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  • Ministério Público requer municipalização do trânsito em cidade de Mato Grosso

    Ministério Público requer municipalização do trânsito em cidade de Mato Grosso

    A 1ª Promotoria de Justiça Cível de Juína (a 735km de Cuiabá), região noroeste de Mato Grosso, ajuizou Ação Civil Pública contra o município, nesta quinta-feira (28), requerendo liminarmente a criação de órgão executivo de trânsito; a sinalização horizontal e vertical nas vias públicas da cidade; sinalização luminosa com uso de semáforos, se necessário; reformas das calçadas e pavimentação das ruas em condições precárias, dentre outras medidas necessárias para a fluidez segura do trânsito. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Município possui uma população residente de 45.869 pessoas.

    O Ministério Público de Mato Grosso postulou ainda pela criação de cargos de fiscais de trânsito, realização de campanhas educativas, e execução de processo licitatório para contratação de empresa especializada no serviço de guincho. Por fim, solicitou a fixação de multa no valor de R$ 20 mil por mês, a ser aplicada em caso de descumprimento da decisão.

    Conforme a promotora de Justiça Ana Paula Silveira Parente, em fevereiro do ano passado foi instaurado um procedimento administrativo para acompanhar e fiscalizar as políticas públicas para a municipalização do trânsito em Juína. No decorrer dos meses, diversas medidas foram adotadas na tentativa de solucionar extrajudicialmente a demanda. Contudo, além de não possuir órgão executivo de trânsito, o Município não efetivou outros instrumentos e serviços de municipalização, o que prejudica o cumprimento das normas pertinentes. “É preocupante a ausência de sinalização de trânsito, de atividades de engenharia, de promoção da educação no trânsito, dentre outras medidas necessárias”, afirmou.

    O MPMT apontou ainda que as normas de trânsito são descumpridas em larga escala, que não existe sinalização adequada das vias públicas e que há, urgentemente, a necessidade da organização das normas de circulação na cidade.

    “Mesmo este assunto sendo pauta de quase todas as reuniões, o município nada fez para solucionar o caso, fato que demonstra a necessidade da intervenção judicial. (…) Assim, a presente ação objetiva o cumprimento da legislação de trânsito, bem como a proteção dos interesses de todos que transitam no Município”, finalizou Ana Paula Parente.

    Cooperação com o Detran

    Consta na ação que o Município e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) possuem Termo de Cooperação que estabelece a integração técnica e cooperação técnica, administrativa e de delegação de poderes, a fim de promover a fiscalização, autuação de infração, aplicação de penalidades, medidas administrativas e arrecadação de multas. Entretanto, o Município não estaria cumprindo todas as cláusulas. Dessa forma, o MPMT requereu também em caráter liminar o cumprimento integral do termo, especialmente das cláusulas que elencam as competências e as obrigações do município para fiscalização e autuação do trânsito.

  • MPE entra com ação contra municipalização de escolas em Mato Grosso

    MPE entra com ação contra municipalização de escolas em Mato Grosso

    O Ministro Público Estadual de Mato Grosso ingressou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) pedindo a suspensão parcial do Decreto Estadual nº 723/2020. A medida transfere a responsabilidade de atendimento integral à demanda dos anos iniciais do Ensino Fundamental aos municípios. A ação foi proposta nesta quarta-feira (27).

    No pedido, em caráter liminar, o MPE argumenta que o artigo terceiro viola competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. Além disso, também incorre em grave ofensa ao regime da colaboração dos entes federativos na oferta da educação, ao princípio constitucional do pacto federativo e harmonia entre os entes federativos.

    “Muito embora exista a ressalva de que o Estado, por meio da rede pública estadual de ensino, permanecerá responsável pelo atendimento dos anos iniciais do Ensino Fundamental nos casos em que os Municípios comprovarem a impossibilidade do atendimento, esta exceção prevalecerá apenas até o ano de 2023, como se vê da leitura do inciso I, do §2º, do ato normativo hostilizado”, destacou o procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges Pereira, que ingressou com a Adin.

    Borges deixa claro que a ADIN não questiona o dever dos entes municipais oferecerem e atenderem a demanda do Ensino Fundamental. Por força do regime de colaboração e de comandos da própria Constituição Federal, os municípios devem atuar prioritariamente no Ensino Fundamental e na Educação Infantil. O procurador geral esclarece, no entanto, que a atuação prioritária no Ensino Fundamental também é dever dos Estados e Distrito Federal.

    “A transferência integral desse ônus aos Municípios do Estado de Mato Grosso malfere o pacto federativo, o regime de colaboração que rege o sistema nacional de Ensino, sobrecarrega os Municípios mato-grossenses e, ao fim e ao cabo, precariza a qualidade e o alcance do Ensino Fundamental às crianças”, enfatizou.

    Consulta pública

    Na quarta-feira (27) ocorreu uma consulta pública acerca da municipalização da Escola Luiz Carlos Ceconello, em Lucas do Rio Verde. O evento, ocorrido na escola, contou com representantes do município, Estado e da comunidade escolar.

    Presente ao encontro, o promotor público Daniel Mariano observou que a lei demanda que a divisão das responsabilidades deve ser feita em regime de colaboração, nunca de forma imposta e com prazos impraticáveis. “O Estado está errado no que ele pensa? Não, ele tem que priorizar o Ensino Médio, está na lei, mas a forma com que ele fez está equivocada? Na visão do Ministério Público, está”, pontuou.

    O vereador Marcos Paulista declarou que a prioridade é proteger os professores e alunos da escola. “Nós não admitimos acontecer aqui com os professores o que aconteceu lá em Várzea Grande, em que foi chamado polícia até para levar professor preso”, destacou.

    Durante a consulta, profissionais que atuam na Escola deram depoimentos e mostraram temor com o processo de municipalização já em curso. “Eu não tenho vergonha de chorar na frente de nenhum de vocês. Eu percorreria quilômetros para continuar na instituição e sinto-me injustiçada com o descaso que estão tratando os funcionários desta escola, estou sendo despejada desta instituição”, lamentou Regiane Antunes Girardi, coordenadora da escola.

    Mãe de aluno, Marilene Martins Ramos defende que a escola precisa estar perto de casa, como orientação das próprias instituições de ensino. “Está pensando que é fácil sair de casa? Nós temos os nossos afazeres e sair aí, caçando escola, daí não tem vaga ali, tem vaga não sei aonde, cata bicicleta pra levar o filho. E é feio ficar criticando, é muito fácil criticar, mas tem que ser avaliado tudo isso, é distância para levar o filho, tanto no calor quanto na chuva,  em dia de chuva, os alunos acabam se molhando. Ficam igual a uns pinguins! Quero que meu filho termine os estudos aqui, ele está fazendo o 6° e eu quero que ele continue aqui!”, reiterou.

    Ao final da Consulta Pública foi realizada votação acerca da municipalização. De 88 votantes, 87 se mostraram contrários ao decreto.

  • Em Lucas: Com municipalização, Estado aumenta carga sobre o município, diz vereador

    Em Lucas: Com municipalização, Estado aumenta carga sobre o município, diz vereador

    O processo de municipalização da Escola Estadual Luís Carlos Ceconello será tema de um encontro hoje à noite em Lucas do Rio Verde. A consulta pública, que será realizada a pedido da Câmara de Vereadores, acontecerá a partir de 19 horas, na sede da escola, no bairro Cerrado.

    A municipalização preocupa a comunidade escolar. Vários profissionais que atuam na instituição procuraram vereadores, pedindo apoio para tentar fazer Estado e município voltarem atrás.

    O vereador Marcos Paulista (PTB) declarou que a municipalização da escola vai apenas transferir responsabilidades do Estado para o município. “Já não cumpre nem com a obrigação que já tem”, reclamou.

    Paulista diz que o recurso destinado pelo Fundeb para atender os cerca de mil alunos da Escola Ceconello é insuficiente. “O município vai ter que complementar. Aí imagina, são quase 50% que tem que ser complementado”, contabilizou, afirmando não entender que benefícios o processo de municipalização traz ao município.

    Em relação ao processo, Paulista reclama que falta diálogo com a sociedade, tanto pelo Estado, quanto pelo município. “Estão vindo só comunicar a decisão para os professores e alunos”, pontuou o vereador, assinalando que o sentimento de pertencimento está sendo deixado de lado.

    Apesar de ser uma decisão já encaminhada, Marcos Paulista acredita ser possível reverter. “É só o prefeito (Miguel Vaz) dizer não. Só isso”, conclui.