Tag: Pecuária

  • Adoção de práticas de manejo reflete na produção de carne com sustentabilidade

    Adoção de práticas de manejo reflete na produção de carne com sustentabilidade

    Para o produtor ter lucratividade e contribuir com sustentabilidade é necessário manejar a propriedade com eficiência, segundo o especialista em desenvolvimento de mercado, Fernando Ongaratto, da Mosaic. “São três palavras: manejo, manejo e manejo. Primeiro, o pecuarista tem que conhecer o objetivo do sistema de produção. Por exemplo, se a meta é entregar um boi de 24 arrobas, isso exige manejo. Manejo de confinamento, manejo de pastagens, manejo do próprio rebanho. Então, definido e conhecido o objetivo traçado, passa a ser necessário ajustar o sistema de produção para atingir o resultado esperado”, destacou Ongaratto.

    Essas e outras informações de como ter um sistema de produção mais equilibrado foram apresentadas durante o Fórum Técnico Pecuária Sustentável, que ocorreu na quarta-feira, 11 de dezembro, na Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP). O objetivo foi promover discussões aplicadas sobre a adoção e o impacto de práticas e processos agropecuários que contribuam para uma agropecuária eficiente e com sustentabilidade.

    A pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste, Patrícia Menezes Santos abordou o tema planejamento do sistema de produção. De acordo com ela, o pecuarista precisa fazer a projeção do rebanho e a demanda de alimentos durante o ano para atingir os níveis de produção desejados, permitindo aumento da produtividade, manutenção da longevidade das pastagens e otimização do uso de recursos, aumentando a rentabilidade e reduzindo a pressão para abertura de novas áreas. “A adoção de práticas de manejo pelos pecuaristas, tanto do pasto quanto do pastejo, reflete na produção de carne bovina a baixo custo e com preservação ambiental”, observou Patrícia Santos.

    O pesquisador Felipe Tonato falou sobre a importância do uso de fertilizantes como uma ferramenta de manejo. As práticas de calagem e adubação em pastagens são muito baixas no país. Apenas 1,8% dos fertilizantes são usados em pastagens. De acordo com o pesquisador, esse número está muito aquém quando se tem uma área de cerca de 160 milhões de hectares de pastagens cultivadas no Brasil.

    O evento foi realizado pela Embrapa Pecuária Sudeste e pela Mosaic e contou com a participação de cerca de 50 técnicos.

  • Megaleilão em Minas Gerais encerra 2024 com recorde de 8 mil bovinos ofertados

    Megaleilão em Minas Gerais encerra 2024 com recorde de 8 mil bovinos ofertados

    Maior leilão de gado do estado quadruplica oferta de animais e promete movimentar o mercado pecuário.

    O Megaleilão Império Leilões e VTM Leilões realizará sua última edição de 2024 com um recorde de 8 mil bovinos ofertados. O evento, considerado o maior leilão de gado de Minas Gerais, quadruplicou sua oferta para atender à crescente demanda por animais de corte de qualidade.Serão comercializados bezerros e garrotes Nelore, fêmeas Nelore e Aberdeen Angus, além de bois para cocho, cria, recria e engorda, pesando de 12 a 14 arrobas. O leilão ocorrerá no dia 4 de dezembro, às 14h, no tatersal da Império Leilões, em Uberaba/MG, com transmissão ao vivo pela AgroTV.

    Três anos de sucesso e mais de 100 mil animais comercializados

    Celebrando três anos de atuação, o Megaleilão já movimentou mais de 100 mil animais em eventos mensais. A qualidade genética dos bovinos ofertados é um dos principais atrativos para os produtores, que buscam melhorar a rentabilidade do negócio diante de oscilações nos custos e no preço da arroba.

    O evento contará com a presença de produtores de diversas regiões do Brasil, reforçando sua relevância no mercado pecuário. “O pecuarista busca animais de genética superior, pois isso garante maior retorno financeiro e melhores resultados na produção”, destaca a organização.

    Estrutura e programação do evento

    Os convidados serão recebidos com um churrasco especial a partir das 13h. Além disso, o leilão terá patrocínio de grandes marcas e instituições como Mosaic Fertilizantes, Sicoob Uberaba, Sindicato Rural de Uberaba, entre outros, demonstrando a importância do evento para o setor.

    Com o aumento significativo da oferta, a edição promete superar as expectativas e consolidar o Megaleilão como referência nacional.

  • Chuvas e alta nos preços: novembro aquece mercado de bovinos para reposição

    Chuvas e alta nos preços: novembro aquece mercado de bovinos para reposição

    O período chuvoso impulsionou a reposição de rebanhos, registrando valorizações históricas em diversas categorias bovinas no Brasil Central.

    O mês de novembro foi marcado por uma forte alta nos preços de bovinos para reposição, impulsionada pela chegada do período chuvoso no Brasil Central. Este cenário animou pecuaristas, que intensificaram a reposição de rebanhos, gerando maior movimentação no mercado.Além disso, a baixa oferta de bovinos não terminados contribuiu para o incremento nos preços, que apresentaram elevações significativas em diversas categorias.

    Valorização expressiva no mercado de reposição

    Chuvas e alta nos preços: novembro aquece mercado de bovinos para reposição
    Foto: José Renato Chiari

    De acordo com levantamento da Scot Consultoria, a comparação mensal indicou altas de:

    • 18,1% para o boi magro
    • 17,6% para o garrote
    • 20,0% para o bezerro de ano
    • 18,9% para o bezerro de desmama

    A maior valorização foi observada na categoria bezerro de ano, com alta expressiva em diversas praças pesquisadas.

    Destaques regionais e desafios para recriadores

    Na praça balizadora de São Paulo, os aumentos foram:

    • 16,6% para o boi magro
    • 14,3% para o garrote
    • 19,2% para o bezerro de ano
    • 17,8% para o bezerro de desmama

    Por outro lado, a cotação do boi gordo apresentou uma elevação menor, de 9,1%, prejudicando a relação de troca para recriadores e invernistas.

    Perspectivas para o mercado de reposição

    No curto prazo, a expectativa é de que as cotações continuem firmes, apesar da resistência crescente dos compradores devido aos preços elevados. A escassez de oferta de bovinos, no entanto, limita as opções e sustenta os valores.

  • Mato Grosso promove nesta quinta-feira (28) o 7º Fórum Estadual de Vigilância contra a Febre Aftosa

    Mato Grosso promove nesta quinta-feira (28) o 7º Fórum Estadual de Vigilância contra a Febre Aftosa

    Mato Grosso, o maior detentor de rebanho bovino do Brasil, com mais de 31 milhões de cabeças, realiza nesta quinta-feira (28) o 7º Fórum Estadual de Vigilância para a Febre Aftosa, focado em aprimorar estratégias de prevenção e proteção sanitária. O evento é organizado pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea) e pelas cinco instituições que compõem a Equipe Gestora do Plano Estratégico 2017-2026 do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA-MT).

    O fórum será realizado de forma online, pelo canal do YouTube da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a partir das 9h. É direcionado a produtores rurais, trabalhadores do setor, revendedores de produtos veterinários, transportadores de animais, estudantes e profissionais da área.

    Programação

    O evento contará com três palestras, seguidas por uma mesa-redonda para interação com o público:

    • 9h20: “A importância da Vigilância Sanitária para a saúde animal e econômica de Mato Grosso”, por Francisco Manzi, diretor técnico da Acrimat.
    • 9h30: “Como identificar suspeitas de Febre Aftosa nos animais”, com Daniel Moura de Aguiar, professor da UFMT.
    • 10h: “Livre sem vacinação: experiência com requerimentos da OMSA e EUA”, apresentada por Manoel Augusto Monteiro Tamassia, da OMSA.

    Organização e Participação

    O fórum é promovido em parceria com entidades como Famato, Acrimat, Acrismat, Aproleite, Fesa, CRMV-MT e Sindifrigo, reforçando a colaboração entre o setor produtivo e as autoridades sanitárias.

    Importância do Evento

    A iniciativa busca não apenas prevenir possíveis surtos de febre aftosa, mas também fortalecer a certificação do estado como área livre da doença sem vacinação, um passo essencial para ampliar mercados e garantir a sustentabilidade econômica do setor pecuário em Mato Grosso.

  • Pecuária/Cepea: Abates aumentam, exportação é recorde, e consumo interno segue firme

    Pecuária/Cepea: Abates aumentam, exportação é recorde, e consumo interno segue firme

    O mercado pecuário está realmente aquecido, apontam pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Os preços de todas as categorias animais (boi, fêmeas e reposição) não param de subir há cerca de três meses, conforme levantamentos primários do Cepea. A exportação bateu recorde em setembro, que foi superado em outubro, e o preço da carne em novembro já está acima dos meses anteriores, o que estimula a continuidade de exportações volumosas.

    No mercado interno, analisa a equipe Cepea, indicadores macroeconômicos mostram que o consumo dos brasileiros também se mantém firme, mesmo com os preços em patamar elevado. Conforme pesquisas do Centro, o preço (deflacionado) da carne com osso no atacado da Grande São Paulo é o maior em 3,5 anos. Só na parcial deste mês, dados do Cepea mostram que a carcaça casada de boi se valoriza quase 7%, com o quilo negociado à média de R$ 23,43 à vista nessa quarta-feira, 13. A carne de vaca/novilha tem alta ainda maior, passando dos 8% na parcial de novembro, a R$ 22,29/kg à vista, nessa quarta, segundo o Cepea.

    Confirmando a dinâmica acelerada do setor, dados do IBGE divulgados na terça-feira, 13, revelam que o abate de animais tem crescido. Em julho, agosto e setembro, a “produção de carne bovina” aumentou 6,3% sobre o trimestre anterior e 14,3% no comparativo com o mesmo período do ano passado.

    Em relação ao “número de animais abatidos”, segundo o IBGE, o aumento no terceiro trimestre foi de 3,7% em relação a abril, maio e junho. Considerando-se abatedouros com inspeção municipal, estadual e federal, foram abatidas 10,33 milhões de cabeças em julho, agosto e setembro, contra 9,96 milhões no segundo trimestre de 2024.

    Na avaliação dos pesquisadores do Cepea, essa forte dinâmica da pecuária nacional reflete o momento do ciclo de produção mundial e também as circunstâncias de demanda mundo afora. Segundo a equipe Cepea, os aumentos de preços da carne bovina são globais, e produtores brasileiros estão respondendo adequadamente, com incrementos de produção, investindo em produtividade e preparando-se para uma possível reversão de ciclo num horizonte não muito distante.

    Altas diárias no campo

    A demanda aquecida por carne tanto para o mercado interno – varejistas começam a formar estoques para atender ao consumo em dezembro – quanto para exportação, segundo pesquisadores do Cepea, motiva frigoríficos a seguirem firme na compra de animais para abate. A equipe do Cepea explica que, tradicionalmente, essas empresas fazem contratos com confinadores para atender suas escalas de abate neste período do ano, de entressafra, mas o volume contratado tem se mostrado pequeno diante da demanda.

    Os levantamentos do Cepea mostram que, desde agosto, frigoríficos têm entrado firme nas compras de balcão (spot) para complementar os lotes que já tinham contratado. Atualmente, o preço médio no estado de São Paulo (referência para o mercado brasileiro) está por volta de R$ 340. O Indicador CEPEA/B3 fechou a R$ 339,60 nessa quarta, alta de 6,6% no mês e de expressivos 46% desde o começo de agosto – o equivalente a quase 107 Reais a mais por arroba. Parte dos negócios, no entanto, já sai acima desta média, e novos aumentos são registrados diariamente em praticamente todas as regiões do Brasil, segundo o Cepea.

    Mesmo com pastagens debilitadas pela seca intensa deste ano, pecuaristas agilizaram suas produções, em sistemas de confinamento intensivo e semi-intensivo, e conseguiram ofertar em julho, agosto e setembro 370 mil animais a mais que no trimestre anterior e com peso médio também maior – típico de confinamentos, segundo dados do IBGE.

    Exportação recorde

    A evidência do ritmo forte do setor vem dos números mais recentes da Secex/Mdic. Em outubro, frigoríficos conseguiram exportar 42% a mais que no mesmo mês do ano passado e 5% a mais que em setembro – carne in natura e processada. Pesquisadores do Cepea informam que foi o maior volume mensal já registrado, acima dos recordes registrados neste ano. No comparativo anual, o volume nos 10 primeiros meses de 2024 é 29% maior, totalizando 2,397 milhões de toneladas.

    Segundo cálculos do Cepea, com a venda de todo esse volume (in natura e processada), na parcial do ano, exportadores receberam mais de US$ 10,5 bilhões, aumento de 22,6% sobre o do mesmo período de 2023. Ao se colocar o efeito do câmbio na conta – afinal, exportadores brasileiros recebem em Real –, aí o crescimento da receita (em Reais) chega a 29%, exatamente o mesmo crescimento obtido em volume e, portanto, estabilidade dos preços médios em moeda nacional.

    Em outubro, a receita total, em dólar, superou em quase 45% a de um ano atrás e em 8,5% a de setembro, analisa o Cepea com base em dados da Secex. Em Real, os aumentos chegam às marcas de 47% e de 20% respectivamente.

    No agregado dos 10 primeiros meses, a carne in natura representou 91% da receita, o equivalente a US$ 9,5 bilhões, alta de 24% frente ao mesmo período do ano anterior. Só de setembro para outubro, o crescimento foi de 11%; e, frente a outubro do ano passado, de expressivos 47% – com o efeito do câmbio, os aumentos sobem para 12% e 63%, nesta ordem. Em valores absolutos, em outubro, exportadores receberam US$ 1,26 bilhão pela carne in natura; em moeda nacional, o valor supera os R$ 7 bilhões. O preço de exportação em Reais no último mês foi 12,4% maior que o de outubro/23 e 4,7% superior ao de setembro/24.

    China

    O principal destino da carne bovina in natura é a China. Metade de toda a exportação brasileira de carne bovina vai para este cliente, que responde também por metade da receita obtida pelos exportadores brasileiros. Na parcial do ano (janeiro a outubro), os chineses pagaram US$ 4,8 bilhões pela aquisição de 1,086 milhão de toneladas da carne brasileira, volume 12% acima do demandado no mesmo período de 2023. A média do período em dólar pago pelos chineses caiu 9%, mas o preço de outubro/24, comparado ao de setembro/24, aponta alta de 4%, mostrando a valorização recente da carne brasileira.

    Outros compradores

    O setor também pôde contar com o crescimento dos envios para os Estados Unidos, que compraram mais que o dobro do ano passado. Com isso, o país elevou sua participação no valor das exportações de carne in natura de 4% em 2023 (jan-out) para 7,2% em 2024. Chama a atenção, ainda, o forte crescimento dos embarques para os países árabes, em especial Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. Turquia e Filipinas também têm comprado bem mais.

  • Gestão financeira e aquisição de crédito nas mãos do pecuarista

    Gestão financeira e aquisição de crédito nas mãos do pecuarista

    Há algum tempo, a agropecuária brasileira extrapolou as porteiras do mercado físico para o mercado digital. Investimento, contratação de crédito, gestão de pagamentos e recebíveis são realizados pelo celular, facilitando a gestão dos negócios e ampliando a rentabilidade. Um exemplo disso são as operações de crédito realizadas no mercado financeiro, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os produtores movimentaram R$ 61 bilhões dos R$ 141 bilhões operacionalizados em captação de direitos creditórios do agronegócio (instrumento utilizado como lastro na estruturação de CRA – Certificados de Recebíveis do Agronegócio).

    Além do acesso a novos mercados, as ferramentas facilitam a gestão financeira dos negócios, reduzindo o tempo de trabalho e os custos operacionais. Na pecuária, as plataformas de gestão financeira permitem ao produtor gerenciar o pagamento de parcelas de leilões, acompanhar o recebimento das prestações ou antecipar recebíveis.

    O CEO da eruralpay, Matheus Ladeia, explica que a plataforma, desenvolvida pelo grupo erural, leva para a mão do produtor, serviços que muitas vezes eram realizados por bancos ou operadores de crédito. O objetivo é auxiliar o produtor e reduzir os custos dessas operações. “O gerenciador permite ao cliente novas aquisições, realizar um investimento, aumentar o rebanho, comprar insumos, ou mesmo um trator, por meio da antecipação de crédito no eruralpay”, explica Ladeia.

    Os recursos disponibilizados, segundo Ladeia, geralmente vêm de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) operados por gestores parceiros. “É um serviço de conexão, uma conexão mais profunda, porque se o produtor fosse contratar diretamente do fundo de investimento, poderia pagar um juro muito alto. A plataforma direciona o produtor para o melhor produto disponível, de acordo com as margens e prazos disponíveis”.

    O empresário Alfredo Cardoso, que trabalha com produção e melhoramento genético de gado da raça Nelore PO na Fazenda Galopeira, em Conceição do Araguaia (PA), conta que a ferramenta facilitou uma série de afazeres que acabavam tomando muito tempo. Mesmo com pouco tempo de uso – ele usa o eruralpay desde julho deste ano -, considera que o resultado é bastante positivo. Antes, explica o criador, havia uma pessoa responsável por controlar os recebimentos e pagamentos.

    “Centralizei tudo na eruralpay. É uma ferramenta viável, muito boa para trabalhar porque libera muito tempo. A questão do recebimento é um problema a menos para a gente. Facilita muito. Estou gostando”, diz Alfredo. Segundo ele, hoje é muito tranquilo obter extratos de transações, toda vez que um cliente atrasa é enviado um comunicado, assim como em relação aos pagamentos que precisa efetuar.

    Serviços

     A plataforma erural, maior marketplace da pecuária brasileira (erural.net), depois de ouvir os anseios de seus clientes, desenvolveu a eruralpay para realização do controle de pagamentos e recebimentos e a obtenção de recursos para investimento de forma rápida e assertiva. Em operação desde o ano passado, o gestor já movimentou R$ 20 milhões em operações financeiras.

    A tecnologia eruralpay, de acordo com Matheus Ladeia, foi criada levando em conta as características dos negócios realizados, onde muitas vezes são adquiridos vários animais, em 30 a 40 parcelas. “A pessoa acaba esquecendo o que está pagando, não sabe quanto pagou, paga a mais. Então criamos um serviço que manda notificações alertando para o dia do vencimento, quantas parcelas foram pagas e quantas faltam”, cita.

    Já no caso de quem vende, o eruralpay faz a gestão desse recebível emitindo e enviando boletos, alertando as pessoas que estão inadimplentes. “Ele tem um ambiente digital onde o comprador consegue ver todos os boletos e o status e pagamento. E o fornecedor consegue ter a visão financeira de sua fazenda”, destaca Ladeia. O desenvolvedor lembra que se trata de um mercado onde produtores ainda trabalham a pecuária no próprio CPF. “A legislação brasileira permite isso, só que acaba causando um problema, porque as contas ficam todas misturadas e a pessoa não tem uma gestão financeira tão eficiente”.

    Além disso, um outro serviço importante que o eruralpay realiza é auxiliar o produtor com crédito. Muitas vezes ele tem dinheiro a receber, mas como o prazo de pagamento costuma ser longo no ramo da pecuária, se estendendo por anos, não consegue dispor de grandes volumes em curto espaço de tempo. A eruralpay vai permitir que o pecuarista antecipe o recurso com as melhores taxas disponíveis.

  • Pecuária registra alta intensa de preços em outubro, com destaque para SP e Centro-Norte

    Pecuária registra alta intensa de preços em outubro, com destaque para SP e Centro-Norte

    Os preços da pecuária brasileira têm registrado uma alta significativa desde o final de agosto em todas as regiões monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Em São Paulo, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3, juntamente com a carcaça casada no atacado da Grande São Paulo, apresentou uma valorização de mais de 15% apenas no mês de outubro.

    Essas altas refletem a menor oferta de animais para abate em várias regiões, fator que, segundo o Cepea, tem um impacto distinto entre as praças do país. Desde o final de junho, enquanto o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 em São Paulo registrou um aumento de 40%, as praças localizadas no Centro-Norte do Brasil apresentaram uma valorização entre 44% e 63%, indicando uma pressão ainda maior sobre os preços nessas áreas, possivelmente devido a uma oferta mais restrita.

    Ainda no mesmo período, o preço da carcaça casada de boi no atacado da Grande São Paulo – referência para os preços no mercado doméstico – acumulou uma alta de 36%. Esse aumento expressivo reflete a forte demanda por carne bovina no mercado interno, enquanto a oferta segue apertada.

    Esses movimentos de alta indicam um cenário de fortalecimento para o setor pecuário no Brasil, impulsionado pela combinação de uma demanda aquecida e uma oferta restrita de animais prontos para abate. O impacto regionalizado das valorizações também sugere diferenças na dinâmica de oferta e demanda em cada praça, o que pode continuar influenciando os preços de maneira diferenciada nos próximos meses.

  • STF analisa lei que autoriza pecuária no Pantanal e gera polêmica em Mato Grosso

    STF analisa lei que autoriza pecuária no Pantanal e gera polêmica em Mato Grosso

    Uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso, que autoriza a expansão da pecuária em áreas de preservação permanente (APPs) no Pantanal, está sendo analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão do STF sobre a constitucionalidade da lei nº 12.653/2024, sancionada pelo governador Mauro Mendes em setembro de 2024, tem gerado grande debate no Estado e no país.

    A medida, apelidada de “lei do boi bombeiro”, permite que o gado seja utilizado como ferramenta para controlar incêndios naturais, consumindo a vegetação seca e criando uma espécie de “aceiro” natural. No entanto, a proposta tem sido alvo de críticas por parte de ambientalistas e especialistas, que alertam para os riscos de degradação do bioma pantaneiro, um dos mais ricos em biodiversidade do planeta.

    Os críticos da lei argumentam que a medida representa um retrocesso ambiental, flexibilizando as regras de proteção de áreas sensíveis e ameaçando a fauna e a flora do Pantanal. Além disso, questionam a competência do Estado de Mato Grosso em legislar sobre um tema de relevância nacional, como a proteção ambiental.

    O Partido Verde, autor da ação no STF, destaca que a legislação federal limita a intervenção em áreas de vegetação nativa e que a lei estadual infringe essa norma. A legenda também contesta a eficácia da tese do “boi bombeiro”, argumentando que a presença do gado não impede a ocorrência de incêndios e pode até agravar a situação em alguns casos.

    O governo de Mato Grosso, por sua vez, defende a nova lei, alegando que ela se baseia em estudos da Embrapa e que visa conciliar a atividade econômica com a preservação ambiental. Segundo o governo, a lei traz novas restrições para a pecuária, plantação e construção de barragens e pequenas centrais hidrelétricas no Pantanal.

    O que está em jogo no Pantanal de Mato Grosso?

    A legenda também contesta a eficácia da tese do "boi bombeiro"
    A legenda também contesta a eficácia da tese do “boi bombeiro”

    A decisão do STF sobre a lei do “boi bombeiro” terá um impacto significativo para o futuro do Pantanal. Se a lei for considerada constitucional, poderá abrir precedentes para a flexibilização de outras normas de proteção ambiental em todo o país. Por outro lado, se a lei for declarada inconstitucional, isso fortalecerá a proteção do bioma pantaneiro e poderá servir como um precedente para outras decisões sobre questões ambientais.

    O ministro Cristiano Zanin, relator da ação, deu um prazo de 10 dias para o governo de Mato Grosso apresentar suas justificativas.

    Após analisar a resposta, o plenário do STF deverá tomar uma decisão final sobre a constitucionalidade da lei. A decisão do STF é aguardada com grande expectativa por ambientalistas, produtores rurais e pela sociedade em geral.

  • Por que Mato Grosso domina o ranking das cidades mais produtivas do país?

    Por que Mato Grosso domina o ranking das cidades mais produtivas do país?

    Quem diria que um pedaço do Brasil seria responsável por tanto da nossa mesa? Mato Grosso, estado conhecido por suas vastas planícies e exuberante natureza, acaba de se consolidar como um verdadeiro gigante do agronegócio brasileiro. De acordo com dados recentes do Ministério da Agricultura e Pecuária, seis das dez cidades mais ricas em produção agrícola do país estão localizadas por aqui.

    A cidade de Sorriso, com uma produção impressionante de R$ 8,3 bilhões, desbancou todas as outras e se tornou a mais produtiva do Brasil. Isso significa que 1% de toda a comida que consumimos no país tem origem nesse município mato-grossense.

    Mas Sorriso não está sozinha nesse pódio: Sapezal, Campo Novo do Parecis, Diamantino, Nova Ubiratã, Nova Mutum, Querência, Primavera do Leste, Paranatinga e Campo Verde também se destacam no ranking nacional, mostrando a força do agronegócio mato-grossense.

    Mato Grosso: um número para não esquecer 

    O agronegócio é o motor da economia brasileira, gerando empregos
    O agronegócio é o motor da economia brasileira, gerando empregos- Foto: Pixabay

    Juntas, as 100 cidades mais produtivas do Brasil contribuíram com 31,9% de toda a produção agrícola nacional em 2023, um valor total de R$ 260 bilhões. E adivinha quem está por trás desse sucesso? O Mato Grosso, com suas 36 cidades presentes nesse seleto grupo, demonstra sua importância para a segurança alimentar do país.

    A soja continua sendo a rainha das lavouras mato-grossenses, mas o estado tem diversificado sua produção, incluindo milho, algodão e outros grãos. Essa variedade garante maior estabilidade econômica e fortalece a posição do Mato Grosso no mercado global.

    O agronegócio é o motor da economia brasileira, gerando empregos, fomentando o desenvolvimento regional e garantindo a segurança alimentar do país. E o Mato Grosso, com sua imensa capacidade produtiva, é um dos principais responsáveis por esse sucesso.

    Em resumo, o Mato Grosso não é apenas um estado, é um celeiro de riquezas que alimenta o Brasil e o mundo. E os números não mentem: o estado está colhendo os frutos de um trabalho sério e dedicado, consolidando sua posição como um dos maiores produtores agrícolas do planeta.

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  • Estudo comprova eficiência da pecuária em capturar carbono da atmosfera

    Estudo comprova eficiência da pecuária em capturar carbono da atmosfera

    Um estudo com participação da JBS comprovou como a pecuária nacional contribui para a captura de Gases do Efeito Estufa (GEE) da atmosfera. O trabalho analisou o volume de emissões de carbono de 103 propriedades fornecedoras da Friboi, em 12 estados brasileiros. O resultado revelou que 31% das fazendas analisadas removem mais que emitem carbono na atmosfera. Práticas adequadas de manejo de solo, como a recuperação de pastagens, eficiência produtiva e desmatamento zero estão entre as principais razões para alcançar o marco.

    Conduzido por pesquisadores do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da FGV (OCBio/FGV), da consultoria Fauna Projetos e do Instituto Inttegra, o levantamento foi realizado entre agosto de 2023 e maio de 2024. Os 46% das fazendas mais eficientes emitem menos GEE para cada tonelada de carcaça. O estudo é um dos maiores já realizados sobre o tema no mundo.

    A partir do método de mensuração internacional utilizado pelo setor, o GHG Protocol, do World Resources Institute (WRI) e do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), mensalmente foram coletados dados sobre as emissões e as remoções de GEE das propriedades. Segundo os pesquisadores, entre os fatores que influenciaram diretamente o resultado estão a idade de envio de bovinos para processamento, o perfil da dieta do gado, a qualidade no manejo das pastagens e o controle do desmatamento nas propriedades.

    “Avaliações importantes, como a supressão da vegetação nativa, fazem com que as emissões aumentem muito. Também ficou nítido o efeito da recuperação dos pastos na redução das emissões. Esse conjunto indica, claramente, o caminho de adotar boas práticas agrícolas aumentando a eficiência e a qualidade da carne brasileira”, ressalta Eduardo Assad, pesquisador do OCBio/FGV e diretor-executivo da consultoria Fauna Projetos, que integrou a coordenação do estudo.

    “Para que os produtores possam gerenciar e desenvolver uma pecuária de baixo carbono, é preciso que tenham acesso a um diagnóstico completo sobre a situação das suas propriedades. Ao realizar o balanço de carbono e analisar as práticas de agricultura regenerativas adotadas, o Fazenda Nota 10 oferece essas informações para que os proprietários possam entender seus status atual e traçar metas efetivas de gestão na direção de uma pecuária de baixo carbono”, observa o diretor de Pecuária da Friboi e líder de Agricultura Regenerativa da JBS Brasil, Fabio Dias.

    Programa Fazenda Nota 10

    Criado em conjunto com o Instituto Inttegra em 2017, o programa Fazenda Nota 10 visa auxiliar criadores de gado de corte fornecedores da Friboi na gestão da produtividade, com o foco em rentabilidade e sustentabilidade de suas propriedades, com monitoramento e técnicas de benchmarking. Considerado o maior programa de treinamento em gestão para pecuaristas no Brasil, o FN10 já impactou cerca de 860 propriedades, que cobrem área equivalente a pouco mais de 1,4 milhão de hectares. Atualmente, há 435 fazendas participantes do programa em todo o Brasil.

    Ano a ano, o FN10 incorpora novos aspectos para avaliação das propriedades. Em 2023, o programa firmou parceria com a consultoria Fauna Projetos e expandiu seus indicadores para incluir o balanço de emissões de GEE. Entre as linhas de mentoria que a iniciativa já vinha realizando estavam instruções a respeito de técnicas de manejo e adubação de pastagens, entre outros temas relacionados a agricultura regenerativa, como técnicas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e valorização da biodiversidade.

    Cada ciclo do Programa Fazenda Nota 10 tem duração de 12 meses. Os produtores passam por diversos treinamentos em gestão de propriedade e se comprometem a lançar os dados sobre a evolução mensal de suas fazendas e do rebanho na plataforma do FN10. Os dados compilados são analisados por uma equipe de especialistas periodicamente e, com base em benchmarking, são apontados os meios de melhoria em cada critério entre as propriedades atendidas.

    Segundo Fabio Dias, os participantes do FN10 alcançam cerca de 15% de aumento no Ganho Médio Diário (GMD) de peso, por animal, nos rebanhos, e diminuem em média 9% as despesas por arroba produzida. “Além do aspecto econômico, a pecuária com práticas sustentáveis pode ser cada vez mais parte da solução da questão climática, como demonstrou nosso estudo”, afirma o executivo.

    Para Luiz Lourenço, responsável pela Fazenda Bela Vista, em Braúna (SP), o Programa Fazenda Nota 10 contribui para fornecer números e dados que auxiliam nas tomadas de decisões e na gestão da propriedade. “As informações a que tivemos acesso a partir do programa foram fundamentais, pois nos permitiram incrementar a produção, extraindo o máximo da fazenda. Somos focados na recria e engorda de animais, por isso esses dados são fundamentais para que possamos ter uma gestão que viabilize uma boa compra e venda do gado”, explica. “Além disso, conseguimos produzir também com sustentabilidade. Por exemplo, todo o dejeto de confinamento usamos para fazer compostagem e, consequentemente, reduzimos o custo de insumos nas propriedades”, afirma.

    Desde que foi criado, em 2017, o programa tem ampliado o seu escopo de avaliação das propriedades parceiras. Em 2019/2020, a iniciativa incorporou a frente de gestão de pessoas. No ciclo de 2020/2021, as fazendas passaram a ser analisadas também pelas práticas de bem-estar animal. No ciclo seguinte, de 2021/2022, padrões de compliance socioambiental foram adicionados entre os critérios de análise e a adesão à Plataforma Pecuária Transparente se tornou pré-requisito para participar do projeto. No ciclo anterior, o balanço de emissões líquidas de GEE passaram a ser incorporados e aperfeiçoados nas fazendas parceiras como método de eficiência sustentável.

    Maior empregadora do Brasil

    A JBS e suas cadeias produtivas movimentaram, em 2020, o equivalente a 2,93% do PIB (Produto Interno Bruto) de Mato Grosso e contribuíram, em 2021, para a geração de 7,2% dos empregos do estado. Os dados são do levantamento produzido pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

    Em números totais, o impacto da JBS no PIB mato-grossense foi de R$16,57 bilhões, com valor adicionado de R$5,2 bilhões. Em 2021, a companhia gerou 131.274 empregos diretos, indiretos e induzidos no estado. A JBS está presente em 16 municípios mato-grossenses, com forte atuação nas indústrias de bovinos, aves, biodiesel, couros e alimentos preparados, além de outras atividades como confinamento de gado, transporte e geração de valor agregado.