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  • Mortalidade por covid-19 é maior entre população negra em São Paulo

    Mortalidade por covid-19 é maior entre população negra em São Paulo

    Estudo realizado pela organização não governamental (ONG) Instituto Pólis, no período entre 1º de março e 31 de julho deste ano, revelou que a taxa de mortalidade padronizada da população negra na capital paulista é maior do que a da população branca. Apesar do número absoluto de mortes na cidade mostrar que pessoas brancas estão morrendo mais, a análise mostrou maior vulnerabilidade entre negros – pretos e pardos – em relação à pandemia de covid-19.

    O levantamento utilizou o método de padronização, comum na epidemiologia, considerando as diferenças na composição etária de brancos e negros, uma vez que o segundo grupo é composto por maior número de jovens. De acordo com o epidemiologista Jorge Kayano, do Instituto Pólis, a taxa obtida por meio do método da padronização consegue fazer um retrato mais fiel da mortalidade em populações diferentes.

    A partir disso, o estudo mostrou que a taxa da população negra residente na capital paulista foi de 172 mortes por 100 mil habitantes, enquanto a taxa de mortalidade da população branca foi de 115 mortes a cada 100 mil. Sem o uso do método de padronização, a taxa entre os negros é de 121/100 mil habitantes e, entre brancos, de 134 óbitos/100 mil.

    Kayano afirmou que as condições de vida gerais da população negra são, em média, piores do que as da população branca, em fatores como renda, grau de instrução, tipo de trabalho e vínculo empregatício, o que contribui para que essa população seja mais vulnerável. “É importante que a gente perceba que as populações de uma mesma cidade se diferenciam por uma série de características. Quando você pega a característica raça/cor, vai perceber que a população negra é muito mais vulnerável e tem morrido mais do que a branca.”

    “A população negra está residindo, em média, em moradia mais precárias, está morando em bairros com menos infraestrutura tanto de saneamento quanto de acesso a serviços. Quando eu sei que a covid-19 está se espalhando e atingindo mais a periferia, que é onde tem mais negros, você vai ter mais negros adoecendo, em piores condições, com mais dificuldade de acessar serviços, ficando com um quadro da doença mais grave e chegando aos hospitais em condições mais precárias de atendimento”, alertou o epidemiologista.

    Homens e mulheres

    Quando observado o recorte de gênero e raça/cor ao mesmo tempo, a taxa de mortalidade padronizada de homens negros chega a 250 mortes a cada 100 mil habitantes, enquanto a taxa para brancos é de 157 mortes a cada 100 mil. Entre as mulheres brancas, a taxa foi de 85 mil óbitos/100 mil habitantes e, para mulheres negras, o indicador subiu para 140 mortes/100 mil.

    Segundo o Pólis, a evolução do número de vítimas entre os grupos reflete como a pandemia causa maior impacto na população negra e que, embora todas as taxas tenham crescido durante o período analisado, o movimento ascendente da curva de homens negros é nitidamente mais intenso. Para o epidemiologista, é importante haver mecanismos de políticas públicas que levem em consideração essas diferentes vulnerabilidades.

    “A equidade obrigaria que a atenção em saúde para a população masculina negra fosse muito maior do que para a população em geral. Não estou dizendo que a população em geral tem que ser esquecida, mas é a questão de fazer um diferencial positivo, na linha das políticas afirmativas, que protejam melhor essa população, que não por acaso é aquela que mais está saindo para trabalhar, que mais vive de trabalho precário e,portanto, está se infectando mais, adoecendo mais e morrendo mais”, disse Kayano.

    Projeção de mortes

    O método permite ainda identificar qual seria o número de mortes esperado para as populações analisadas, caso as condições de vida e pirâmide etária fossem iguais àquelas da cidade como um todo. A taxa padronizada de negros mostrou que seria esperado o total de 4.091 mortes entre essa população na cidade. No entanto, foram registradas 5.312 mortes até 31 de julho, o que representa 29,85% de vítimas a mais do que o esperado.

    Em relação à população branca, o estudo mostrou que seriam esperados 11.110 mortes até 31 de julho, quando foram registradas 9.616 mortes de pessoas brancas, ou seja, 13,4% de vítimas a menos. Segundo o instituto, o quadro indica que, embora mais jovem, a população negra é proporcionalmente mais vulnerável à pandemia.

    Dados por território

    Por meio do método de padronização, foi possível territorializar o estudo, analisando as diferenças entre mortes esperadas e mortes registradas nos 96 distritos da capital paulista. A margem calculada, quando negativa, demonstra que morreram menos pessoas do que o estimado, de acordo com as taxas do município como um todo. Quando positiva, indica que mais pessoas morreram.

    Em 27 distritos, a maioria localizada na periferia, foram registradas mais mortes de pessoas brancas do que o previsto pela padronização, o que demonstra maior vulnerabilidade dos moradores de bairros periféricos. Os bairros de Lajeado (+53,4%), Guaianases (+52,1%), Iguatemi (+40,2%), Cidade Tiradentes (+37,2%) e Vila Curuçá (+32,1%) apresentaram as cinco maiores diferenças. Por outro lado, em 65 distritos, morreram menos pessoas brancas do que o previsto.

    Em 64 distritos, morreram mais pessoas negras do que o previsto. E, dos 23 distritos que tiveram menos mortes de pessoas negras do que o esperado, 15 estão localizados no quadrante sudoeste da capital. O Pólis ressalta que essa região tem o padrão de renda mais alto da cidade e mais acesso a serviços de saúde de qualidade, o que pode estar associado ao número de mortes menor do que o esperado entre as pessoas negras.

    Os dados revelaram ainda que onde morreram menos negros do que o esperado também foi onde morreram menos brancos. De acordo com o estudo, a diferença negativa do número de mortes registradas e esperadas entre pessoas negras nessas regiões pode estar associada a melhores condições de acesso ao sistema de saúde e menor circulação do vírus.

    Com abrangência entre 1º de março e 31 de julho de 2020, o estudo teve como base dados da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade, da Fundação Seade, do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social, da pesquisa Origem-Destino do Metrô de São Paulo, da Rede Nossa SP, do DataSUS e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

    Edição: Graça Adjuto

  • Teste da Unesp identifica assintomáticos de covid-19 pela saliva

    Teste da Unesp identifica assintomáticos de covid-19 pela saliva

    Um teste de rastreamento de covid-19 por meio da saliva humana está sendo incorporada à rotina de trabalho do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), no interior de São Paulo, para evitar surtos da doença no local. O teste ajuda a identificar pacientes assintomáticos e, se aplicado de forma periódica, tem potencial para agilizar o retorno seguro às atividades presenciais.

    A nova metodologia, realizada em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), já foi usada por algumas unidades da universidade e está sendo integrada ao plano de retomada das atividades presenciais da Unesp. De acordo com a universidades, o teste de rastreamento está baseado em estudos científicos internacionais que apontaram a saliva como material biológico de alta sensibilidade para indicar a presença do novo coronavírus e atestaram que as glândulas salivares também possuem o receptor para o Sars-CoV-2, vírus causador da covid-19.

    A partir destes achados científicos, publicados em periódicos de alto impacto como a revista The Lancet, uma equipe de professores da Unesp que trabalham no Hospital das Clínicas de Botucatu concebeu um teste de rastreamento para pacientes assintomáticos chamado por ora de pool de saliva, que consiste em coletar salivas de 8 a 15 pessoas aparentemente saudáveis, em frascos individuais, para identificar a presença do novo coronavírus.

    O método de análise das amostras é o PCR-RT, já amplamente utilizado. A diferença é que o hospital está fazendo o teste através da saliva. “O método de detecção do coronavírus é o PCR-RT que é considerado a melhor escolha para diagnóstico, quando feito através de swab orofaríngeo. Para o rastreamento, estamos fazendo então o mesmo PCR-RT mas em saliva, através de pools de 15 pessoas. Quando o pool é negativo, todos são considerados negativos. Se um pool é positivo, o exame é repetido individualmente nessas 15 pessoas de um pool, e encontrado o indivíduo positivo. Essa pessoa será consultada e será colhido o swab orofaríngeo, que é o método diagnóstico”, explica a Diretora de Assistência do HCFMB, a médica Erika Ortolan.

    Na opinião da médica, o teste tem potencial para ser comercializado. “Com o uso da saliva, que trouxe possibilidade de realizar em massa, pois é uma coleta simples, realizada pela própria pessoa, e com o processamento em pool, há uma economia de reagentes”.

    Atividades presenciais

    A análise é feita por grupos, o que amplia a escala da testagem. Se todos derem negativo para o vírus, as pessoas ficam liberadas para trabalhar até o próximo teste. Se houver identificação do Sars-CoV-2 em algum dos grupos que se submeteram ao teste de rastreamento, todas as salivas daquele grupo passarão por teste complementar para descobrir quem está infectado. Identificada a pessoa com a carga viral, ela é afastada do trabalho e seus colegas passam a ser alvos de um monitoramento mais rigoroso nos dias seguintes ao resultado.

    O teste é feito quinzenalmente no hospital, explica a diretora. “Nas primeiras cinco semanas desse rastreamento, estamos fazendo quinzenalmente para áreas covid [em que são tratados pacientes com a doença] e mensalmente para áreas não covid [outras áreas do hospital como o administrativo]. Em setembro iniciaremos semanal para áreas covid e quinzenalmente para áreas não covid”, detalhou Erika.

    A nova metodologia do pool de saliva foi apresentada à comunidade científica internacional no mês passado pela Unesp, durante um webinar sobre estratégias para impedir o surgimento de surtos da covid-19 em hospitais, que contou com a participação do professor Carlos Magno Fortaleza, da Faculdade de Medicina da Unesp e da comissão de controle de infecção hospitalar do Hospital das Clínicas de Botucatu.

    O teste foi padronizado no Laboratório de Biologia Molecular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HC-FMB-Unesp), sob responsabilidade da professora Rejane Grotto. Os primeiros a realizarem os testes de rastreamento por pool de saliva foram os estudantes de internato da Faculdade de Medicina da Unesp, que estão no 5º ano e 6º ano da graduação e atuam dentro do hospital.

    Edição: Aline Leal

  • Estudo liga covid-19 a aumento de diabetes tipo 1 em crianças

    Estudo liga covid-19 a aumento de diabetes tipo 1 em crianças

     

    Os casos de diabetes tipo 1 em crianças, vistos em um estudo pequeno do Reino Unido, quase dobraram durante o pico da epidemia de covid-19 no país, o que sugere possível ligação entre as duas doenças, o que precisa de mais investigação, disseram cientistas nessa terça-feira (18).

    Embora o estudo se baseie somente em um pequeno número de casos, ele é o primeiro a relacionar a covid-19 e a diabetes tipo 1 em crianças, e os médicos devem ficar atentos, disseram pesquisadores do Imperial College de Londres.

    “Nossa análise mostra que, durante o pico da pandemia, o número de casos novos de diabetes tipo 1 em crianças teve aumento anormal em dois dos hospitais que estudamos, na comparação com anos anteriores”, disse Karen Logan, coautora do estudo.

    “Quando investigamos mais, algumas dessas crianças tinham o novo coronavírus ativo ou já haviam sido expostas ao vírus.”

    Logan lembrou que relatos anteriores da China e da Itália mostraram que crianças estavam sendo diagnosticadas com diabetes tipo 1 em hospitais durante a pandemia.

    O estudo, publicado no periódico científico Diabetes Care, analisou dados de 30 crianças de hospitais de Londres diagnosticadas com diabetes tipo 1 durante o primeiro pico da pandemia – aproximadamente o dobro dos casos vistos no mesmo período em anos anteriores.

    Vinte e uma das crianças tiveram resultados positivos de covid-19 ou passaram por exames de anticorpos para determinar se haviam sido expostas ao vírus, e cinco foram diagnosticadas com infecções do novo coronavírus.

    A diabetes tipo 1 causa a destruição de células pancreáticas produtoras de insulina, o que impede o corpo de produzir insulina suficiente para controlar os níveis de açúcar no sangue. A equipe do Imperial College disse que uma explicação possível é que o peplômero (proteínas que desempenham a função de mediar a interação vírus-célula) do novo coronavírus pode atacar células do pâncreas que produzem insulina.

    “É preciso pesquisar mais para determinar se existe um elo definitivo mas, enquanto isso, esperamos que os clínicos o levem em conta”, disse Logan.

  • Exame de primeira-dama para covid-19 dá negativo

    Exame de primeira-dama para covid-19 dá negativo

     

    Diagnosticada com covid-19 desde o fim do mês passado, a primeira-dama Michelle Bolsonaro recuperou-se da doença. Ela postou o resultado do exame mais recente em sua rede social que comprova que o teste molecular para a detecção do novo coronavírus deu negativo.

    Na postagem, Michelle agradeceu as orações e as manifestações de carinho. A doença da primeira-dama foi confirmada em 30 de julho. Na ocasião, o Palácio do Planalto informou que ela estava em bom estado de saúde e que seguiria os protocolos estabelecidos.

    Durante o período de contaminação, a primeira-dama foi acompanhada pela equipe médica do Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro também contraiu a doença. Ele anunciou o resultado positivo do teste em 7 de julho e permaneceu em isolamento no Palácio da Alvorada até 25 de julho, quando informou estar recuperado.

    Edição: Pedro Ivo de Oliveira

  • Covid-19: profissionais de saúde podem se alistar para teste de vacina

    Covid-19: profissionais de saúde podem se alistar para teste de vacina

     

    Os profissionais de saúde do Distrito Federal podem se voluntariar para participar da pesquisa clínica que testa a eficácia da vacina contra a covid-19, desenvolvida pela farmacêutica Sinovac Biotech. Na capital federal, a pesquisa é coordenada pela Universidade de Brasília (UnB) e realizada no Hospital Universitário de Brasília (HUB), onde os testes são realizados.

    O cadastro para pesquisa é realizado exclusivamente de forma eletrônica, por meio de formulário online.

    O HUB é um dos 12 centros no Brasil que participa da fase 3 do ensaio clínico nacional coordenado pelo Instituto Butantan e autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

    Pesquisa

    O estudo em Brasília conta com uma equipe multiprofissional, a maioria do próprio hospital, formada por 25 pessoas, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos e técnicos de laboratório.

    Com o pré-cadastro, a equipe que integra a pesquisa entrará em contato com cada profissional para confirmar os dados e agendar o atendimento no HUB. O voluntário aprovado receberá duas doses da vacina, com intervalo de 14 dias. Metade dos participantes recebe um placebo, que não tem efeito farmacológico, e a outra metade, o produto vacinal. A proposta é fazer a comparação entre os dois grupos.

    Os testes começaram nos dias 5 e 6 de agosto, quando foram imunizados dez voluntários. Após um período de avaliação pelo Butantan, o HUB retomou a aplicação das doses na última quinta-feira (13). A expectativa agora é aumentar a quantidade diária de atendimentos progressivamente até alcançar a meta de 850 participantes, o que deve levar em torno de dois meses.

    A terceira etapa do estudo avalia a eficácia e a segurança da vacina em um número maior de pessoas. As fases 1 e 2 do ensaio clínico foram realizadas com cerca de 700 voluntários na China e os resultados demonstraram a produção de anticorpos neutralizantes em 90% dos participantes.

    Assim que forem comprovadas a eficácia e a segurança, a vacina segue para registro na Anvisa. Depois, a Sinovac e o Butantan firmarão acordo de transferência de tecnologia para produção em escala e o fornecimento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

    Critérios

    Podem se candidatar ao estudo apenas profissionais de saúde do DF que cumpram os seguintes critérios:

    1. Ter mais de 18 anos

    2. Trabalhar em serviço de saúde atendendo pessoas com covid-19

    3. Não ter sido diagnosticado ou testado positivo para o vírus da covid-19

    4. Ter registro no conselho profissional regional

    5. Não apresentar doença crônica

    6. Se mulher, não estar gestante

    7. Não participar de outro ensaio clínico

    Ao aceitar participar da pesquisa, o voluntário assina um termo de consentimento e se compromete a comparecer ao HUB periodicamente por um período de doze meses para acompanhamento da saúde.

    Edição: Lílian Beraldo

  • Rio: ministro do Turismo participa da iluminação de pontos turísticos

    Rio: ministro do Turismo participa da iluminação de pontos turísticos

     

    O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, participou da cerimônia que marcou a iluminação dos principais pontos turísticos do Rio. Do alto do Cristo Redentor, ele viu serem iluminados, ao mesmo tempo, o Bondinho do Pão de Açúcar, a roda gigante Rio Star, os Arcos da Lapa e o Jardim Botânico, entre outros.

    O ministro disse que a iniciativa complementa um conjunto de ações que visam dar o ponta pé para o retorno do setor no país. As informações foram divulgadas pela assessoria do ministério.

    “É um evento de suma importância e marca uma retomada consciente da cidade para o turismo. Isso conversa com o que lançamos recentemente, o selo de biossegurança do turista, onde pelo menos 15 segmentos contam com protocolos que foram construídos junto com a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Portanto, é com muita satisfação que a gente participa deste momento, que prova que é possível, sim, conciliar o turismo com a segurança e com a saúde de todos os turistas”, disse o ministro.

    A reabertura dos pontos turísticos cariocas contou com a benção do padre Omar Raposo e com a Banda Sinfônica da Guarda Municipal, que executou para os presentes o hino afetivo da capital fluminense, Cidade Maravilhosa. Para receber os convidados, o evento contou com todos os protocolos de segurança: uso de máscara e aferição de temperatura na entrada. Além disso, houve sinalização de distanciamento mínimo de 2 metros e dispensers de álcool 70%.

    A secretária especial de Turismo e Legado Olímpico do Rio, Camila Sousa, disse que a iluminação dos atrativos turísticos simboliza um reinício e uma retomada das atividades desse segmento, que reabre para o público neste sábado (15) na cidade.

    Edição: Fábio Massalli

  • Vendas no dia dos pais caíram em 76% das lojas de SP

    Vendas no dia dos pais caíram em 76% das lojas de SP

     

    Pesquisa do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP) mostra que as vendas no Dia dos Pais caíram na maioria dos estabelecimentos comerciais da capital paulista. Segundo pesquisa feita com os empresários, em 76% das lojas houve diminuição do faturamento na data comemorativa em comparação com a mesma data no ano passado; em 24%, houve aumento. Os dados, do Sindilojas, foram divulgados hoje (14).

    Entre os lojistas que perderam vendas, 46% relataram quedas entre 50% e 90% em comparação ao ano passado. Os demais 34% tiveram encolhimento entre 10% e 40% nas vendas. Entre os empresários que tiveram aumento nas vendas, 92% relataram elevação entre 10% e 40%; para apenas 8% as vendas aumentaram 70% ou mais.

    Segundo o sindicato, o horário reduzido de apenas seis horas para a abertura do comércio na cidade de São Paulo tem contribuído negativamente para esse resultado.

    “Uma vez que os estabelecimentos comerciais já estão adaptados aos protocolos sanitários e de distanciamento social para atendimento ao público e também já implantaram as regras de proteção com os seus colaboradores, o Sindilojas-SP solicita, tanto para a prefeitura municipal quanto para o governo estadual, o retorno do horário de funcionamento das lojas para oito horas”, disse a entidade em nota.

    Edição: Fábio Massalli

  • 2020: um ano diferente também para o Dia dos Pais

    2020: um ano diferente também para o Dia dos Pais

     

    Ser pai em 2020 é diferente. O Dia dos Pais também. Em meio ao isolamento causado pela pandemia do novo coronavírus, o amor pelo pai agora implica distância ou, no mínimo, cuidados máximos. Afinal, são esses cuidados que garantirão muitos dias dos pais a serem comemorados.

    A distância da filha Natássia Miranda – hoje, uma médica veterinária de 31 anos – não é novidade para Todor Jorge de Oliveira, 49 anos. “Já passamos seis anos separados por causa de eu ter ido estudar na Bulgária”, lembra o analista de projetos de Tecnologia da Informação (TI).

    Amor juvenil

    O retorno ao Brasil era uma certeza, mesmo com a possibilidade de desenvolver uma vida profissional na Europa, já que Todor tem também cidadania búlgara. “Eu não queria que minha filha crescesse com um pai fantasma, presente apenas na certidão. Ela foi fruto de um amor juvenil. Eu e a mãe dela tínhamos entre 16 e 17 anos quando veio a notícia da gravidez. Acabei sendo o primeiro dos meus amigos a ser pai”, acrescenta.

    Encarar a distância da filha agora, por causa da covid-19, “tem sido até fácil” para ele. “De fato, estamos nos vendo muito pouco este ano, depois que essa doença chegou. Mas temos nos falado por meio das redes sociais. Os contatos têm sido pelas vias virtuais mesmo. A gente até se encontrou em alguns aniversários da família. Mas estamos evitando. Ainda mais porque visito muito os meus pais, e eles são grupo de risco”.

    Neste Dia dos Pais, a solução foi se reunirem na casa dos avós, onde há um grande quintal. O encontro será restrito ao núcleo familiar, mantendo a distância segura e tendo todos os cuidados possíveis.

    “É difícil porque a gente sempre teve eventos em família. Sempre íamos a restaurantes. Agora, tudo está pausado. Mas o mundo inteiro está assim. Então não causa nenhum grande impacto. Aliás é até mais fácil, se comparado aos tempos de Bulgária, quando os contatos eram por cartas e a telefonia era bem mais complicada”.

    Cuidados

    Pais e filhos que moram juntos também tiveram as rotinas alteradas em função do novo coronavírus. A situação fica ainda mais complicada para quem não pode fazer teletrabalho. É o caso de Daniel Barbosa – pai de Fernanda, de apenas 4 meses. Ele trabalha como vigilante no Supremo Tribunal Federal (STF).

    A menina nasceu no dia 16 de março, quando o comércio começou a ser fechado em Brasília. “Desde então, tudo na minha vida mudou. Tanto com a bênção que foi a chegada da Fernanda, quanto com o início dessa pandemia”, disse ele à Agência Brasil.

    “Eu penso o tempo inteiro na minha família. Fiquei uma pessoa muito mais cautelosa em tudo que faço. Minhas ações todas são pensadas e repensadas porque não posso, de forma nenhuma, ser um cara inconsequente. Além disso, me apeguei ainda mais a meus pais”, acrescentou.

    Melhor momento do dia

    A maior preocupação de Daniel é com o risco de se contaminar e levar a doença para casa. “De forma nenhuma quero ser um vetor dessa doença para a minha família. Por isso, nem chego perto quando venho do trabalho. É direto ao banho, depois de colocar a roupa para lavar”.

    Fernanda foi uma filha muito planejada. O que não estava nos planos era a covid-19. Mas isso não tirou o brilho da paternidade. “É uma bênção para a minha vida. Chego em casa cansado e me deparo com aquele sorriso puro de quem, mesmo sendo tão novinha, já sabe quem é o pai. Ela já tem sentimento por mim, ela sorri. É amor!”, afirma o pai.

    “O momento em que a pego no colo após mamar é simplesmente o melhor do dia”, acrescenta.

    Instituto Pai por Inteiro

    Pai de duas filhas – Ana Rafaela, de 7 anos, e Gabriela, de 1 ano – o educador parental Rodrigo Gaspar, 35 anos, explica que os tempos de covid-19 trouxeram “um novo ritmo” para as famílias. “Nós precisamos redefinir melhor esse novo modelo de viver em casa, de fazer o homeschooling (educação domiciliar) com as crianças, de fazer as atividades de forma dividida e separada, onde não tem um ajudando o outro, mas pai e mãe, os dois, com uma carga muito parecida para tudo”.

    Por meio do Instituto Pai por Inteiro, Rodrigo Gaspar ajuda famílias e empresas a obterem “ferramentas e conhecimentos” relacionados à paternidade. Segundo ele, a paternidade e a maternidade podem ensinar as pessoas a lidar melhor dentro de seus ambientes de trabalho e em seus lares.

    “Os ensinamentos que vêm dessa biblioteca são únicos e muito proveitosos”, acrescenta ao afirmar que vê, também na paternidade, uma possibilidade de “entender que os filhos, de modo geral, sempre serão eternos mestres aprendizes”, e que, esses tempos de isolamento – onde núcleos familiares acabam compartilhando de forma muito mais intensa a rotina – podem ser uma oportunidade para tirar o que há de melhor no convívio familiar.

    “Eles podem representar oportunidades porque a relação com o filho enriquece na dedicação a buscar alternativas para brincadeiras novas e para novos desafios. A pandemia] fez com que tudo fosse reconfigurado. Não é uma situação fácil em 100% do tempo, como não é fácil também na paternidade. Mas aqui em casa estamos vencendo bem a pandemia e tendo momentos de muita qualidade em nossas vidas”.

    Para este Dia dos Pais, o educador parental pretende reunir a família na casa dos avós, que são “praticamente os únicos” com quem tem se encontrado durante os últimos meses. “Claro que tomaremos todos os cuidados. Mas vamos, sim, fazer uma grande celebração de como a paternidade pode, sempre, fazer com que cresçamos juntos”.

    Edição: Graça Adjuto

  • Guarulhos faz testes rápidos para covid-19

    Guarulhos faz testes rápidos para covid-19

     

    A Prefeitura de Guarulhos, na Grande São Paulo, oferece testes rápidos para covid-19 em pessoas que tiveram contato com pacientes infectados pelo novo coronavírus. Os exames podem ser agendados nas unidades básicas de saúde do município. A testagem também está disponível para motoristas de transporte público, entregadores de aplicativos e trabalhadores da segurança pública.

    Serão feitos mutirões nas quintas e sextas-feiras em diversos pontos da cidade. Hoje (7), o atendimento acontece na tenda do Bosque do Maia, das 9h às 15h. Nos dias 13 e 14 ocorrerá no Terminal de Ônibus da Vila Galvão; nos dias 20 e 21, no Terminal de Ônibus Pimentas (estrada Juscelino Kubitschek de Oliveira, 4.494, Jardim Albertina); e nos dias 27 e 28 no Supermercado Comercial Esperança (estrada Guarulhos Nazaré, 4.201, Jardim São João). Sempre no mesmo horário. Para ser atendido basta levar o documento de identidade e cartão do Sistema Único de Saúde.

    Os testes são feitos com uma amostra de sangue colhida com uma picada no dedo e os resultados saem em 15 minutos.

  • UnB e Hospital Universitário de Brasília fazem teste de vacina contra o coronavírus

    UnB e Hospital Universitário de Brasília fazem teste de vacina contra o coronavírus

    A Universidade de Brasília e o Hospital Universitário de Brasília (HUB) estão conduzindo testes para avaliar a eficácia de uma vacina contra o novo coronavírus. Os testes com profissionais de saúde do Distrito Federal tiveram início nesta quarta-feira (6). O Complexo Hospital de Clínicas, em Curitiba (PR), iniciará os testes nesta sexta-feira (7). As unidades fazem parte da Rede Ebserh – vinculada ao Ministério da Educação.

    Vacina do Instituto Butantan contra Covid-19 deve estar disponível em janeiro

    Ao todo, 12 centros no Brasil participam da fase três do ensaio clínico nacional, autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A vacina é da farmacêutica chinesa Sinovac Biotech e a pesquisa no Brasil é coordenada pelo Instituto Butantan, de São Paulo.

    Segundo a Universidade de Brasília, a fase três significa que a vacina já foi testada quanto à segurança e eficácia em números menores de indivíduos. Agora, o teste será feito em uma grande quantidade de pessoas, sendo que metade dos voluntários receberá a vacina e a outra, um placebo, que é uma substância sem efeito farmacológico.

    Entre a quarta-feira e a quinta-feira (6), os dez primeiros voluntários do Distrito Federal serão vacinados. A vacina, uma que está em fase mais avançada contra à Covid-19, é aplicada em duas doses, com intervalo de 14 dias entre elas. A previsão é que 850 profissionais de saúde participem. Os critérios são não ter sido infectado pela Covid-19 e atuar no atendimento a pacientes com a doença.

    “É mais um centro que começa suas atividades para cadastrar e vacinar aproximadamente 850 participantes. Isso corresponde a 10% do total de 9 mil participantes esperados pela pesquisa no Brasil inteiro”, disse o pesquisador do Núcleo de Medicina Tropical da UnB, Gustavo Romero, que coordena o projeto no Distrito Federal.

    “Estamos pensando em um tempo de quatro a oito semanas para ter os participantes incluídos. Isso é importante porque quanto mais rápido incluir os participantes, mais rapidamente começa o período de acompanhamento para ver os efeitos benéficos que estamos esperando que a vacina tenha”, disse Gustavo Romero.

    Os testes

    O grupo que desenvolverá a pesquisa no HUB conta com uma equipe multiprofissional de 25 pessoas especificamente dedicadas ao projeto. Gustavo Romero explicou que, dos 850 voluntários, metade vai receber a vacina e a outra metade, um placebo, mas que nem os profissionais que conduzem a pesquisa, nem os voluntários, sabem qual dose foi aplicada em cada um dos pacientes. “Isso é muito importante para que se possa demonstrar que a vacina de fato está causando um efeito protetor”, afirmou o coordenador.

    O pesquisador Gustavo Romero destacou a importância estarem sendo desenvolvidos por instituições públicas do país. “O estudo está sendo conduzido por instituições públicas brasileiras, são as universidades com institutos de pesquisa em uma parceria muito grande que permite que a gente execute tarefas rapidamente em relação a soluções para a Covid-19”, disse

    Os voluntários devem ser profissionais de saúde que não sofreram infecção provocada pelo coronavírus e que não participem de outros estudos. Os testes também não podem ser realizados em gestantes ou mulheres que planejarem uma gravidez nos próximos três meses. Outra restrição é que não tenham doenças instáveis ou que precisem de medicações que alterem a resposta imune.

    A vacina

    Em todo o País, nove mil voluntários de cinco estados e do Distrito Federal vão participar dos testes. Em julho, o Instituto Butantan, divulgou que, se o resultado do teste for positivo, vai receber até o fim do ano 60 milhões de doses para distribuição. O Instituto está adaptando uma fábrica para a produção da vacina que poderá começar a funcionar no início do próximo ano. A capacidade de fabricação é de cerca de 100 milhões de doses.

    Saiba quais são as instituições que participam da pesquisa:

    Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
    Instituto de Infectologia Emílio Ribas
    Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto
    Universidade Municipal de São Caetano do Sul
    Universidade Federal de Minas Gerais
    Hospital Israelita Albert Einstein
    Hospital das Clínicas da Unicamp
    Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
    Universidade de Brasília
    Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas de Fiocruz (RJ)
    Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul
    Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná

    Governo abre crédito de R$ 1,9 bilhão para produção e aquisição de vacina contra o coronavírus

    O Governo Federal abriu crédito extraordinário de R$ 1,9 bilhão para viabilizar a produção e aquisição de 100 milhões de doses da vacina que está sendo testada pelo laboratório AstraZeneca e Universidade de Oxford contra a Covid-19. A liberação do recurso foi feita por meio de Medida Provisória assinada, nesta quinta-feira (6), pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em cerimônia no Palácio do Planalto. [Veja mais]

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