Tag: Pecuária

  • Famato participa da 3ª reunião do Comitê Estadual de Gestão do Fogo em Mato Grosso

    Famato participa da 3ª reunião do Comitê Estadual de Gestão do Fogo em Mato Grosso

    A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) participou, no dia 29 de abril (terça-feira), da 3ª reunião ordinária de 2025 do Comitê Estadual de Gestão do Fogo (CEGF-MT). O encontro foi realizado no Plenário Cleverson Cabral, na sede dos Conselhos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), em Cuiabá. A Famato integra o comitê e esteve representada pelo analista de Assuntos Fundiários e Indígenas, Dione Castro.

    A reunião contou com a presença de representantes de diversas instituições com atuação direta na prevenção e no combate aos incêndios florestais no estado. Entre os participantes estavam a promotora de Justiça Luiza Ávila Paterlini, do Ministério Público Estadual (MPE), e o comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), tenente-coronel BM Rafael Ribeiro Marcondes.

    “O comitê tem um papel relevante no combate aos incêndios florestais no estado. Estar presente nessas discussões permite que a Famato leve a visão de quem está no campo e, ao mesmo tempo, contribua para orientar os produtores sobre prevenção, legislação ambiental e boas práticas. Nosso objetivo é levar informação correta e ajudar a evitar situações que prejudiquem o produtor e o meio ambiente”, pontuou Dione Castro.

    Durante o encontro, foi realizada a apresentação do Núcleo de Pesquisa e Estudos sobre Desastres (NPED), vinculado à Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), reforçando a importância da atuação científica no monitoramento e enfrentamento de desastres ambientais.

    A pauta da reunião incluiu ainda a aprovação da ata da segunda reunião ordinária do ano, a apresentação dos resultados iniciais das Câmaras Técnicas Permanentes – criadas pela Resolução nº 002/2025/CEGF –, além de discussões e deliberações sobre os trabalhos em andamento. Também houve uma capacitação sobre o uso da Plataforma Painel do Fogo, desenvolvida pelo CENSIPAM (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia).

    O comitê estrutura sua atuação com base em quatro pilares no enfrentamento aos incêndios florestais: prevenção, preparação, resposta e responsabilização. A articulação entre os diferentes órgãos busca conferir maior agilidade e eficiência na redução de danos ambientais, materiais e humanos, além de mitigar prejuízos econômicos e sociais.

  • Tecnologia com laser vai medir carbono em projeto de pecuária sustentável

    Tecnologia com laser vai medir carbono em projeto de pecuária sustentável

    Dez anos depois, a parceria iniciada entre a Embrapa Instrumentação e a startup Agrorobótica, ambas localizadas em São Carlos, cidade no interior paulista, dá um novo salto, desta vez, para dar suporte científico e tecnológico a um projeto de pecuária sustentável na região do Xingu (MT), que envolve as empresas SCL Agrícola e Agro Penido.

    A plataforma IA AGLIBS, que utiliza a tecnologia LIBS (Laser Induced Breakdown Spectroscopy – Espectroscopia de Plasma Induzida por Laser), a mesma utilizada pela NASA nas missões espaciais em Marte, vai avaliar 18,5 mil hectares de pastagem e conversão para a agricultura em três fazendas da Agro Penido e SLC Agrícola.

    Uma nova commodity

    Denominado Carbono Xingu, o projeto pretende proporcionar benefícios para os produtores, tais como: geração de créditos de carbono no solo; acesso a crédito verde com melhores taxas; solo digitalizado para decisões rápidas e rastreáveis; aumento da produtividade e da rentabilidade; valorização da propriedade rural; commodities sustentáveis com maior valor de mercado.

    “O carbono aparece como essa nova commodity, tão desejada, tão anunciada, e agora se materializando no nosso solo”, comentou Caio Penido,  sócio da Agro Penido, que busca comprovar que o programa, quando implementado corretamente no sistema de produção agrícola tropical, pode produzir mais alimentos, ao mesmo tempo em que melhora o carbono no solo e contribui para a redução de emissões.

    Agenda estratégica

    “Essa agenda do carbono é absolutamente estratégica, não só para a Empresa, hoje, mas no mundo inteiro não há como dissociar a ciência de uma agenda como essa, que está colocada em primeiro lugar no nosso plano estratégico da Embrapa”, disse Clenio Pillon, diretor-executivo de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa, que preside um grupo dedicado ao tema.

    Antes de participarem da assinatura do contrato de parceria (dia 23 de abril), os representantes das empresas tiveram a oportunidade de visitar o Laboratório Nacional de Agro-Fotônica (Lanaf), na Embrapa Instrumentação, para ver a tecnologia LIBS em funcionamento e conhecer os detalhes até chegar ao equipamento com capacidade para analisar mil amostras por dia e avaliar 23 parâmetros do solo.

    Vanguarda internacional

    “É uma imersão na ciência, onde vemos que o Brasil não está atrás de nenhum país do mundo nesse tema, nós estamos na frente e também com publicações científicas sobre o LIBS”, explicou Fábio Angelis, CEO da Agrorobótica, que viu a tecnologia num evento da Embrapa em 2014 e resolveu empreender e criar o que chama de “primeiro centro agro-fotônico do mundo”.

    A pesquisa de vanguarda foi referendada pela pesquisadora Débora Milori, líder das pesquisas com LIBS na Embrapa Instrumentação, ao fazer uma apresentação sobre o histórico do trabalho realizado no Centro de Pesquisa. “Quando a certificadora Verra reconheceu essa tecnologia (para geração de créditos de carbono auditáveis), utilizou dez artigos internacionais, cinco são da nossa equipe, um motivo de orgulho”, relatou a coordenadora do Lanaf.

    A ciência faz a diferença

    “A plataforma poderá gerar mapas de agricultura de precisão com deficiências de nutrientes para indicar o manejo com adubo e outros insumos nas áreas das fazendas, além de mensurar o estoque de carbono no solo. É o fruto da parceria público-privada que agora ganha escala para tornar nossa agropecuária cada vez mais sustentável”, avaliou José Manoel Marconcini, chefe-geral da Embrapa Instrumentação.

    Para Aurélio Pavinato, diretor-presidente da SLC Agrícola, empresa que possui 26 fazendas e 830 mil hectares de culturas, “a ciência faz toda a diferença na evolução da condição de vida de um povo. O LIBS é mais um case de sucesso em termos de tecnologia, agilizando o processo, tornando mais eficiente. Nós, felizmente, temos conseguido evoluir nessa parte com esse trabalho maravilhoso que a Embrapa faz”, concluiu Pavinato.

  • Preços do boi gordo e da carne seguem firmes em abril, impulsionados por exportações e demanda interna

    Preços do boi gordo e da carne seguem firmes em abril, impulsionados por exportações e demanda interna

    O mercado da pecuária bovina vem registrando valores sustentados ao longo de abril, tanto para o boi gordo quanto para a carne bovina. Segundo análises diárias do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a firmeza nas cotações é resultado da combinação entre exportações robustas e demanda interna ligeiramente acima da oferta nas principais regiões produtoras do país.

    O Indicador do boi gordo CEPEA/ESALQ acumula alta de cerca de 2,5% no mês, passando de aproximadamente R$ 320 por arroba no final de março para R$ 327 nesta semana. A valorização também é sentida no mercado atacadista da Grande São Paulo, onde a carcaça casada bovina tem operado com preços ao redor de R$ 23/kg à vista, o que representa um aumento de 5,5% na parcial de abril.

    A movimentação positiva se estende ao segmento de reposição, com destaque para a demanda por bezerros, que também apresenta aquecimento. Esse cenário sinaliza uma retomada de otimismo entre os pecuaristas, com estímulo à recria e engorda diante da melhoria nas margens.

    O desempenho do setor no mercado externo e a estabilidade nos estoques devem seguir influenciando o comportamento dos preços nas próximas semanas, mantendo o setor pecuário em atenção ao equilíbrio entre oferta, demanda e ritmo das exportações.

  • Carne bovina mantém Mato Grosso na liderança nacional do setor

    Carne bovina mantém Mato Grosso na liderança nacional do setor

    A carne bovina representou 80% do volume e 90,7% da receita das exportações de proteínas animais de Mato Grosso entre janeiro e março de 2025. O estado embarcou 137 mil toneladas do produto, gerando US$ 654,7 milhões — 20,5% do total exportado pelo Brasil, atrás apenas de São Paulo. No total, as exportações mato-grossenses de carnes (bovina, suína e de aves) somaram 170,7 mil toneladas, com faturamento de US$ 721,7 milhões, alta de 19,3% em relação ao mesmo período de 2024.

    Com o maior rebanho bovino do país, Mato Grosso fortalece sua posição no mercado internacional e se prepara para receber, em maio, o certificado de zona livre de febre aftosa sem vacinação. A expectativa é ampliar o acesso a mercados mais exigentes, como Japão e Coreia do Sul. O estado também intensificou a promoção externa da carne, com foco em qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade.

    As carnes suína e de aves também cresceram. A suína teve aumento de 32%, com 7,8 mil toneladas exportadas e receita de US$ 17,9 milhões. Já a carne de frango somou 25,2 mil toneladas e gerou US$ 49 milhões, com destaque para mercados como China, Arábia Saudita e Japão.

  • Oferta limitada e demanda firme sustentam preços no mercado pecuário

    Oferta limitada e demanda firme sustentam preços no mercado pecuário

    O mercado pecuário tem se caracterizado pela oferta “limitada” de animais para abate e pela demanda externa aquecida, que enxuga a disponibilidade doméstica. Segundo pesquisadores do Cepea, essa combinação justifica a valorização dos animais no campo e da carne tanto no atacado doméstico quanto no mercado internacional – influenciado também por outros fatores.

    Como resultado, conforme o Centro de Pesquisas, o volume posto à disposição do consumidor brasileiro se mostra abaixo da demanda, cenário que vem resultando, desde a última semana de março, em sucessivas altas nos preços da carne com osso e de cortes negociados no atacado da Grande São Paulo.

    Esse comportamento tem reduzido a competitividade da carne bovina frente às principais concorrentes, a carne suína e de frango, e também diante da tilápia, ainda conforme levantamentos do Cepea.

    No front externo, o Brasil embarcou até a segunda semana de abril, 10,9 mil toneladas/dia de carne bovina in natura, média 15,6% superior à de abril/24, de acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea.

  • Marrocos abre mercado para miúdos bovinos e impulsiona exportações de Mato Grosso

    Marrocos abre mercado para miúdos bovinos e impulsiona exportações de Mato Grosso

    A recente abertura do mercado do Marrocos para a importação de miúdos bovinos do Brasil, oficializada em 8 de abril, representa uma nova oportunidade para o aumento das exportações da cadeia da bovinocultura em Mato Grosso. A avaliação é do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), que atua na promoção internacional dos produtos bovinos do estado.

    “Essa nova oportunidade com o Marrocos é relevante porque contribui para a diversificação da nossa carteira de clientes. Ainda que o volume comercializado inicialmente possa não ser tão expressivo quanto o da China, ampliar o número de mercados e garantir que eles sejam consistentes pode nos ajudar em momentos em que grandes compradores reduzam suas importações da carne bovina mato-grossense”, explica o diretor de projetos do Imac, Bruno de Jesus Andrade.

    Com uma população de cerca de 37 milhões de habitantes, o Marrocos é considerado um mercado estratégico para o Brasil, com potencial significativo de expansão. Em 2023, as exportações brasileiras de carne bovina para o país superaram os US$ 43 milhões, posicionando o Brasil como o segundo maior fornecedor. Com a liberação para a importação de miúdos, a expectativa é de que esse valor cresça já a partir de 2025.

    Para que o novo acordo fosse concretizado, o governo marroquino aprovou a proposta de Certificado Sanitário Internacional, atualizando os critérios exigidos para a exportação de carne bovina. A medida também abre caminho para a consolidação de novas parcerias comerciais, especialmente considerando que o Brasil, com Mato Grosso na liderança da produção de carne bovina, apresentou um sistema de controle sanitário rigoroso.

    “As perspectivas são positivas, resultado do trabalho do Instituto Mato-Grossense da Carne, que tem atuado fortemente na promoção dos nossos produtos. Mostramos ao mundo que produzimos com sustentabilidade e com qualidade, e que a carne de Mato Grosso merece cada vez mais espaço no mercado internacional”, destaca o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico e presidente do Conselho Deliberativo do Imac, César Miranda.

    A abertura do mercado marroquino para os miúdos bovinos brasileiros não apenas diversifica os destinos das exportações mato-grossenses, mas também reforça a confiança internacional na qualidade e segurança dos produtos agropecuários do estado. Com iniciativas como essa, Mato Grosso consolida sua posição como um dos principais players no cenário global da carne bovina.

  • Brasil registra 2º maior volume de leite captado da história, mas Mato Grosso recua

    Brasil registra 2º maior volume de leite captado da história, mas Mato Grosso recua

    O Brasil alcançou em 2024 o segundo maior volume de leite captado desde o início da série histórica em 1997. Segundo a Pesquisa Trimestral do Leite (PTL), divulgada pelo IBGE, foram captados 25,37 bilhões de litros, o que representa um avanço de 3,14% em relação ao ano anterior. O crescimento foi impulsionado principalmente por três estados do Sul e Sudeste: Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, que juntos somaram mais de 13 bilhões de litros.

    Minas Gerais se manteve como o maior produtor nacional, com 6,32 bilhões de litros captados, alta de 7,5% frente a 2023. Já o Paraná teve um crescimento de 7,04%, atingindo 3,91 bilhões de litros, enquanto Santa Catarina produziu 3,29 bilhões, com avanço de 2,92%. Tanto o Paraná quanto Santa Catarina bateram recordes históricos de captação.

    Na contramão desse cenário positivo, Mato Grosso apresentou retração de 3,48% na produção, com um total de 372,43 milhões de litros, o menor volume registrado desde 2006. A participação do estado na produção nacional também caiu: passou de 1,57% em 2023 para 1,47% em 2024. De acordo com o IBGE, o desempenho negativo se deve ao aumento dos custos de produção e à redução das margens de lucro, que desestimularam os produtores locais.

    O panorama reforça a importância de políticas públicas e estratégias regionais voltadas à redução de custos e incentivo à produção leiteira, especialmente em estados que enfrentam maior dificuldade para manter competitividade frente aos grandes produtores do país.

  • Setor pecuário se atenta aos impactos das tarifas impostas pelos EUA

    Setor pecuário se atenta aos impactos das tarifas impostas pelos EUA

    O setor pecuário brasileiro também segue atento aos impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Segundo avaliam pesquisadores do Cepea, de um lado, as tarifas tendem a reforçar a demanda por produtos agropecuários brasileiros.

    Ainda que países importadores de carne bovina tenham reflexos negativos em suas economias, é possível que a demanda externa por carne bovina do Brasil se mantenha em bom patamar.

    Por outro lado, ainda conforme o Centro de Pesquisas, as tarifas diretas dos Estados Unidos ao Brasil e também a turbulência na economia de outros países devem impactar – direta ou indiretamente – vários setores nacionais. Isso tende a acarretar redução dos investimentos, desemprego e diminuição da renda dos brasileiros para o consumo de carne e outros bens.

    No ano passado, as exportações representaram 28,16% da produção da carne bovina nacional – calculado com base em dados do IBGE e da Secex.

    Portanto, pesquisadores do Cepea reforçam que o escoamento de quase três quartos depende da renda dos brasileiros.

  • Desempenho do 4º trimestre reverte tendência de queda anual, e PIB do agronegócio avança 1,81% em 2024

    Desempenho do 4º trimestre reverte tendência de queda anual, e PIB do agronegócio avança 1,81% em 2024

    O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), registrou crescimento de 4,48% no quarto trimestre de 2024. Esse excelente desempenho permitiu uma reversão do movimento de queda anual que era observado até o terceiro trimestre, e, no acumulado de 2024, o PIB avançou 1,81%.

    Diante disso, considerando-se também o desempenho da economia brasileira como um todo, o PIB do agronegócio correspondeu por 23,2% do PIB do Brasil em 2024, ligeiramente abaixo dos 23,5% registrados em 2023.

    Segundo pesquisadores do Cepea/CNA, o expressivo avanço de 12,48% no ramo pecuário foi determinante para o desempenho geral do setor, compensando o recuo de 2,19% no ramo agrícola.

    A alta no ramo pecuário em 2024 foi impulsionada por todos os segmentos, com destaque para a agroindústria e os agrosserviços, que avançaram ambos 16,8%. De acordo com pesquisadores do Cepea, o avanço do PIB da agroindústria de base pecuária foi influenciado pelos maiores preços e pelo crescimento na produção de carnes e pescados e couro e calçados. No caso do agrosserviços, a expansão do PIB se deve ao crescimento da produção nos segmentos de insumos, primários e agroindustriais, o que resulta em aumento na demanda por serviços em algumas das atividades que integram esse setor.

    Já o desempenho negativo observado no ramo agrícola esteve relacionado às retrações observadas para todos os segmentos, sobretudo no de insumos (que registrou queda de quase 7%) e no primário (com baixa de 3,54%), conforme indicam pesquisadores do Cepea/CNA. A retração do PIB de insumos foi influenciada negativamente pelas quedas nos preços de fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas, além da redução na produção de máquinas agrícolas. Quanto ao segmento primário, apesar da diminuição de custos com insumos, o desempenho foi prejudicado pela desvalorização de commodities importantes, como algodão, milho, soja e trigo, além da retração na produção anual, com destaque para as quedas o milho e a soja.

  • Queda no abate de fêmeas em março indica transição no ciclo pecuário em Mato Grosso

    Queda no abate de fêmeas em março indica transição no ciclo pecuário em Mato Grosso

    O mês de março de 2025 marcou uma mudança importante no ciclo pecuário em Mato Grosso. Após 33 meses consecutivos de alta, a participação de fêmeas nos abates registrou queda de 5,52% no comparativo anual, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Esse recuo sinaliza uma possível virada no comportamento dos pecuaristas, que têm optado por reter as fêmeas nas fazendas, especialmente para o período de monta.

    Com menos vacas indo para o gancho, a oferta de fêmeas para o abate se retraiu, o que gerou impacto direto nos preços da arroba. Em março, a valorização da arroba da vaca foi de 47,51% em relação ao mesmo mês de 2024, um aumento de R$ 88,87. O boi gordo também acompanhou essa tendência de alta, com valorização de 44,87% no período, acréscimo de R$ 93,21 por arroba.

    Essa retenção de fêmeas sugere um novo foco dos criadores na produção de bezerros, o que caracteriza uma fase de retenção dentro do ciclo pecuário. O movimento tende a manter a oferta de animais terminados mais restrita nos próximos meses, o que deve sustentar a pressão altista sobre os preços da arroba tanto para machos quanto para fêmeas no estado.

    A expectativa é de que, com o menor descarte de matrizes e o incentivo à reposição dos rebanhos, a pecuária mato-grossense entre em uma nova etapa do ciclo, favorecendo, ao menos no curto prazo, os preços praticados no mercado.