Tag: Operação Acolhida

  • Brasil recebeu 194.331 migrantes em 2024

    Brasil recebeu 194.331 migrantes em 2024

    O Brasil registrou a chegada de 194.331 migrantes em 2024. Os venezuelanos lideram a lista de abrigados, com 94.726 pessoas recebidas pela Operação Acolhida. Os dados são da 8ª edição do Boletim da Migração, divulgado pela Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

    Segundo a pasta, a reunião familiar foi o principal motivo para as solicitações de abrigo no país, com 16.567 justificativas. Na sequência, vêm trabalho e investimentos, com 14.507 justificativas, e estudo, com 8.725.

    Os pedidos para cumprir missão religiosa foram 2,3 mil; para fixar residência em fronteiras somaram 1.966 e receber acolhida humanitária 4.317.

    Os dados mostram ainda que, no ano passado, foram pedidas 68.159 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado, dos quais, 13.632 já foram concedidos; 24.887 foram extintos, 28.890 arquivados e 318 indeferidos.

    “A Venezuela segue como principal nacionalidade entre refugiados reconhecidos (12.726), seguida por Afeganistão (283) e Colômbia (121)”, informa o boletim.

    Venezuelanos

    Em dezembro do ano passado entraram no país 5.837 venezuelanos. O principal ponto de entrada é Pacaraima, em Roraima. Na cidade e em Boa Vista, são ofertados atendimentos da Operação Acolhida, resposta humanitária que oferece suporte ao deslocamento voluntário, seguro e organizado de populações refugiadas e migrantes.

    Segundo dados da operação, os venezuelanos que entraram no Brasil vivem, atualmente, em 1.026 municípios de todas as regiões do país. As cidades de Curitiba e Manaus são as que somam maior número de migrantes recepcionados pela operação.

    No final de janeiro deste ano, as ações da operação chegaram a ser suspensas após a Organização Internacional para as Migrações (OIM), braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para atendimento de migrantes e refugiados, informar o bloqueio do repasse de verbas por 90 dias determinado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, no dia 26.

    No dia seguinte, o governo federal se reuniu com representantes da organização para discutir o impacto da suspensão das atividades realizadas pela entidade no âmbito da Operação Acolhida. Na ocasião, foi definido que o governo executaria as ações da OIM.

    “As autoridades brasileiras estão mobilizadas e seguem em tratativas para reduzir os impactos da ausência das equipes da OIM na operação logística e na gestão de abrigos. Entre as ações emergenciais estão a realocação de servidores das áreas de saúde, assistência social, da Polícia Federal e Defesa para manterem, em caráter emergencial, as atividades essenciais”, disse o MJSP em nota.

    Segundo o ministério, o grande volume de pessoas migrando da Venezuela indica a necessidade de o “governo federal prosseguir com políticas voltadas à crise humanitária daquele país”.

    Brasileiros no exterior

    Em relação aos brasileiros no exterior, os dados mostram que, até 2023, 4.996.951 cidadãos brasileiros viviam fora do país.

    “As principais regiões de destino são a América do Norte (2,26 milhões) e a Europa (1,67 milhão). Os Estados Unidos seguem como o país com o maior número de brasileiros residentes (2,08 milhões), seguido por Portugal (513 mil)”, informou o ministério.

  • Operação Acolhida interiorizou mais de 54 mil venezuelanos

    Operação Acolhida interiorizou mais de 54 mil venezuelanos

    Mais de 250 mil venezuelanos já imigraram para o Brasil. Desses 54 mil foram interiorizados por meio da Operação Acolhida, um processo que envolve o recebimento, confecção de documentação, garantia a necessidades básicas, acolhida em abrigos e integração socioeconômica dessa população que deixou seu país em busca de uma esperança. 

    Os dados são da secretária Nacional de Proteção Global, Mariana Neris, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, entrevistada do programa Brasil em Pauta que vai ao ar neste domingo (22) na TV Brasil. Segundo ela, existem projetos voltados para mulheres e crianças.

    “Nós atuamos no fortalecimento para que essas pessoas sejam documentadas, ingressem no mercado de trabalho de forma segura, para que elas não sejam exploradas para o trabalho, para o tráfico humano, que não sofram outras violações mais graves do que as com as quais elas vieram”, diz.

    No programa, Mariana Neris falou sobre outros projetos da secretaria. Entre eles está o Vans do Direito, que, segundo ela, tem se concentrado em resolver, por exemplo, a situação de crianças sem registro. De acordo com Mariana, cerca de 2,8% das crianças não tem registro civil, o que impede essas pessoas de terem acessos a direitos básicos. Essas vans devem abranger áreas mais remotas como quilombolas e ribeirinhos.

    A secretária também destacou  o trabalho de acolhimento que vem sendo feito com a população de rua e a criação de um decreto federal para estabelecer uma política federal dos direitos das vítimas de crimes. “Estamos olhando para isso, trazendo um olhar atento, um cuidado, apoio, suporte para assegurar justiça”, diz.

    A entrevista completa você confere no Brasil em Pauta deste domingo (22) que vai ao ar às 19h30.

    Edição: Fábio Massalli

  • Operação Acolhida já interiorizou mais de 50 mil venezuelanos

    Operação Acolhida já interiorizou mais de 50 mil venezuelanos

    Deixar o país onde vive para morar em outro lugar nem sempre é fácil. Mas para muitos não é uma escolha. É caso de Hany Cruz e família, que deixaram Cuba há três anos após divergências políticas e buscam uma nova chance em Rio Branco (AC). Ela trabalha na prefeitura da cidade ajudando migrantes venezuelanos que, como ela, se viram obrigados a deixar o país de origem. “Devagar, aos poucos, fomos comprando as coisas, fomos nos estabilizando. Hoje, estou orientando, ajudando, fazendo a documentação de outros migrantes, estou muito feliz por ajudar, compartilhar minha experiência, meu conhecimento”, relatou Hany Cruz.

    No fim de 2020, 82,4 milhões de pessoas em todo o mundo estavam deslocadas por guerras, conflitos, perseguições e violações de direitos humanos, sendo 26,4 milhões delas refugiadas. Foi o que apontou relatório divulgado pela Acnur, a Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados, divulgado na última sexta-feira (18). A publicação mostra ainda que ao longo do ano passado, apenas 251 mil refugiados retornaram para os lares. Esse é o terceiro menor número da última década.

    O Dia Mundial do Refugiado foi lembrado nesse domingo (20). A data foi instituída em 2001 para propor uma reflexão sobre as condições de vida das pessoas forçadas a sair dos países de origem devido a perseguições, conflitos armados e crises humanitárias. No Brasil, a Lei de Refúgio brasileira, que é uma das mais avançadas no mundo, e a Operação Acolhida, que recebe venezuelanos no Brasil devido à crise político-econômica no país vizinho, reforçam a solidariedade do povo. O Governo Federal estima que cerca de 260 mil refugiados e migrantes venezuelanos vivem atualmente no Brasil.

    “Somos referência mundial no acolhimento de refugiados, sobretudo no continente sul-americano, recebendo grande número de venezuelanos que emprestam a sua força de trabalho e o seu conhecimento para a construção do nosso país”, afirmou o secretário Nacional de Justiça, Cláudio de Castro Panoeiro.

    Operação Acolhida

    O acolhimento aos refugiados da Venezuela é um dos destaques da atuação do Governo Brasileiro, que, em 2018, criou a Operação Acolhida para receber venezuelanos que deixam o país. O Ministério da Justiça reconheceu mais de 46 mil venezuelanos refugiados desde 2019. Somente em 2020, foram mais de 25 mil reconhecimentos.

    Apenas até o mês de abril deste ano, cerca de 900 crianças venezuelanas tiveram reconhecida a condição de refugiadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Desde 2019, mais de 3 mil crianças venezuelanas obtiveram o reconhecimento.

    Coordenada pela Casa Civil, a Operação Acolhida tem três eixos que são: ordenamento de fronteira que prevê documentação, vacinação e operação de controle do Exército Brasileiro; acolhimento, que compreende oferta de abrigo, alimentação e atenção à saúde; e a interiorização, com o objetivo de inclusão socioeconômica.

    Quase 53 mil refugiados e migrantes venezuelanos já foram interiorizados e acolhidos em mais de 670 municípios brasileiros após chegarem ao Brasil em busca de um futuro melhor com emprego e acesso a serviços de educação e saúde.

    As ações têm a participação de 11 ministérios, organizações da sociedade civil e organismos internacionais.

    Quem pode ser considerado refugiado

    A lei brasileira de refúgio define que é refugiada a pessoa que, devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora do país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país.

    Aquela que, não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve a residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias anteriores. E que, devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigada a deixar o país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país.

    Apoio aos refugiados no Brasil

    No Brasil, o Governo Federal tem atuado no apoio aos refugiados. Nos últimos anos, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, deu mais celeridade ao atendimento desses casos.

    “Nos últimos três anos, de 2019 a 2021, dentro deste Governo e desta gestão, o Conare teve a felicidade de decidir em torno de 100 mil pedidos de refúgio que foram apresentados ao Estado Brasileiro, dos quais cerca de 50 mil pessoas foram reconhecidas como refugiadas”, ressaltou o Secretário Nacional de Justiça, Cláudio de Castro Panoeiro.

    “Desde o final do Século 19, o Brasil vem recebendo estrangeiros por diferentes motivos, que decidem optar por morar no nosso país. No início do século 21, nós confirmamos uma vez mais a nossa vocação com o acolhimento do fluxo venezuelano”, completou o secretário.