de apenas garantir a nutrição. É essencial também mantê-lo em boas condições para evitar parasitas e insetos que podem afetar a saúde do gado.

    Por fim, é recomendado considerar a viabilidade de uma nutrição animal mais robusta, com a utilização de subprodutos da soja, milho ou algodão.

  • Pecuária terá destaque inédito durante o Show Safra 2023

    Pecuária terá destaque inédito durante o Show Safra 2023

    Considerada a terceira safra na região do Médio-Norte de Mato Grosso, a pecuária terá um espaço exclusivo no Show Safra 2023. Neste ano, com o pavilhão “Show Safra Pecuária”, o público poderá conferir inovações em tecnologias aplicadas na cadeia da produção de carne. A feira de agronegócio acontece nos dias 21 a 24 de março, em Lucas do Rio Verde – MT, com entrada gratuita.

    O espaço “Show Safra Pecuária” traz em sua programação um ambiente destinado à exposição de gados de corte, palestras com temas voltados ao bem-estar animal, eficiência produtiva nutricional, genética, alimentação, confinamento e pecuária extensiva. Além dos estandes, o pavilhão conta com estruturas de apoio para os expositores de commodities, implementos e máquinas agrícolas. Também vai funcionar um restaurante com um cardápio voltado para as linhas de carne nobre da pecuária do Estado.

    “Esta é a primeira vez na história do Show Safra que a pecuária terá esse tipo de destaque, com tanta ênfase e com um pavilhão completo. Esse é o nosso objetivo enquanto evento, melhorar em todas as edições, avançar nas oportunidades de conhecimento aos produtores e também de negócios aos nossos expositores. Com certeza ter a pecuária com essa relevância dará um brilho a mais para nosso evento”, pontuou o diretor executivo da Fundação Rio Verde, realizadora do Show Safra, Rodrigo Pasqualli.

    O pecuarista Rafael Balizardo será um dos expositores. Para ele, o espaço irá elevar o patamar de promoção da pecuária de Mato Grosso e levar o Show Safra para outro nível de feira que vai além do fomento à agricultura.

    “O Show Safra Pecuária vem para difundir tecnologias de pecuária e trazer o setor para um novo patamar, então é muito importante porque nossa região passa por uma industrialização do milho e da soja, que faz com que sobre subprodutos que contribui para uma pecuária muito mais dinâmica, muito mais rápida, muito mais efetiva. Então a feira vem para mostrar aos pecuaristas e agricultores os benefícios desses subprodutos para a pecuária ter um resultado diferente. O visitante pode esperar o que tem de mais moderno no mercado de tecnologia para pecuária para se atualizar e poder produzir com melhor qualidade”, pontuou Rafael.

    Show Safra 2023

    Realizada pela Fundação de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Rio Verde, o Show Safra deste ano traz o tema “O Futuro é Agora”. O público esperado é de mais de 80 mil pessoas nos quatro dias de evento, onde será apresentado às novas tecnologias que podem ser utilizadas na produção de pequenos, médios e grandes produtores.

    São mais de 385 expositores, mais de 700 marcas confirmados no evento, uma vitrine das empresas e de negócios que se destacam tanto a nível municipal, quanto estadual e nacional.

    “Estamos esperando receber 15 mil visitantes a mais do que no ano passado. Isso porque, a feira aumentou sua capacidade estrutural para mais dois novos segmentos, o ‘Show Safra Pecuária’ e o ‘Show Safra Connect’ e acreditamos bastante na adesão desse novo público”, finalizou o presidente da feira, Joci Piccini.

  • Regulamentação discutida entre MT e União Europeia pode ser apreciada em negociações com o Mercosul

    Regulamentação discutida entre MT e União Europeia pode ser apreciada em negociações com o Mercosul

    O questionamento à proposta europeia de regulamentação acerca de produtos livres de desmatamento, apresentado pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) à Comissão Europeia e Parlamento Europeu, pode contribuir com as negociações entre UE e Mercosul. É que alguns países se mostraram sensíveis às sugestões apresentadas pela instituição que é de cooperação na área ambiental ao invés de boicote e ajustes de prazos para que o pequeno produtor não seja excluído da cadeia formal.

    As novas tratativas de representantes da União Europeia com o governo brasileiro, com o objetivo de resgatar as negociações com o Mercosul, após paralisação por entraves ambientais indica redesenho das cadeias globais de valor, especialmente após a pandemia e a guerra na Ucrânia, que teria ampliado o poder do Brasil nas negociações.

    “O fato de o Brasil ser a maior biodiversidade do planeta e estar lutando para implementar um complexo código florestal, nos coloca como país de primeiro mundo no debate sobre clima. Além de produtores de serviços ambientais essenciais para a regulamentação do clima mundial, somos relevantes no fornecimento de alimentos e referência em produção de energia limpa, com mais de 80% da energia produzida no Brasil sendo renovável. No novo paradigma global não existe mais espaço para o protecionismo europeu, e o Brasil se projeta como potência, quem tiver olhos que veja”, disse o presidente do Imac, Caio Penido.

    De acordo com o zootecnista e diretor técnico operacional do Imac, Bruno Andrade, o movimento pode representar uma sinalização de mudanças quanto aos entraves criados pela atual proposta de regulamento da União Europeia, com exigências à cadeia produtiva da carne brasileira, consideradas intransigentes pelo setor.

    Regulamentação

    Ainda de acordo com o diretor, em junho deste ano, o Imac discutiu a proposta da UE com lideranças do executivo de alguns países, como Alemanha, Dinamarca, Holanda e Portugal. Também com a Comissão Europeia, lideranças da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu e com o secretário geral da European Livestock and Meat Trades Union, em Bruxelas. Alguns se mostraram sensíveis e abertos à discussão.

    O Imac contratou um escritório de advocacia alemão que fez uma análise da proposta de regulamento europeu, que trata da retirada do mercado da UE de determinados produtos associados à deflorestação e à degradação florestal. Após isso, apresentou novas propostas em pontos sensíveis do documento, que poderiam ser negativos ao setor e ao meio ambiente.

    “Com base nessa análise nós montamos um documento com justificativas técnicas do porquê esse regulamento poderia ser negativo ao setor e ao meio ambiente. Entre os dados que apresentamos, ficou evidente que este regulamento poderia excluir produtores do mercado, especialmente pequenos e médios, já que esta norma não leva em consideração a dificuldade de regularizar uma propriedade e não respeita o direito dos produtores em realizar a conversão legal de áreas na fazenda ou os pecuaristas que estão em processo de readequação”, pontuou Andrade.

    Origem

    Conforme Bruno Andrade, o regulamento da UE, prevê obrigação das indústrias e importadoras europeias a realizarem uma série de checagens de seus fornecedores. No caso da carne, seria a indústria frigorífica e seus fornecedores diretos e indiretos. “Eles pedem comprovações de que toda cadeia produtiva da carne, por exemplo, não tenha contaminação com desmatamentos gerais e outras não conformidades socioambientais, tirando do mercado os pecuaristas que estão em processo de regularização e desrespeitando o direito de outros produtores de legalmente abrirem novas áreas”, explicou.

    A diretora executiva do Imac, Paula Queiroz explica que com a exclusão desses pequenos e médios produtores, corre-se o risco do aumento de desmatamento ilegal, em Mato Grosso. “Com mercado fechado para esses pecuaristas, pode-se gerar prejuízos econômicos que vão se refletir no meio ambiente, pois estando fora do mercado formal, o faturamento do produtor se reduzirá e para manter seu nível de renda, poderá reduzir o uso de tecnologia e aumentar horizontalmente sua capacidade de produção, desmatando novas áreas”, pontuou.

    Além disso, Paula Queiroz apresenta outro exemplo do prejuízo que pode ocorrer com o atual regulamento. “Um produtor que esteja em conformidade com o que estabelece os critérios do regulamento, poderá ser prejudicado pois a indústria para quem ele vende os animais pode sofrer algum boicote pela Europa, por conta de algum outro pecuarista fornecedor, que não esteja adequado aos critérios da regulamentação. Ou seja, pune todos, não importa se ele está regular, se regularizando ou se fez uma conversão autorizada pela legislação ambiental brasileira”, disse.

    Retomada de acordo

    O diretor-presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, reforçou a importância da iniciativa da União Europeia, de restabelecer a negociação do acordo com o Mercosul, pois este trará benefícios econômicos para o Mato Grosso.

    Além disso, destacou que o mercado europeu precisa ver o Brasil e o mercado da carne bovina como um parceiro, pois, além de o país ser um grande produtor de alimentos para o mundo, possui um grande compromisso com o meio ambiente, via implantação do Código Florestal.

    “Esse relacionamento com os países que fazem parte da União Europeia, abre portas, especialmente para os produtos de Mato Grosso. Já temos uma linha direta com alguns países que são importantes nestas negociações. Este futuro acordo, assim como as visitas que o Imac tem feito, são fundamentais para manter esse relacionamento mais estreito. Os países precisam saber que somos parceiros”, afirmou.

    O presidente do Conselho de Administração do Imac e secretário da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec-MT), César Miranda Leite, que compôs a comitiva do Imac na Missão Europa, destaca que Mato Grosso possui uma cadeia produtiva pecuária sustentável e possui a capacidade de oferecer segurança alimentar para os países europeus, com produtos seguros, verificados e de qualidade.

    Sustentabilidade

    O presidente do Instituto Mato-grossense da Carne, Caio Penido, afirmou que a instituição é totalmente a favor de práticas sustentáveis que buscam garantir a rentabilidade do pecuarista. Penido lembra ainda que as legislações e regras do país já são das mais rigorosas do mundo e que o produtor que está em processo de regularização não pode ser excluído, precisa ser contemplado.

    “Nossa legislação é extremamente exigente com nossos produtores, principalmente se comparados a nossos concorrentes no mercado global de carne. A missão do Imac é promover a carne de Mato Grosso no Brasil e no mundo, mas sentimos a necessidade de apoiar na implementação do Código Florestal no estado de MT, na intensificação e melhora no balanço de CO2 por @ (arroba) produzida e na rastreabilidade da cadeia. Se a Europa quer produtos sustentáveis, de baixas emissões de GHG (gases do efeito estufa), que proporcionem bem estar animal e que conservam biodiversidade, somos um ótimo parceiro, mas para isso devem cooperar, eliminando o risco de exclusão de pequenos produtores e sem boicotar um parceiro tão estratégico”, enfatizou.

  • Pecuária de MT quebra novo recorde e rebanho atinge 32,7 milhões de cabeças

    Pecuária de MT quebra novo recorde e rebanho atinge 32,7 milhões de cabeças

    No período de um ano, o rebanho bovino de Mato Grosso teve aumento em 1,624 milhão de cabeças e agora totaliza 32.788.192 de cabeças. Este é um novo recorde para o estado de Mato Grosso, campeão na atividade pecuária no país. Levando em conta a estimativa populacional do IBGE para Mato Grosso em 2021, são 9 bois a cada um habitante.

    Conforme os dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), o rebanho cresceu 5,2% no Estado de novembro de 2021 em relação a novembro de 2020, e em praticamente todas as 14 regionais do Estado, com exceção da de Barra do Garças, onde houve um pequeno decréscimo de 0,6%. Ficaram com crescimento acima da média estadual as Regionais de Cáceres, Alta Floresta, Barra do Bugres, São Felix do Araguaia, Pontes e Lacerda e Juína, sendo esta última com maior incremento (10,4%).

    Os 10 maiores municípios em número de rebanho concentram 25% ou um quarto de toda produção pecuária e um quinto dos estabelecimentos rurais de Mato Grosso. Ao todo Mato Grosso tem 108.315 propriedades que criam gado no Estado.  Os destaques são Cáceres e Vila Bela da Santíssima Trindade, que juntos detêm mais de 2 milhões de cabeças.

    Cáceres é o maior produtor do Estado e possui rebanho de 1.168.663, distribuídos em 3.133 propriedades. Em seguida vem Vila Bela com 1.067.739; depois Juara, Juína, Alta Floresta, Colniza, Vila Rica, Pontes e Lacerda, Nova Bandeirantes e Aripuanã.

    Conforme o fiscal do Indea, o médico veterinário João Marcelo Néspoli, uma das possibilidades para o crescimento do rebanho mato-grossense é a retenção de matrizes para produção de bezerros pelos preços pagos ao produtor.

    “Nos anos de 2020 e 2021, houve redução expressiva na quantidade de fêmeas abatidas, um montante de 713.757 cabeças, quando se compara 2019 com 2021”, explicou João Marcelo.

    Outra hipótese é a desaceleração do abate devido o fechamento de mercado internacional, pois geralmente as situações de insegurança no mercado podem gerar maior retenção. Os abates foram restabelecidos em novembro e dezembro de 2021.

     

  • IBGE: cresce abate de bovinos, suínos e frangos

    IBGE: cresce abate de bovinos, suínos e frangos

    O resultado do segundo trimestre de 2019 para a pecuária mostra que o abate de bovinos no país aumentou 4,1%, o de suínos 5,1% e o de frangos 3,6%, na comparação com o mesmo período de 2018. Os dados foram divulgados hoje(14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao primeiro trimestre de 2019, o abate de bovinos cresceu 2,4%, o de suínos subiu 0,7% e o de frangos caiu 1,5%.

    No período analisado, foram abatidas 8,08 milhões de cabeças de bovinos, com uma produção total de 2,01 milhões de toneladas de carcaças, uma alta de 3,6% em relação ao primeiro trimestre e de 5,5% em comparação com o segundo trimestre de 2018.

    O de suínos chegou a 11,39 milhões de cabeças, chegando ao peso acumulado das carcaças de 1,02 milhão toneladas, uma alta de 2,5% em relação ao trimestre anterior e de 4,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

    Já o abate de frangos alcançou 1,43 bilhão de cabeças, com peso acumulado de 3,35 milhões de toneladas. Na comparação trimestral, o número representou queda de 1,0% e na comparação anual o acréscimo foi de 0,4%.

    A produção de leite cru foi 5,86 bilhões de litros, um aumento de 7,1% em relação ao ano anterior e redução de 5,4% na comparação trimestral.

    A aquisição de couro cru bovino foi de 8,39 milhões de peças inteiras no segundo trimestre de 2019, uma queda de 1,1% em relação ao trimestre anterior e aumento de 1% ao registrado no segundo trimestre de 2018.

    A produção de ovos de galinha alcançou 930,93 milhões de dúzias, um crescimento de 2% na comparação trimestral e de 5,8% na anual.