Tag: mulheres

  • Ação do MPDFT mobiliza homens pelo fim da violência contra mulheres

    Ação do MPDFT mobiliza homens pelo fim da violência contra mulheres

    O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) lançou, nesta sexta-feira, a Campanha do Laço Branco, que marca o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, neste 6 dezembro.

    Em vídeo, o procurador-geral de justiça do Distrito Federal e dos Territórios, Georges Seigneur, explica que o combate à violência contra as mulheres é responsabilidade de todos. “Vamos usar nossas vozes, ações e nosso compromisso para construir uma sociedade na qual as mulheres exerçam sua liberdade com respeito e sem medo. Que o Laço Branco seja, não apenas um símbolo, mas uma prática cotidiana de respeito e responsabilidade com o gênero feminino.”

    A ação de sensibilização dos integrantes do MPDFT e da sociedade faz parte da jornada dos “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”. A iniciativa é realizada anualmente de 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, quando a Declaração Universal dos Direitos Humanos fará o 76º aniversário. “Essa campanha que integra os 21 dias de ativismo representa um símbolo de respeito, igualdade e solidariedade”, defendeu a coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos do MPDFT, a promotora de justiça Adalgiza Aguiar.

    Campanha do Laço Branco

    A campanha do Laço Branco foi lançada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2001, com o objetivo de envolver os homens na luta pelo fim da violência contra as mulheres.

    A data é uma referência ao massacre na Escola Politécnica de Montreal, no Canadá, ocorrido em 6 de dezembro de 1989. Nessa data, um homem de 25 anos invadiu uma sala de aula, mandou que os homens saíssem e matou 14 mulheres.

    A tragédia gerou diversas manifestações em que grupos masculinos saíam às ruas usando laços brancos como símbolo de paz e do compromisso de não cometer nem fechar os olhos a violência contra as mulheres.

    A ação, que está presente em cerca de 60 países, em todos os continentes, é considerada pela ONU como a maior iniciativa mundial com essa temática.

    O trabalho é feito em conjunto com diversos órgãos das Nações Unidas, particularmente o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), e em parceria com organizações de mulheres.

    Brasília 06/12/2024 NãoTemDesculpa: UNA-SE pelo fim da violência contra mulheres e meninas. Imagem/divulgação/ UNO

    Em 2023, os feminicídios cresceram 0,8% em relação ao ano anterior

    Violência

    Dados da ONU Mulheres apontam que, em 2023, em todo o mundo, cerca de 51,1 mil mulheres e meninas foram mortas por seus parceiros íntimos ou outros membros da família, o que significa que, em média, 140 mulheres ou meninas são mortas todos os dias por alguém da sua própria família.

    No Brasil, o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública: 2024, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que a violência contra a mulher no Brasil continua crescendo. Somente em 2023, as taxas de registro de diferentes crimes com vítimas mulheres chegou a 1.238.208. O número corresponde a agressões em contexto de violência doméstica; todos os homicídios e feminicídios, nas modalidades consumadas e tentadas; ameaças; perseguição (stalking), violência psicológica e estupro. As taxas são calculadas de boletins de ocorrência policiais.

    Em 2023, os feminicídios cresceram 0,8% em relação ao ano anterior. Foram 1.467 mulheres mortas por razões de gênero, o maior número já registrado desde a publicação da Lei nº 13.104/2015, que tipifica o crime de feminicídio como hediondo.

  • Sexismo e machismo são empecilhos para ascensão na carreira federal

    Sexismo e machismo são empecilhos para ascensão na carreira federal

    Seis em cada 10 servidoras públicas em cargo de chefia acreditam que o sexismo no ambiente de trabalho e a estrutura machista são empecilhos para ascensão na carreira federal. Os dados fazem parte da pesquisa Mulheres em cargos de liderança no Executivo federal: reconhecendo desafios e identificando caminhos para igualdade.

    Encomendado pelo Movimento Pessoas à Frente e coordenado pela pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) Michelle Fernandez, o estudo ouviu 70 servidoras públicas em cargos de chefia na esfera federal para entender quais foram seus principais desafios para ascensão na carreira.

    A pesquisa revela os principais desafios para elas enfrentaram e as estratégias para igualdade de gênero no setor. A parcela de 45,7% das entrevistadas apontou desrespeito no trato, incluindo o assédio moral, como entrave na ascensão profissional, e 71,4% declararam a dificuldade de conciliação da carreira com o trabalho de cuidado e a maternidade.

    Para a diretora executiva do Movimento Pessoas à Frente, Jessika Moreira, o resultado das entrevistas mostra um cenário ainda longe do ideal na perspectiva de igualdade de gênero. “O que as pesquisas têm mostrado é que a presença de mulheres em cargos de liderança diminui na medida em que o nível hierárquico aumenta. Nesse estudo, percebemos que o desafio mais citado é o de não possuírem o direito de errar”, explicou, em nota.

    “Além disso, todas as mulheres, inclusive aquelas que não são mães, reconhecem o impacto da maternidade e do trabalho do cuidado enquanto dimensões que as desqualificam diante de seus pares no poder e as colocam como impossibilitadas de ocupar cargos de chefia, funções nas quais supostamente deveriam estar integralmente disponíveis para o trabalho”, acrescentou Jessika.

    Para 72,8% das entrevistadas, também pesam na ascensão da carreira, a cobrança excessiva e a expectativa de excelência de seus pares. As relações interpessoais e indicações entre homens foram apontadas por 48,5% das entrevistadas.

    “As mulheres, especialmente as negras, relatam que precisam ser infinitamente melhores do que os homens para ocupar as mesmas posições. Tudo isso em um ambiente onde, como mostra a pesquisa, elas precisam conviver com desrespeito e assédio moral diariamente”, ressaltou Jessika.

    Fatores para ascensão

    Quanto aos fatores considerados relevantes para a ascensão na carreira, o acúmulo de conhecimento técnico e a produtividade são apontados como importantes por quase todas as entrevistadas (66). Em segundo lugar, aparece a rede de relações interpessoais, que foi citada por 60 mulheres.

    Esses fatores tornam-se aliados fundamentais para a ascensão de mulheres a cargos de liderança, ainda que desafios como sobrecarga, exigências, estrutura machista e ambientes hostis não tenham sido superados, disse a coordenadora da pesquisa, Michelle Fernandez, professora do Instituto de Ciência Política da UnB.

    A pesquisa analisou ainda a percepção das mulheres sobre possíveis estratégias nesse contexto. Para 51,4% das entrevistadas, deveria haver políticas afirmativas para mulheres em cargos de liderança, com reserva de metade dos cargos para elas. A oferta de capacitação e treinamento voltado para lideranças e mentorias entre mulheres foi citada por 42,8% e a institucionalização de políticas de cuidado para inclusão de mães e gestantes, por 28,5%.

    O Movimento Pessoas à Frente ressalta que o Brasil ocupa o último lugar (15º) no ranking de participação feminina em cargos de liderança na América Latina, segundo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) de 2022. Nota técnica do movimento, com base em dados do Observatório de Pessoal do Governo Federal (2023), mostrou que, apesar de serem maioria na população, as mulheres ocupam 42% dos cargos de chefia no Executivo federal.

    Nas funções de natureza especial, como secretarias executivas e subchefias, elas são 27%, contra 73% de homens. Considerando a questão de raça, o cenário é ainda mais excludente,  já que somente 8% de tais cargos são ocupados por mulheres negras. “Precisamos de um funcionalismo que espelhe verdadeiramente as características de nossa população, para que as decisões sejam tomadas de acordo com as reais necessidades dos cidadãos e cidadãs”, avaliou Jessika.

    Proposições

    Para elaborar recomendações que melhorem o acesso, ascensão e permanência de mulheres na administração pública, o Movimento Pessoas à Frente organizou o Grupo de Trabalho Mulheres no Serviço Público, que reuniu mais de 90 pessoas. Dez encontros ocorreram entre maio e novembro e culminaram no documento Mulheres no Serviço Público – recomendações para acesso, ascensão e permanência”.

    O documento foi lançado nesta quarta-feira (27) durante o Congresso Internacional do Centro Latino-Americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD), promovido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, em Brasília.

  • Taxa de desemprego entre mulheres foi 45,3% maior que entre homens

    Taxa de desemprego entre mulheres foi 45,3% maior que entre homens

    A taxa de desemprego entre as mulheres ficou em 7,7% no terceiro trimestre deste ano, acima da média (6,4%) e do índice observado entre os homens (5,3%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    De acordo com o IBGE, o índice de desemprego das mulheres foi 45,3% maior que o dos homens no terceiro trimestre do ano. O instituto destaca que a diferença já foi bem maior, chegando a 69,4% no primeiro trimestre de 2012. No início da pandemia (segundo trimestre de 2020), a diferença atingiu o menor patamar (27%).

    No segundo trimestre deste ano, as taxas eram de 8,6% para as mulheres, 5,6% para os homens e 6,9% para a média. O rendimento dos homens (R$ 3.459) foi 28,3% superior ao das mulheres (R$ 2.697) no terceiro trimestre deste ano.

    A taxa de desemprego entre pretos e pardos superou a dos brancos, de acordo com a pesquisa. A taxa para a população preta ficou em 7,6% e para a parda, 7,3%. Entre os brancos, o desemprego ficou em apenas 5%.

    Na comparação com o trimestre anterior, houve queda nas três cores/raças, já que naquele período, as taxas eram de 8,5% para os pretos, 7,8% para os pardos e 5,5% para os brancos.

    A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) foi maior do que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,2%, mais do que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,2%).

  • Astrólogos disseram: o que esperar a partir de sexta-feira, 22 de novembro

    Astrólogos disseram: o que esperar a partir de sexta-feira, 22 de novembro

    Tempo de possibilidades

    22 de novembro será o dia para as mulheres abrirem novas oportunidades. Muitos de vocês sentirão uma onda de força e confiança, o que permitirá que muitos se sintam no topo da coragem.

    Esta sexta-feira, 22 de novembro, é um bom dia para implementar ideias criativas. É possível iniciar novos projetos promissores. As mulheres poderão mostrar seus talentos em todas as esferas da vida. O apoio dos outros abrirá todas as portas para você. Mas não se esqueça de cuidar de si mesmo.

    Este dia pode trazer provações e dificuldades na família ou nos relacionamentos com os entes queridos. Conversas francas ajudarão a lidar com todas as situações difíceis. Sua intuição não falhará, ouça-a.

    Em geral, é um dia muito bom. As mulheres que estão prontas para aproveitar as oportunidades oferecidas serão capazes de alcançar o crescimento pessoal.

  • MT Por Elas em Alta Floresta fortalece ações contra violência à mulher

    MT Por Elas em Alta Floresta fortalece ações contra violência à mulher

    A Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc) promove, nos dias 13 e 14 de novembro, a Expedição SER Família Mulher – MT Por Elas no município de Alta Floresta, localizado a 790 km de Cuiabá. Este evento faz parte de uma série de ações idealizadas pela primeira-dama Virginia Mendes, com o objetivo de reforçar as políticas públicas de proteção e combate à violência contra as mulheres em Mato Grosso.

    A iniciativa visa não apenas capacitar profissionais e lideranças, mas também mobilizar a sociedade local e ampliar o acesso das mulheres a serviços de apoio e proteção.

    Com programação variada, a Expedição inclui palestras, capacitações, atendimentos e assinaturas de termos de adesão, consolidando o compromisso do Estado com a segurança e os direitos das mulheres.

    A presença da van SER Família Mulher, que oferece atendimentos diretos à comunidade, e a participação de representantes de diversos órgãos estaduais, tornam esta expedição uma ação concreta e integrada para o fortalecimento da rede de enfrentamento à violência e promoção da cidadania feminina em Mato Grosso.

    Programação da expedição SER Família Mulher em Alta Floresta

    No primeiro dia, quarta-feira (13), a programação será realizada no Teatro Municipal Agostinho Bizinoto e terá início com uma série de capacitações voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher. Entre os temas abordados estão:

    • Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher no Contexto do Poder Judiciário
    • Coordenadoria de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e Vulneráveis
    • Observatório de Segurança Pública e Assistência Social
    • Organismos de Políticas para Mulheres e Ações da Segurança Pública
    • Atendimento à comunidade com a Van SER Família Mulher

    Essas atividades são desenvolvidas com a participação de especialistas, autoridades locais e representantes do poder público, visando capacitar e engajar as lideranças da região no enfrentamento à violência de gênero.

    No segundo dia, quinta-feira (14), as atividades prosseguem com mais ações de fortalecimento e implantação do programa. Os temas abordados incluem:

    • Implantação do Programa SER Família Mulher
    • Atuação da Patrulha Maria da Penha
    • Capacitação do Controle Social com o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher
    • Atendimento às mulheres da comunidade com a Van SER Família Mulher
    • Assinatura de Termos de Adesão ao Programa

    Expansão regional

    A Expedição SER Família Mulher – MT Por Elas tem abrangência estadual, planejada para percorrer 15 regiões integradas de Segurança Pública (RISP) em Mato Grosso, com um município-sede em cada região e participação das demais cidades que integram o entorno. Dessa forma, o programa busca atingir o maior número possível de mulheres, levando orientação, apoio e serviços de proteção para localidades que, muitas vezes, enfrentam dificuldades de acesso a esses recursos. Esta ação reafirma o compromisso da Setasc e do governo estadual em promover a igualdade de gênero e combater a violência contra a mulher em todas as regiões do estado.

  • Consumo de álcool causa 12 mortes por hora no país, diz Fiocruz

    Consumo de álcool causa 12 mortes por hora no país, diz Fiocruz

    Um estudo divulgado hoje (5) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que o consumo de álcool causa, em média, 12 mortes por hora no país. O levantamento, chamado de Estimação dos custos diretos e indiretos atribuíveis ao consumo do álcool no Brasil, foi feito pelo pesquisador Eduardo Nilson, do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin) da instituição, a pedido das empresas Vital Strategies e ACT Promoção da Saúde.

    São levadas em conta as estimativas de mortes atribuídas ao álcool da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os números totais são de 104,8 mil mortes em 2019 no Brasil. Homens representaram 86% das mortes: quase a metade relacionam o consumo de álcool com doenças cardiovasculares, acidentes e violência. Mulheres são 14% das mortes: em mais de 60% dos casos, o álcool provocou doenças cardiovasculares e diferentes tipos de câncer.

    O estudo calcula também o custo do consumo de bebidas alcoólicas para o Brasil em R$ 18,8 bilhões em 2019: 78% (R$ 37 milhões) foram gastos com os homens, 22% com as mulheres (R$ 10,2 milhões). Do total, R$ 1,1 bilhão são atribuídos a custos federais diretos com hospitalizações e procedimentos ambulatoriais no Sistema Único de Saúde (SUS). Os demais R$ 17,7 bilhões são referentes aos custos indiretos como perda de produtividade pela mortalidade prematura, licenças e aposentadorias precoces decorrentes de doenças associadas ao consumo de álcool, perda de dias de trabalho por internação hospitalar e licença médica previdenciárias.

    “Importante destacar que o estudo adotou uma abordagem conservadora, já que é baseado exclusivamente em dados oficiais de fontes públicas, como os dados relativos ao SUS e pesquisas populacionais do IBGE, e em nível federal, considerando os gastos da União e não incluindo complementos de custeios por estados e municípios. O levantamento também não considera os custos da rede privada de saúde, nem o total de perdas econômicas à sociedade. Portanto, embora quase 19 bilhões de reais por ano já seja uma cifra extremamente significativa, o custo real do consumo de álcool para a sociedade brasileira é provavelmente ainda muito maior”, diz Eduardo Nilson, pesquisador responsável pelo estudo.

    Na divisão por gênero, o custo do SUS com a hospitalização de mulheres por problemas ligados ao álcool é 20% do total. Um dos motivos é que o consumo de álcool pelas mulheres é menor. Na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019), 31% das mulheres relataram ter consumido álcool nos 30 dias anteriores à pesquisa, enquanto o percentual masculino foi 63%. Outro motivo é que as mulheres procuram mais os serviços de saúde e fazem exames de rotina. Desse jeito, são tratadas antes que tenham complicações mais graves.

    Em relação aos custos de atendimento ambulatorial atribuído à ingestão de álcool, a diferença entre os públicos masculino e feminino cai, considerando que 51,6% dos custos referem-se ao público masculino. Em relação à faixa etária, a incidência maior no atendimento ambulatorial ocorre nas pessoas entre 40 e 60 anos, sendo que 55% dos custos referem-se às mulheres e 47,1% aos homens.

    “Isso confirma que as mulheres buscam mais atendimento precocemente do que os homens: elas são responsáveis por quase metade dos atendimentos ambulatoriais, mesmo com a prevalência de consumo de álcool entre elas seja menor”, diz Nilson.

  • Apenas 11% dos cargos em secretarias estaduais de Mato Grosso são ocupados por mulheres

    Apenas 11% dos cargos em secretarias estaduais de Mato Grosso são ocupados por mulheres

    Segundo o Censo das Secretarias, conduzido pelos Institutos Aleias, Alziras, Foz e Travessia Políticas Públicas, Mato Grosso ocupa a terceira posição na região Centro-Oeste em participação feminina em secretarias estaduais, com apenas 11% de mulheres em cargos de primeiro escalão. Em Cuiabá, a capital do estado, a presença feminina é um pouco maior, com 26% dos cargos, superando a média estadual. Os dados revelam que o Brasil ainda enfrenta um grande desafio para alcançar a equidade de gênero na administração pública, já que 20 estados e 16 capitais não atingiram 30% de representação feminina em seus secretariados.

    Entre os estados da região, Goiás lidera com 25% de participação feminina, seguido por Mato Grosso do Sul e Distrito Federal com 21% cada. Nas capitais, Campo Grande (MS) alcança 38% de mulheres em secretariados, enquanto Cuiabá registra 26% e Goiânia (GO), 16%. Em todo o país, a média de participação feminina é de 28%, e o estudo abrangeu 698 órgãos estaduais e 536 municipais nas capitais.

    O levantamento apontou que as mulheres estão mais presentes em pastas de áreas sociais, como assistência e saúde, com 53% de presença nos estados e 44% nas capitais. Contudo, o número é bem mais baixo em áreas estratégicas, como infraestrutura (22% nos estados e 18% nas capitais), órgãos centrais (18% em ambos) e áreas econômicas (15% nos estados e 30% nas capitais). Marina Barros, diretora do Instituto Alziras, destacou que as barreiras estruturais limitam o avanço feminino em posições de influência, o que afeta a diversidade e a qualidade das políticas públicas.

    Alta qualificação e experiência das secretárias

    Além da participação, a pesquisa também revela que as mulheres em cargos de secretariado possuem alta qualificação e ampla experiência. Segundo o estudo, 43% das secretárias têm especialização, 26% possuem mestrado e 10% concluíram doutorado.

    Entre as mulheres negras, a qualificação é ainda mais elevada: 44% possuem especialização e 32%, mestrado. Mais de 66% das secretárias têm mais de 21 anos de experiência profissional, sendo que 61% construíram suas carreiras no setor público. Isso evidencia o preparo e a trajetória consistente das mulheres para ocupar cargos estratégicos.

    Experiência em administração e desafios para ascensão

    A pesquisa identificou que 40% das secretárias vieram de outra secretaria e 33% da mesma pasta, indicando uma progressão interna na administração pública.

    Ainda assim, metade das mulheres em cargos de secretariado está assumindo a função pela primeira vez, um reflexo de que a nomeação feminina em cargos de liderança pode estar em crescimento, mas ainda enfrenta limitações.

    “Para alcançar cargos de alto escalão, as mulheres precisam ser nomeadas, e quem nomeia são, em sua maioria, homens. A experiência e a formação não são suficientes se quem ocupa o topo do poder executivo não se comprometer em abrir essas posições para mais mulheres”, explicou Luana Dratovsky, diretora do Instituto Aleias.

  • Cerca de 77 mil mulheres aguardam mamografia pelo SUS

    Cerca de 77 mil mulheres aguardam mamografia pelo SUS

    Em junho deste ano, 77.243 brasileiras aguardavam por uma mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS). Santa Catarina é o estado com mais mulheres na fila de espera, cerca de 17 mil.  Em seguida, aparecem São Paulo (15 mil) e Rio de Janeiro (12,5 mil). Juntos, os três estados somam 56% do total de pacientes à espera do principal exame para detecção do câncer de mama. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).

    Segundo a entidade, em alguns locais do país, o tempo de espera por uma mamografia na rede pública pode chegar a 80 dias. O exame, quando realizado em tempo hábil, permite a detecção precoce de alterações mamárias, aumentando as chances de tratamento bem-sucedido e reduzindo a necessidade de intervenções invasivas e onerosas. “Os números revelam parte da sobrecarga no SUS e devem ser levados em conta, especialmente pelos recém-eleitos nas eleições municipais, na formulação e manutenção de políticas de saúde pública”, avaliou o CBR.

    Subnotificação

    Em nota, a entidade alerta que a fila de espera por mamografias no SUS pode ser ainda mais longa do que o indicado oficialmente. “Isso porque o SISREG [Sistema de Regulação] do Ministério da Saúde, plataforma que deveria registrar em uma fila única as demandas por cirurgias eletivas no país, depende de dados fornecidos voluntariamente pelas secretarias de saúde estaduais e municipais.”

    “Um exemplo dessa discrepância pode ser observado no Distrito Federal, onde o sistema nacional informa uma fila de espera de 306 pacientes aguardando pelo exame. No entanto, dados divulgados pela imprensa local, baseados no Mapa Social do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPTDF), apontam que o número real de mulheres à espera de uma mamografia é dez vezes maior, alcançando 3,6 mil.”

    Brasília (DF), 30/10/2024 – Tabela mostra espera por mamografia nos estados do Brasil. Foto: SISREG/Ministério da Saúde
    Tabela mostra espera por mamografia nos estados do Brasi – SISREG/Ministério da Saúde

    Para o CBR, a disparidade entre regiões e o tempo médio de espera também figuram como preocupações no contexto da realização de mamografias no Brasil. A entidade aponta “necessidade urgente de intervenções eficazes e de políticas públicas capazes de reduzir as filas e garantir acesso equitativo ao diagnóstico”.

    Relatório recente publicado pelo Instituo Nacional de Câncer (INCA) sobre o controle do câncer de mama no Brasil aponta que longos períodos entre a solicitação do médico e a emissão do laudo podem dificultar a adesão da população ao rastreamento da doença. Em 2023, 48,8% das mamografias de rastreamento tiveram laudos liberados em até 30 dias após a solicitação do exame. Cerca de 36% dos laudos, entretanto, foram liberados com mais de 60 dias.

  • Censo 2022 revela aumento de lares chefiados por mulheres em Mato Grosso

    Censo 2022 revela aumento de lares chefiados por mulheres em Mato Grosso

    Em 2022, cerca de 45,9% das residências em Mato Grosso eram lideradas por mulheres, segundo o Censo Demográfico divulgado pelo IBGE. Esse percentual representa um aumento considerável em comparação a 2010, quando apenas 34,4% dos lares eram chefiados por mulheres no estado, demonstrando um avanço de 11,5% ao longo desse período.

    No Brasil como um todo, o levantamento indicou que quase metade dos lares (49,1%) é liderada por mulheres, em contraste com 2010, quando os homens eram maioria como chefes de família, representando 61,3% das moradias. Agora, essa diferença se reduziu significativamente.

    Em nível nacional, o IBGE destaca que, em 10 estados, a maioria dos lares já é chefiada por mulheres, com as maiores taxas observadas em Pernambuco, Sergipe e Maranhão. Já em Mato Grosso, o percentual de domicílios liderados por mulheres foi menor, sendo um dos cinco estados com os índices mais baixos.

    Além disso, o estudo mostra que 54,8% dos chefes de domicílios em Mato Grosso se identificam como pardos, 32,0% como brancos, 11,9% como negros, e 1,3% como indígenas.

    No mesmo período, o levantamento sobre óbitos aponta que, entre agosto de 2021 e julho de 2022, foram registradas 19.642 mortes no estado, com a maioria das mortes sendo de homens (11.517), e as mulheres representando 8.125 óbitos. A maior parte dessas mortes ocorreu em pessoas acima de 70 anos.

    Esses dados reforçam a transformação do perfil dos lares no estado e no país, refletindo mudanças sociais e demográficas nos últimos anos.

  • Mulheres ocupam 28% dos cargos de secretariado no país

    Mulheres ocupam 28% dos cargos de secretariado no país

    Apenas 28% dos cargos de secretariado nos governos estaduais e nas capitais brasileiras são ocupados por mulheres, totalizando 341 secretárias em todo o país. Os dados são do primeiro Censo das Secretárias, conduzido pelos Institutos Aleias, Alziras, Foz e Travessia Políticas Públicas, com o apoio da Fundação Lemann e Open Society Foundations.

    O censo mapeou 698 órgãos estaduais e 536 municipais e considerou secretárias que ocuparam os cargos entre novembro de 2023 e março de 2024. Nesse período, apenas uma capital, Natal, e três estados, Alagoas, Pernambuco e Ceará, atingiram a paridade de gênero. Em contrapartida, 20 estados e 16 capitais não alcançaram 30% de mulheres em seu secretariado.

    O estudo mostra que as mulheres estão mais presentes em pastas sociais tanto nos estados (53%) quanto nas capitais (44%). No entanto, a participação delas em áreas consideradas estratégicas, como infraestrutura (22% nos estados e 18% nas capitais), órgãos centrais (18% em ambos) e economia (15% nos estados e 30% nas capitais), permanece limitada.

    “A concentração feminina em setores como assistência social, saúde e educação — áreas de grande visibilidade e orçamento — reflete o fenômeno da segregação horizontal, que limita o acesso das mulheres em áreas ligadas à tecnologia, matemática e engenharia, reforçando estereótipos de gênero”, avaliaram as entidades em nota.

    A inclusão da autodeclaração racial no questionário permitiu o levantamento do perfil racial das mulheres que ocupam cargos de secretariado. Os números mostram que 57,4% das secretárias que responderam ao formulário se identificam como brancas; 37,8%, como pretas ou pardas; 3%, como indígenas; e 2%, como amarelas.

    Qualificação elevada

    A pesquisa revela que 43% das secretárias têm algum tipo de especialização; 26% têm mestrado e 10% concluíram doutorado. Entre as mulheres negras, essa qualificação é ainda mais elevada: 44% têm especialização e 32%, mestrado.

    Além disso, 66% das secretárias têm 21 anos ou mais de experiência profissional e 61% passaram a maior parte de suas carreiras no setor público, com 67% já atuando no setor antes de assumirem o cargo de secretária.

    Ao investigar os espaços institucionais percorridos por essas mulheres, o levantamento identificou que 40% das profissionais vieram de outra secretaria e 33%, da mesma pasta, indicando ascensão dentro do próprio Executivo.

    “A menor proporção com experiência em funções executivas fora das secretarias e em cargos legislativos sugere que a experiência na administração direta é um fator importante para a ascensão ao cargo de primeiro escalão”, avaliaram as entidades.

    Primeiro mandato

    Apesar da trajetória, o censo indica que 50% dessas mulheres ocupam o cargo de secretária pela primeira vez, “o que pode indicar um fenômeno recente de entrada de mulheres nestas posições, mesmo para aquelas com alta qualificação e ampla experiência”.

    “Os institutos analisam que, embora as mulheres sejam maioria (61%) na base da pirâmide do serviço público, enfrentam obstáculos estruturais para alcançar posições de maior poder e decisão.”

    Deficiência e ativismo político

    Outro dado levantado é a sub-representação de mulheres com deficiência, já que 1,3% ou somente três secretárias se declaram pessoas com deficiência. Quanto à participação política, quase metade tem algum vínculo partidário e uma em cada cinco já foi dirigente de partido.

    De acordo com o censo, 23% das secretárias autodeclaradas negras mencionaram a influência do ativismo feminista em sua trajetória, comparado a 9,8% das secretárias brancas. Já 17,2% das negras mencionaram a participação em outros movimentos sociais, enquanto 25% das brancas relataram não ter participado de nenhum desses grupos e movimentos.

    “Esses dados sugerem que as mulheres negras enfrentam maiores barreiras estruturais e, por isso, as experiências prévias de formação e participação política impulsionam a ascensão a cargos de liderança”, destacaram as entidades.

    Carreira

    Quando questionadas sobre suas intenções de continuar no setor público, 77% das secretárias responderam que pretendem seguir trabalhando com políticas públicas. No entanto, apenas 17% manifestaram interesse em se candidatar a cargos eletivos no futuro, enquanto 57% não têm essa pretensão e 26% ainda estão indecisas.

    Recomendações

    Diante do cenário, os institutos listaram recomendações como:

    – criar uma lei de paridade de gênero nos secretariados;

    – aprofundar pesquisas sobre a relação das secretárias com os partidos políticos;

    – mapear as estruturas existentes no governo para acompanhar as mulheres em cargos de primeiro escalão;

    – criar uma rede de apoio para partilha de desafios e boas práticas;

    – desenvolver mecanismos de acompanhamento em suas trajetórias.

    A segunda etapa do censo, prevista para novembro, trará dados sobre trabalho doméstico e violência política de gênero e raça, além de apresentar uma análise final sobre desafios enfrentados pelas mulheres em posições de liderança no setor público.