Tag: pantanal

  • Forças Armadas lançam um milhão de litros de água na região do Pantanal

    Forças Armadas lançam um milhão de litros de água na região do Pantanal

    As Forças Armadas atingiram um marco significativo nesta sexta-feira, 16 de agosto, ao lançar um milhão de litros de água sobre as áreas afetadas por incêndios no Pantanal, abrangendo os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Essa operação, coordenada pelo Ministério da Defesa, envolveu cerca de 80 voos de aeronaves equipadas com sistemas avançados de combate a incêndios, permitindo a atuação em áreas de difícil acesso para brigadistas civis.

    A missão tem como objetivo preservar a biodiversidade do Pantanal e proteger as comunidades locais dos impactos ambientais devastadores causados ​​pelos incêndios. Ao todo, 470 militares, 136 viaturas, 42 embarcações e oito aeronaves foram mobilizados. A operação já registou 130 missões de reconhecimento por terra, ar e rios, reforçando o compromisso das Forças Armadas com a protecção da região.

    Tecnologias de Combate a Incêndios em Ação

    Forças Armadas
    Forças Armadas lançam um milhão de litros de água na região do Pantanal

    A Força Aérea Brasileira (FAB) desempenhou um papel crucial na operação utilizando a aeronave KC-390 Millennium, equipada com o Sistema Modular Aerotransportável de Combate a Incêndios (MAFFS). Esse sistema permite o lançamento de até 12 milhões de litros de água por voo, cobrindo grandes áreas de incêndio de maneira eficiente. Além disso, os helicópteros Pantera (do Exército Brasileiro) e Esquilo (da Marinha do Brasil) foram empregados com o método Bambi Bucket, que possibilita despejar água com isolamento diretamente sobre as chamas.

    Resgate de Fauna e Apoio Logístico

    Durante as operações, uma equipe de resgate das Forças Armadas também salvou uma anta que teve as patas queimadas pelo fogo a cerca de 215 km de Cuiabá. O animal foi tratado na Base Jaguar, uma instalação de apoio logístico estrategicamente posicionada às margens da Rodovia Transpantaneira. A base oferece suporte completo aos brigadistas, incluindo alojamento, estrutura de higiene, refeitório e acesso à internet via Terminais Transportáveis ​​Telebrás por Satélite (T3Sat).

    Engenharia e Defesa Ambiental

    Para conter a propagação de incêndios, as Forças Armadas passaram a utilizar material de engenharia para criar aceiros, que são barreiras naturais destinadas a impedir o alastramento de chamas. No norte de Mato Grosso do Sul, cinco tratores foram empregados para criar linhas de defesa ao longo da mata, protegendo assim áreas de vegetação nativa e propriedades rurais.

    Operação Pantanal: Um Esforço Conjunto

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    Forças Armadas lançam um milhão de litros de água na região do Pantanal

    Desde 27 de junho de 2024, em conformidade com a Portaria nº 3.179 do Ministério da Defesa, as Forças Armadas têm atuado na região pantaneira para apoiar as equipes de brigadistas. A operação, que pode durar até quatro meses, demonstra o comprometimento das Forças em salvaguardar uma das regiões mais ricas em biodiversidade do Brasil, garantindo que os danos ambientais sejam minimizados e que as comunidades locais sejam protegidas.

    Essa operação, de grande escala e impacto, reflete a importância da colaboração entre diferentes ramos das Forças Armadas na preservação do meio ambiente e na resposta eficaz a desastres naturais. As ações realizadas até o momento mostram o potencial das Forças Armadas em enfrentar desafios ambientais complexos e de preservação de ecossistemas essenciais para o equilíbrio ambiental.

  • Bioma Pantanal é tema da quarta plenária do Plano Clima Participativo, em Campo Grande (MS)

    Bioma Pantanal é tema da quarta plenária do Plano Clima Participativo, em Campo Grande (MS)

    O ciclo de plenárias do Plano Clima Participativo desembarca nesta quarta-feira (14/8) de agosto, no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande (MS), para o quarto de oito encontros presenciais. As reuniões têm o intuito de engajar a sociedade civil no envio de propostas , tirar dúvidas sobre o processo e informar sobre as etapas da elaboração da estratégia que vai guiar a política climática do país até 2035. Na capital sul mato-grossense, o tema será o bioma Pantanal, a maior planície de inundação contínua do planeta. O debate será das 16h às 19h (horário local).

    A elaboração do Plano Clima é conduzida pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), integrado por representantes de 22 ministérios, pela Rede Clima e pelo Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, e tem dois pilares principais: a redução das emissões de gases de efeito estufa e a adaptação de cidades e ambientes naturais às mudanças do clima.

    O lançamento do ciclo de plenárias foi em Brasília, no dia 30 de julho. Em 1° de agosto, o tema foi o Sistema Costeiro-Marinho, em Recife e, no dia 2, a plenária abordou a Caatinga, em Teresina (PI). Depois do Pantanal, em Campo Grande, os próximos serão: Mata Atlântica, em São Paulo (SP); Pampa, em Porto Alegre (RS); Amazônia, em local a definir; e Cerrado, em Imperatriz (MA).

    A ampla participação da sociedade, em espaços presenciais e digitais, consultas diretas à população e debates com especialistas em meio ambiente, organizações da sociedade civil, conselhos de políticas públicas, movimentos sociais e sindicais, é liderada pelos ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência da República), que estarão presentes em todos os encontros. Em Campo Grande, também participa o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel.

    As autoridades falarão à imprensa antes do início do evento. O acesso dos jornalistas ao local da plenária será pelo estacionamento, na lateral do Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo.

    Das plenárias sairão propostas que poderão ser incluídas na primeira versão do documento, que será apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP 29, no Azerbaijão, em novembro. E o resultado de todo o processo de formulação de instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima, com participação direta da sociedade civil, será apresentado na COP30, que acontece no Brasil, em Belém (PA), em novembro do ano que vem.

    PANTANAL – O Pantanal ocupa 150.988 quilômetros quadrados, o equivalente a 1,8% do território nacional, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que 19,3% da vegetação nativa do bioma já foram desmatados.

    Localizado na bacia hidrográfica do rio Paraguai, o Pantanal abrange parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O rio Paraguai e seus afluentes percorrem o bioma, criando extensas áreas alagadas que servem de abrigo para diversas espécies de fauna. As inundações se dão também por influência das chuvas, que ocorrem normalmente de outubro a março. Nos demais meses, a água é drenada por toda a planície.

    A vegetação predominante no bioma, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), é a savana, que ocupa cerca de 62% da área total.

    Pelas suas características, o Pantanal foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Mundial Natural e Reserva da Biosfera, por ser uma das mais exuberantes e diversificadas reservas naturais do mundo.

    Levantamento do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima) indica que há cerca de 1,8 mil espécies de flora e funga (fungos) catalogadas no Pantanal.

    Fatores como a mudança do clima e o desmatamento, que agravam os efeitos das secas, ameaçam a flora e fauna da Caatinga. De acordo com o Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), das 1.392 espécies de fauna avaliadas no bioma, 35 estão em categorias de ameaça – uma foi classificada como “criticamente em perigo”; cinco, como “em perigo”; e 29, como “vulneráveis”. Uma espécie foi declarada como regionalmente extinta: a ave maçarico-esquimó.

    AMEAÇAS – O Pantanal sofre com o desmatamento associado à atividade agropecuária. Também é afetado pelo desmatamento na Amazônia, que diminui a intensidade dos chamados “rios voadores”, os cursos de água atmosféricos vindos da floresta que contribuem para abastecer a planície do Pantanal e outras áreas do país.

    Historicamente, o período de seca no Pantanal ocorre no segundo semestre, mas, neste ano, a mudança do clima e os efeitos do El Niño anteciparam e agravaram a estiagem, a mais severa a atingir a região em 70 anos. Em maio, a Agência Nacional de Águas (ANA) declarou pela primeira vez situação crítica de escassez hídrica na região hidrográfica do Paraguai, a principal do Pantanal.

    Apesar das condições ambientais favoráveis ao alastramento do fogo, entre maio e junho, todos os incêndios foram causados por ação humana, de acordo com o Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ).

    AÇÕES FEDERAIS – Cerca de 980 funcionários federais, entre militares e equipes do Ibama e ICMBio, da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Federal, trabalham em campo no combate aos incêndios no bioma, apoiados por 19 aeronaves. Em julho, o presidente Lula assinou medida provisória que autoriza a liberação de crédito extraordinário de R$ 137,6 milhões para os ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e da Defesa reforçarem ações de prevenção e combate aos incêndios.

    A ação federal é coordenada por uma sala de situação presidida pela Casa Civil e com coordenação executiva do MMA, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), do MJSP e do Ministério da Defesa.

    Paralelamente, o Governo Federal trabalha na construção do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento (PPCD) do Pantanal, que deve ser concluído ainda neste ano. Os planos para a Amazônia e o Cerrado foram lançados em junho e novembro do ano passado, respectivamente, e estão em implementação.

    Como etapa de elaboração do plano, foi realizado, em abril, o I Seminário Técnico-Científico das Causas e Consequências do Desmatamento e Queimadas no Pantanal, em Campo Grande (MS).

    PARTICIPAÇÃO SOCIAL — Cerca de 9,7 mil participantes já interagiram com o processo do Plano Clima no site do Brasil Participativo . Ao todo, até 12 de agosto, foram 680 propostas, com 1.116 comentários e 18.162 votos.

    Por meio da ferramenta, cidadãs e cidadãos podem cadastrar suas ideias respondendo à pergunta “Como o Brasil pode enfrentar as mudanças climáticas e reduzir seus impactos?”, além de votar e comentar as contribuições enviadas por outros participantes. O prazo para a participação foi prorrogado até o dia 26 de agosto.

    Qualquer pessoa com CPF pode apresentar três propostas e votar em até 10 propostas de outros participantes, inclusive das plenárias. Ainda há espaço para comentários. As 10 propostas mais votadas de cada um dos 18 temas definidos pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima poderão ou não ser incorporadas ao texto após análise do governo federal.

    A participação social no Governo Federal é atribuição da Secretaria-Geral da Presidência da República. O modelo usado para o Plano Clima é o mesmo do PPA Participativo (Plano Plurianual 2024-2027) realizado no ano passado. Com metodologia de participação presencial e digital, o processo resultou na maior participação social da história do Governo Federal.

    PLANO CLIMA — A última fase de elaboração do Plano Clima será em 2025, com a formulação de planos setoriais e a realização da 5ª Conferência Nacional de Meio Ambiente e Mudança do Clima em maio. A partir do texto, o Governo Federal deve propor outras mudanças na legislação ambiental do país.

    Todo o processo de formulação de instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima, com participação direta da população, será apresentado na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece no Brasil, em Belém (PA), em novembro de 2025.

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  • Operação combate crimes de pesca ilegal na Reserva do Patrimônio Natural no Pantanal

    Operação combate crimes de pesca ilegal na Reserva do Patrimônio Natural no Pantanal

    A Polícia Civil realizou, entre os dias 9 e 13 de agosto, a Operação Platform, com foco no combate a pesca ilegal na calha do Rio Cuiabá. A ação integrada ocorreu em Poconé, na região da Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil Sesc Pantanal.

    Participaram a Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Juizado Volante Ambiental (Juvam) e Batalhão Ambiental.

    Foram empregados nos trabalhos de fiscalização cinco embarcações e um jet ski.

    As ações, realizadas na calha do Rio Cuiabá, tiveram como objetivo fiscalizar crimes de pesca ilegal, identificados após investigação preliminar realizada pelos policiais da Dema, que apontaram ribeirinhos pescando com petrechos proibidos e atuando com a captura de peixes fora da medida, caça ilegal e comércio de carne de animais silvestres.

    Durante os trabalhos, também foi realizada a autuação de tablados, que passaram a comercializar a hora de pesca com emprego de ceva fixa (galões fixados no rio por pesos, em que são amarrados sacos com milho e soja para atrair peixes), o que é proibido.

    Os trabalhos resultaram na prisão de três pessoas por crime ambiental e na apreensão de 144 quilos de pescado de diversas espécies, entre elas algumas proibidas como pacu, pintado, piraputanga, piavusu, pacuoeva, dourado, cachorra, palmito.

    No total foram apreendidas mais de 500 unidades de peixes, além de cinco quilos de carne de jacaré, um freezer, três tablados, dois molinetes, uma tarrafa, além de ser feita a retirada de 62 cevas fixas da margem direita do Rio Cuiabá, na área da RPPN Sesc Pantanal.

    Também foram produzidos junto à Sema oito autos de notificação e três de apreensão.

    Conforme a delegada titular da Dema, Liliane Murata, a preservação dos ecossistemas, no que diz respeito aos rios e aos peixes que habitam essas águas, é fundamental para manter o equilíbrio da natureza.

    “A pesca predatória, a poluição e a destruição aquática ameaçam a preservação das espécies de peixes. Portanto, o cuidado com os rios e a preservação das espécies garantem a nossa própria sobrevivência e das gerações futuras”, disse a delegada.

    Orientações

    O trabalho de fiscalização também teve foco educativo e foi estendido para 14 pontos de acampamentos de pescadores e quatro empreendimentos que exploram o turismo de pesca no Rio Cuiabá. Ao todo foram orientadas 52 pessoas, com informações sobre a atual legislação, totalizando 87 pessoas abordadas e fiscalizadas.

  • Mato Grosso encanta o Brasil com a riqueza do Pantanal no Salão do Turismo

    Mato Grosso encanta o Brasil com a riqueza do Pantanal no Salão do Turismo

    O Mato Grosso se destacou no 8º Salão do Turismo, realizado no Rio de Janeiro, apresentando ao Brasil a riqueza de suas tradições, paisagens e, principalmente, a deliciosa gastronomia pantaneira. Com o apoio do Sebrae/MT e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o estado levou 24 empreendedores para mostrar o que de melhor o turismo mato-grossense tem a oferecer.

    Gastronomia pantaneira: um show à parte

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    Mato Grosso encanta o Brasil com a riqueza do Pantanal no Salão do Turismo

    A cozinha show, comandada pelo renomado chef Marcelo Cotrim, foi um dos grandes destaques do evento. Os visitantes puderam degustar pratos típicos da região e conhecer os ingredientes utilizados na culinária pantaneira. “A gastronomia é um dos nossos principais atrativos e, com certeza, conquistamos o paladar dos brasileiros”, afirmou Marisbeth Gonçalves, gestora estadual de Turismo do Sebrae/MT.

    Experiências únicas para todos os gostos

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    Mato Grosso encanta o Brasil com a riqueza do Pantanal no Salão do Turismo

    Além da gastronomia, o estado apresentou uma variedade de experiências turísticas, como o etnoturismo, o afroturismo e a imersão na cultura pantaneira. Agentes de viagens de Mato Grosso apresentaram roteiros que combinam natureza, aventura e cultura, atraindo o interesse de operadores nacionais e internacionais.

    “O etnoturismo de Campo Novo do Parecis é um exemplo de como podemos promover o desenvolvimento de comunidades indígenas e gerar renda para a região”, disse Silvia Fraga, analista técnica do Sebrae/MT.

    Resultados positivos

    A participação de Mato Grosso no Salão do Turismo foi um sucesso. Os agentes de viagens mato-grossenses realizaram cerca de 200 encontros com operadores nacionais e internacionais, gerando diversas oportunidades de negócios.

    “Estamos muito satisfeitos com os resultados. O evento superou nossas expectativas e nos mostrou que o turismo mato-grossense tem um grande potencial de crescimento”, afirmou Marisbeth Gonçalves.

    O futuro do turismo em Mato Grosso

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    Mato Grosso encanta o Brasil com a riqueza do Pantanal no Salão do Turismo

    Com o objetivo de atrair mais turistas para o estado, o governo de Mato Grosso está investindo em infraestrutura e na promoção do turismo sustentável. A expectativa é que o setor continue crescendo nos próximos anos, gerando emprego e renda para a população local.

  • Três onças foram encontradas mortas devido ao fogo no Pantanal

    Três onças foram encontradas mortas devido ao fogo no Pantanal

    O fogo que consome o Pantanal já causou a morte de, pelo menos, três onças-pintadas, de acordo com o biólogo Gustavo Figueiroa, que atua na linha de frente do enfrentamento às queimadas pela rede Brigadas Pantaneiras.

    Na última segunda-feira (5), a localização de dois filhotes encontrados carbonizados comoveu as equipes que trabalham na conservação e recuperação do bioma. Os animais foram encontrados no município de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul, e a terceira onça morta pelo fogo foi encontrada na propriedade do Recanto Ecológico Caiman, em Miranda, cerca de 75 quilômetros de distância de Aquidauana, informou o biólogo.

    “A onça é um predador topo de cadeia, é um animal que é superimportante para o ambiente, além de ser super ágil – consegue fugir, nadar, escalar árvore. E quando você vê onças sendo queimadas, imagina todo o resto da fauna que é muito mais lenta e menos ágil”, explica.

    A onça-pintada é considerada a rainha do Pantanal Mato-grossense, sendo o maior felino da América do Sul.
    Onça – Fotos do Canva

    O estudo Respostas de mamíferos neotropicais a megaincêndios no Pantanal brasileiro, publicado em abril deste ano pelo periódico científico Global Change Biology, apontou que no incêndio de 2020, o maior já registrado no bioma, as onças-pintadas foram as únicas das oito espécies investigadas (jaguatiricas, pumas, queixadas, tatu-canastra, cutia, veado-mateiro e antas) que não sofreram redução em suas populações, por causa da capacidade migratória. No entanto, os pesquisadores alertaram que “a crescente frequência e gravidade dos incêndios causados pelo homem provavelmente terão efeitos deletérios na distribuição e persistência das espécies.”

    O tatu-canastra, por exemplo, foi apontado como uma das espécies mais suscetíveis aos danos causados pelo fogo, por já ter populações reduzidas, com lentas taxas de reprodução e pela dificuldade de fugir das queimadas. “Tatus-canastras buscam refúgio em tocas durante incêndios florestais, e os megaincêndios provavelmente causaram alta mortalidade devido à temperatura elevada do solo e à inalação de fumaça”, sugeriu o estudo.

    A antecipação do período de seca, provocado pela mudança climática e a intensidade das queimadas neste ano já ultrapassa em números o quadro de 2020, quando 43% do bioma foi queimado, atingindo a vida silvestre em massa.

    “É um impacto gigantesco porque é uma fauna que vem sofrendo ao longo dos últimos anos, com esses incêndios repetidos e constantes e essa resiliência vai sendo perdida. Então, muitas espécies têm um declínio populacional e é possível que tenha extinções locais”, afirma Gustavo.

    O biólogo conta que no combate às queimadas no Pantanal as brigadas enfrentam muitas dificuldades, principalmente para acessar algumas áreas, como as de vegetação mais alta. Nessas regiões são aplicadas técnicas como o uso de aceiros, nos quais se retira a vegetação em faixas para interromper a propagação do fogo, e da queima de expansão, que é o contrafogo.

    Outro desafio apontado por Figueiroa é a atual condição climática. “Durante essas ondas de calor, com essa secura, fica muito fácil para o fogo se alastrar, mesmo em áreas que a gente já combateu, já controlou o fogo. Dependendo do vento e da temperatura, muitas dessas brasas reacendem e podem ser jogadas para áreas que não queimaram ainda e isso dificulta muito o trabalho”.

    Reserva

    O Recanto Ecológico Caiman, onde uma das onças-pintadas morreu, é uma área com 53 mil hectares no Pantanal, que promove o ecoturismo como instrumento de conservação do bioma, por meio de atividades como safári fotográfico, monitoramento de espécies e educação ambiental. No local, 5,6 mil hectares constituem a Reserva Particular do Patrimônio Natural Dona Aracy, onde fauna e flora permanecem livres, inclusive, do uso sustentável.

    Segundo a instituição, 80% do recanto já foi atingido pelo fogo no mês de julho e as atividades de ecoturismo foram suspensas até o final de setembro. “Nossa prioridade e nosso propósito são – e sempre foram – a conservação da fauna e da flora, as milhares de espécies que encontram aqui uma morada segura”, informou por meio de nota.

    Resgate

    De acordo com o Governo de Mato Grosso do Sul, o Grupo de Resgate Técnico Animal do Pantanal (Gretap) atua com 30 profissionais especializados em salvamento da fauna silvestre nas diversas frentes que trabalham no enfrentamento aos focos de fogo. Os animais resgatados que precisam de cuidados são encaminhados aos centros de reabilitação de Corumbá e Campo Grande.

    No último boletim divulgado nessa terça-feira (6), pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, até o último domingo (4), 564 animais silvestres foram resgatados

    — news —

  • Incêndio ameaça aldeia Umutina no Pantanal e mobiliza bombeiros

    Incêndio ameaça aldeia Umutina no Pantanal e mobiliza bombeiros

    Um incêndio de grandes proporções está causando preocupação em Barra do Bugres, a 169 km de Cuiabá. As chamas se aproximaram da aldeia Umutina, colocando em risco a comunidade e o frágil ecossistema do Pantanal.

    O Corpo de Bombeiros foi acionado no domingo (4) e, desde então, equipes de Tangará da Serra trabalham incansavelmente para conter as chamas. Devido ao difícil acesso à região, as causas do incêndio ainda são desconhecidas.

    Os Umutina, um povo com uma rica história e cultura, habitam a região há muitos anos. Inicialmente conhecidos como ‘Barbados’ devido ao costume de usar barbas, os Umutina se autodenominavam ‘Balotiponé’, que significa ‘gente nova’. Após o contato com outros povos indígenas, passaram a ser chamados de ‘Umutina’.

    A perda de território e a constante ameaça de incêndios são desafios enfrentados por essa comunidade indígena. Mais de 27 mil hectares de Barra do Bugres são áreas de terra indígena, habitadas também pelos povos Iranxe (Manoki), Nambikwara e Paresí.

    Impactos do incêndio

    Os incêndios no Pantanal causam danos irreparáveis à fauna e à flora, além de ameaçar a vida das comunidades tradicionais que habitam a região. A fumaça produzida pelas queimadas afeta a qualidade do ar e a saúde da população, e a perda da vegetação contribui para a intensificação do efeito estufa e para o aumento das temperaturas.

    A importância da preservação do Pantanal

    O Pantanal é um dos maiores e mais bem preservados ecossistemas úmidos do planeta, reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO. A região abriga uma rica biodiversidade, com milhares de espécies de plantas e animais, muitas delas endêmicas.

    É fundamental que as autoridades competentes intensifiquem as ações de combate aos incêndios e de prevenção, além de promover políticas públicas que visem à proteção do Pantanal e dos povos que o habitam.

  • Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso reforça cadastro de equipes para resgate de animais silvestres no Pantanal

    Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso reforça cadastro de equipes para resgate de animais silvestres no Pantanal

    Diante da crescente necessidade de proteger a fauna pantaneira, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) intensifica as ações de resgate e manejo de animais silvestres. A pasta reforça que apenas equipes cadastradas e autorizadas pela Sema podem realizar esse tipo de atividade nas Unidades de Conservação estaduais.

    Para fortalecer o atendimento aos animais silvestres, a Sema contratou cinco médicos veterinários especialistas, sendo dois já em atuação na Transpantaneira. Além disso, a secretaria está recebendo cadastros de voluntários para compor equipes multidisciplinares. Os selecionados atuarão em conjunto com profissionais da Sema e de outras instituições, como o Exército Brasileiro.

    O coordenador de Fauna e Recursos Pesqueiros da Sema, Eder Toledo, explica que a medida visa garantir a eficiência e a segurança dos procedimentos de resgate, especialmente em situações de emergência, como incêndios florestais. “Essa equipe é fundamental para prestar os primeiros socorros aos animais e garantir sua recuperação”, afirma Toledo.

    Principais pontos da normativa:

    • Cadastro obrigatório: Todas as equipes que desejam realizar resgate de animais silvestres em Unidades de Conservação estaduais devem estar cadastradas na Sema.
    • Seleção e convocação: A Sema realiza a seleção e convocação dos voluntários, que serão chamados conforme a necessidade.
    • Equipe multidisciplinar: As equipes serão compostas por profissionais de diversas áreas, incluindo médicos veterinários, biólogos e técnicos ambientais.
    • Estrutura: As equipes contarão com uma estrutura móvel equipada para realizar atendimentos clínicos e terapêuticos aos animais.
    • Voluntariado: O trabalho é voluntário e não gera vínculo empregatício com a Sema.
  • Onça-pintada vitoriosa: carrega troféu da caçada no Pantanal

    Onça-pintada vitoriosa: carrega troféu da caçada no Pantanal

    Uma imagem impressionante circula nas redes sociais, mostrando uma onça-pintada carregando um jacaré abatido em suas mandíbulas.

    A cena, capturada no coração do Pantanal, revela a força e a imponência da onça, um predador majestoso que reina supremo em seu território.

    Onça-pintada: Soberana do Pantanal exibe troféu de caçada em cena imponente

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    O poder e a força da onça-pintada pantaneira

    A onça-pintada, conhecida por sua agilidade e inteligência, emerge da batalha vitoriosa. O jacaré, outrora um oponente formidável, agora jaz inerte em suas garras, um símbolo da força bruta da natureza selvagem. A imagem da onça carregando o troféu de sua caçada é um lembrete do papel crucial que ela desempenha no equilíbrio ecológico do Pantanal.

    Banquete merecido

    A onça, com seus músculos tensos e postura altiva, parece satisfeita e orgulhosa de sua conquista. A jornada árdua da caçada foi recompensada com um banquete farto e nutritivo, que garantirá sua sobrevivência e a de seus filhotes.

    O olhar penetrante da onça transmite a mensagem de que ela é a rainha da selva, um predador supremo que domina seu território com maestria.

    O documentário contará a história de duas onças-pintadas de oito anos, Jaju e Âmbar, que vivem no Parque Estadual Encontro das Águas. Crédito - Mayke Toscano/Secom-MT
    O documentário contará a história de duas onças-pintadas de oito anos, Jaju e Âmbar, que vivem no Parque Estadual Encontro das Águas. Crédito – Mayke Toscano/Secom-MT

    A imagem da onça-pintada com o jacaré nos convida a refletir sobre a importância da preservação ambiental. O Pantanal, um bioma rico e complexo, é o lar de diversas espécies animais que coexistem em um delicado equilíbrio. A onça-pintada, como predador topo da cadeia alimentar, é fundamental para manter esse equilíbrio. É nosso dever proteger esse habitat natural e as espécies que nele habitam, garantindo a perpetuação da vida selvagem em sua forma mais pura e autêntica.

    A imagem da onça-pintada com o jacaré é um símbolo da força da natureza e da importância da preservação ambiental. É importante lembrar que a onça-pintada é um animal selvagem e precisa ser admirada de longe. Devemos respeitar seu habitat e garantir sua proteção para que ela continue a reinar como a rainha da selva.

  • Lula sanciona política para uso controlado do fogo

    Lula sanciona política para uso controlado do fogo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quarta-feira (31) a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que traz uma abordagem planejada e coordenada para usar o fogo de forma controlada, visando prevenir e combater incêndios florestais, conservar ecossistemas e respeitar práticas tradicionais. O texto impõe medidas para disciplinar o uso do fogo no meio rural, principalmente entre as comunidades tradicionais e indígenas, e prevê a sua substituição gradual por outras técnicas.

    O ato ocorreu durante a visita de Lula a Corumbá, no Mato Grosso do Sul. De 1º de janeiro a 28 de julho, o município concentrou 67,3% dos 4.553 focos de calor no Pantanal, que enfrenta a seca mais grave em 70 anos, intensificada pela mudança do clima. O presidente sobrevoou áreas queimadas e conversou com brigadistas que atuam no combate às chamas.

    Lula disse que a lei será um marco no combate a incêndios no Brasil e destacou a importância do trabalho conjunto entre governo federal, estaduais e municipais. Ele também falou sobre a importância do Pantanal para o Brasil. “Um país que tem um território como o Pantanal e a gente não cuida disso, esse país não merece o Pantanal. O Pantanal é um patrimônio da humanidade, pela diversidade de coisas que tem aqui”, disse.

    Vestido com roupas de brigadistas, Lula contou que ficou emocionado vendo os profissionais tentando apagar o fogo. “Muitas vezes, do nosso gabinete em Brasília, a gente não tem noção do que é um brigadista. E eu tive o prazer hoje de ver um brigadista de carne e osso, um cidadão igual a mim, que tem a missão nobre de apagar o fogo que a natureza trouxe ou que algum inimigo trouxe”, disse o presidente.

    Até 29 de julho, foram registrados 82 incêndios no Pantanal; 45 foram extintos e 37 estão ativos, dos quais 20 controlados (quando o fogo está cercado por uma linha de controle). Em apoio às equipes locais, o governo federal tem 890 profissionais em campo, entre integrantes das Forças Armadas, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Federal. São 15 aeronaves em operação, entre aviões e helicópteros, e 33 embarcações.

    A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, fez um apelo para que o fogo não seja provocado na região. “Se não parar de colocar fogo, não tem quantidade de pessoas e equipamento que vença. O que pode fazer a diferença é parar de atear fogo no Pantanal”, disse.

    Usos do fogo

    Aprovada pelo Congresso Nacional, a nova política nacional proíbe a prática de colocar fogo como método de supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo, exceto quando há queima controlada dos resíduos de vegetação. Para práticas agropecuárias, o uso do fogo será permitido apenas em situações específicas, de acordo com as peculiaridades das localidades.

    Também será permitido utilizar o recurso nos seguintes casos: pesquisa científica aprovada por instituição reconhecida; prática de prevenção e combate a incêndios; cultura de subsistência de povos indígenas, comunidades quilombolas ou tradicionais e agricultores familiares; e capacitação de brigadistas florestais.

    O texto define os tipos de queimada como controlada e prescrita. A primeira é a usada para fins agropecuários em áreas determinadas e deverá constar em plano de manejo integrado do fogo, com autorização prévia dos órgãos competentes. A autorização poderá ser dispensada para fins de capacitação em manejo integrado do fogo, desde que a área queimada não ultrapasse 10 hectares e esteja de acordo com as diretrizes do Comitê Nacional de Manejo, que ainda será criado.

    Já a queimada prescrita ocorre com planejamento e controle do fogo para fins de conservação, pesquisa ou manejo dentro do plano integrado. É o que ocorre, por exemplo, no controle de espécies exóticas ou invasoras. Essa modalidade também exige autorização prévia.

    No caso de práticas agropecuárias, o texto prevê ainda a possibilidade de que o órgão competente estabeleça critérios para concessão de autorização por adesão e compromisso, que também deverá seguir todos os requisitos ambientais e de segurança estabelecidos na política. Além disso, os proprietários de áreas contíguas poderão fazer manejo do fogo de forma solidária, em que ambos respondem pela operação, caso o local tenha até 500 hectares.

    A autorização dessas queimas poderá ser suspensa ou cancelada pelo órgão competente em algumas situações, como no caso de risco de morte, danos ambientais ou condições meteorológicas desfavoráveis ou descumprimento da lei.

    Áreas protegidas

    Se a queimada for para agricultura de subsistência exercida por povos indígenas, povos quilombolas e comunidades tradicionais, conforme seus costumes e tradições, o projeto não exige autorização. Ainda assim, haverá exigências, como acordo prévio com a comunidade residente e comunicação aos brigadistas florestais responsáveis pela área, além de ocorrer apenas em épocas apropriadas.

    A implementação da política de manejo integrado nas terras dessas populações deverá ser feita pelo Ibama, em parceria com a Funai, Fundação Cultural Palmares, Incra e Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União.

    Quando o órgão ambiental autorizar a queima controlada em áreas limítrofes a terras indígenas ou territórios quilombolas e nas zonas de amortecimento de Unidades de Conservação (UCs), ele deverá informar aos órgãos gestores respectivos. Se houver sobreposição de Terras Indígenas, territórios quilombolas e UCs, o manejo integrado do fogo deverá ser planejado para compatibilizar os objetivos, a natureza e a finalidade de cada área protegida.

    O texto também cria instâncias intergovernamentais para gerenciar respostas a incêndios nas vegetações. Brigadas voluntárias e particulares deverão se cadastrar junto ao Corpo de Bombeiros do estado em que atuarão. Caberá ao Ministério do Meio Ambiente a organização de um cadastro nacional de brigadas florestais.

    Nas situações em que os bombeiros militares atuem em conjunto com brigadas florestais, a coordenação e a direção das ações caberão à corporação militar, exceto se as operações ocorrerem em terras indígenas, quilombolas e outras áreas sob gestão federal.

    Edição: Valéria Aguiar

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  • Pantanal ganha reforço de veterinários para combater os efeitos dos incêndios

    Pantanal ganha reforço de veterinários para combater os efeitos dos incêndios

    O Pantanal mato-grossense contará com o apoio de cinco médicos veterinários especialistas em animais silvestres para enfrentar o período de incêndios florestais. A iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) visa fortalecer as equipes de resgate e atendimento a animais vítimas do fogo.

    Os profissionais, oriundos de Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, possuem ampla experiência em lidar com situações de emergência ambiental. A médica veterinária Caroline Machado, que já atuou no Pantanal em anos anteriores, destacou a importância da prevenção e a satisfação em contribuir para a proteção da fauna local.

    “É um privilégio poder voltar ao Pantanal e fazer parte dessa equipe dedicada à preservação dos animais. A prevenção é fundamental para minimizar os impactos dos incêndios”, afirmou Caroline.

    Prevenção e atendimento

    O coordenador de Fauna e Recursos Pesqueiros da Sema, Eder Toledo, explicou que os veterinários atuarão em um sistema de revezamento, permanecendo no estado por cerca de 30 dias. A equipe será responsável por:

    • Inspeção das áreas atingidas: Identificação de animais feridos ou em situação de risco.
    • Atendimento emergencial: Prestação de primeiros socorros e cuidados veterinários.
    • Resgate: Remoção de animais para locais seguros e tratamento adequado.