Tag: Nasa

  • Missão Starliner: Retorno à Terra adiado indefinidamente pela NASA

    Missão Starliner: Retorno à Terra adiado indefinidamente pela NASA

    Dados de propulsão motivam uma revisão detalhada

    Em uma atualização divulgada na noite de sexta-feira, a NASA anunciou o “ajuste” da data de retorno da espaçonave Starliner à Terra, alterando o cronograma original de 26 de junho para um momento não especificado em julho. A decisão segue dois dias de extensas reuniões para avaliar a prontidão da espaçonave, desenvolvida pela Boeing, para transportar os astronautas da NASA Butch Wilmore e Suni Williams de volta à Terra. Segundo fontes, essas reuniões contaram com a participação de alto nível de líderes seniores da agência, incluindo o Administrador Associado Jim Free.

    O teste de voo da tripulação:

    Missão Starliner: Retorno à Terra adiado indefinidamente pela NASA
    Imagem: Boeing

    O “Teste de Voo da Tripulação”, que teve início em 5 de junho a bordo de um foguete Atlas V, originalmente deveria se desatracar e retornar à Terra em 14 de junho. No entanto, à medida que engenheiros da NASA e da Boeing analisavam dados do voo problemático do veículo para a Estação Espacial Internacional, diversas oportunidades de retorno foram adiadas.

    Na noite de sexta-feira, o adiamento se repetiu, citando a necessidade de mais tempo para revisar os dados.

    Priorizando a segurança:

    “Estamos tomando nosso tempo e seguindo nosso processo padrão de equipe de gerenciamento de missão”, disse Steve Stich, gerente do Programa de Tripulação Comercial, na atualização da NASA. “Estamos deixando os dados guiarem nossa tomada de decisão em relação ao gerenciamento dos pequenos vazamentos do sistema de hélio e ao desempenho do propulsor que observamos durante o encontro e a atracação.”

    Apenas alguns dias atrás, na terça-feira, autoridades da NASA e da Boeing definiram a data de retorno à Terra para 26 de junho. Mas isso foi antes de uma série de reuniões na quinta e sexta-feira durante as quais os gerentes da missão revisariam as descobertas sobre dois problemas significativos com a espaçonave Starliner: cinco vazamentos separados no sistema de hélio que pressuriza o sistema de propulsão do Starliner e a falha de cinco dos 28 propulsores do sistema de controle de reação do veículo enquanto o Starliner se aproximava da estação.

    A atualização da NASA não forneceu nenhuma informação sobre as deliberações durante essas reuniões, mas está claro que os líderes da agência não estavam satisfeitos com todas as contingências que Wilmore e Williams poderiam encontrar durante um voo de retorno à Terra, incluindo se desatracar com segurança da estação espacial, manobrar para longe, realizar uma queima de desorbitação, separar a cápsula da tripulação do módulo de serviço e, em seguida, voar pela atmosfera do planeta antes de pousar sob paraquedas em um deserto do Novo México.

    Limite de 45 dias:

    Agora, as equipes de engenharia da NASA e da Boeing terão mais tempo. Fontes disseram que a NASA considerou 30 de junho como uma possível data de retorno, mas a agência também está ansiosa para realizar duas caminhadas espaciais fora da estação. Essas caminhadas espaciais, atualmente planejadas para 24 de junho e 2 de julho, seguirão em frente. O Starliner retornará à Terra em algum momento depois, provavelmente não antes do feriado de 4 de julho.

    “Estamos usando estrategicamente o tempo extra para abrir caminho para algumas atividades críticas da estação enquanto finalizamos a prontidão para o retorno de Butch e Suni no Starliner e obtemos informações valiosas sobre as atualizações do sistema que desejamos fazer para missões pós-certificação”, disse Stich.

    Coletando mais dados:

    Missão Starliner: Retorno à Terra adiado indefinidamente pela NASA
    Créditos: Boeing

    Em certo sentido, é útil para a NASA e a Boeing ter o Starliner atracado na estação espacial por um período mais longo. Eles podem coletar mais dados sobre o desempenho do veículo em missões de longa duração – eventualmente, o Starliner voará em missões operacionais que permitirão aos astronautas permanecerem em órbita por seis meses de cada vez.

    No entanto, este veículo só é classificado para uma permanência de 45 dias na estação espacial, e esse relógio começou a funcionar em 6 de junho. Além disso, não é ideal que a NASA sinta a necessidade de continuar atrasando o veículo para se sentir confortável com seu desempenho na viagem de volta à Terra. Durante duas conferências de imprensa desde que o Starliner atracou na estação, as autoridades minimizaram a seriedade geral desses problemas – repetindo que o Starliner está liberado para voltar para casa “em caso de emergência”. Mas eles ainda não explicaram completamente por que ainda não se sentem confortáveis em liberar o Starliner para voar de volta à

  • Starliner: Boeing e Nasa atrasam lançamento do foguete

    Starliner: Boeing e Nasa atrasam lançamento do foguete

    A tão aguardada volta para casa da cápsula Starliner da Boeing enfrenta mais um adiamento. Embora a espaçonave tenha sido lançada com sucesso no dia 5 de junho, após semanas de adiamentos de última hora que se seguiram a quase uma década de espera, o retorno à Terra levará um pouco mais de tempo do que o planejado originalmente.

    “A NASA e a Boeing agora estão visando o dia 22 de junho (sábado) como data mínima para o retorno da missão Boeing Crew Flight Test da Estação Espacial Internacional”, disse a NASA em um comunicado à imprensa na sexta-feira, o mesmo dia em que, segundo a CNBC, a missão deveria ter sido concluída.

    O que impediu a Starliner de decolar

    Starliner: Boeing e Nasa atrasam lançamento do foguete
    Créditos: Boeing

    Vazamentos de hélio que poderiam ter afetado o sistema de propulsão da Starliner foram uma fonte inicial de preocupação. No entanto, a Boeing e a NASA determinaram que seria seguro lançar a cápsula apesar deles. Na segunda-feira, a NASA informou que estava avaliando o impacto de “cinco pequenos vazamentos” identificados após a chegada da nave à Estação Espacial Internacional.

    “Temos uma oportunidade incrível de passar mais tempo na estação e realizar mais testes, o que fornece dados inestimáveis exclusivos da nossa posição”, disse Mark Nappi, vice-presidente da Boeing e gerente de programa do Programa de Tripulação Comercial, em um comunicado que acompanhou a notícia. “Como as equipes integradas da NASA e da Boeing vêm afirmando a cada passo, temos ampla margem e tempo na estação para maximizar a oportunidade de aprendizagem para todos os parceiros – incluindo a nossa tripulação.”

    Uma coletiva de imprensa da Boeing e da NASA na terça-feira explicará com mais detalhes o plano de pouso da Starliner.

    O impacto da decisão

    Este novo atraso levanta questões sobre a confiabilidade da cápsula e a capacidade da Boeing de cumprir os prazos. Vale lembrar que o programa tripulado comercial da NASA, que inclui a Starliner e a cápsula Crew Dragon da SpaceX, foi criado para acabar com a dependência dos Estados Unidos da Rússia para lançar astronautas à Estação Espacial Internacional.

    Apesar do otimismo expressado por Nappi, alguns especialistas aeroespaciais questionam se a extensão da missão é realmente necessária ou se é apenas uma forma de compensar o tempo perdido devido aos atrasos anteriores.

    É importante ressaltar que a ocorrência de vazamentos, mesmo pequenos, não é um bom presságio para a integridade do sistema de propulsão da Starliner. A investigação completa desses vazamentos e a garantia de sua total correção serão fundamentais para restaurar a confiança na cápsula.

    Enquanto isso, a tripulação da Estação Espacial Internacional precisa se adaptar a essa mudança de planos. É de se esperar que o tempo extra na estação seja usado produtivamente, realizando experimentos científicos adicionais e coletando dados valiosos.

    A coletiva de imprensa marcada para terça-feira será crucial para entender as reais razões por trás do atraso e os planos concretos para garantir um retorno seguro da Starliner. O sucesso desta missão é vital para o futuro do programa tripulado comercial da NASA e para a independência dos Estados Unidos no acesso à Estação Espacial Internacional.

    Conclusão

    O pouso da cápsula Starliner da Boeing foi adiado para o dia 22 de junho devido a vazamentos de hélio. Essa nova prorrogação levanta questões sobre a confiabilidade da cápsula e a capacidade da Boeing de cumprir os prazos. É importante que a investigação dos vazamentos seja completa e que a correção seja garantida para restaurar a confiança na Starliner. A tripulação da Estação Espacial Internacional precisa se adaptar à mudança de planos, mas o tempo extra na estação pode ser usado produtivamente para realizar experimentos e coletar dados.

    A coletiva de imprensa na terça-feira será crucial para entender as reais razões do atraso e os planos para garantir um retorno seguro da Starliner. O sucesso desta missão é vital para o futuro do programa espacial da NASA e para a independência dos Estados Unidos no acesso à Estação Espacial Internacional.

  • Brasil vai desenvolver cultivo de alimentos no espaço

    Brasil vai desenvolver cultivo de alimentos no espaço

    O Brasil vai desenvolver formas de cultivar alimentos fora do planeta Terra. Segundo o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Chamon, essa é a contribuição que o país tenta levar para o Projeto Artemis.

    Idealizado pela Nasa, a agência espacial norte-americana, o programa pretende estabelecer uma base permanente na superfície da Lua. A proposta é que, partir dali, seja possível lançar missões tripuladas para Marte. Uma primeira missão sem tripulação, como parte do projeto foi lançada em 2022, e uma outra, com tripulantes, está prevista para 2025.

    O Projeto Artemis reúne 39 países comprometidos com a proposta de estabelecer uma base lunar. De acordo com Chamon, nesse contexto, o Brasil tem buscado formas de contribuir com o projeto, apesar de não ter tradição na exploração espacial.

    “Quando você tiver uma base permanente na Lua, não vai poder levar todas as coisas de que você precisa a partir da Terra. Você tem que ter meios locais de produzir oxigênio, energia e comida”, explicou Chamon, ao falar sobre os problemas que precisam ser resolvidos. Ele participou do webinar (seminário online em vídeo) Negócios Espaciais e o Papel do Brasil.

    “O Brasil está tentando contribuir em algo em que tem um protagonismo internacional muito grande, que é a agricultura”, disse o presidente Agência Espacial Brasileira. Segundo Chamon, as tecnologias devem ser desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

    Há ainda expectativa de que os projetos para produção de alimentos no espaço possam ser aproveitados para aprimorar as práticas agrícolas na Terra, acrescentou Chamon.

    Edição: Nádia Franco

    — news —

  • Brasil propõe à Nasa parceria para construir satélite

    Brasil propõe à Nasa parceria para construir satélite

    Em reunião realizada hoje (25) no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, no interior de São Paulo, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, propôs ao administrador da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), Bill Nelson, que Brasil e os Estados Unidos (EUA) desenvolvam, em conjunto, novos satélites e tecnologias aeroespaciais para monitorar a Amazônia.

    Também participaram do encontro o diretor do Inpe, Clezio Nardin, e o presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antonio Chamon.

    O representante da agência norte americana está em visita ao Brasil para tentar ampliar a parceria no monitoramento do desmatamento da floresta Amazônica e em ações de preservação. Ontem (24), ele teve encontro com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na capital federal.

    “Essa é uma proposta que o administrador da Nasa trouxe na visita ao presidente Lula. No caso específico, é a gente ter acesso aos dados de satélites que já estão sendo lançados. E nós estamos propondo uma outra possibilidade, que seria a gente desenvolver conjuntamente outras iniciativas”, disse a ministra, em entrevista após a reunião.

    De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o monitoramento da Amazônia, atualmente, é feito pelos satélites de sensoriamento remoto CBERS e Amazonia-1 – esse último totalmente brasileiro. Uma nova tecnologia em desenvolvimento pelo Inpe, o Radar de Abertura Sintética (SAR), vai permitir a geração de dados em qualquer condição climática, já que o sistema “vê” através de nuvens, o que é fundamental na região amazônica.

    “Acabamos de receber a proposta do Bill e estamos avaliando. A nossa contraproposta é essa, que nós estudemos o desenvolvimento de um satélite conjunto. Mas é óbvio que nós precisamos ter a decisão política [do governo federal]”, disse o diretor do Inpe, Clezio Nardin.

    De acordo com o administrador da Nasa, Bill Nelson, a agência propõe ao Brasil o acesso aos dados de dois satélites, já em fase de lançamento. Um deles, desenvolvido em parceria com a Índia, deverá ser lançado no próximo mês de janeiro. O equipamento conseguiria, de acordo com Nelson, “enxergar” inclusive  através da copa das árvores.

    “Ele será capaz de olhar através da copa da floresta para que possamos ver se alguém queimou a vegetação rasteira que acabaria matando as árvores grandes”, disse. “Leva anos e anos para desenvolver esses satélites. [No satélite que será lançado em janeiro], as informações estarão disponíveis agora”, acrescentou.

    Edição: Valéria Aguiar

  • Nasa descobre planeta localizado em zona habitável

    Nasa descobre planeta localizado em zona habitável

    A agência espacial norte-americana (Nasa) anunciou a descoberta de um planeta com boas possibilidades de ser habitável. O TOI 700e foi localizado pelo satélite Transiting Exoplanet Survey (TESS) em uma área classificada como “zona habitável”, termo usado para regiões espaciais que reúnem condições de ter, em sua crosta, água no estado líquido.

    A descoberta foi anunciada nesta semana pelo pesquisador do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa Emily Gilbert, durante a 241ª reunião da American Astronomical Society, em Seattle, nos Estados Unidos.

    Usando dados do TESS, os cientistas identificaram o planeta como “um mundo do tamanho da Terra, orbitando dentro da zona habitável de sua estrela”. Segundo a Nasa, o TOI 700e tem 95% do tamanho da Terra; provavelmente é rochoso; e leva 28 dias para orbitar a “pequena e fria estrela anã” TOI 700, localizada no centro do sistema, a cerca de 100 anos-luz, na constelação austral de Dorado.

    toi 1338 transit still
    Nasa já tinha descoberto, 2020, o planeta TOI 700d, do tamanho da Terra, na mesma região espacial – Divulgação/Nasa

    Os astrônomos já haviam descoberto três planetas no mesmo sistema, chamados TOI 700 “b”, “c” e “d” – este último, a exemplo do “TOI 700e”, também está localizado na zona habitável. Ele foi descoberto em 2020 e tem aproximadamente o tamanho da Terra.

    Segundo a Nasa, foi necessário um ano adicional de observações para o TESS concluir que há um segundo planeta nesta mesma zona habitável.

  • NASA identifica cinco fenômenos sobrenaturais no espaço

    NASA identifica cinco fenômenos sobrenaturais no espaço

    A NASA identificou cinco fenômenos sobrenaturais que acontecem quase exclusivamente no espaço exterior: desafiam a compreensão humana e forçam os astrônomos a encontrar novas explicações.

    O espaço é dominado por forças eletromagnéticas invisíveis que normalmente não sentimos. Também está repleto de tipos estranhos de matéria que nunca experimentamos na Terra. O Centro de Voo Espacial Goddard da NASA identificou cinco fenômenos sobrenaturais que ocorrem apenas no espaço, e que forçam os cientistas a expandir sua compreensão para que possam compreendê-los em profundidade.

    Os mistérios do cosmos sempre nos cativam, mas ao mesmo tempo a ciência e a tecnologia, e especialmente a astronomia, avançaram tanto nos últimos séculos que conseguiram explicar e demonstrar muitos dos enigmas que anos atrás pareciam impossíveis de decifrar. No entanto, certos fenômenos ainda continuam a desafiar a nossa compreensão e provocam novos esforços para que o conhecimento científico amplie os seus limites.

    Um artigo publicado no site do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA descreve cinco questões que poderiam ser consideradas «sobrenaturais» em nosso planeta, pois não teriam uma explicação racional em nosso contexto, mas que no espaço acontecem com alguma assiduidade. Quais são esses fenômenos e como a ciência trabalha para poder compreendê-los?

    O plasma e as temperaturas extremas

    Um desses mistérios é o plasma. Na Terra, a matéria assume um dos três estados: sólido, líquido ou gasoso. No espaço, no entanto, 99,9% da matéria normal é encontrada de uma forma completamente diferente, chamada plasma. Esta é uma substância composta por íons e elétrons soltos: todas as estrelas, incluindo o Sol, são feitas principalmente de plasma. Na Terra, aparece ocasionalmente na forma de raios e em sinais de néon.

    Seu comportamento é incrível, pois interage com campos magnéticos invisíveis que conseguem controlar os movimentos das partículas carregadas no plasma e criar ondas que aceleram essas partículas a velocidades imensas.

    O segundo fenômeno são as temperaturas extremas no espaço: se a Terra experimenta uma ampla faixa de temperaturas, o que consideramos extremo em nosso planeta é a média no espaço. Em planetas sem uma atmosfera isolante, as temperaturas flutuam dramaticamente entre o dia e a noite. Mercúrio, por exemplo, vive dias com temperaturas que chegam a 449 graus Celsius e noites geladas que atingem 171 graus Celsius abaixo de zero.

    Enquanto isso, quando a sonda solar Parker da NASA concretizar sua aproximação mais próxima do Sol, ela experimentará diferenças térmicas de mais de 2.000 graus.

    Fusão, enormes explosões e ondas de choque

    Outro grande mistério cósmico é a fusão: trata-se do processo em que os elementos leves são «expressos» sob uma imensa pressão e temperatura, tornando-se novos elementos mais pesados. Em seus momentos iniciais, o universo continha principalmente hidrogênio e hélio, além de uma pequena porção de um par de outros elementos leves.

    Desde então, a fusão em estrelas e supernovas proporcionou ao cosmos mais de 80 novos elementos, alguns dos quais tornam a vida possível. O Sol, por exemplo, funde cerca de 600 milhões de toneladas métricas de hidrogênio por segundo.

    O quarto fenômeno identificado pela NASA são as enormes explosões que ocorrem no espaço a cada momento, na área próxima à Terra. Quando o vento solar, a corrente de partículas carregadas do Sol, colide com o «escudo magnético» que protege a Terra, chamado magnetosfera, são gerados eventos explosivos que provocam, por exemplo, as auroras que embelezam os céus do nosso planeta. Essas interações magnéticas «explosivas» ocorrem em todo o espaço e são objeto de projetos como a missão Magnetospheric Multiscale da NASA.

    Finalmente, os astrônomos também tentam explicar o fenômeno conhecido como ondas de choque. No espaço exterior, as partículas podem transferir energia sem necessidade de se tocar. Esta estranha transferência de energia ocorre em estruturas invisíveis conhecidas como «choques». O conteúdo energético é transferido através de ondas de plasma, campos elétricos e magnéticos.

    As ondas de choque só podem se formar quando as coisas se movem a velocidades supersônicas, ou seja, mais rápido do que a velocidade do som. Um cenário possível é em torno de supernovas ativas que expulsam nuvens de plasma. No entanto, em casos muito estranhos, esses «choques» podem ser criados de repente na Terra, por exemplo, quando os aviões viajam mais rápido do que a velocidade do som.

    Será que a ciência terá um dia uma compreensão real e profunda desses fenômenos estranhos? Por enquanto, continuarão a nos surpreender e indicar que existem forças e realidades que nos excedem.

    Foto: enormes explosões invisíveis ocorrem constantemente no espaço, mesmo ao redor da Terra. Essas explosões são o resultado de linhas de campo magnético torcidas que se quebram e realinham, disparando partículas através do cosmos. Créditos: Centro de Voo Espacial Goddard da NASA/CILab.

    Vídeo: os campos elétricos e magnéticos podem adicionar e remover energia das partículas, alterando suas velocidades. Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center Scientific Visualization Studio/YouTube.

  • Voo não tripulado à Lua, Missão Artemis 1 acaba neste domingo

    Voo não tripulado à Lua, Missão Artemis 1 acaba neste domingo

    Primeiro voo à Lua desde a última Missão Apollo, em 1972, a Missão Artemis 1 chega ao fim amanhã (11), quando a cápsula Orion pousa no Oceano Pacífico, perto da costa mexicana. A amerissagem (pouso no mar) está prevista para as 14h40 (horário de Brasília) na costa ocidental da península da Baixa Califórnia, que pertence ao México, após 26 dias de viagem.

    Em retorno da órbita lunar desde 1º de dezembro, a Missão Artemis 1 iniciará à operação de amerissagem às 14h deste domingo (também horário de Brasília), quando a cápsula Orion se separa do módulo de serviço. Fabricado pela Agência Espacial Europeia, o módulo contém os propulsores, os motores e os painéis solares que forneceram energia para a nave por quase um mês.

    Após a separação, a Orion fará uma manobra ousada na borda da atmosfera terrestre. Com a proteção de um material especial que amortece colisões, a cápsula “quicará” na atmosfera e aproveitará o impulso para aproximar-se da costa oeste americana. A manobra não era possível durante o Programa Apollo.

    Em seguida, a cápsula entrará na atmosfera da Terra a uma velocidade de 40 mil quilômetros por hora. Os técnicos da Nasa verificação se os isolantes térmicos, que suportam temperaturas de até 2,7 mil graus Celsius (°C), conseguirão preservar o interior da cápsula, onde estão instalados três manequins (um de corpo inteiro e dois dorsos idênticos) com sensores que monitorarão, entre outras coisas, a temperatura, a pressão e a radiação.

    Maior que o das Missões Apollo, o escudo térmico tem 5 metros de diâmetro e é composto de uma treliça de titânio coberta de uma película de fibra de carbono e de um material ablativo (que afasta o calor) que fará parte da proteção se desgastar na atmosfera. Segundo a Nasa, agência espacial norte-americana, a separação de parte do escudo reduz o estresse (térmico e físico) do restante da sonda e ajuda a retirar o calor.

    Paraquedas

    A Orion abre a capa protetora dos paraquedas, que impedem que eles se queimem antes do momento certo. A capa é necessária porque os paraquedas só suportam temperaturas de até 2,6 mil °C. Com a proteção em funcionamento, três paraquedas de fibra de titânio, material leve e resistente, se abrirão.

    A 25 mil pés (7,6 metros) de altitude, dois outros paraquedas se abrirão e reduzirão a velocidade de queda para 160 quilômetros por hora (km/h). Compostos de um material híbrido de kevlar (fibra sintética de aramida) e nylon, os paraquedas pesam 80 quilogramas (Kg) cada e ficarão 30 metros acima da cápsula quando forem totalmente abertos.

    A 9,5 mil pés (2,9 mil metros) de altitude, os dois paraquedas serão descartados da sonda para a abertura de três paraquedas, de menor dimensão e de 5 kg cada um. Esses paraquedas também são feitos de kevlar e nylon. Os três paraquedas principais, com até 80 metros de comprimento se abertos, serão acionados para reduzir a velocidade de queda para 32 quilômetros por hora.

    Ao todo, 11 paraquedas serão acionados na operação de pouso: três de fibra de titânio, dois de 80 kg, três de 5 kg e os três principais. Segundo a Nasa, a amerissagem poderá ocorrer em segurança, mesmo que um paraqueda de 80 kg e um paraqueda principal falhe.

    Etapas finais

    A amerissagem está prevista para ocorrer 40 minutos após o início da operação de reentrada, em algum ponto do Oceano Pacífico perto da península da Baixa Califórnia. A Marinha norte-americana e uma equipe de resgate do Centro Espacial Kennedy trabalharão em conjunto para recuperarem a cápsula. Mergulhadores conectarão um cabo à embarcação, que será puxada para um espaço no convés de um navio da Marinha. Equipes de procura recuperarão a capa protetora e os três paraquedas principais.

    Considerado o primeiro teste para o retorno de missões tripuladas à Lua, a Missão Artemis 1 é organizada pela Nasa em parceria com 21 países, entre os quais o Brasil. O lançamento ocorreu na base de Cabo Canaveral, na Flórida, em 16 de novembro, após duas tentativas sem sucesso.

    Em 21 de novembro, a missão aproximou-se da Lua e entrou na órbita retrógrada do satélite em 25 de novembro. Seis dias mais tarde, em 1º de dezembro, afastou-se da órbita da Lua e começou o retorno à Terra. A viagem não tripulada marcou uma série de testes na órbita da Lua, tanto em relação aos equipamentos quanto à cápsula Orion, que deve levar até quatro astronautas na segunda etapa da missão, prevista para ocorrer até 2026.

    A missão pretende ampliar a atuação no sistema solar, de forma a construir uma base lunar permanente, sustentável e fazer com que a Lua seja um ponto de apoio para projetos em Marte.

    * Com informações da Nasa

    Edição: Claudia Felczak

  • Humanidade dará “primeiro passo” para retorno à Lua

    Humanidade dará “primeiro passo” para retorno à Lua

    Após obter autorização da equipe de engenheiros, a missão Artemis I encontra-se em contagem regressiva com o objetivo de possibilitar “mais um importante passo da humanidade” no desafio de retornar com um voo tripulado à Lua.

    A expectativa é de que o foguete Space Launch System (SLS) comece a ser acionado às 3h04 desta quarta-feira (16), no horário de Brasília e, integrado à espaçonave não tripulada Orion – e aos sistemas terrestres no Centro Espacial Kennedy da Nasa – inicie o voo a partir da Flórida. O lançamento terá uma janela de duas horas para ter início.

    Segundo a agência espacial dos Estados Unidos, a primeira missão da Artemis “abrirá o caminho para um voo de teste tripulado e futura exploração lunar humana” e, posteriormente, para um desafio ainda maior: o primeiro voo tripulado a Marte. A cobertura ao vivo de briefings e eventos relativos à missão será transmitida na Nasa Television, no aplicativo da Nasa e no site da agência.

    Terceira tentativa

    Esta será a terceira tentativa de lançamento da missão. A primeira, em 29 de agosto, foi adiada após a constatação de defeito em um sensor de temperatura. O outro adiamento foi em 4 de setembro, ao ser identificado um vazamento de hidrogênio líquido em uma interface entre o foguete e o lançador móvel.

    A Nasa chegou a cogitar um lançamento no dia 12. No entanto, problemas causados pelo Furacão Nicole em uma vedação – entre uma ogiva do sistema de aborto de lançamento e um adaptador do módulo da tripulação – fez com que a partida fosse novamente adiada antes mesmo de a contagem regressiva ser iniciada.

    O programa prevê missões não tripuladas e tripuladas nos próximos anos. A iniciativa está sendo implementada em um período de grandes avanços na exploração do espaço, marcado pela descoberta de moléculas de água em solo lunar e por missões tecnológicas para o planeta Marte.

    A primeira viagem não tripulada da Artemis I marca uma série de testes na órbita da Lua, tanto em relação aos equipamentos quanto à cápsula Orion, que deve levar até quatro astronautas na segunda etapa da missão, prevista para ocorrer até 2026.

    A missão pretende ampliar a atuação no sistema solar, de forma a construir uma base lunar permanente, sustentável e fazer com que a Lua seja um ponto de apoio para projetos em Marte.

    O voo de volta à Lua, organizado pela Nasa em parceria com 21 países, entre os quais, o Brasil, representa o retorno ao satélite 50 anos após a última viagem tripulada, em 1972, com a Missão Apollo.

  • Nasa inicia contagem regressiva para volta à Lua

    Nasa inicia contagem regressiva para volta à Lua

    Tudo está praticamente pronto para o tão aguardado lançamento da Missão Artemis I, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), previsto para hoje (29) direto da plataforma de Lançamento 39B, do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

    O que ainda preocupa técnicos e engenheiros da missão que pretende retornar à lua são as condições climáticas, já que foram registrados relâmpagos neste fim de semana e há probabilidade de chuvas esparsas.

    Mesmo assim, segundo comunicado da Nasa nesse domingo (28), as condições climáticas favoráveis para o lançamento do foguete Space Lauch System (SLS) e da cápsula Orion nesta segunda-feira são de 80%.

    As equipes de meteorologia da agência destacam, entretanto, que essa probabilidade máxima de tempo favorável (80%) refere-se às primeiras duas horas da janela de lançamento, que começa às 8h33 (9h33, horário de Brasília).

    Esta é a primeira ação do programa Artemis, que tem o objetivo de levar um voo tripulado ao satélite natural da terra nos próximos anos. E mais, de levar a primeira mulher ao solo lunar.

    Além disso, a missão ambiciona ampliar a atuação no sistema solar: construir uma base lunar permanente, sustentável e fazer com que a lua seja um ponto de apoio para projetos no planeta vizinho, Marte.

    Conquista do espaço

    A viagem não tripulada de hoje marca uma série de testes na órbita da Lua, tanto em relação aos equipamentos quanto à cápsula Orion, que deve levar até quatro astronautas na segunda etapa da missão, prevista para ocorrer até 2026.

    Além disso, será testada uma peça fundamental na missão, o Módulo de Serviço Europeu, responsável, por exemplo, pelos sistemas de abastecimento de água, energia, propulsão, controle da temperatura dentro da cápsula e fruto da parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA).

    Segundo a ESA, a missão, que será comandada aqui da terra, pode durar entre 20 e 40 dias e terminará de volta à terra com um mergulho no Oceano Pacífico, na costa da Califórnia, nos Estados Unidos.

    O voo de volta à Lua, organizado pela Nasa em parceria com 21 países, inclusive o Brasil, representa o retorno ao satélite 50 anos após a última viagem tripulada, em 1972, com a missão Apollo.

    O presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Moura, está entre os convidados para o lançamento da Artemis I direto do Centro Espacial Kennedy.

    Para o coordenador de Satélites e Aplicações da Agência Espacial Brasileira, Rodrigo Leonardi, a Artemis I é ”um marco histórico na retomada dos voos tripulados para a exploração espacial. E a expectativa é que ao se juntar a esse programa, o Brasil também possa abrir novo capítulo em seu programa espacial dedicado”, diz.

    Ele informou que o país já vem discutindo com países parceiros assuntos ligados a transporte, habitabilidade, operações, infraestrutura e ciência no âmbito do programa Artemis.

    O representante da AEB destacou que a missão liderada pela Nasa foi incluída entre as iniciativas do Programa Nacional de Atividades Espaciais, documento que estabelece projetos e prioridades para a próxima década.

    Para a médica brasileira e empresária no ramo espacial, Thaís Russomano, a expectativa para a contagem regressiva de volta à Lua leva também a desdobramentos para as portas que podem se abrir com o novo passo na corrida espacial.

    “Depois de 50 anos, começamos o processo da volta à Lua. A missão Artemis reabre o caminho de construção do conhecimento necessário para que, um dia, o ser humano habite o satélite natural da terra, transformando-o no segundo lar cósmico”, diz.

    A médica, que vive em Londres, chegou a participar de pesquisas sobre a ação da microgravidade no corpo dos astronautas e até mesmo de duas campanhas de voos parabólicos (quando é possível experimentar a gravidade zero sem viajar ao espaço) da Agência Espacial Europeia em 2000 e 2006.

    Outras datas

    De acordo com as agências espaciais, caso o lançamento desta segunda-feira (29) seja suspenso, mais duas datas são possíveis: 2 e 5 de setembro.

    A contagem regressiva pode ser acompanhada nos canais da Nasa, no Youtube, e também na página da agência na internet.

  • Revolução astronômica à vista: novas imagens iniciam grande avanço

    Revolução astronômica à vista: novas imagens iniciam grande avanço

    Quatro imagens e um espectro divulgados hoje (12) pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) representam os primeiros passos para a grande revolução prevista para a Astronomia. Todas imagens e dados foram registrados pelo Telescópio Espacial James Webb, lançado em dezembro de 2021.

    Desde janeiro de 2022, este poderoso equipamento – fruto de parcerias entre as agências espaciais dos EUA, da Europa e do Canadá, que tem como principal característica a captação de radiação infravermelha – encontra-se no chamado ponto L2, localizado a 1,5 milhão de quilômetros da Terra.

    A primeira imagem, do aglomerado de galáxias conhecido como SMACS 0723, localizado há 4,6 bilhões de anos luz da terra, foi divulgada ontem (11) em evento na Casa Branca que contou com a participação do presidente norte-americano Joe Biden.

    SMACS 0723

    A imagem mais profunda do Universo capturada pelo James Webb mostra um conjunto de galáxias chamado SMACS 0723 que, combinadas, atuam como uma lente gravitacional.

    A técnica consiste em observar a amplificação de brilho de uma estrela de fundo (chamada de fonte), devido à passagem de um objeto (denominado lente) entre o observador e a fonte. A lente deforma o espaço-tempo ao seu redor e a luz da fonte sofre então uma deflexão, gerando assim um aumento do seu brilho para o observador.

    Segundo a Nasa, esta é a primeira oportunidade de observação nítida de galáxias e de estrelas tão distantes e difusas. “A luz dessas galáxias levou bilhões de anos para chegar até nós. Quando olhamos para as galáxias mais jovens neste campo, estamos olhando para menos de um bilhão de anos após o Big Bang’’, informa a agência espacial.

    Nebulosa do Anel Sul

    As primeiras imagens inéditas divulgadas hoje revelam detalhes da Nebulosa do Anel Sul, que mostraram, inclusive, uma segunda estrela que forma um sistema binário (formado por duas estrelas). Por estarem em órbita tão próxima pareciam apenas um corpo celeste, o que só pode ser desvendado graças à tecnologia da câmera de infravermelho.

    james webb
    Nebulosa Anel Sul – Imagens James Webb – NASA Webb Telescope

    De acordo com os pesquisadores, trata-se de uma nuvem de gás em expansão, envolvendo uma estrela moribunda. Tem quase meio ano-luz de diâmetro e está localizada a aproximadamente 2,5 mil anos-luz de distância da Terra.

    Um detalhe que chamou a atenção dos cientistas foi a possibilidade de se enxergar galáxias ainda mais distantes, escondidas pela nebulosa. Durante a transmissão ao vivo, feita pela Nasa, os especialistas explicaram que nebulosas apresentam camadas de gás e poeira expelidas por estrelas “enquanto morrem”.

    A existência de sistemas binários já era algo do conhecimento dos cientistas, mas eles têm se mostrado cada vez mais comuns do que se imaginava. Com o James Webb, esses sistemas serão observados de forma mais clara.

    Exoplaneta WASP-96

    A Nasa apresentou também um gráfico chamado de espectro, do exoplaneta gasoso WASP-96b, um gigante com cerca da metade da massa de Júpiter, localizado a cerca de 1.150 anos-luz da Terra. Espectro é uma técnica que analisa, por meio da cor (temperatura) de um corpo celeste, sua composição física e química. Exoplaneta é um planeta que fica fora do Sistema Solar.

    Por meio do espectro, o James Webb conseguiu identificar ocorrências de oxigênio e hidrogênio, indicando a presença de vapor de água em alta temperatura (superior a 500ºC), devido a sua proximidade com a estrela, ao redor da qual orbita a cada 3,4 dias.

    A primeira detecção de água neste exoplaneta foi feita pelo telescópio Hubble em 2013. Com o novo telescópio, foi possível obter, via espectro de luz, uma “assinatura inconfundível de água”, neste planeta. “A nova e poderosa observação de Webb também mostra evidências de neblina e nuvens que estudos anteriores deste planeta haviam perdido”, informou a Nasa.

    Com isso, segundo a agência, graças aos sinais detectados, a expectativa é de que o James Webb represente um “importante papel para a busca de planetas potencialmente habitáveis nos próximos anos”, estimando também a presença de elementos como carbono, bem como a temperatura da atmosfera.

    Quinteto de Stephan

    main image galaxies stephans quintet sq nircam miri final 1280
    Stephan’s Quintet, um agrupamento visual de cinco galáxias – Nasa

    Localizado a cerca de 290 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação de Pégaso, o Quinteto de Stephan foi também focado pelo revolucionário telescópio. De acordo com os pesquisadores, é possível observar a interação de diferentes galáxias deste grupo, com grandes caudas de gás, poeira e estrelas sendo extraídas devido às forças gravitacionais, bem como o processo de criação de algumas estrelas.

    Essa proximidade possibilita, aos astrônomos, observar a fusão e interação entre galáxias, que são tão cruciais para toda a evolução das galáxias. “Raramente os cientistas viram com tantos detalhes como as galáxias em interação desencadeiam a formação de estrelas e como o gás nessas galáxias é alterado”, explica a Nasa. “O quinteto de Stephan é um fantástico laboratório para estudar esses processos fundamentais para todas as galáxias”, complementou.

    O Webb mostrou, também de forma detalhada, aglomerados brilhantes de milhões de estrelas jovens e regiões onde novas estrelas estão nascendo adornam a imagem. É também possível observar estrelas que são “centenas de milhões de vezes” mais luminosas do que o Sol do nosso sistema.

    Apesar de não ser possível visualizar buracos negros presentes nessas galáxias, é possível perceber sua influência em outros corpos celestes. Segundo a agência norte-americana, a imagem mostra, nesse quinteto, “fluxos impulsionados por buracos negros em um nível de detalhe nunca visto antes”.

    Nebulosa Carina

    Uma outra imagem revolucionária divulgada hoje pela Nasa se assemelha a um “penhasco cósmico”, nas palavras da própria agência. Trata-se da Nebulosa Carina, com seus “berçários estelares e estrelas nascentes” que não puderam ser percebidas pelas imagens anteriores registradas pelo telescópio Hubble.

    “Esta paisagem de ‘montanhas’ e ‘vales’ pontilhadas de estrelas brilhantes é na verdade a borda de uma jovem região de formação de estrelas. Na verdade, é a borda da cavidade gigante gasosa. Os picos mais altos têm cerca de 58 anos-luz [de altura]. A zona cavernosa foi esculpida na nebulosa por intensa radiação ultravioleta e ventos estelares de estrelas jovens extremamente grandes e quentes”, informou a Nasa.

    Ao observar essa região, será possível entender mais sobre o processo de formação das estrelas. “O nascimento da estrela se propaga ao longo do tempo, desencadeado pela expansão da cavidade erodida. À medida que a borda brilhante e ionizada se move em direção à nebulosa, ela é lentamente empurrada para gás e poeira. Se a borda encontrar qualquer material instável, a pressão crescente fará com que o material colapse e forme novas estrelas”, explica a Nasa.

    “Por outro lado, esse tipo de distúrbio também pode impedir a formação de estrelas, pois o material que as forma é erodido. Este é um equilíbrio muito delicado entre causar a formação de estrelas, e pará-la”, acrescenta.

    Dessa forma, o James Webb ajudará os cientistas a avançarem em estudos que abordam “algumas das grandes incógnitas da astrofísica moderna”. Entre elas, sobre o que determina o número de estrelas que se formam em uma determinada região; e o que leva as estrelas a se formarem com suas respectivas massas.

    Algo incrível a ser descoberto

    Ao final do evento de divulgação das imagens, o administrador da Nasa, Bill Nelson, citou uma fala do astrônomo Carl Sagan para descrever as expectativas pela qual passam os pesquisadores envolvidos com o James Webb: “em algum lugar, algo incrível está para ser descoberto”.

    “Estamos agora conseguindo responder coisas que sequer sabíamos perguntar. Progressos como esse são inspiradores, e inspiração é o combustível que move a Nasa. E é o alimento da humanidade. Vamos agora abrir o envelope. Temos de arriscar porque a premiação é maior do que o risco. É exatamente isso o que essas imagens mostram”, discursou.