Tag: Pecuária

  • Aplicativo para exame andrológico de bovinos é o novo aliado da pecuária de corte no Brasil

    Aplicativo para exame andrológico de bovinos é o novo aliado da pecuária de corte no Brasil

    A Embrapa apresenta ao mercado o primeiro aplicativo de exame andrológico do País. Em desenvolvimento desde 2022, a nova ferramenta tem potencial para incrementar a pecuária de corte no Brasil, uma vez que auxilia médicos-veterinários na seleção de reprodutores bovinos com melhor desempenho genético. Construída por equipes da Embrapa Pantanal (MS) e Embrapa Gado de Corte (MS), a plataforma é gratuita e pode ser utilizada em dispositivos móveis e computadores, em todo o território nacional. O aplicativo já está à disposição de parceiros para ampla adoção, em programas de melhoria genética e por empresas de equipamentos veterinários.

    “O aplicativo contém um conjunto de informações, organizadas e padronizadas, que auxiliam o médico-veterinário na realização de exames clínicos, físicos e morfológicos. Além disso, esses dados agilizam a emissão de laudos e o diagnóstico final para os pacientes, com base nos seguintes critérios: apto, apto para montagem natural, inapto temporário ou inapto”, descreve a médico-veterinária Juliana Correa , coordenadora da iniciativa.

    Um dos maiores ganhos de inovação, propiciado pelo app, é a padronização da qualidade. Aliado a isso, é capaz de gerar um banco de dados com informações relevantes para o setor, como quantidade de exames andrológicos realizados por ano, idade dos touros, quantidade de patologias, regiões que apresentam mais problemas relacionados a enfermidades espermáticas, entre outras. Os dados técnicos do animal serão disponibilizados pela Embrapa, a fim de contribuir com futuras demandas de pesquisa.

    Segundo Correa, para garantir a precisão dos dados de entrada na plataforma, é fundamental que a coleta no campo seja feita por um médico-veterinário capacitado. Por isso, logo na tela de entrada, é preciso que o profissional insira seu registro no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV).

    Foto: Raquel Brunelli

    Vale ressaltar que o aplicativo foi elaborado para a espécie bovina, mas pode ser adequado às demais espécies, o que torna uma contribuição singular para a pecuária nacional.

    A importância da andrologia

    O exame andrológico é tão importante para os bovinos quanto os cuidados com a alimentação e a saúde. Um animal com problemas reprodutivos pode acarretar perdas de produção, além de transmitir essas características aos seus descendentes, comprometendo todo o rebanho.

    Para se ter uma ideia, “um touro infértil pode representar uma perda de 25 a 50 bezerros, enquanto uma vaca infértil representa uma perda de apenas um bezerro”, enfatiza a pesquisadora e especialista em reprodução animal  Alessandra Nicacio . Ela lembra ainda que cerca de 5% dos touros em serviço são inferiores e, aproximadamente, 20% a 40% são inferiores, ou seja, Produza menos filhos do que deveriam.

    O exame é realizado nos bovinos machos que estão iniciando ou nos que já estão em idade reprodutiva. Ele consiste na avaliação clínica geral e da qualidade do sêmen para certificar o potencial reprodutivo do animal.

    Os exames clínicos devem ser efetuados uma vez ao ano ou 60 dias antes da estação de montanha – outubro a fevereiro. Um check-up completo pode detectar a causa da diminuição do potencial reprodutivo. Se o problema for confirmado, o animal pode ser descartado a qualquer momento.

    Os pesquisadores reforçam que o exame é altamente específico e capaz de identificar o nível de fertilidade dos animais, mas também as demais condições clínicas. Para o alcance dos resultados esperados, o produtor deve ter em mente que a seleção e a qualidade da reprodução são essenciais para a tomada de decisão.

    Por dentro do aplicativo

    A ferramenta conta também com a participação do supervisor de Desenvolvimento de Ativos Digitais, Camilo Carromeu , do analista da Diretoria de Negócios (DENE) Luiz Leal , e dos pesquisadores da Embrapa Gado de Corte Ériklis Nogueira e Alessandra Nicacio, além de especialistas em andrologia que passaram na etapa de teste do instrumento.

    Carromeu pontua que o aplicativo “foi desenvolvido utilizando o arcabouço tecnológico já adotado para a construção de outros aplicativos, como o Pasto Certo e o Cria Certo ”. Todo criado em Progressive Web Application (PWA), ele possui os recursos de dispositivos móveis: responsividade (funciona perfeitamente em diversos tamanhos de tela, de celulares, tablets e computadores), atuação off-line e usabilidade de gestos.

    “A grande vantagem do PWA é que, com um único código-fonte, é possível desenvolver um software compatível com todo tipo de dispositivo móvel, navegadores web e até mesmo software desktop”, destaca o cientista da computação.

    Ele lembra que, antes da aplicação web PWA, era desenvolvido um software para cada sistema operacional, “uma linguagem de programação para cada e, na prática, eram softwares totalmente distintos. O ônus para desenvolvimento e manutenção era imensamente maior”, complementa.

    O uso da tecnologia não exige conexão com a internet no momento do uso. Os dados cadastrados são salvos nos dispositivos e sobem para a nuvem quando houver conexão.

    Passo a passo no app

    Primeiramente, o usuário cadastra as informações da propriedade rural onde o animal está. O aplicativo permite a inserção de mais de uma fazenda por login, com exame feito unitariamente. O animal tem seu nome, raça, data de nascimento e número de registros inseridos, antes de iniciar a avaliação.

    Com base nos registros de aspectos clínicos, físicos e morfológicos, a próxima etapa avalia a escore de condição corporal (escala de 1 a 6), pênis escrotal, consistência testicular, epidídimo, vesícula, pênis, comportamento sexual, aprumos, método de coleta do sêmen (eletroejaculador, massagem ou vagina artificial) e características físicas (volume, turbilhonamento, motilidade, vigor, concentração espermática e aspecto do material).

    A seguir, parte-se para a morfologia, com contagem de células do material e detalhes sobre deficiências maiores e menores. De acordo com o Colégio Brasileiro de Reprodução Animal ( CBRA ), os defeitos maiores devem representar 10% do total, e os menores, 20%, não podendo ultrapassar 30% na contagem final.

    Há ainda espaço para informações complementares como contagem de hemácias, leucócitos e espermocultura, por exemplo.

    Apresentação da tecnologia

    A ferramenta foi apresentada no  Pantanal Tech MS , no dia 29 de junho, em Aquidauana, dentro do painel “Melhoramento genético e reprodução animal para o Pantanal”. O evento conta com as participações do governador do estado de Mato Grosso do Sul (MS), Eduardo Riedel; do diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa,  Clenio Pillon ; do chefe-geral da Embrapa Gado de Corte,  Antonio Rosa ; da chefe-geral da Embrapa Pantanal,  Suzana Salis ; e do chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Harley Nonato .

    A inovação é um dos resultados do projeto Otimização do fluxo genético em rebanhos sob seleção, de características econômicas relacionadas à eficiência alimentar, carcaça e reprodução, compondo índices de seleção e ferramental, visando ao aprimoramento e uso da raça Nelore, conhecida como BRBIFE, sob a liderança do melhorista  Gilberto Menezes.

  • Instituições do agro debatem integração lavoura-pecuária no 1º Circuito Aprofir-Embrapa

    Instituições do agro debatem integração lavoura-pecuária no 1º Circuito Aprofir-Embrapa

    Instituições ligadas ao agronegócio e ao Governo de Mato Grosso participam do 1º Circuito Aprofir-Embrapa Pecuária Sudeste, evento que irá debater a integração lavoura-pecuária de forma sustentável. A ação será realizada em 6 de junho e terá participantes de renome nacional.

    Serão quatro horas de debate, com temas como o uso de novos cultivares de guandu em sistemas de produção e pulses, produção intensiva de leite, recuperação de pastos degradados com o uso de leguminosas e sistemas de integração lavoura-pecuária. A Embrapa Pecuária Sudeste irá colaborar com pesquisas que abordam desde a qualidade dos alimentos de origem animal até a sustentabilidade da produção agropecuária brasileira.

    Foram convidados a participar o Governo do Estado, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Fórum Agro, Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite) e Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat).

    Também darão apoio a Assembleia Legislativa, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Associação Mato-grossense dos Municípios, entre outros.

    Na lista de palestrantes estão o presidente da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Colheitas Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir-MT), Hugo Garcia, o chefe de Pesquisa da Embrapa Pecuária do Sudeste, André Luiz Monteiro Novo, o pesquisador e especialista em Sistemas Agrícolas, Emerson Borghi e o pesquisador Frederico de Pinna Matta.

    “Em Mato Grosso a agricultura e a pecuária andam lado a lado e um dos nossos objetivos com esse evento é estreitar esses laços para que possamos caminhar juntos para o desenvolvimento do agronegócio em Mato Grosso, que é a principal atividade econômica do nosso estado”, enfatiza Hugo Garcia.

    O 1º Circuito Aprofir-Embrapa Pecuária será realizado em 6 de junho, das 8h às 12h, no Centro de Tecnologia de Mato Grosso do Senai, localizado na Avenida Getúlio Vargas, 426, bairro Centro Norte, Cuiabá.

  • Mato Grosso intensifica esforços para expandir mercado internacional da carne bovina e consolidar produção sustentável

    Mato Grosso intensifica esforços para expandir mercado internacional da carne bovina e consolidar produção sustentável

    Durante a abertura da Acricorte, realizada nesta quinta-feira (16/05), no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, representantes do setor agropecuário de Mato Grosso e autoridades do Governo do Estado reafirmaram o compromisso conjunto em impulsionar a exportação da carne bovina mato-grossense para o mercado internacional, com destaque para a China.

    A busca por novos mercados e a divulgação da produção sustentável do estado para o mundo todo foram os principais pontos de destaque no evento, que reúne pecuaristas de todo o Mato Grosso.

    Mato Grosso: Gigante da Pecuária Brasileira

    O estado ostenta o título de maior rebanho bovino do Brasil, com aproximadamente 34 milhões de cabeças, e se destaca como um dos principais polos produtores de carne bovina do país. Reconhecendo a importância do setor para a economia local e nacional, o Governo do Mato Grosso, sob a liderança do governador Mauro Mendes, tem se dedicado a fortalecer a articulação entre os diversos atores da cadeia produtiva, com foco na expansão da comercialização da carne mato-grossense no mercado internacional.

    Sustentabilidade em Foco: Desafios e Oportunidades

    Em um contexto global cada vez mais atento à questão da sustentabilidade, a produção da carne bovina em Mato Grosso se encontra diante de um duplo desafio: garantir a competitividade no mercado internacional e atender às exigências cada vez mais rigorosas dos consumidores em relação à preservação ambiental. Nesse sentido, o Governo do Estado, em parceria com entidades do setor agropecuário, como a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e o Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), vem investindo em iniciativas que visam aliar produtividade e responsabilidade ambiental.

    Articulação Institucional e Programas Estratégicos

    O presidente do Imac, Caio Penido, salientou a importância da atuação conjunta entre o Governo do Estado e o setor agropecuário para a conquista de novos mercados e a consolidação da produção sustentável. Ele destacou a participação ativa do Governo do Estado em debates globais sobre rastreabilidade e desmatamento zero, defendendo a sustentabilidade da produção local.

    Passaporte Verde: Incentivando a Produção Responsável

    Um dos exemplos das ações em prol da sustentabilidade é o programa Passaporte Verde, em desenvolvimento pelo Governo do Estado. A iniciativa visa incentivar a produção mais responsável e eficiente, através de mecanismos que reconhecem e premiam boas práticas na pecuária. O programa está em fase de implementação e busca se tornar uma referência nacional em produção sustentável.

    Parceria Governo-Setor Privado: Uma Força Motriz

    O presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira, ressaltou a importância da parceria entre o Governo do Estado e o setor agropecuário para o sucesso da agenda de expansão da carne bovina mato-grossense no mercado internacional. Ele reconheceu o papel fundamental do Governo na estruturação do setor, desde o suporte técnico até a busca por novos mercados.

    Dobrando a Produção com Sustentabilidade

    Pereira também enfatizou que, nos últimos 20 anos, o estado dobrou sua capacidade de produção de animais, preservando 62% do seu território. Esse crescimento demonstra o compromisso do setor agropecuário com a sustentabilidade e com a preservação do meio ambiente.

    Industrialização: A Chave para o Crescimento

    O governador em exercício, Otaviano Pivetta, reforçou o compromisso do Governo do Estado com a industrialização da produção primária como estratégia para agregar valor à carne bovina mato-grossense e impulsionar o desenvolvimento econômico do estado. Ele destacou que a industrialização irá triplicar o PIB do estado e gerar mais oportunidades para a população.

  • Sistema Famato marca presença no Acricorte 2024

    Sistema Famato marca presença no Acricorte 2024

    Teve início nesta quinta-feira (16/05) o Acricorte 2024, um dos principais eventos do setor agropecuário de Mato Grosso. Organizado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), o evento está sendo realizado no Centro de Eventos do Pantanal e conta com o patrocínio do Sistema Famato/Senar e se propõe a disseminar conhecimento, promover discussões e apresentar tecnologias inovadoras aos pecuaristas, reforçando a integração da cadeia produtiva da carne.

    Durante a solenidade de abertura, o presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, destacou a relevância da pecuária para os 142 municípios do estado. “A pecuária é a maior cadeia produtiva do nosso estado, desempenhando um papel crucial na geração de emprego e renda. É fundamental reconhecermos a importância desse segmento. O Acricorte, que cresce e inova a cada ano, é uma vitrine de nosso potencial e capacidade, destacando Mato Grosso no cenário nacional e reforçando nosso papel como líder na pecuária brasileira.”, afirmou Tomain.

    O Sistema Famato/Senar está participando do evento com um stand onde são realizados atendimentos consultivos aos visitantes, oferecendo informações e suporte técnico aos pecuaristas. O stand está recebendo também a visita de presidentes e representantes de Sindicatos Rurais, fortalecendo o relacionamento e a troca de experiências entre as entidades do setor.

    O superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), José Luiz Fidelis, ressaltou a importância da presença do Senar-MT em eventos como o Acricorte. “Essa é uma oportunidade de colocarmos ainda mais em evidência os trabalhos desenvolvidos nas áreas de assistência técnica e cursos de capacitação rural oferecidos pelo braço educacional e social do Sistema Famato. Nossa atuação visa sempre a melhoria contínua da produção e a qualificação da mão de obra no campo”, pontuou.

    Os diretores da Famato, Robson Marques, (Administrativo e Financeiro) e Ronaldo Vinha (Relações Institucionais) e os vice-presidentes Ilson Redivo e Amarildo Merotti.

    O Acricorte 2024 segue até sexta-feira (17/05) e promete ser uma plataforma importante para a troca de conhecimentos e experiências entre os participantes.

  • Preços do boi gordo em queda: Escalas de abate prolongadas e expectativa de maior oferta

    Preços do boi gordo em queda: Escalas de abate prolongadas e expectativa de maior oferta

    Os preços do boi gordo continuam em declínio, conforme indicam os últimos dados. De acordo com especialistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), essa tendência de queda é atribuída, em parte, às escalas de abate prolongadas em muitos frigoríficos. Além disso, a proximidade de dias mais frios tem gerado a expectativa de um aumento na oferta de lotes remanescentes de animais criados a pasto.

    No acumulado da primeira quinzena deste mês, até o dia 14, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 registrou uma queda de 1,02%, encerrando em R$ 227 na terça-feira, 14. Enquanto isso, no mercado atacadista da Grande São Paulo, a carcaça casada bovina apresentou uma desvalorização de 0,8% durante o mesmo período, alcançando o valor de R$ 16,23 por quilograma no dia 14.

    Esses números refletem um cenário de ajustes nos preços, influenciados tanto pela oferta quanto pela demanda, e destacam a importância de acompanhar de perto as variações do mercado para os agentes envolvidos na cadeia produtiva da pecuária bovina.

  • Pecuarista de Mato Grosso inova no mercado da carne com programa próprio de melhoramento genético, abate, logística e venda direta ao consumido

    Pecuarista de Mato Grosso inova no mercado da carne com programa próprio de melhoramento genético, abate, logística e venda direta ao consumido

    O pecuarista José Neves Ferreira, inaugura no próximo dia 14 de maio (terça-feira) o frigorífico Frigoelo, na fazenda Arinos, em Diamantino, médio norte de Mato Grosso.

    A empresa fica no mesmo espaço onde há quase 40 anos ele começou a melhorar uma raça quase extinta, o Caracu.  José Neves, criou o projeto Taurino Tropical, uma tentativa de sucesso, proposta para adaptar animais taurinos adaptados aos trópicos.

    “O Caracu é uma raça brasileira, tem 500 anos de evolução. Foi trazido pelos europeus e melhorado aqui. Inicialmente usado para tração, carga, leite e alimentação. Vários tipos foram se misturando, cruzando e selecionando os melhores, pelos meios naturais.  Com a chegada do Nelore, o Caracu foi deixado de lado, por várias razões. Independente das questões envolvidas nessa escolha, a raça indiana (Nelore) abriu o cerrado brasileiro, a Amazônia e hoje muita gente tem acesso à carne por causa disso. Mas esqueceram que o Caracu é superior em vários aspectos e o principal é carne de qualidade. Eu sempre acreditei e invisto nisso,” conta o pecuarista.

    Hoje, a fazenda Arinos tem uma base com fêmeas Caracu, altamente selecionadas que geram touros disponibilizados anualmente.

    Os animais não utilizados ou vendidos como reprodutores, são comercializados com frigoríficos parceiros. Mas a empresa de José Neves não se contentou em entregar animais com carne superior, para serem vendidos ao preço da média geral.

    “Eu como a carne que produzo e não quero isso só para mim. Quem vem aqui, elogia, sente que tem algo diferente. E eu explico: é a raça, o manejo, o tempo de criação e outros aspectos que aguçam o paladar dos curiosos, o prazer de comer algo único que reúne sabor, maciez e suculência e que merece um lugar especial, na prateleira de cima. Os frigoríficos convencionais, parceiros nossos, têm escalas de abate, sistemas de trabalho e entrega que nem sempre me agradam. Por isso, continuo parceiro deles em algumas operações, mas a carne que eu faço e quero dividir, a partir de agora, tem outro tratamento,” detalha José Neves.

    A carne do Frigoelo, não será encontrada em supermercados. A venda será direta ao consumidor ou para restaurantes parceiros, dentro de Mato Grosso, inicialmente.

    “Contamos com uma empresa de logística parceira, que levará a carne do frigorífico e deixará na casa do consumidor. A compra deve ser programada, para ajustarmos os abates e a entrega. Estou lidando com algo complexo que é oferecer o produto e a comodidade, mas é um esforço que vale a pena porque estamos entregando algo diferente, único e que certamente terá recompra,” argumenta o criador.

    A Fazenda Arinos

    Localizada em Diamantino, médio norte de MT, a propriedade segue rigorosos protocolos que passam pela parte ambiental. Além das reservas obrigatórias, são mantidas outras áreas de conservação em respeito ao meio ambiente, com corredores ecológicos que permitem a movimentação de animais presentes nas matas.

    Embora seja de baixo impacto, os resíduos produzidos na colônia da fazenda (habitações dos funcionários), na sede e no escritório, têm coleta seletiva e destinação correta.

    Boas práticas de manejo, em respeito a vida e a função do rebanho, foram adotadas e são aplicadas no dia-a-dia da equipe. Um grande diferencial é o fato de não haver transporte rodoviário, uma vez que todos os animais são de origem única e exclusiva da fazenda. Com isso, o processo torna-se menos estressante.

    “Na forma habitual, os animais são manejados, carregados e transportados por longas distâncias. Ainda pela maneira convencional, são deixados em jejum (24 horas), um processo necessário e importante no pós-abate, porém muito estressante e determinante para o resultado final, uma vez que os animais sofrem com o ambiente restrito dos currais de espera. Fatores que influenciam de maneira importante na qualidade da carne e que aqui, simplesmente, não existem,” aponta José Neves Ferreira

    A fazenda Arinos é referência no controle da Brucelose, sob tutela do INDEA, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso. Com laboratório próprio, a propriedade cumpre essa função e ao mesmo tempo usa a estrutura para oferecer condições de trabalho aos pesquisadores da EMBRAPA que trabalham no melhoramento genético do rebanho Taurino Tropical.

    Todo o trabalho é certificado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, uma vez que a fazenda tem o CEIP –  Certificado Especial de Identificação e Produção.

    A inauguração do Frigoelo, na fazenda Arinos, está programada para o dia 14 de maio de 2024 (terça-feira) às 8h da manhã e tem como convidados, autoridades políticas, profissionais ligados às áreas da medicina veterinária, zootecnistas, técnicos e funcionários públicos ligados ao agronegócio.

    Reportagem: Luciano Vendrame – BW Comunicação LTDA

  • Boi/Cepea: Inundações no RS geram grande preocupação entre agentes do setor pecuário

    Boi/Cepea: Inundações no RS geram grande preocupação entre agentes do setor pecuário

    A exemplo de outros setores, a pecuária bovina de corte do Rio Grande do Sul tem sido impactada pelo maior desastre da história desse estado. Segundo indicam pesquisadores do Cepea, além de pontes e estradas destruídas, pastagens estão embaixo d’água e animais foram arrastados pela enxurrada. Mesmo nas regiões que não foram inundadas, os solos estão encharcados, dificultando o manejo dos rebanhos.

    Pecuaristas consultados pelo Cepea mostram um misto de desespero e desânimo. Entre os frigoríficos, várias unidades consultadas pelo Cepea interromperam atividades por terem sido atingidos pela água ou pela dificuldade de locomoção dos funcionários. O transporte dos animais e da carne também está comprometido.

    Representantes da indústria informam ao Cepea que alguns poucos permanecem ativos apenas para compras, mas sem previsão para os embarques.

    Feiras e exposições previstas para maio têm sido suspensas. O segmento de insumos também enfrenta dificuldades de escoar rações e outros itens essenciais para as propriedades rurais.

    Diante da gravidade da situação, agentes de todos os elos da pecuária consultados pelo Cepea ainda têm dificuldades de planejar os próximos dias.

    Quanto a possíveis impactos desse cenário ao restante do Brasil, pesquisadores do Cepea destacam que, no Rio Grande do Sul, são criadas predominantemente raças europeias, mais adaptadas ao clima frio. Assim, o gado e a carne desse estado não têm grande circulação em outras regiões, e, por isso, as ocorrências recentes não devem influenciar significativamente as negociações pecuárias do País. Em 2023, pelo porto de Rio Grande (RS), foram exportados 2,9% da carne bovina.

  • Brasil erradica febre aftosa e se torna líder global em saúde animal

    Brasil erradica febre aftosa e se torna líder global em saúde animal

    Em um marco histórico para a agropecuária nacional, o Brasil se declara livre da febre aftosa sem a necessidade de vacinação dos rebanhos. A conquista, fruto de mais de 50 anos de trabalho dedicado do Serviço Veterinário Oficial e dos produtores rurais, coloca o país na elite da sanidade animal mundial, abrindo portas para novos mercados e impulsionando a economia.

    O anúncio oficial foi feito pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, no Palácio do Planalto, na quinta-feira (2). A publicação de uma portaria no Diário Oficial da União oficializa a conquista e reconhece o Brasil como livre da doença.

    “Esse é um momento memorável para a nossa agropecuária,” declara o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. “A erradicação da febre aftosa sem vacinação é um divisor de águas, que demonstra a qualidade do nosso rebanho, a excelência do nosso sistema de defesa sanitária e o compromisso do Brasil com a produção de alimentos seguros e confiáveis.”

    Com o maior rebanho bovino comercial do mundo, o Brasil almeja agora o reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como país livre da febre aftosa sem vacinação. Essa conquista abrirá as portas para mercados ainda mais exigentes e lucrativos, como Japão e Coreia do Sul, impulsionando as exportações e gerando ainda mais renda para o país.

    “Mais do que o fim da vacinação, essa conquista representa o início de uma nova era para a agropecuária brasileira,” ressalta Fávaro. “Entramos para um grupo seleto de países que ostentam esse status, e isso nos coloca em uma posição de destaque no cenário global. É um marco que nos motiva a seguir em busca de ainda mais conquistas para o nosso setor.”

    A erradicação da febre aftosa também trará benefícios diretos para os produtores rurais. Com o fim da vacinação, estima-se uma economia de mais de R$ 500 milhões por ano, que poderá ser reinvestida na modernização das propriedades e na qualificação da mão de obra.

    O reconhecimento internacional da OMSA é o próximo passo. Para obtê-lo, o Brasil precisa manter a suspensão da vacinação contra a febre aftosa por pelo menos 12 meses e impedir a entrada de animais vacinados no país. O pedido à OMSA será feito em agosto de 2024, com a expectativa de que o aval seja concedido em maio de 2025.

    Atualmente, apenas alguns estados brasileiros possuem o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA. Com a erradicação da doença em todo o território nacional, o Brasil se consolida como líder global em saúde animal, demonstrando seu compromisso com a qualidade, a sustentabilidade e a segurança da produção agropecuária.

    Essa conquista é um orgulho para todos os brasileiros e um importante passo para o futuro da nossa agropecuária. A erradicação da febre aftosa sem vacinação abre um leque de oportunidades para o país, impulsionando o agronegócio e consolidando o Brasil como referência mundial em produção de alimentos de alta qualidade.

  • Mercado de boi gordo encerra abril com perspectivas positivas para maio

    Mercado de boi gordo encerra abril com perspectivas positivas para maio

    O mercado de boi gordo encerrou o mês de abril com um ritmo de negócios mais lento, mas os vendedores demonstram otimismo em relação ao próximo mês. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), muitos pecuaristas consultados acreditam que a oferta de animais para abate estará menor em maio, o que já se reflete em escalas de abate mais curtas.

    Com essa expectativa de redução na oferta, os vendedores têm adotado uma postura mais cautelosa no mercado, afastando-se das negociações e aguardando ofertas em valores mais atrativos. Essa estratégia visa aproveitar possíveis valorizações do boi gordo ao longo do próximo mês.

    No acumulado de abril, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 apresentou uma queda de 1,3%, fechando em R$ 229,35 no dia 30. Considerando a média mensal, que ficou em R$ 230,51, observa-se uma redução de 1% em comparação com março de 2024 e de 17% em relação a abril de 2023, corrigidos pela inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI).

  • Vaca “ilumina” a noite com lanterna na cabeça e conquista a internet

    Vaca “ilumina” a noite com lanterna na cabeça e conquista a internet

    Um toque de engenhosidade e muito amor pelos animais: a história de uma vaca que usa lanterna na cabeça para pastar à noite tem encantado e divertido a internet. Veja mais em Mundo Animal.

    A iniciativa inusitada, idealizada por um produtor rural criativo, garante o bem-estar da vaquinha e rende boas risadas nas redes sociais.

    Inacreditável; vaca fica com a cabeça presa em buraco de tatu

    Vaca “ilumina” a noite e conquista a internet com lanterna na cabeça

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    Criatividade no campo: produtor rural coloca lanterna na cabeça da vaca para que ela possa pastar à noite

    Uma solução inovadora para um problema antigo: a falta de luz durante a noite dificultava a alimentação da vaca, que precisava retornar ao curral antes do anoitecer.

    Preocupado com o bem-estar do animal, o produtor rural não mediu esforços para encontrar uma solução. E a resposta veio na forma de uma lanterna presa à cabeça da vaquinha, iluminando seu caminho e permitindo que ela se alimente tranquilamente durante a noite.

    Impressionante! vaca devora cabeça de galinha

    A internet se derrete com a fofura e a criatividade: a cena inusitada da vaca com lanterna na cabeça rapidamente viralizou nas redes sociais. Internautas se encantaram com a fofura da vaquinha e com a criatividade do produtor rural, que encontrou uma solução inovadora para um problema comum.

    Essa espécie foi domesticada pelo homem e é utilizada em larga escala em muitas atividades como a produção de carne e de leite, representando grande importância para a economia de muitos países.
    © Arquivo/Agência Brasil

    A história rendeu diversos memes e comentários divertidos, mostrando como a internet pode ser um espaço para celebrar a criatividade e o amor pelos animais.

    Mais do que um meme, um símbolo do cuidado e da inovação no campo: por trás da cena hilária, a história da vaca com lanterna na cabeça esconde uma importante mensagem sobre o cuidado com os animais e a busca por soluções inovadoras no campo.

    A iniciativa do produtor rural demonstra que o bem-estar animal está no centro de suas preocupações e que ele está disposto a usar a criatividade para garantir a qualidade de vida de seus animais.