Tag: papa Francisco

  • Túmulo do papa foi feito com pedra da região de seus avós, na Itália

    Túmulo do papa foi feito com pedra da região de seus avós, na Itália

    O túmulo do papa será, por escolha dele, simples. Sem adornos ou as extravagâncias imagináveis para um chefe de Estado ou um grande líder religioso. Apenas a inscrição “Franciscus” e a reprodução de uma cruz ao centro. Mas um detalhe dá o caráter pessoal e especial ao local do repouso final do corpo do carismático chefe da igreja católica: o túmulo foi construído com uma pedra extraída da região da Ligúria, na Itália. Foi lá que nasceu seu bisavô.

    Antes de se tornar o primeiro papa a adotar o nome Francisco, ele era Jorge Mario Bergoglio, nascido em Buenos Aires, Argentina. Mas suas origens remetem à pequena Cogorno, uma comuna na região metropolitana de Gênova, localizada na região da Ligúria, no noroeste da Itália. Vincenzo Girolamo Sivori nasceu em Cogorno, em 1850, casou-se com Caterina Sturla, também italiana, mas foi construir família em Buenos Aires. Um de seus filhos, Francisco Sivori Sturla, seria o avô do primeiro papa sul-americano.

    Francisco teve seu primeiro contato com os parentes distantes em 2017. Foi em Gênova que encontrou sua prima, Angela Sivori. Aos 87 anos, ela pode conhecer pessoalmente seu primo vindo da Argentina e já consagrado como líder dos católicos de todo o mundo. “Finalmente conheço os Sivori!”, exclamou o papa Francisco na ocasião, apertando as mãos dos parentes. “Fizemos fila, sete de nós. E ele nos recebeu como um primo vindo do ‘fim do mundo’”, lembrou Cristina Cogorno, filha de Angela.

    Funeral

    Teve início neste sábado (26) a Missa de Exéquias, que marca o primeiro dia do Novendiali – nove dias de luto e orações em honra ao pontífice. A celebração eucarística acontece no átrio da Basílica de São Pedro. Ao final, ocorrem os ritos da Última Commendatio e da Valedictio, despedidas solenes que marcam o encerramento das exéquias.

    Os nove dias de celebrações eucarísticas em sufrágio do pontífice morto serão marcados por missas no período que se inicia este sábado e segue até 4 de maio, sempre às 17h (horário local), na Basílica de São Pedro, com exceção da Missa da Divina Misericórdia, que será neste domingo (27), às 10h30 (horário local), na Praça de São Pedro.

    O corpo do papa ficou exposto na Basílica de São Pedro por 3 dias, para que milhares de pessoas pudessem dar seu adeus a Francisco. Na noite de sexta-feira (25), o caixão de madeira e zinco foi selado e colocado no átrio da Basílica, em frente ao altar.

    * com informações do Vatican News

  • Lula e comitiva desembarcam em Roma para funeral do papa Francisco

    Lula e comitiva desembarcam em Roma para funeral do papa Francisco

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma comitiva brasileira desembarcaram, nesta sexta-feira (25), em Roma, para participar do funeral do Papa Francisco, marcado para este sábado (26).

    Além da primeira-dama, Janja Lula da Silva, um grupo de 18 autoridades, entre eles, quatro ministros e 12 parlamentares, acompanha o presidente.

    Hoje é o último dia de velório aberto na Basílica de São Pedro, no Vaticano, onde está o corpo de Francisco. Mais de 128 mil pessoas prestaram homenagens ao pontífice nos três dias de velório.

    O presidente Lula também deve ir ao local, hoje. Às 20h (horário local; 15h em Brasília), terá início o rito de fechamento do caixão do papa, com a presença de cardeais e oficiais da Santa Sé.

    O funeral e a missa de corpo presente de Francisco serão realizados a partir das 10h (horário local; 5h em Brasília) deste sábado. Os ritos marcam o início do Novemdiales, antiga tradição de nove dias de luto e orações em sufrágio pela alma do pontífice.

    Na sequência, o caixão será levado para a Basílica de Santa Maria Maior, que fica fora do Vaticano, onde o corpo será sepultado, conforme pedido do pontífice.

    O argentino Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu na última segunda-feira (21), aos 88 anos, de um acidente vascular cerebral (AVC), seguido por coma e colapso cardiovascular irreversível.

    Ele apresentava histórico clínico de insuficiência respiratória aguda, pneumonia multimicrobiana bilateral, bronquiectasias múltiplas, hipertensão arterial e diabetes tipo 2.

    Na ocasião, o presidente Lula decretou luto oficial de sete dias e, em mensagem, destacou o papel do pontífice na luta pela paz mundial, na propagação do amor, no combate à intolerância e às desigualdades.

    Após os nove dias de luto, o Vaticano começa o conclave, para escolha do novo líder da Igreja Católica.

  • Vaticano divulga imagens do corpo de Papa no caixão

    Vaticano divulga imagens do corpo de Papa no caixão

    O Vaticano confirmou, nesta terça-feira (22/4), a morte do Papa Francisco. O pontífice faleceu na segunda-feira (21), aos 87 anos, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC). Imagens divulgadas mostram o corpo do papa repousando em um caixão de madeira na Casa Santa Marta, residência oficial onde vivia.

    Imagens solenes do adeus

    foto-vaticano-divulga-imagens-do-corpo-do-papa-francisco-em-caixao-no-vaticano-3
    As imagens, tiradas na segunda-feira, mostram o primeiro papa latino-americano dentro de seu caixão na capela da residência de Santa Marta, vestido com uma casula vermelha e mitra branca, segurando um rosário nas mãos. Dois guardas suíços o escoltam.

    O vídeo divulgado pelo Vaticano mostra Francisco com as tradicionais vestes papais vermelhas e segurando um terço entre as mãos. O interior do caixão foi revestido com tecido da mesma cor, em sinal de reverência e tradição católica.

    Missa das Exéquias e início do novenário

    A Missa das Exéquias será celebrada no próximo sábado (26/4), às 10h no horário local (5h em Brasília), no Vaticano. A cerimônia marca o início do novenário — nove dias consecutivos de orações pela alma do pontífice, conforme a tradição da Igreja Católica.

    Líderes mundiais confirmam presença

    Chefes de Estado e de governo de todo o mundo anunciaram presença no funeral. Entre os confirmados estão o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prestarão suas homenagens em Roma.

    Como em 2005, quando João Paulo II faleceu, também comparecerão chefes de Estado e monarcas de todo o mundo. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou sua presença, assim como seu par francês, Emmanuel Macron, e o ucraniano, Volodimir Zelenski.

    Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história, eleito em 2013, e reconhecido por sua postura voltada à inclusão social, ao diálogo inter-religioso e à defesa dos mais pobres.

  • Defesa da ‘Ecologia Integral’ pelo papa Francisco inspirou o Acordo de Paris

    Defesa da ‘Ecologia Integral’ pelo papa Francisco inspirou o Acordo de Paris

    A presidência brasileira da COP 30, a Conferência do Climas das Nações Unidas, divulgou nesta segunda-feira (21/4) mensagem em que destaca o papel do papa Francisco na discussão de uma noiva agenda ambiental global, nos primeiro anos de seu pontificado. A mensagem destaca a importância da publicação da Encíclica Laudato Si’, em 2015, ao dos anos de gestão à frente da Igreja Católica e meses antes da realização da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 21, Na ocasião foi elaborado o Acordo de Paris, que determinaria objetivos a serem perseguidos pelos países para conter o aquecimento global.

    Confira a mensagem da presidência da COP 30

    “Não há duas crises separadas: uma ambiental e outra social; mas uma única e complexa crise socioambiental”, escreveu o Papa Francisco na Laudato si’, a primeira encíclica papal sobre meio ambiente. A resposta à mudança do clima, afirmou acertadamente o pontífice, demanda “abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza”.

    Papa Francisco foi não só um exemplo de dignidade humana, respeito e acolhimento, mas um ativista climático, defensor da natureza, das florestas e dos povos indígenas e comunidades tradicionais. A Laudato si’, publicada em 2015, e sua defesa de uma ecologia integral inspiraram o consenso que, poucos meses depois, permitiu a adoção do histórico Acordo de Paris.

    A mudança do clima, como bem reconhecia Francisco, é um acelerador de pobreza, desigualdade e sofrimento — e seu combate deve ser abrangente e guiado pela solidariedade. Se nada neste mundo nos é indiferente, o futuro de nossa casa comum depende urgentemente de ação coletiva rápida, inclusiva e eficaz.

    Que os ensinamentos do Papa Francisco e sua corajosa liderança sirvam de exemplo em um momento-chave para acelerarmos a implementação do Acordo de Paris e de soluções climáticas. Seu legado nos inspirará na COP 30 e na mobilização de um mutirão global para combater a mudança do clima sem deixar ninguém para trás.

  • Entidades e representantes de outras religiões lamentam morte do papa

    Entidades e representantes de outras religiões lamentam morte do papa

    Entidades e representantes de diversas crenças e religiões do Brasil lamentaram a morte do papa Francisco, líder mundial da Igreja Católica. Ele morreu na madrugada desse domingo (21), vítima de acidente vascular cerebral (AVC), seguido por coma e colapso cardiovascular irreversível.

    Em nota, organizações da comunidade judaica se uniram em luto pela morte do papa. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) afirmou que a morte do líder católico foi uma “grande perda para a humanidade”.

    “O papa Francisco, com seu carisma e visão inclusiva, tocou o coração das pessoas em seu papado transformador. Ele visitou o campo de extermínio nazista de Auschwitz, condenou o antissemitismo, o discurso de ódio e o racismo, além de promover o diálogo inter-religioso”, escreveu a Conib. “Que seu legado continue a nos guiar na busca por um mundo mais humano, justo e pacífico”, ressaltou.

    A Federação Israelita do Estado de São Paulo expressou solidariedade aos católicos de todo o mundo.

    “Reconhecemos o legado de um líder incansável na luta contra o discurso de ódio, o racismo e todas as formas de intolerância. Sua voz firme contra o antissemitismo e a promoção do diálogo inter-religioso representaram um farol de esperança em tempos de crescente intolerância”, disse a federação.

    O Centro de Divulgação do Islam Para América Latina (CDIAL) expressou condolências pelo falecimento do papa.

    “O papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, Argentina, foi o primeiro pontífice jesuíta e latino-americano da história da Igreja Católica. Desde sua eleição em 2013, destacou-se por seu compromisso com os mais pobres, sua incansável defesa dos direitos humanos e sua dedicação ao diálogo inter-religioso e à promoção da paz mundial”, disse o centro.

    “Sua liderança inspiradora promoveu reformas significativas na Igreja, incluindo a reestruturação da Cúria Romana, medidas para maior inclusão das mulheres e o enfrentamento de desafios internos com coragem e transparência. Sua postura aberta e acolhedora deixou uma marca indelével na história da Igreja e do mundo. Em suas palavras, atitudes e escolhas, deixou um legado de empatia e um olhar profundamente humanitário para com os pobres, os imigrantes, os doentes e todos os que sofrem”, acrescentou o centro de divulgação islâmico.

    Para a Federação Espírita Brasileira, o papa foi um “dedicado irmão na doutrina cristã que aproximou fiéis católicos e de outras denominações religiosas pelo exemplo de amor, humildade e fraternidade”.

    “Trabalhou o debate inter-religioso, assim como a humildade e a indulgência para com todos, independente da crença. Trouxe a pauta das mudanças climáticas e das ações diplomáticas pela paz entre os povos, assim como a causa dos refugiados. Aos nossos irmãos em Cristo, desejamos amor e paz nesta passagem de Papa Francisco, evocando a fraternidade e a compaixão a todos os lares”, afirmou.

    Também em nota, a Frente de Evangélicos lamentou profundamente a morte do papa.

    “O primeiro papa latino-americano marcou seu pontificado numa trajetória de simplicidade e defesa aos direitos humanos. Em sua última aparição pública, no domingo de Páscoa, pediu o cessar-fogo na Faixa de Gaza e disse: ‘Expresso minha proximidade aos sofrimentos… de todo o povo israelense e do povo palestino’. Reconhecemos em sua liderança os ensinos de Jesus de solidariedade, paz, amor e igualdade. Oramos e agradecemos a vida e o testemunho de Jorge Mario Bergoglio”.

    O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) lembrou que a vida do papa Francisco foi “um testemunho corajoso em contextos hostis”.

    “Ao colocar-se ao lado das pessoas imigrantes e refugiadas e fazer memória às que morreram na travessia, denunciou os colonialismos contemporâneos que ferem a dignidade humana. Na América Latina, dialogou com os movimentos sociais e incentivou a luta pelo direito à Terra, ao teto e ao trabalho”, disse o Conic. “Nós, teus irmãos e irmãs ecumênicos, oraremos, papa Francisco, em solidariedade às comunidades enlutadas da Igreja Católica Apostólica Romana e para agradecer a Deus por sua vida e testemunho”.

    A Mãe Meninazinha de Oxum, Iyalorixá do Ilê Omolu Oxum, afirmou que o papa “será lembrado e celebrado pela sua atuação voltada para o enfrentamento às injustiças e todas as formas de preconceitos. Ele era uma verdadeira luz para o mundo”.

    Já a Mãe Nilce de Iansã, coordenadora nacional da Renafro, escreveu, em sua mensagem, que o papa “semeou amor por onde passou”.

    “Quando fechamos os olhos e pensamos no papa Francisco, imediatamente nos vem a imagem de seu sorriso, reflexo de toda a sua jornada de acolhimento e respeito a todas as pessoas, independentemente de religião. Ele semeou o seu amor por onde passou e certamente a força de seu trabalho germinará para as gerações futuras”, disse a coordenadora da Renafro.

    Brasília - O representante da Organização Viva Rio Ronilso Pacheco da Silva, participa da comissão especial sobre homicídio de jovens no Brasil (Valter Campanato/Agência Brasil)

    Pastor Ronilso Pacheco, da Comunidade Batista em São Gonçalo, destaca agenda humanitária de Francisco – Foto Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo

    O pastor Ronilso Pacheco, da Comunidade Batista em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, lembrou o trabalho de grande transformação do papa na abertura da Igreja Católica. Ele disse que Francisco abraçou uma agenda humanitária muito forte.

  • Arcebispo de SP diz que papa asiático ou africano não surpreenderia

    Arcebispo de SP diz que papa asiático ou africano não surpreenderia

    O cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, disse nesta segunda-feira (21), que “ninguém deverá se surpreender” se o novo papa, a ser escolhido durante o Conclave, seja um asiático ou africano.

    “Ninguém deveria se surpreender se fosse escolhido um cardeal africano para ser papa ou um cardeal asiático para ser papa ou novamente um cardeal italiano para ser papa. Está nas possibilidades. Se isso acontecer, não significará que a igreja voltou-se só para África ou voltou-se apenas para Ásia, voltou às costas para América ou voltou a se centrar na Europa. Qualquer um que for escolhido papa deve recuperar o cuidado da Igreja como um todo. Portanto, é o tempo do pontificado que vai depois nos dizer para onde irão as escolhas pessoais que o papa fará”, disse.

    Dom Odilo destacou que essa variedade de nacionalidades entre as possibilidades para um novo papado decorre do fato de que, durante o pontificado de Francisco, o colégio de cardeais ficou ainda mais diversificado.

    SSão Paulo (SP), 21/04/2025 - Missa em em homenagem ao Papa Francisco, na Catedral da Sé. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
    Missa em em homenagem ao Papa Francisco, na Catedral da Sé – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    “O que mudou é que, desde o papa Francisco para cá, o colégio dos cardeais hoje está muito mais internacionalizado do que antes. A grande maioria dos cardeais não são mais os europeus. As américas Latina e do Norte têm um grande peso. A África tem um peso significativo e a Ásia também tem um peso no Colégio Cardinalício”, explicou.

    Para o cardeal, embora ainda não seja possível revelar a nacionalidade ou posicionamento político do novo papa, o que se sabe até o momento “é que ele não será um novo Francisco”.

    “Ninguém espere que o próximo papa seja o Francisco II. Pode até ter o nome de Francisco II, mas não será a imagem semelhante à de Francisco II. Será um outro papa”.

    “Ninguém espera um papa a favor da guerra. Ninguém espera um papa que não cuide dos pobres. Ninguém espera um papa que não diga aos padres para que sejam bem formados. Isso é a norma geral. Portanto, o próximo papa será alguém que vai cuidar bem da vida da Igreja e da missão da Igreja. Porém, o próximo papa será uma pessoa humana, não será um robô”, reforçou.

    Cardeal

    SSão Paulo (SP), 21/04/2025 - Padre Júlio Lancellotti, participa da missa em em homenagem ao Papa Francisco, na Catedral da Sé. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Padre Júlio Lancellotti participa da missa em em homenagem ao Papa Francisco, na Catedral da Sé – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Dom Odilo foi nomeado cardeal em 2007, pelo papa Bento XVI. Um cardeal é a autoridade da Igreja Católica que está mais próxima do papa e que pode participar e votar no Conclave para a escolha de um novo papa. Todos os cardeais com menos de 80 anos de idade, como é o caso de dom Odilo, podem votar no Conclave. E qualquer cardeal pode ser eleito papa.

    Em entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira, na Catedral da Sé, no centro da capital paulista, antes de celebrar uma missa em homenagem ao papa Francisco, dom Odilo revelou que deve participar do funeral do pontífice e também do Conclave, do qual já participou em 2013 e que elegeu Jorge Mario Bergoglio como papa. Nesse mesmo ano, o nome de dom Odilo chegou a ser especulado entre as possibilidades de ser um novo líder católico.

    O cardeal destacou que após a morte do papa Francisco, nesta madrugada de segunda-feira, essas “especulações e torcida” sobre o novo pontificado terão início. Apesar disso ser natural, disse, a escolha do novo papa será “resultado de um discernimento coletivo” dos cardeais.

    “A escolha do papa não é um conchavo feito anteriormente, já pronto. Isso é fantasia. A escolha do papa vem de um discernimento que se faz em um clima de oração e de um auto-senso de responsabilidade em relação à Igreja. A responsabilidade é pela igreja, não de salvar uma ideologia ou um partido ou um gosto. Não é uma campanha eleitoral”, explicou.

    Dom Odilo também disse que as especulações sobre se o novo papa será mais conservador ou progressista são preocupações externas e não se refletem na Igreja.

    “A preocupação na escolha do papa, com toda certeza, não é a questão se ele é progressista ou conservador. Esta é uma preocupação externa. O evangelho é tanto progressista quanto conservador. Claramente a opção pelos pobres, a atenção à justiça social, o cuidado dos migrantes e a preocupação com a paz do mundo não são posturas progressistas ou conservadoras, são posturas do evangelho”.

    São Paulo (SP), 21/04/2025 - Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, preside missa em sufrágio do Papa Francisco que faleceu nesta segunda-feira. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, celebra missa em sufrágio do papa Francisco – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Último encontro

    Durante a entrevista, dom Odilo revelou que a última vez em que esteve com o papa Francisco foi em fevereiro deste ano, pouco antes dele ser internado por problemas de saúde.

    “Guardo com muito carinho esse último encontro e essa última participação numa audiência com ele, no dia 13 de fevereiro deste ano”, revelou.

    Mas essa não foi a única vez em que estiveram juntos.

    “Tive algumas conversas mais prolongadas e pessoais com o papa Francisco e foram muito boas. Como sempre, ele escutava muito, depois falava com muita sabedoria”.

    Em um desses encontros, logo após a visita do papa Francisco ao Brasil, em 2013, dom Odilo entregou ao papa um livro. Esse livro reunia diversas caricaturas do papa Francisco feitas por artistas brasileiros na ocasião de sua visita ao Rio de Janeiro para participar da Jornada Mundial da Juventude.

    “Alguns artistas e cartunistas produziram um livro com charges do papa Francisco e me entregaram para que eu desse para ele. Eu levei e entreguei para ele após uma missa. Ele olhou, olhou, e caiu numa gargalhada muito bonita”, contou.

  • Lula celebra Francisco como o papa da esperança, da alegria e da paz

    Lula celebra Francisco como o papa da esperança, da alegria e da paz

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou na noite desta segunda-feira (21) vídeo em que presta homenagens ao papa Francisco. “Embora o dia de hoje seja de muita tristeza, vamos nos lembrar para sempre da alegria do Papa Francisco. Do sorriso que iluminava a tudo e a todos”, relembrou Lula, que esteve com o papa em três ocasiões.

    “Francisco foi o Papa da esperança. Em sua despedida renovou a crença nos seres humanos, e previu um futuro melhor para a humanidade.”

    O Palácio do Planalto confirmou que Lula e a primeira-dama Janja irão ao funeral do papa em Roma. A comitiva completa deve ser anunciada nesta terça-feira. A viagem ainda não tem data confirmada e depende do protocolo do Vaticano.

    Mais cedo, em nota, o presidente Lula decretou luto oficial de sete dias em homenagem ao papa Francisco. Por meio de nota, destacou o legado do pontífice argentino Jorge Mario Bergoglio e lamentou profundamente a perda de uma “voz de respeito e acolhimento ao próximo”.

    Ao finalizar a nota, o presidente desejou consolo a todos que sofrem com a perda do líder religioso. “O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações”, concluiu.

  • Prefeitura de Sorriso decreta luto oficial pelo falecimento do Papa Francisco

    Prefeitura de Sorriso decreta luto oficial pelo falecimento do Papa Francisco

    A Prefeitura de Sorriso decreta luto oficial de três dias pelo falecimento do Papa Francisco, aos 88 anos. O anúncio foi dado, com pesar, na manhã desta segunda-feira (21 de abril), diretamente da Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, pelo camerlengo da Igreja, o cardeal Joseph Farrell, com as seguintes palavras:

    “Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja.

    Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados.

    Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino.”

    Em sua última mensagem, o Papa também fez seus apelos pela paz, que “não é possível sem um verdadeiro desarmamento”. O pedido do Pontífice foi para que os recursos disponíveis sejam utilizados para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento. “Estas são as ‘armas” da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de espalhar morte!”, afirmou.

    Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, foi o 266º papa da Igreja Católica e ocupava o cargo desde 2013, quando sucedeu Bento XVI. O argentino foi primeiro papa latino-americano da história e o primeiro jesuíta a chegar ao comando do Vaticano.

    A Administração Municipal externa seu profundo pesar pela partida do Papa que transbordava amor, bom-humor, tolerância  e compromisso com a humanidade, se solidariza à toda a comunidade católica neste momento de despedida, assim como com todas as pessoas que, independente do credo, admiravam o Papa Francisco por sua trajetória em prol da paz.

  • Essa foi a causa da morte do Papa Francisco

    Essa foi a causa da morte do Papa Francisco

    O Vaticano divulgou nesta segunda-feira (21) que o Papa Francisco faleceu devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC) seguido de insuficiência cardíaca irreversível. A certidão de óbito médica detalha que o pontífice sofreu um AVC cerebral, entrou em coma e teve um colapso cardiocirculatório irreversível às 7h35, horário de Roma (2h35 em Brasília).

    O boletim médico também aponta que o quadro de saúde do Papa Francisco foi agravado por pneumonia bilateral, bronquiectasias múltiplas, hipertensão e diabetes tipo 2.

    A morte foi confirmada por um eletrocardiograma. O atestado foi assinado por Andrea Arcangeli, diretor do Departamento de Saúde e Higiene da Cidade do Vaticano.

    O Papa Francisco havia sido hospitalizado por mais de um mês, entre fevereiro e março, para tratar uma pneumonia bilateral. Apesar da alta hospitalar, ele continuou sob cuidados médicos em sua residência, devido ao seu estado de saúde delicado.

  • Arcebispo do Rio destaca legado de justiça social do papa Francisco

    Arcebispo do Rio destaca legado de justiça social do papa Francisco

    O arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, destacou o legado de justiça social deixado pelo papa Francisco, morto nesta segunda-feira (21), no Vaticano, aos 88 anos de idade. Dom Orani celebrou uma missa pela alma do pontífice na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, no centro da cidade.

    “Nós agradecemos por sua vida e missão. O papa nos fez chegar mais próximo do povo, das pessoas e preocupado com tantas situações tanto da ecologia como também da fraternidade, do diálogo inter-religioso ecumênico, também as preocupações com as pessoas que vivem em guerra”, disse dom Orani na missa.

    Mais cedo, em coletiva na sede da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o cardeal destacou a preocupação de Francisco com os mais pobres e necessitados, com a paz no mundo.

    “Ele teve um grande trabalho na questão social. Seu legado será estudado, aprofundado, em tantos aspectos sobre o seu pontificado. Ele também tinha uma grande preocupação com a Igreja, uma Igreja mais simples, mais próxima das pessoas, e de valorizar o papel da mulher na Igreja, colocando em cargos importantes, não só no Vaticano, mas nas grandes decisões também. Ele sempre teve preocupação com a justiça social e era muito antenado com o mundo de hoje”, disse dom Orani, que vai participar das exéquias do papa Francisco no Vaticano e de seu primeiro conclave que vai escolher o novo pontífice.

    Membro do Apostolado da Oração da Igreja Sagrado Coração de Jesus, na Glória, a dona de casa Dicelene Lopes Campos disse que não esperava a morte do papa.

     

    “Ele foi uma pessoa maravilhosa. Colocou a América do Sul em destaque, participando da Igreja. Deu destaque às mulheres. Atualizou muitas coisas na Igreja. Gostava de ele ser franciscano, humilde”, disse.

    Vestida com uma camisa da Jornada Mundial da Juventude, a primeira viagem internacional de Francisco como papa ao Rio de Janeiro, Cleusa Maria Augusto, de 78 anos de idade, lembra da participação do papa na jornada.

    “Deixou só coisas boas. Ele fez tudo de bom. Infelizmente chegou a hora dele”.

    O governo do estado do Rio de Janeiro decretou luto de 3 dias pela morte do papa. A prefeitura da cidade decretou luto de 7 dias.

    Rio de Janeiro (RJ), 21/04/2025 – Missa em sufrágio do Papa Francisco na Catedral Metropolitana. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
    Missa em sufrágio do papa Francisco na Catedral Metropolitana – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

    Em nota, a Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), disse que a Igreja, a Companhia de Jesus e a comunidade universitária se despedem de um líder inspirador, que “fez história ao se tornar o primeiro papa jesuíta, o primeiro das Américas e do Hemisfério Sul e o primeiro não europeu eleito em Roma em mais de mil anos. Seu pontificado foi marcado pela fé, humildade e compromisso com os mais necessitados”.

    “Guiado pelos princípios jesuítas, o papa Francisco uniu tradição e inovação, promovendo transparência no Vaticano, ampliando espaços de escuta e renovação dentro da Igreja e destacando a importância da ética e da responsabilidade social no avanço tecnológico”, diz comunicado da PUC-Rio.