Tag: Odebrecht

  • Suspensão de multa da Novonor não inclui acordo com AGU, diz Toffoli

    Suspensão de multa da Novonor não inclui acordo com AGU, diz Toffoli

    O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a suspensão do pagamento da multa da empreiteira Novonor, antiga Odebrecht, alcança somente o acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) e não suspende os pagamentos acordados junto à Advocacia-Geral da União (AGU) e à Controladoria-Geral da União (CGU).

    No dia 1º de fevereiro, Toffoli suspendeu a multa acordada pela Novonor em acordo de leniência junto ao MPF, no âmbito da Operação Lava Jato, para que a empresa pudesse reavaliar os termos acertados após ter acesso ao material da Operação Spoofing, que revelou trocas de mensagens entre procuradores e o juiz Sergio Moro, numa aparente combinação de resultados da operação.

    Em seguida à decisão de Toffoli, a AGU emitiu parecer afirmando que a suspensão não abarcava a multa acordada pela empresa junto ao órgão, mas apenas a quantia referente ao acordo com o MPF. A CGU também se manifestou dessa maneira.

    Em resposta a pedidos de esclarecimento da AGU, o ministro Toffoli respondeu que, de fato, suspendeu somente a multa relativa ao acordo com o MPF, mantendo as obrigações da Novonor junto à AGU e à CGU, que preveem o pagamento de cerca de R$ 2,7 bilhões.

    Em despacho assinado divulgado nesta sexta-feira (9), Toffoli escreveu que “não houve deliberação sobre a suspensão das obrigações pecuniárias relativas aos referidos acordos celebrados pela empresa Novonor com a Controladoria-Geral da União e com a Advocacia-Geral da União”.

    No mesmo despacho, o ministro estabeleceu prazo de 60 dias para que a empresa analise o material da Spoofing, contados a partir do momento em que receba os dados.

    Nesta semana, a Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com recurso pedindo a reconsideração da decisão em que Toffoli suspendeu multa de R$ 10,3 bilhões do acordo de leniência da empresa J&F, no mesmo processo.

    Edição: Nádia Franco

    — news —

  • Dias Toffoli suspende multa da Novonor, antiga Odebrecht

    Dias Toffoli suspende multa da Novonor, antiga Odebrecht

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli suspendeu o pagamento de multas da empreiteira Novonor, nova denominação do Grupo Odebrecht, decorrentes do acordo de leniência firmado com o Ministério Público Federal (MPF), em 2016, no âmbito da Operação Lava Jato. A decisão atende pedido da empresa.

    Pelo acordo, a Odebrecht se comprometeu a pagar multa de R$ 8,5 bilhões aos Estados Unidos e à Suíça para que fossem suspensas todas as ações que envolviam a empreiteira e a Braskem, uma das empresas do grupo.

    A decisão foi tomada após a empreiteira pedir o acesso integral aos documentos da Operação Spoofing, deflagrada em 2019, que investigou a troca de mensagens na qual, supostamente, eram combinados procedimentos em processos da Lava Jato entre o então juiz Sergio Moro e integrantes do Ministério Público, entre eles os que investigaram a Odebrecht.

    No pedido, a empresa disse que a medida era urgente dada às “graves dificuldades financeiras por que tem passado”, as quais inviabilizam o cumprimento “de todas as obrigações pecuniárias originalmente pactuadas e, fatalmente, poderão comprometer a sua própria sobrevivência financeira”.

    A Novonor argumentou ainda que “uma simples análise parcial do material obtido a partir da Spoofing” permite corroborar as suspeitas de que foram praticados excessos em relação a ela pelos membros da Força Tarefa da Operação Lava Jato, os quais visaram a coagi-la para a celebração de um acordo.

    Toffoli determinou que a suspensão seja mantida até que a Novonor consiga analisar todo o material relacionado à Operação Spoofing. O objetivo, segundo pedido da empresa, é para que possam “ser empregadas as providências devidas frente às fundadas suspeitas de vício na celebração das referidas avenças, decorrente de atos praticados por autoridades”.

    O ministro Dias Toffoli autorizou ainda a empresa promover a reavaliação dos termos dos acordos de leniência entabulados junto à Procuradoria-Geral da República (PGR), à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Advocacia-Geral da União (AGU), “possibilitando-se a correção das ilicitudes e dos abusos identificados”.

    Na decisão, Toffoli argumenta que a troca de mensagens confere plausibilidade suficiente às teses levantadas, entre elas a de conluio entre Moro e integrantes do MPF.

    “Ora, diante das informações obtidas até o momento no âmbito da Operação Spoofing, no sentido de que teria havido conluio entre o juízo processante e o órgão de acusação para elaboração de cenário jurídico-processual-investigativo que conduzisse os investigados à adoção de medidas que melhor conviesse a tais órgãos, e não à defesa em si, tenho que, a princípio, há, no mínimo, dúvida razoável sobre o requisito da voluntariedade da requerente ao firmar o acordo de leniência com o Ministério Público Federal que lhe impôs obrigações patrimoniais, o que justifica, por ora, a paralisação dos pagamentos, tal como requerido pela Novonor”, argumenta Toffoli em sua decisão.

    Toffoli já havia acatado, em setembro do ano passado, um pedido da empresa para que fossem invalidadas todas as provas obtidas nos acordos de leniência da Odebrecht.

  • Senador teme que Odebrecht influencie empresa que assumirá duplicação da BR 163

    Senador teme que Odebrecht influencie empresa que assumirá duplicação da BR 163

    Recentemente, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aceitou o plano de cura apresentado pela concessionária que administra trecho da BR-163 em Mato Grosso. O plano prevê, entre outras coisas, a continuidade das obras de duplicação da rodovia e o repasse da concessão para outra empresa.

    O contrato de concessão da rodovia federal foi assinado há oito anos. A partir de 2014, a Rota do Oeste começou as operações que, pelo contrato de concessão, têm validade de 30 anos. O documento prevê que a concessionária fica responsável pela duplicação de 453, dos 855 quilômetros de rodovia.

    Segundo levantamento da empresa, os trabalhos foram concluídos no trecho da divisa com Mato Grosso do Sul, restando 28 quilômetros de rodovia na região metropolitana de Cuiabá. Outro trecho pendente está localizado na região norte, entre Diamantino e Sinop, totalizando cerca de 300 quilômetros.

    Esta semana, o senador Carlos Fávaro (PSD) se reuniu com representantes da ANTT e mostrou otimismo com a condução do órgão em relação à situação da rodovia. O parlamentar observa que o processo de cura está com bom desenvolvimento, mas lembra que paralelo está tramitando o processo de caducidade. “Caso não consigamos salvar esse contrato, ele vai pra caducidade e (será realizada) nova licitação”.

    Contudo, Fávaro entende que o plano de cura do contrato deve avançar. O senador fez recomendação a diretores da ANTT e mostrou preocupação com a possibilidade de a Odebrecht, uma das acionistas da atual concessionária, permanecer. “Que não compactuem com a continuidade da atual empresa, ligada a Odebrecht, sendo acionista da nova empresa. Já que vamos fazer a cura do contrato, que seja sangue novo. Vassoura nova é que vai varrer melhor”, destacou.

    “Não correr o risco de uma empresa velha, contaminada no mercado, possa atrapalhar a concessão de crédito a nova empresa e de novo essa rodovia passa a não ter obras, que é o que interessa ao povo de Mato Grosso”, enfatizou Fávaro.