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  • Fiéis lotam Catedral da Sé em missa para homenagear papa Francisco

    Fiéis lotam Catedral da Sé em missa para homenagear papa Francisco

    Os bancos e corredores da Catedral da Sé, no centro da capital paulista, ficaram lotados no início da tarde desta segunda-feira (21) para acompanhar a missa em homenagem ao papa Francisco, que morreu pela manhã. A missa, que teve início às 12h, foi celebrada pelo cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo.

    No altar, ao lado de muitas flores, estava uma foto do papa. “Hoje fomos surpreendidos com a notícia do falecimento do papa Francisco. O papa Francisco, se eu pudesse dizer, escolheu um belo dia para morrer: uma segunda-feira da Páscoa, para dizer que a morte é redimida pela vida e pela ressurreição”, disse o cardeal aos fiéis ao iniciar a celebração.

    São Paulo (SP), 21/04/2025 - Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, preside missa em sufrágio do Papa Francisco que faleceu nesta segunda-feira.Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
    Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, preside missa homenagem ao papa Francisco na Catedral da Sé – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Durante a homilia, o cardeal exaltou a vida de Francisco e sua missão junto à Igreja Católica. “O papa Francisco deixou uma marca importante na vida da Igreja e da humanidade. Naturalmente, nesses dias se farão muitas análises sobre a vida e o pontificado do papa Francisco. Mas uma coisa é certa: primeiramente, ele foi uma pessoa muito humana. E assim foi até o final. Nunca escondeu sua condição humana, mesmo em sua fragilidade. Não escondeu sua condição de cadeirante, quando não pôde mais caminhar. Não escondeu sua condição de enfermo, quando já tomava medicamentos muito fortes para as dores que sofria e suas artroses. E, mesmo no hospital, durante as semanas de internação, ele pediu que não fosse escondida sua condição de enfermo”, disse o cardeal.

    Para dom Odilo, o papa deixa um grande exemplo de vida para a humanidade.

    “Desde os pobres, os idosos, as crianças não desejadas, passando pelos migrantes indesejados, pelos refugiados, por aqueles que economicamente não contam e por aqueles que, ideologicamente ou religiosamente, pensam ou fazem diferente de nós, o papa Francisco deixou muito forte essa mensagem: não podemos descartar a pessoa humana. Todos são sempre filhos de Deus e, quanto mais sofre ou quanto mais é frágil, tanto mais merece nossa atenção e nosso cuidado. A condição humana é sim, também uma questão de fragilidade, não só de força ou eficiência. Creio que essa é uma mensagem do papa Francisco, de que esse mundo precisa estar presente para não ficar um mundo desumano.”

    A fala de dom Odilo foi acompanhada por uma multidão presente na Catedral da Sé para homenagear o papa. Entre esses fiéis estava Elza Rosa, de 74 anos. Em pé, esperando pelo início da missa, ela disse à reportagem que o papa “era uma pessoa excelente”.

    “Está doendo muito. A gente ama muito ele. Ele era uma pessoa santa e muito querida. Ele foi muito bom para nós, para o Brasil e para o mundo”, disse.

    SSão Paulo (SP), 21/04/2025 - Missa em em homenagem ao Papa Francisco, na Catedral da Sé. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
    Missa em em homenagem ao papa Francisco, na Catedral da Sé – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Também em pé, próximo ao altar, estava Milton Moreira, 80 anos, que destacou  a humildade do papa. “Ele era tão humilde que ficou sempre ao lado dos mais necessitados. Ele deu a vida pela unidade e pela paz no mundo. É uma grandeza muito infinita.”

    “O papa Francisco não tinha preconceito com nada”, ressaltou a consultora óptica Dina Cavallari, 60 anos.

    “Desde a pessoa mais humilde, independente de crença ou de sexualidade, ele sempre teve uma mente muito aberta. Gostava dele porque ele apoiava todas as classes. A igreja lotada hoje dá uma demonstração de muito carinho e de uma perda muito grande para nós”, lamentou Dina Cavallari.

    Para a consultora, o novo papa, que será escolhido em conclave, deve “ter um pensamento mais atual para dar seguimento ao que está acontecendo no mundo hoje e ser um papa atualizado com a situação em que o mundo se encontra”.

    Coletiva

    Pouco antes de celebrar a missa na Sé, o cardeal dom Odilo Scherer conversou com jornalistas e falou sobre a importância do papa Francisco para a Igreja Católica. “Nós temos muito agradecer a Deus pela vida do papa Francisco que foi escolhido como pontífice no Conclave 2013 e deu uma grande contribuição para a Igreja dar passos adiante na linha da prática do Concílio Vaticano II”, exaltou. “Um dos destaques desse pontificado foi a continuidade da implantação do Concílio Vaticano II no que diz respeito à própria Igreja, de tornar a Igreja realmente mais missionária, não voltada para dentro ou apenas cuidando de si, mas uma Igreja para o mundo.”

    SSão Paulo (SP), 21/04/2025 - Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, preside missa em sufrágio do Papa Francisco que faleceu nesta segunda-feira. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
    Dom Odilo Scherer destaca legado do papa Francisco – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Outro aspecto que ele citou como importante desse pontificado foi o de ter “coragem em tomar medidas novas, drásticas e fazer legislações novas para corrigir uma chaga moral existente no meio de membros do clero”.

    Essas chagas, explicou depois o cardeal, se referem a denúncias de abusos e de pedofilia dentro da Igreja Católica. “O papa Bento XVI já levou muito a sério essas questões, por exemplo, de corrupção moral, pedofilia e abusos sexuais dentro do clero. O papa Francisco prosseguiu nisso e fez uma legislação para claramente limpar essas situações que, naturalmente, atingem uma porcentagem muito pequena no clero. Mas acaba que todo o clero leva a fama”, disse.

    “O papa Francisco, justamente, pôs a mão nessa chaga e, felizmente, também com bastante firmeza e êxito. Mas isso não significa que isso está resolvido porque essa é uma condição humana que sempre pode voltar. Por isso mesmo requer tanto um cuidado com a escolha dos candidatos quanto cuidado na formação para que os sacerdotes não caiam nessa situação, não caiam nessa tentação”, completou.

    Segundo ele, o papa Francisco também será lembrado por ter deixado como legado a escolha por cardeais de fora do eixo europeu. “O papa escolheu muitos cardeais de regiões mais periféricas da Igreja, até mesmo em países onde a presença da Igreja é mínima para dar ocasião de ouvir e de participar”, disse. “O papa Francisco se preocupou com as periferias do mundo. As periferias sociais, as geográficas e, até mesmo, as periferias econômicas e também dentro da igreja”, acrescentou.

  • Brasilienses homenageiam papa Francisco nos 65 anos da capital

    Brasilienses homenageiam papa Francisco nos 65 anos da capital

    A tradicional missa celebrada na Catedral de Brasília em todos os aniversários da capital do país, que completou 65 anos nesta segunda-feira (21), foi marcada pela homenagem ao papa Francisco.

    No altar da Catedral, uma grande foto do primeiro Bispo de Roma latino-americano em 2 mil anos de história marcou a missa, onde também foi exposta a cruz usada na Primeira Missa do Brasil, em 1500.

    A estudante de direito Maria Eduarda Monteiro Dourado, de 18 anos de idade, disse que foi um susto a notícia da morte do papa e relembrou seus ensinamentos para a juventude.

    “Ele foi uma pessoa muito humilde e falava sobre a caridade com seu acolhimento aos pobres. Ele falava muito sobre a juventude dentro da Igreja, e eu acho que o meu papel como jovem é olhar para ele como uma inspiração”, disse a moradora de Riacho Fundo 2, uma das regiões administrativas de Brasília.

    Maria Eduarda diz ser apaixonada pela capital, apesar de citar a insegurança “em algumas regiões da cidade”.

    “Vou para o Rio de Janeiro, para Goiás, e percebo que aqui nós somos únicos. Me sinto muito acolhida de morar aqui, independentemente de ser Plano Piloto ou região administrativa”, disse.

    O Plano Piloto é a região central de Brasília com o metro quadrado mais valorizado se comparado com as outras regiões.

    Tristeza

    O médico Victor Wichrowski, de 35 anos de idade, carregava uma imagem do papa Francisco na missa dos 65 anos de Brasília. Ele disse que também recebeu a notícia da morte do líder da Igreja Católica com um misto de tristeza e alegria.

    “Ele foi um ótimo pastor para a nossa Igreja. Dá aquela saudade ao mesmo tempo que dá confiança de que realmente ele pode descansar em paz, que fez um trabalho muito bonito”, explicou o brasiliense.

    Brasília (DF) 21/04/2025 O arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo César, celebra missa pelo aniversário de 65 anos de Brasília e em sufrágio ao Papa Francisco. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
    Médico Victor Wichrowski recebeu a notícia da morte do líder da Igreja Católica com um misto de tristeza e alegria – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

    Victor avalia que o papa Francisco trabalhou para incluir todos na Igreja Católica, independente das diferenças, além de destacar o cuidado com o meio ambiente e denunciar as guerras em curso.

    Para o morador do Distrito Federal, é possível trazer os ensinamentos de Francisco para o cotidiano da cidade.

    “A defesa do diálogo, de buscar uma unidade, é a lição maior que Francisco deixa para nós. Como Brasília é uma cidade, digamos, à frente do seu tempo, acho que o papa Francisco também esteve à frente do seu tempo”, disse Victor.

    A primeira mulher a comandar o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), coronel Mônica de Mesquita Miranda, compareceu à missa especial neste 21 de abril. Natural de Brasília, Miranda comentou os ensinamentos deixados pelo Papa.

    “A humildade e a caridade foram as marcas do papa. A premissa dele era a fé, era o evangelizar, não as coisas materiais. E Brasília é uma cidade que já vem abençoada porque ela foi uma previsão de Dom Bosco. Brasília aglomera todos. Brasília é Brasil. A cidade tem a cara do Norte, do Sul, tem o aspecto do Sudeste. Brasília é esse aglomerado de pessoas”.

    Povos Indígenas

    A missa para celebrar os 65 anos de Brasília contou ainda com presença de indígenas católicos, que destacaram o papel do papa Francisco na defesa do meio ambiente.

    A pataxó Wilza Neves Silva, de 40 anos de idade, lembrou que foram seus ancestrais os que assistiram a primeira missa do Brasil, em 1500, e que sente muito a morte do papa Francisco pela defesa que ele fez da preservação da natureza.

    “Ele valorizava muito a forma de manejo da terra, da água, das florestas, que nós povos indígenas praticamos. É uma perda profunda de uma pessoa com essa mentalidade, com esse conceito de sustentabilidade, de ecologia integral. Ele se conectou com a pauta indígena”, comentou.

    Wilza participou da comitiva que buscou, em Portugal, a cruz usada na primeira missa do Brasil, em 26 de abril de 1500, em Porto Seguro, na Bahia. A cruz foi exposta nesta segunda-feira em Brasília e tem peregrinado por várias cidades do país.

    Órfãos

    Brasília (DF) 21/04/2025 O arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo César, celebra missa pelo aniversário de 65 anos de Brasília e em sufrágio ao Papa Francisco. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
    Arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo César, celebra missa pelo aniversário de 65 anos da cidade – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

    O cardeal da Arquidiocese de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, celebrou a missa em homenagem aos 65 anos da capital federal, destacando que o papa Francisco foi um pai para a Igreja, que deixou grande legado e que o sentimento é de orfandade.

    Dom Paulo lembrou que o papa Francisco deu voz às periferias do mundo, denunciou as guerras e pediu diálogo. Para ele, esse legado deve ser aplicado em Brasília.

    “A nossa amada cidade é chamada a ser, cada vez mais, uma cidade da inclusão. Brasília se tornou uma grande metrópole, e a metrópole traz em si ambiguidades, principalmente nas periferias”, afirmou.

    O cardeal acrescentou que Brasília, se comparada a outras cidades, tem uma boa qualidade de vida.

    “Mas tem também os seus problemas e eles devem ser resolvidos através do diálogo, onde a sociedade e os homens de decisão devem estar juntos para encontrar caminhos de humanização, de integração, onde todos e todas possam se sentir verdadeiramente cidadãos dessa cidade”, completou.

  • Sucessão papal: os principais nomes cotados para o pontificado; decisão ocorrerá em conclave

    Sucessão papal: os principais nomes cotados para o pontificado; decisão ocorrerá em conclave

    Os integrantes do Colégio Cardinalício deverão se reunir para definir o sucessor de Francisco, após sua morte. Ele liderou a Igreja Católica por quase doze anos, promovendo reformas e mudanças significativas em seu papado.

    A escolha do novo Pontífice acontecerá durante o conclave, com voto dos cardeais menores de 80 anos. Como Francisco foi o primeiro Papa latino-americano, é provável que seu sucessor venha de outro continente. Também é improvável que outro jesuíta seja eleito tão cedo, dado que o próprio Francisco pertenceu à ordem.

    Veja: Oito cardeais brasileiros cotados para suceder o Papa Francisco

    Com 80% dos eleitores do conclave indicados por Francisco, existe chance de que o próximo líder espiritual seja alinhado a um perfil reformista. Porém, alas conservadoras da Igreja podem pressionar para eleger um representante de sua linha mais tradicional, buscando restaurar um equilíbrio mais ortodoxo no trono de Pedro.

    Nomes mais comentados para assumir o Papado

    Luis Antonio Tagle (67 anos)

    Ex-arcebispo de Manila, é considerado um dos principais herdeiros do legado reformista de Francisco. Nomeado para liderar a Congregação para a Evangelização dos Povos, ele promove inclusão, compaixão e justiça social. É chamado por alguns de “Francisco da Ásia”.

    Popular nas redes sociais, especialmente no Facebook, apresenta o programa “The Word Exposed”, com mensagens espirituais que atraem fiéis pelo mundo.

    Relacionamos: Entenda o cronograma para eleger o sucessor de Francisco

    Matteo Zuppi (69 anos)

    Arcebispo de Bolonha e líder da Conferência Episcopal Italiana. Ligado à Comunidade de Sant’Egidio, defende o acolhimento da comunidade LGBT na Igreja. Apesar de ser um dos favoritos de Francisco, o fato de ser italiano pode pesar contra sua candidatura, por não simbolizar mudança internacional.

    Pietro Parolin (70 anos)

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    Pietro Parolin (Foto: Vaticano)

    Atual secretário de Estado do Vaticano, é considerado moderado e influente, com papel importante em acordos internacionais como o firmado com a China sobre nomeações de bispos.

    Willem Eijk (71 anos)

    Arcebispo de Utrecht, na Holanda, é conhecido por sua postura tradicionalista. Crítico das reformas de Francisco, se opôs publicamente à comunhão de divorciados recasados.

    Peter Erdö (72 anos)

    Primaz da Hungria, é uma das vozes mais conservadoras da Igreja. Durante os sínodos da família, defendeu posturas clássicas sobre bioética e casamento. Em 2013, foi cotado ao papado antes da eleição de Francisco.

    Timothy Dolan (73 anos)

    Arcebispo de Nova York, conhecido por seu bom humor e presença na mídia. Apesar de ser conservador e popular, o fato de ser dos Estados Unidos é visto como obstáculo, pois poderia concentrar demais o poder espiritual em uma superpotência mundial.

    Raymond Leo Burke (76 anos)

    Cardeal americano, foi afastado por Francisco após críticas contundentes às reformas. Descrito como ultraconservador, rejeita mudanças em moral sexual e direitos LGBT. Sua eleição indicaria forte ruptura com o legado de Francisco.

    Fridolin Ambongo Besungu (65 anos)

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    Fridolin Ambongo Besungu (Foto: Vaticano)

    Arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo, é conhecido por seu compromisso com justiça social e questões ambientais. Recebeu ameaças por denunciar empresas exploradoras e autoridades cúmplices.

    Apesar disso, se opôs à bênção de uniões homossexuais, afirmando que tais práticas vão contra a tradição cultural africana. Foi nomeado por Francisco para contribuir na revisão da constituição apostólica.

    Recentemente, foi alvo de investigação por declarações consideradas polêmicas, sendo acusado de instigar revolta popular. Ainda assim, continua influente na Igreja africana.

  • Entenda o cronograma para eleger o sucessor de Francisco

    Entenda o cronograma para eleger o sucessor de Francisco

    Com o falecimento do Papa Francisco, a Igreja Católica dá início a um rito solene até a escolha do próximo pontífice. O ponto alto deste percurso é o Conclave, reunião em que cardeais-eleitores de até 80 anos se isolam para decidir, por votação secreta, quem será o novo líder espiritual.

    Sé Vacante: abertura oficial

    O momento em que se declara a Sé Vacante marca a vacância do trono papal. Durante esse intervalo, o cardeal camerlengo assume a administração dos bens eclesiásticos e zela pela ordem até a eleição do sucessor.

    Veja: Oito cardeais brasileiros cotados para suceder o Papa Francisco

    Quando terá início o Conclave?

    As normas estipulam que o Conclave seja convocado entre 15 e 20 dias após o falecimento, prazo destinado a garantir a chegada de todos os cardeais-eleitores a Roma. Em 2025, são 136 membros com direito a voto, vindos de diversas partes do mundo.

    Onde ocorre a escolha?

    A eleição acontece dentro da histórica Capela Sistina. Antes disso, os cardeais se reúnem na Casa Santa Marta, vivendo em clausura absoluta — sem acesso a celulares ou internet — para preservar o sigilo do processo.

    Aos 88 anos, Jorge Mario Bergoglio faleceu nesta segunda-feira (21), deixando um legado de simplicidade, reformas e compromisso com os marginalizados
    Papa Francisco morre aos 88 anos — Foto: Vaticano

    Como funciona a votação?

    Cada cardeal assina sua cédula em segredo, indicando o nome preferido. São realizadas duas votações pela manhã e duas à tarde a cada dia de sessão. Para um candidato ser confirmado, precisa obter dois terços dos votos. Ao florescer a fumaça branca no telhado da capela, a expressão “Habemus Papam” oficializa o novo pontífice.

    Período de novendiales

    Antes de entrar em Conclave, a Igreja celebra os novendiales — nove dias consecutivos de missas e orações pelo descanso da alma do papa falecido. Somente após esse ciclo litúrgico os cardeais se reúnem em assembleias preparatórias para definir o perfil desejado do sucessor.

    Quanto tempo pode durar?

    Embora alguns Conclaves se tenham encerrado em apenas um ou dois dias, outros estenderam-se por semanas até alcançar consenso. O voto permanece em sigilo até a escolha definitiva. Concluído o rito, o novo papa adota seu nome pontifical e é apresentado à multidão na sacada central da Basílica de São Pedro.

  • Papa Francisco deixa hospital após 38 dias

    Papa Francisco deixa hospital após 38 dias

    O papa Francisco recebeu alta neste domingo (23/3) e deixou o hospital onde ficou 38 dias internado. “Segundo a equipe médica, trata-se de uma ‘alta protegida’, o que significa que a recuperação exigirá fisioterapia respiratória e motora, além de suporte diário com oxigênio e acompanhamento médico. A voz do Pontífice deverá retornar gradualmente, conforme esperado nesses casos”, disse o Vaticano.

    Ao deixar o hospital, o pontífice apareceu na sacada do hospital e acenou para os fiéis: “Obrigado a todos”, disse aos fiéis e turistas que foram ao Hospital Gemelli onde ele estava internado desde o dia 14 de fevereiro para tratar uma pneumonia.

    Durante o trajeto rumo ao Vaticano, Francisco fez uma parada na Basílica de Santa Maria Maior para rezar diante do ícone da Salus Popoli Romani, agradecer por sua recuperação.

    O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, saudou em rede social a alta do papa. “O domingo se reveste de especial significado quando o papa Francisco faz sua primeira aparição pública, após sua internação. Renovamos nossa fé, fortalecemos nossas esperanças e celebramos o dom da vida”, postou.

    Alckmin assume a presidência interinamente durante a visita de Estado do presidente Lula ao Japão e ao Vietnã ao longo da semana.

     

  • Vaticano atualiza estado de saúde do papa: “Melhoras graduais”

    Vaticano atualiza estado de saúde do papa: “Melhoras graduais”

    O Vaticano divulgou neste domingo (9/3) uma nova atualização sobre a saúde do papa Francisco. Segundo o comunicado oficial, o pontífice continua estável e apresenta uma recuperação lenta, porém constante. No entanto, o quadro ainda é considerado delicado.

    “A dieta prescrita pelos médicos segue normalmente, incluindo alimentos sólidos. No entanto, a situação continua complexa, o que exige um prognóstico reservado por precaução”, informou a Santa Sé.

    O que significa prognóstico reservado?

    De acordo com o Ministério da Saúde, o prognóstico é a estimativa da evolução de uma doença após o diagnóstico. Quando classificado como reservado, significa que o estado de saúde do paciente é grave e requer cuidados intensivos, sem previsões exatas sobre a recuperação.

    Mais cedo, o Vaticano havia informado que o papa teve uma “noite tranquila” e estava em repouso. O boletim médico anterior, divulgado no sábado (8/3), já indicava uma melhora progressiva, ainda que discreta.

    Evolução da saúde do papa Francisco

    Desde o dia 14 de fevereiro, o papa Francisco está internado no Hospital Agostino Gemelli, em Roma, devido a um quadro de bronquite, posteriormente diagnosticado como uma infecção respiratória mais complexa.

    No dia seguinte à internação, exames identificaram que se tratava de uma infecção respiratória polimicrobiana. Em 18 de fevereiro, foi confirmado que o pontífice havia desenvolvido pneumonia bilateral, comprometendo ambos os pulmões. O problema foi agravado por bronquiectasia e bronquite asmática.

    No dia 22 de fevereiro, Francisco enfrentou uma crise respiratória asmática prolongada, necessitando de oxigênio de alto fluxo e transfusões de sangue devido à anemia. No dia seguinte, novos exames indicaram sinais de insuficiência renal leve. No entanto, em 25 de fevereiro, o Vaticano relatou melhora no quadro inflamatório dos pulmões, além de estabilidade nos exames laboratoriais.

    A equipe médica segue monitorando a saúde do pontífice, enquanto ele continua seu processo de recuperação.

  • Saiba o que significa o período da Quaresma para os cristãos

    Saiba o que significa o período da Quaresma para os cristãos

    Com o encerramento do carnaval nesta Quarta-Feira de Cinzas (5), tem início o período da Quaresma para os cristãos. Mas, você sabe o que é a Quaresma? Ela tem sua origem nos primeiros séculos do Cristianismo, quando foi estabelecida a data da Páscoa. A Igreja Católica instituiu um tempo de penitência e preparação para a Páscoa, observado entre a quarta-feira de cinzas e a quinta-feira santa, época sagrada para os cristãos.

    A contagem do período da Quaresma faz referência aos 40 dias em que Jesus Cristo esteve no deserto.

    Em 2025, a Quaresma vai até o dia 17 de abril, antes da celebração da Quinta-feira Santa. Após a Quinta-feira Santa, tem início um novo período, o chamado tríduo pascal, que compreende a sexta-feira santa, o sábado de aleluia e o domingo de Páscoa.

    Para a Quaresma de 2025, o papa Francisco propôs o lema Peregrinos da Esperança, para que os fiéis façam uma reflexão sobre a fé, arrependimento, renovação espiritual, além de preparação para a Páscoa. A Igreja orienta a prática de penitências como jejuns, obras de caridade e oração.

    Para os fiéis, a quarta-feira de cinzas é um dia em que se deve ir à missa. Na cerimônia, os fiéis são benzidos com um pouco de cinza proveniente de ramos queimados utilizados no Domingo de Ramos do ano anterior.

    Ao benzer os fiéis, o padre traça uma cruz de cinzas, enquanto recita as palavras Convertei-vos e crede no Evangelho, que sinaliza o estado de penitência que o fiel deverá guardar nos 40 dias seguintes, e representa a fragilidade humana.

    Na data da quarta-feira de cinzas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove o início da Campanha da Fraternidade. Este ano, a campanha vai abordar o tema Fraternidade e Ecologia Integral e o lema bíblico, extraído de Genesis 1, 31, Deus viu que tudo era muito bom.

    O ponto alto da campanha é a Coleta da Solidariedade, feita em todas as comunidades do Brasil no Domingo de Ramos, que neste ano é celebrado no dia 13 de abril. Os recursos são destinados a projetos sociais em todo o país.

    O papa Francisco enviou uma mensagem para felicitar a realização da campanha. Na mensagem encaminhada à CNBB, Francisco chama atenção para a necessidade de mudança de atitude em relação ao meio ambiente, diante da “crise ecológica”.

    “Por isso, louvo o esforço da Conferência Episcopal em propor mais uma vez como horizonte o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal de cada fiel a Cristo. Que todos nós possamos, com o especial auxílio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas”, diz a mensagem.

    O papa frisou ainda que o tema da Campanha da Fraternidade deste ano expressa também a disponibilidade da Igreja no Brasil em dar a sua contribuição à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro.

    A mensagem diz que a realização do evento no coração da Amazônia é um sinal que serve para que “as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa da Criação, que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações.”

    Feriado

    É bom lembrar que a Quarta-feira de Cinzas não é feriado oficial. No entanto, muitos estabelecimentos comerciais não funcionam, mesmo tendo autorização para abrirem. Algumas repartições públicas e agências bancárias só funcionam a partir do meio-dia. Conforme o local, é ponto facultativo até as 14h.

  • Atualização: como está a saúde do papa Francisco hoje (25/02)?

    Atualização: como está a saúde do papa Francisco hoje (25/02)?

    O papa Francisco, de 88 anos, segue internado no Hospital Gemelli, em Roma, após ser diagnosticado com pneumonia bilateral. Apesar do quadro de saúde ainda inspirar cuidados, o Vaticano informou que o pontífice dormiu bem durante toda a noite e que não foram registradas novas crises respiratórias.

    Leve melhora no quadro clínico

    De acordo com o último boletim médico, o fluxo de oxigênio foi reduzido, indicando uma melhora na capacidade respiratória do papa. Além disso, os exames apresentaram evolução positiva, e a insuficiência renal leve não é motivo de preocupação, segundo a Santa Sé.

    O Vaticano também confirmou que, mesmo hospitalizado, Francisco segue desempenhando suas funções. Na segunda-feira (26 de fevereiro), ele recebeu no hospital o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, e o arcebispo Edgar Peña Parra, para a assinatura de decretos das Causas dos Santos, que foram promulgados oficialmente nesta terça-feira.

    Compromissos mantidos no hospital

    O papa tem mantido uma rotina ativa no hospital. Na noite de ontem, ele retomou algumas atividades e, como tem feito diariamente, telefonou para a paróquia de Gaza, reforçando sua solidariedade às vítimas do conflito na região.

    Embora continue sob monitoramento médico constante, a melhora em seu quadro clínico é um sinal positivo. A Santa Sé segue divulgando atualizações diárias sobre sua saúde, garantindo transparência sobre o estado do pontífice.

  • Papa Francisco diagnóstico com Insuficiência Renal Leve: Estado de saúde permanece crítico, mas sob controle

    Papa Francisco diagnóstico com Insuficiência Renal Leve: Estado de saúde permanece crítico, mas sob controle

    O Vaticano divulgou neste domingo (23/2) um novo comunicado sobre a saúde do papa Francisco, que está internado desde o dia 14 de fevereiro. Segundo a nota oficial, o pontífice apresenta uma insuficiência renal inicial leve , condição que está sendo monitorada e controlada pela equipe médica. Apesar do estado crítico, ele não apresentou crise respiratória durante a noite de sábado (22/2), indicando certa estabilidade em meio ao quadro clínico complexo.

    Insuficiência Renal e Tratamentos Realizados

    A insuficiência renal diagnosticada no papa é classificada como “inicial e leve”, e os médicos estão adotando medidas para garantir que a função renal seja preservada. Além disso, o pontífice recebeu duas unidades de hematologia concentrada , procedimento que trouxe benefícios significativos, resultando no aumento dos níveis de hemoglobina. A plaquetopenia, condição caracterizada pela baixa contagem de plaquetas no sangue, permanece estável, sem sinais de agravamento.

    Francisco continua recebendo terapia de oxigênio de alto fluxo por cânulas nasais , auxiliando na manutenção de seus níveis de oxigenação. Essa medida tem sido essencial para garantir que ele respire adequadamente, mesmo em meio à fragilidade do quadro geral.

    Prognóstico Reservado

    Embora os médicos tenham observado sinais positivos nos últimos dias, o prognóstico para o papa Francisco ainda é considerado reservado . A complexidade de seu estado de saúde exige atenção constante e tratamentos farmacológicos intensivos. Os especialistas esperam que as medicações prescritas continuem surtindo efeito, promovendo melhoras progressivas.

    Mensagem de Esperança

    Apesar da gravidade da situação, o comunicado traz certo alívio ao confirmar que o papa não enfrentou novas complicações respiratórias recentemente. A equipe médica segue otimista quanto à eficácia das terapias aplicadas e reitera que o controle da insuficiência renal e da plaquetopenia são prioridades no momento.

    Os fiéis ao redor do mundo continuam orando pelo rápido restabelecimento do pontífice, enquanto o Vaticano mantém transparência sobre os boletins médicos. O próximo relatório deve ser divulgado nas próximas horas, conforme evolução do quadro clínico.

     

  • Papa pede aos líderes do G20 ações imediatas contra a fome e a pobreza

    Papa pede aos líderes do G20 ações imediatas contra a fome e a pobreza

    O papa Francisco enviou uma mensagem aos líderes do G20, reunidos no Rio de Janeiro, em que defende a urgência de ações concretas no combate à fome e à pobreza no mundo. No documento, endereçado ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o papa Francisco faz um apelo por solidariedade global e coordenação entre as nações para enfrentar injustiças sociais e econômicas e sublinha que ações imediatas e conjuntas são indispensáveis para erradicar a fome e a pobreza, com foco na dignidade humana, no acesso aos bens essenciais e na redistribuição justa de recursos.

    A Cúpula de Líderes do G20 (grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana) começou nesta segunda-feira (18) e vai até terça (19).

    “É evidente que devem ser tomadas ações imediatas e decisivas para erradicar o flagelo da fome e da pobreza. Tais ações devem ser realizadas de forma conjunta e colaborativa, com o envolvimento de toda a comunidade internacional. A implementação de medidas eficazes requer um compromisso concreto dos governos, das organizações internacionais e da sociedade como um todo. A centralidade da dignidade humana, dada por Deus, de cada indivíduo, o acesso aos bens essenciais e a justa distribuição de recursos devem ser priorizados em todas as agendas políticas e sociais.”

    Proposta do Vaticano

    Um dos pilares do texto é a abordagem de Francisco sobre a proposta de criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O papa também alertou contra iniciativas que ignoram as reais necessidades dos mais pobres e enfatizou que a fome resulta de desigualdades estruturais na distribuição de recursos, não da escassez de alimentos.

    “A aliança poderia começar implementando a proposta de longa data da Santa Sé, que propõe redirecionar fundos atualmente alocados para armas e outros gastos militares para um fundo global destinado a combater a fome e promover o desenvolvimento nos países mais empobrecidos. Essa abordagem ajudaria a evitar que os cidadãos desses países tivessem que recorrer a soluções violentas ou ilusórias, ou a deixar seus países em busca de uma vida mais digna”, avaliou a Santa Sé.

    Luta permanente contra a fome

    A mensagem destaca a importância de uma solidariedade internacional baseada na fraternidade. O papa pediu ao G20 que mantenha a luta contra a fome como prioridade permanente, não apenas em momentos de crise. Ao encerrar, Francisco instou os líderes a tomarem decisões ousadas e concretas.

    “A Santa Sé continuará promovendo a dignidade humana e fazendo sua contribuição específica para o bem comum, oferecendo a experiência e o engajamento das instituições católicas ao redor do mundo, para que em nosso mundo nenhum ser humano, como pessoa amada por Deus, seja privado de seu pão diário. Que o Deus Todo Poderoso abençoe abundantemente seus trabalhos e esforços para o verdadeiro progresso de toda a família humana.”