Tag: mudanças climáticas

  • Ações educativas ajudam povos amazônicos a lidar com crise climática

    Ações educativas ajudam povos amazônicos a lidar com crise climática

    Aos 7 anos de idade, Neymar perdeu o pai. Um homem negro, chamado Kleber, que morreu com um tiro nas costas. Segundo a família, o assassino foi um policial militar. A morte não foi um evento isolado, mas uma das muitas ocorridas durante a onda de violência que tomou conta da cidade de Altamira, no Pará, depois da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu.

    Nos dois anos seguintes, a tia de Neymar, Daniela Silva, percebeu que a vida do sobrinho era marcada tanto pela perda da relação do pai, como da conexão com as raízes amazônicas. Neymar, como tantos outros de sua geração, cresceu a mais de 10 quilômetros (km) de distância do Xingu. Um grupo de crianças e adolescentes criados em bairros populares urbanos, com infraestrutura precária, que surgiram depois do processo de expulsão das terras do Xingu.

    Manaus (AM), 10/01/2025 - Foto em 30/11/2024 - Daniela Silva, educadora e ativista climática, natural de Altamira(PA), fundadora do projeto Aldeias, premiado pelo Movimento Luz na Educação, fala durante a TEDx Amazônia, no Salão Rio Solimões. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
    Geógrafa e ativista socioambiental, Daniela Silva é fundadora do projeto Aldeias – Tânia Rêgo/Agência Brasil

    “As crianças depois da minha geração não tiveram o direito de vivenciar o rio, o igarapé, uma comunidade cercada por curandeiros, rezadeiras, indígenas, ribeirinhos. O Neymar, diferente da minha geração, não teve direito de conviver com uma infância na Amazônia. Eu sou de uma geração que tive esse privilégio. Cresci no meio dessa diversidade”, disse a geógrafa, ativista socioambiental e liderança local Daniela Silva, durante o TEDxAmazônia 2024, evento realizado entre o final de novembro e o início de dezembro, em Manaus.

    Foi a partir dessas reflexões que nasceu o Projeto Aldeias em 2019. Resistir aos processos de violência e de ruptura afetiva com a Amazônia se tornou um dos nortes de Daniela. Por meio de um conjunto de ações educacionais, ela ajuda crianças e adolescentes a reatar laços naturais com a floresta e laços culturais com a cultura ribeirinha amazônica. Existe a preocupação em trabalhar uma identidade amazônida que valorize indivíduos e territórios.

    “A gente só ama aquilo que conhece. E o Projeto Aldeias nasce da história desse menino, com o objetivo de retomada das nossas conexões que foram rompidas após o processo de deslocamento forçado pela construção da hidrelétrica de ‘Belo Monstro’ no nosso Rio Xingu. O Aldeias é uma conclamação para todos os setores da sociedade colocarem as nossas crianças no centro, para pensarem junto com os adultos o nosso futuro. É um projeto que se baseia naquele famoso provérbio africano que diz ser preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”, explica Daniela.

    Uma das principais iniciativas do projeto é o Escola da Rua, que promove a educação ambiental, o direito e a cidadania de crianças e adolescentes periféricos de Altamira. São atividades criativas, culturais, artísticas e socioambientais, como visitas às áreas naturais da região. Em comum, as ações do Projeto Aldeias desenvolvem trabalhos conjuntos e participativos, discutem políticas públicas, infâncias, juventudes, e tentam ampliar vozes em defesa do meio ambiente e da Amazônia. O fortalecimento comunitário é visto como o melhor caminho para defesa da floresta e dos povos tradicionais. Assim dizem os versos escritos pela Daniela:

    “Dá até nó na garganta de contar essa história./ Aqui na Amazônia, a violência tem etnia, tem cor, tem gênero./ Morre ‘noiz’: pretos, indígenas, seringueiros, beiradeiros./ Querem nos calar, para nossas riquezas saquear./ Mas nós não vamos deixar!/ É tempo de nos conectar!/ E juntos, com fé, união e ação, lutar!”.

    Rio de Janeiro (RJ) 13/01/2025 - Poesia criada por uma criança em altamira no projeto aldeira Foto: André Noboa/UmGraueMeio
    Poesia escrita por uma criança em Altamira, no projeto Aldeias – André Noboa/UmGraueMeio

    Manejar o fogo

    O exemplo de Daniela mostra que educação e conhecimento vão muito além de disciplinas formais da escola. Incluem também habilidades, técnicas e saberes úteis para uma vida equilibrada com a natureza. Por essa razão, não seria errado considerar que os brigadistas de Alter do Chão, no Pará, são educadores. O grupo foi criado em 2018, com seis pessoas, para dar uma primeira resposta organizada aos incêndios florestais da região e ajudar a comunidade local. A formação incluiu cursos com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros.

    Além do trabalho direto de combate aos incêndios, o grupo ajuda na formação de outros brigadistas e na conscientização da população sobre o manejo correto e legal do fogo. O que é coerente com uma das principais missões da brigada: “Implementar e aprimorar processos contínuos de formação técnica, treinamento, educação ambiental, engajamento comunitário”.

    Rio de Janeiro (RJ) 13/01/2025 - Brigadistas de Alter do Chão combatem incêndios florestais Foto: André Noboa/UmGraueMeio
    Incêndios destroem áreas de floresta em Alter do Chão – André Noboa/UmGraueMeio

    “Uma coisa bem didática para as pessoas entenderem. Se uma empresa tem um prédio grande, é obrigada a ter uma brigada para dar o primeiro combate ao incêndio predial. As brigadas que estão nos territórios rurais têm as melhores condições para dar a primeira resposta no combate ao incêndio florestal, porque o governo nunca vai ter braço suficiente. É muito caro você deslocar alguém de Brasília, por exemplo. Ideal sempre que tenha uma brigada em todas as regiões”, diz Daniel Gutierrez, brigadista voluntário.

    “Todo incêndio florestal pode ser apagado com o pé no começo, quando ainda é pequeno. E as brigadas são as melhores ferramentas para impedir que esses fogos virem grandes incêndios”, acrescenta

    Apesar do trabalho majoritariamente voluntário, os brigadistas tiveram de lidar com opositores poderosos. Em novembro de 2019, quatro deles, incluindo Gutierrez, chegaram a ser presos, responsabilizados pelo incêndio que atingiu a Área de Proteção Ambiental (APA) Alter do Chão dois meses antes. Segundo a Polícia Civil, eles teriam cometido o crime para arrecadar doações para a brigada. Passaram três dias na prisão. O episódio incluiu acusações do presidente da República à época, Jair Bolsonaro, e do então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Até o ator norte-americano Leonardo Di Caprio foi citado pelo governo como financiador dos incêndios. Por falta de provas, o inquérito foi arquivado pela Polícia Federal e o processo acabou sendo extinto na Justiça.

    “ONGs são demonizadas. E esses ataques da extrema-direita vêm porque eles não querem que a gente se organize e fique cobrando ações do poder público. E não entra na cabeça de muita gente que eu gaste o meu tempo e a minha saúde em um trabalho voluntário, sem receber nada para isso. Apesar de tudo, queremos crescer como instituição e, em 2025, planejamos ter um corpo de funcionários pagos e inteiramente dedicados às atividades da brigada”, projeta Daniel Gutierrez.

    Na luta pela preservação da Floresta Amazônica, os brigadistas de Alter do Chão tentam conscientizar a população para o uso correto do fogo e esperam por uma regulação melhor do trabalho pelo poder público. Um primeiro passo foi dado em julho de 2024, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Política Nacional de Manejo do Fogo.

    Manaus (AM), 10/01/2025 - Foto feita em 30/11/2024 - Daniel Gutierrez, brigadista voluntário, liderança na luta contra os incêndios florestais em Alter do Chão(PA), fala durante a TEDx Amazônia, no Salão Rio Solimões. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
    Daniel Gutierrez, brigadista voluntário e liderança na luta contra os incêndios florestais em Alter do Chão – Tânia Rêgo/Agência Brasil

    “O fogo é uma ferramenta ancestral nas comunidades da Amazônia. Pessoas queimam, por exemplo, uma área pequena para plantar mandioca, que ajuda na subsistência local. É o que a gente chama de fogo bom, com aceiro em volta, para as chamas não se alastrarem. Mas ocorrem irregularidades quando, por exemplo, a prefeitura não disponibiliza recolhimento de lixo, as pessoas queimam tudo e perdem o controle das chamas. A gente precisa de políticas públicas, que os governos entendam a nova realidade climática, com eventos extremos mais frequentes. E que ofereçam serviços adequados para a população”, conclui o brigadista.

    Educação ribeirinha

    Impactados diretamente por esses eventos extremos, como secas e inundações, povos ribeirinhos procuram lidar com a nova realidade e preparar respostas para proteger o meio ambiente. Na comunidade de Tumbira, município de Iranduba, Amazonas, esse aprendizado conta com a ajuda do Núcleo de Inovação e Educação para o Desenvolvimento Sustentável (Nieds), da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), uma organização sem fins lucrativos. Alberta Pacheco é a gestora do núcleo e coordena projetos educativos para que as pessoas sejam protagonistas do desenvolvimento social, econômico e ambiental da Amazônia.

    Ela explica que crianças, jovens e adultos que estão cursando o ensino fundamental e médio participam dos projetos complementares no contraturno das aulas. Pelos menos 380 pessoas já foram impactadas pelas ações desde 2010. A conservação da floresta é um dos pilares dessas atividades, que entendem a Amazônia como uma grande sala de aula, onde se desenvolvem equidade, a justiça, o respeito, a ética e liberdade das pessoas que vivem na floresta.

    “Dentro dos nossos projetos complementares, trabalhamos, por exemplo, com o Repórter da Floresta. Temos oficinas de rádio, vídeo e produção de texto para os estudantes desenvolverem práticas de educomunicação e levarem perspectivas da floresta para o mundo por meio de redes sociais e do rádio. Há outro projeto que trabalha práticas agroecológicas, a questão de produção das hortaliças, da criação de aves. A escola está dentro de uma unidade de conservação, então a gente procura o ano inteiro fazer palestras e promover debates de cuidado com o meio ambiente”, explica Alberta Pacheco. “Quem vive dentro da floresta sofre impactos diariamente das mudanças climáticas. Nossos alunos são engajados e representam a nossa escola em congressos e eventos que tratam desse tema.”

    Conhecimento indígena

    Natural de Minas Gerais, Maria do Carmo Barcelos se mudou para o interior de Rondônia em 1976, no auge da ditadura militar e da ideia de colonização dos territórios amazônicos. Ela tinha 26 anos de idade e uma vontade imensa de conhecer melhor a vida dos indígenas Paiter Suruí. Educadora e licenciada em geografia, Maria começou a atuar como professora, mas o trabalho com os indígenas se desenvolveu em outras frentes com o passar do tempo.

    Manaus (AM), 10/01/2025 - Foto feita em 30/11/2024 - Maria Barcellos, indigenista, conhecida em Rondônia como Maria dos Índios, 52 anos de experiência trabalhando com povos indígenas, fala durante a TEDx Amazônia, no Salão Rio Solimões. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
    Maria Barcelos, indigenista, conhecida em Rondônia como Maria dos Índios – Tânia Rêgo/Agência Brasil

    A vida se mesclou com a dos Paiter Suruí a ponto de adotar como filha uma menina da etnia, que havia perdido a mãe com dez dias de vida e tinha a saúde frágil. Hoje, a integração é tamanha que ela afirma ser vista como uma “igual” onde vive, no município de Cacoal. Quem quiser encontrá-la por lá precisa perguntar por Maria dos Índios, como é conhecida há décadas. O trabalho em prol da comunidade é reconhecido e valorizado, como os projetos que envolvem educação de crianças, jovens e professores indígenas. Um dos focos atuais é o de discutir governança territorial e mudanças climáticas.

    “Desenvolvemos uma metodologia que privilegia interdisciplinaridade e interculturalidade. Produzimos um livro para cada povo, porque cada um deles tem a própria história. Só não produzimos nas línguas originais ainda, porque nenhuma delas está esquematizada. O português é a língua que eles têm usado mais”, explica a indigenista. “O objetivo é que a rede de educação escolar indígena possa inserir esses materiais na grade curricular básica do ensino fundamental. E isso já vem acontecendo.”

    O trabalho foi feito até agora em oito territórios diferentes e, entre os materiais oferecidos, estão livros sobre mudanças climáticas escritos especialmente para cada um desses povos. Há um diálogo entre os saberes tradicionais e os saberes científicos, adaptados para cada cosmologia diferente. Maria conta que uma das partes do livro, por exemplo, fala do “surgimento das coisas”, para explicar como determinado povo indígena explica a origem do Sol, da Lua, dos seres humanos.

    “A partir daí, falamos da história das mudanças climáticas, buscando os sinais da natureza que os antigos interpretavam. Conhecimento que muitos deles ainda têm, mas outros vão esquecendo. Por exemplo, quando as cigarras estão cantando muito, ou quando o sapinho coaxa muito, é um sinal de que a chuva vai chegar. A gente começa aí e busca o entendimento especialmente que os mais velhos têm sobre o assunto. O material é muito interativo e são as crianças que vão construir com os mais velhos as respostas para as mudanças climáticas. Vemos ali o que eles falam de concreto, como os impactos na pesca, quando a água se aquece demais e provoca mortandade dos peixes, ou dos periquitos que passaram a cantar de madrugada. O ciclo das plantações, o que florescia em determinada época, e agora está tudo bagunçado, sem muita previsibilidade”, diz Maria.

    Ciente de que as mudanças climáticas são um desafio de longo prazo, ela entende que o investimento no conhecimento dos mais jovens é importante para que as próximas gerações assumam a liderança na defesa da Amazônia. “Um dos objetivos é que eles possam desenvolver um senso crítico e elaborar respostas para esses impactos climáticos. Essas crianças e adolescentes daqui a pouco tempo vão ser os gestores dos territórios em que vivem e os tomadores de decisão. E as pressões continuam sendo muitas. Mesmo que o movimento indígena esteja maravilhosamente assumindo seu protagonismo, ganhando espaço no mundo, os problemas vão continuar, e as soluções têm que ser encontradas”, ressalta Maria dos Índios.

    Série sobre a Amazônia

    A reportagem faz parte da série Trilhas Amazônicas, que abre o ano da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém, em novembro deste ano. Nas matérias publicadas na Agência Brasil, povos da Amazônia e aqueles diretamente engajados na defesa da floresta discutem os impactos das mudanças climáticas e respostas para lidar com elas.

    *A equipe viajou a convite da CCR, patrocinadora do TEDxAmazônia 2024.

  • Mudanças climáticas e IA serão pautas do Brasil à frente do Brics

    Mudanças climáticas e IA serão pautas do Brasil à frente do Brics

    O Brasil assume a presidência do Brics em 1º de janeiro do ano que vem e receberá, pela quarta vez, a reunião de cúpula do grupo. Para o governo brasileiro, essa será uma oportunidade de buscar entendimento, entre as dez nações que compõem o grupo, na direção da construção de um mundo melhor e mais sustentável.

    Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador Eduardo Saboia, sherpa (ou seja, o negociador-chefe) do Brics em 2025, afirma que o grupo, pelo tamanho de sua população (mais de 40% do total global) e de sua economia (37% do PIB mundial por poder de compra), tem uma grande importância no cenário global.

    “Se você quer construir um mundo melhor, um mundo sustentável, o Brics tem que ser parte dessa construção. E é importante que haja um entendimento entre esses países, porque esse entendimento ajuda você a alcançar um entendimento mais amplo [com outros países]”, disse Saboia.

    Além de temas que já vêm sendo discutidos no Brics, como a possibilidade do uso de moedas locais no comércio entre os países e a reforma da governança global, o Brasil aproveitará sua posição à frente do grupo, para buscar entendimento em temas como as mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável com redução da pobreza e uma governança sobre a inteligência artificial.

    A questão do clima é de especial interesse porque o Brasil sediará também neste ano, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), em Belém.

    “Como a gente pode aproveitar a presidência do Brics para construir um entendimento que possa ajudar para o êxito da COP-30? Os países que são membros do Brics têm um papel central na questão da energia, que é a principal fonte de emissões de gases do efeito estufa”, afirma.

    Brasília (DF), 08/11/2023 - O Secretário de Ásia e Pacífico, Embaixador Eduardo Paes Saboia, em reunião de consultas políticas com a Coreia. Foto: Gustavo Magalhães/MRE
    Embaixador Eduardo Saboia fala sobre Brics e IA – Foto:  Gustavo Magalhães/MRE

    Já a governança da Inteligência Artificial (IA) é um tema relevante uma vez que, segundo o embaixador, essa é uma tecnologia “disruptiva”. “Não existe uma governança da inteligência artificial, mas essa é uma discussão que está ocorrendo. Quem sabe no Brics, durante a presidência brasileira, a gente possa avançar na ideia de ter uma visão desses países sobre como deve ser a governança da inteligência artificial”.

    De acordo com Saboia, o Brics é uma força de construção e também estabilizadora. “É estabilizadora porque se você tem esses países, que são muito diferentes e com sistemas políticos diferentes, cada um com seus desafios, se entendendo e eles se reúnem todo ano, isso é bom para todo mundo, porque dali saem soluções para a população”.

    Ampliação

    A primeira reunião de cúpula ocorreu em 2009, apenas com Brasil, Rússia, Índia e China (o Bric original). Em 2011, a África do Sul aderiu, transformando a sigla em Brics.

    Em 2023, na cúpula de Johannesburgo, na África do Sul, o Brics convidou Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes, para se juntarem ao grupo a partir de janeiro de 2024. A Argentina decidiu não aderir, enquanto os demais participaram da cúpula deste ano, em Kazan, na Rússia.

    O embaixador Saboia explica que a expansão dos Brics é resultado do êxito do grupo. “O Brics hoje desperta grande interesse e é importante que ele seja representativo dos países do sul global, dos países emergentes”.

    Segundo ele, a ampliação do grupo tem apoio do Brasil e dialoga com a posição do país em relação à reforma da governança global. “Se a gente defende a reforma e a ampliação do Conselho de Segurança [da ONU], faz sentido que a gente tenha uma ampliação do Brics. Agora essa plataforma [o Brics], tem uma pauta, tem um acerto, então os países que entraram, abraçaram essas conquistas. Uma das prioridades é fazer com que essa incorporação se dê da maneira mais suave e efetiva possível”.

    Na cúpula de Kazan, o Brics também anunciou uma nova modalidade de membros (os países associados) e definiu-se que 13 nações seriam convidadas: Cuba, Bolívia, Turquia, Nigéria, Indonésia, Argélia, Belarus, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã e Uganda.

    Saboia afirma que o anúncio em relação à adesão dos países parceiros será feito nas próximas semanas. “Uma das prioridades da nossa presidência é fazer com que esses países se sintam acolhidos na família do Brics. É importante que haja um trabalho para que eles se envolvam. Eles participarão das reuniões de ministros de Relações Exteriores e também há previsão que eles participem da cúpula [de 2025]”.

  • Brasileiros acham que economia pode ser devastada por eventos do clima

    Brasileiros acham que economia pode ser devastada por eventos do clima

    Pesquisa do Instituto Climainfo mostra que 91% dos brasileiros acreditam que os impactos sobre a economia brasileira serão devastadores se os eventos climáticos piorarem. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (14), ouviu 2 mil pessoas.

    A pesquisa mostra ainda que 79% dos entrevistados querem que o Brasil lidere a transição energética no mundo. Para 64%, o Brasil deveria focar seus esforços de desenvolvimento econômico na direção de eliminar a produção e o consumo de combustíveis fósseis. Um percentual maior – 73% – acredita que parar a mudança do clima deveria ser prioridade governamental. A quase totalidade das pessoas ouvidas (97%) apoia o fim do desmatamento até 2030.

    Segundo o levantamento, 81% dos entrevistados acreditam, incorretamente, que o desmatamento é a principal causa da mudança do clima global; 72% acham que as empresas que produzem combustíveis fósseis, como petróleo ou gás, podem ser responsabilizadas pelos extremos climáticos; e 71% acreditam que é possível parar de queimar combustíveis fósseis até 2050.

    “Inúmeras pesquisas de opinião já mostravam que o brasileiro reconhece que o clima está mudando pela ação humana. O que surpreende nesta sondagem é o alto percentual de entrevistados que reconhecem que a principal causa das alterações climáticas é a queima dos combustíveis fósseis e o entendimento de que a transição energética pode ser uma oportunidade econômica para o Brasil”, destacou o diretor do Instituto ClimaInfo, Delcio Rodrigues.

    A coleta de dados foi realizada na Plataforma Pollfish em 15 de julho de 2024, em formato online, e contou com a participação de aproximadamente 2 mil pessoas. A margem de erro da pesquisa é de 2%.

  • BNDES libera em sete meses 2,5 vezes o valor aprovado em dez anos de Fundo Clima

    BNDES libera em sete meses 2,5 vezes o valor aprovado em dez anos de Fundo Clima

    O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou, em apenas sete meses de 2024, o correspondente a quase 2,5 vezes (143%) de todas as aprovações da história do programa BNDES Fundo Clima de 2013 a 2023 (R$ 3 bilhões, a valores de hoje). De abril a outubro deste ano, o banco aprovou R$ 7,3 bilhões para operações do Fundo Clima. Isso representa 70% dos cerca de R$ 10,4 bilhões aportados pela União ao BNDES, em abril, para financiamento de projetos de mitigação da mudança climática e dos seus efeitos.

    Vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e gerido pelo BNDES, o Fundo é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima do Governo Federal.

    “O BNDES está empenhado integralmente na indução do desenvolvimento sustentável e na mitigação dos efeitos climáticos, prioridades no governo do presidente Lula. Foram R$ 7,3 bilhões aprovados para energia eólica, solar e biogás, mobilidade urbana, eletrificação de frota de ônibus, VLT, além de financiamentos à indústria verde e a projetos de florestas nativas. Tudo isso com geração de mais de 15 mil empregos verdes”, destacou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

    Além dos R$ 7,3 bilhões aprovados, o BNDES tem R$ 2,7 bilhões em operações do Fundo Clima a serem deliberadas pelas alçadas decisórias ainda neste ano. Já a demanda apresentada para o orçamento do programa de 2025 soma cerca de R$ 11,5 bilhões.

    COMBUSTÍVEIS — A demanda de R$ 167 bilhões para projetos de produção de combustíveis sustentáveis — como o combustível de aviação sustentável (SAF) e combustíveis para navegação — dão a medida do potencial do mercado e da oportunidade do Brasil em liderar o processo global de descarbonização, segundo Mercadante. “Somos líderes globais da agenda de biocombustíveis há mais de 50 anos e a demanda para entrarmos nos combustíveis sustentáveis está muito forte. Por isso, precisamos, pelo menos, dobrar os recursos do Fundo Clima, como já está previsto no orçamento do ano que vem”, afirmou Mercadante.

    SUSTENTABILIDADE – Os recursos do Fundo são destinados a projetos de desenvolvimento urbano resiliente e sustentável, transição energética (como energia solar e biocombustíveis), eletrificação da frota pública de ônibus, transporte hidroviário e investimentos verdes relacionados à indústria. As operações aprovadas de abril a outubro evitam ou removem 3,3 milhões de toneladas de CO2-equivalente por ano, o que representa 16 vezes o total de emissões evitadas em 2023 (204 mil tCO2e/ano). Estes valores representam cerca de 63% de emissões para os voos domésticos brasileiros e 79% das emissões das motocicletas brasileiras.

    EMPREGOS — Ao apresentar um salto nas aprovações dos recursos, o Fundo Clima também multiplicou a geração de empregos verdes. As operações aprovadas neste ano, até o mês passado, geraram 15,2 mil empregos permanentes, cerca de 20 vezes os 753 postos de trabalho criados pelas operações de 2023.

    REGIÕES – O Fundo Clima ampliou seu alcance nas regiões Norte e Nordeste. No Nordeste, o valor aprovado de abril a outubro deste ano, R$ 1 bilhão, foi 19 vezes maior que o liberado em 2022 (R$ 51 milhões).

    — news —

  • Brasil tem aumento de até 3ºC na temperatura de algumas regiões

    Brasil tem aumento de até 3ºC na temperatura de algumas regiões

    Nos últimos 60 anos, o aquecimento em algumas regiões brasileiras foi maior que média global, chegando a até 3º Celsius na média das temperaturas máximas diárias em algumas regiões, aponta o relatório Mudança do Clima no Brasil – síntese atualizada e perspectivas para decisões estratégicas. De acordo com o estudo, desde o início da década de 1990, o número de dias com ondas de calor no Brasil subiu de sete para 52, até o início da década atual.

    “Eventos extremos, como secas severas e ondas de calor, serão mais frequentes, com probabilidade de ocorrência de eventos climáticos sem precedentes”, destaca o relatório.

    O estudo, que será lançado oficialmente em Brasília, nesta quarta-feira (6), é um recorte para o Brasil do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e de outros estudos científicos atuais, resultado de um esforço que reuniu o Ministério de Ciência, Tecnologia e Informação com as organizações sociais da Rede Clima, o WWF-Brasil e o Instituto Alana.

    Projeção

    A partir das projeções para os próximos 30 anos, apresentadas de forma inédita pelo IPCC, com o objetivo de orientar ações de adaptações, os pesquisadores também concluíram que se o limite de 2ºC for atingido, em 2050 limiares críticos para a saúde humana e a agricultura serão ultrapassados com mais frequência.

    Nesse cenário, a população afetada por enxurradas no Brasil aumentará entre 100 e 200%. Doenças transmitidas por vetores como os da dengue e malária também causarão mais mortes.

    A Amazônia, por exemplo, perderá 50% da cobertura florestal pela combinação de desmatamento, condições mais secas e aumento dos incêndios. O fluxo dos rios serão reduzidos e a seca afetaria mais os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. O ciclo de chuvas no Brasil e na América do Sul também serão afetados.

    Os estoques pesqueiros serão reduzidos em 77%, com redução de 30% a 50% dos empregos no setor. O impacto estimado na receita, em relação ao Produto Interno Bruto é 30%.

    O Nordeste, onde vivem atualmente quase 55 milhões de pessoas, segundo dados preliminares do Censo 2022, pode ter 94% do território transformado em deserto.

    Pessoas que vivem nas grandes cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte ficarão expostas à escassez de água. A estimativa é que no cenário de mais 2ºC, em 2050, 21,5 milhões de pessoas em áreas urbanas sejam afetadas pela quebra do ciclo hídrico e do impacto nas safras.

    Medidas

    Nas conclusões, os pesquisadores consideram ser necessário manter o limite de 1,5ºC no aumento médio da temperatura global e não permitir que as emissões de gases do efeito estufa continuem crescendo e para isso é necessário rever as ambições das políticas nacionais. “As metas brasileiras não têm correspondido ao tamanho da redução das emissões que cabem ao país” destaca o relatório.

    Entre os ajustes imediatos apontados pelo estudo estão: zerar o desmatamento em todos os biomas, investir em programas de pagamentos por serviços ambientais para incentivar a conservação, migrar para uma agricultura de baixo carbono, por meio de sistemas agroflorestais e integração entre lavoura, pecuária e floresta.

    A gestão integrada dos recursos hídricos e a adoção de sistemas agrícolas resilientes às mudanças climáticas são apontados pelos cientistas como saídas para garantir as seguranças hídrica e alimentar.

    Soluções baseadas na natureza são medidas necessárias para adaptar as cidades às mudanças climáticas, com o aumento de áreas verdes que tornem as regiões urbanas mais permeáveis com drenagem natural. O relatório também aponta a necessidade de investimentos em transporte público de baixo carbono, como incentivo ao uso de transportes coletivos e não motorizados.

    O estudo aponta ainda a importância da cooperação internacional no financiamento climático desenvolvimento e transferência de tecnologias limpas, além do reforço coletivo para diminuir as emissões de gases do efeito estufa.

  • Furacão Milton: mensagem do Ministério de Relações Exteriores

    Furacão Milton: mensagem do Ministério de Relações Exteriores

    O Furacão Milton deverá atingir o estado da Flórida, nos Estados Unidos, na noite de hoje (9/10), com categoria 3. O governo local recomendou a evacuação de áreas habitadas por 5,5 milhões de pessoas.

    O Itamaraty emitiu alerta, no Portal Consular, a respeito da passagem do furacão. Os consulados-gerais em Orlando e Miami também publicaram avisos semelhantes em suas páginas oficiais e mídias sociais. Recomenda-se a todos os brasileiros que se encontram na região que fiquem atentos aos avisos dos governos locais.

    No estado de Yucatán, no México, atingido pelo Furacão Milton nos dias 7 e 8 de outubro, não houve registro de vítimas.

    Para emergências envolvendo cidadãos brasileiros, os telefones de plantão dos consulados na região são os seguintes:

    — news —

  • Mato Grosso cria sala de situação para enfrentar emergências climáticas e proteger a saúde

    Mato Grosso cria sala de situação para enfrentar emergências climáticas e proteger a saúde

    Diante da intensificação de eventos climáticos extremos, como as devastadoras queimadas que assolaram o estado em 2024, Mato Grosso deu um passo importante para proteger a saúde da população.

    A Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT) instituiu a “Sala de Situação em Saúde para o enfrentamento das Mudanças Climáticas”, um mecanismo que visa prevenir e responder a emergências sanitárias causadas por eventos como queimadas, enchentes e escassez de água.

    A medida, publicada na portaria nº 0666/2024, leva em consideração a gravidade da situação, com 148 eventos de incêndios florestais registrados em 141 municípios mato-grossenses apenas no mês de agosto.

    A exposição prolongada à fumaça e aos poluentes gerados pelas queimadas aumenta o risco de agravos respiratórios e cardiovasculares, especialmente em grupos vulneráveis como crianças, idosos e gestantes.

    “A Sala de Situação será fundamental para monitorar a situação epidemiológica e coordenar as ações de resposta às emergências climáticas”, afirma o secretário de Estado de Saúde, Juliano Melo. A iniciativa também busca fortalecer a vigilância em saúde ambiental e garantir o acesso da população aos serviços de saúde em momentos de crise.

  • Você sabia que Mato Grosso pode se tornar inabitável entre 2030 e 2050?

    Você sabia que Mato Grosso pode se tornar inabitável entre 2030 e 2050?

    Se nenhuma medida for tomada, Mato Grosso poderá atingir 50° graus entre os anos 2030 e 2050. Qual será a consequência de tanto calor? Fácil responder esse questionamento, ficaria praticamente impossível a vida em um lugar tão quente e seco.

    A pesquisadora Ana Paula Paes, durante o I Seminário de Mudanças Climáticas em Mato Grosso, pintou um quadro sombrio do futuro do estado. Ana Paula, que é especialista em clima alertou para as consequências do aquecimento global e da falta de ações para mitigar seus efeitos.

    A intensificação das ondas de calor é evidente. Só neste ano, o Brasil já registrou oito episódios, com temperaturas em Mato Grosso chegando a superar em 10 graus a média histórica.

    Essa realidade é facilmente percebida ao compararmos o calor deste setembro com o do ano passado: enquanto em 2023 tivemos apenas alguns dias muito quentes, neste ano a sensação de calor excessivo é praticamente constante, demonstrando o agravamento da situação.

     Como o calor afetará as pessoas em Mato Grosso?

    Onda de calor extrema ameaça cidades de Mato Grosso durante a Primavera

    Impactos diretos:

    • Ondas de calor mais intensas e frequentes: As temperaturas extremas já são uma realidade em Mato Grosso, e as projeções indicam que essa situação se agravará, com impactos na saúde, na agricultura e na economia.
    • Secas prolongadas: A redução das chuvas e o aumento da evapotranspiração levarão a períodos de seca mais longos e intensos, afetando os recursos hídricos, a agricultura e a produção de energia.
    • Eventos extremos: Aumento da frequência e intensidade de eventos extremos como tempestades, granizos e vendavais, causando danos à infraestrutura e à produção agrícola.
    • Problemas de saúde: O aumento das temperaturas e a poluição do ar podem agravar problemas respiratórios e cardiovasculares, além de aumentar o risco de doenças transmitidas por vetores, como a dengue.

    Impactos indiretos:

    • Perdas na agricultura: A agricultura, um dos pilares da economia mato-grossense, será fortemente impactada pelas mudanças climáticas, com redução da produtividade, aumento de pragas e doenças e perda de áreas cultiváveis.
    • Escassez de água: A redução dos recursos hídricos afetará o abastecimento humano, a irrigação agrícola e a geração de energia hidrelétrica.
    • Migrações: A intensificação dos problemas causados pelas mudanças climáticas pode levar à migração de populações para outras regiões em busca de melhores condições de vida.
    • Perdas na biodiversidade: As mudanças climáticas e os eventos extremos ameaçam a biodiversidade do estado, com a perda de espécies e a alteração dos ecossistemas.

    Setores mais vulneráveis:

    • Agricultores: Serão os mais afetados pela redução da produtividade e pela incerteza climática.
    • População de baixa renda: Sofrerá mais com os impactos na saúde, na segurança alimentar e no acesso à água potável.
    • Comunidades tradicionais: Indígenas e quilombolas, que dependem diretamente dos recursos naturais, serão especialmente vulneráveis.

    As mudanças climáticas representam um grande desafio para Mato Grosso, exigindo ações urgentes e coordenadas para minimizar seus impactos e garantir um futuro mais sustentável para o estado.

  • Mato Grosso enfrenta colapso climático com temperaturas que poderão alcançar 50° graus

    Mato Grosso enfrenta colapso climático com temperaturas que poderão alcançar 50° graus

    O futuro de Mato Grosso está em risco. Um estudo apresentado no I Seminário de Mudanças Climáticas do estado revelou que a região pode enfrentar temperaturas de até 50°C nas próximas décadas, transformando vastas áreas em zonas inabitáveis.

    A pesquisadora Ana Paula Paes, especialista em clima e doutora pelo INPE, alertou para a gravidade da situação. Segundo ela, o aquecimento global está avançando a passos acelerados, e o Centro-Oeste é uma das regiões mais vulneráveis.

    As consequências do calor extremo já são sentidas no dia a dia dos mato-grossenses. As ondas de calor, cada vez mais frequentes e intensas, estão elevando as contas de energia, prejudicando a saúde da população e causando danos à agricultura. A falta de chuvas e o aumento da demanda por energia para refrigeração têm sobrecarregado o sistema elétrico, resultando em um aumento significativo nos custos para os consumidores.

    Além dos impactos ambientais e econômicos, o calor extremo também representa um risco à saúde da população. Ondas de calor prolongadas podem causar doenças respiratórias, desidratação e até mesmo a morte.

    Para enfrentar essa crise, é urgente a adoção de medidas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A pesquisadora Ana Paula Paes defende a necessidade de investir em fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica, e em tecnologias mais eficientes para reduzir o consumo de energia.

    A realização do I Seminário de Mudanças Climáticas em Mato Grosso é um passo importante para conscientizar a população e os governantes sobre a gravidade da situação e a necessidade de agir de forma urgente. A sociedade como um todo precisa se engajar nessa luta, buscando soluções inovadoras e sustentáveis para garantir um futuro melhor para as próximas gerações.

    Consequências do calor extremo em Mato Grosso

    Alair Ribeiro/TJMT
    Foto: Alair Ribeiro/TJMT

    O calor extremo que tem assolado Mato Grosso nos últimos anos traz consigo uma série de consequências graves para o estado, afetando diversos aspectos da vida da população e do meio ambiente.

    Impactos ambientais:

    • Secas prolongadas: O calor intenso intensifica a evaporação da água, levando a secas mais prolongadas e severas, afetando os recursos hídricos e a agricultura.
    • Incêndios florestais: As altas temperaturas e a baixa umidade do ar aumentam o risco de incêndios florestais, que devastam grandes áreas de vegetação, causando perda de biodiversidade e liberando gases do efeito estufa.
    • Degradação do solo: O calor excessivo pode levar à degradação do solo, tornando-o menos fértil e mais suscetível à erosão.

    Impactos sociais e econômicos:

    • Problemas de saúde: O calor extremo pode causar doenças relacionadas ao calor, como insolação, desidratação e doenças respiratórias. Grupos vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas, são os mais afetados.
    • Aumento da demanda por energia: O uso de ar condicionado e ventiladores para aliviar o calor aumenta a demanda por energia, o que pode levar a sobrecarga na rede elétrica e aumentos nas contas de luz.
    • Perdas na agricultura: A agricultura é um dos setores mais afetados pelo calor extremo, com redução da produção de alimentos, aumento de pragas e doenças nas lavouras, e elevação dos custos de produção.
    • Migrações: A intensificação dos problemas causados pelo calor pode levar à migração de populações para regiões com clima mais ameno em busca de melhores condições de vida.

    Impactos na economia:

    • Aumento dos custos de produção: As empresas precisam investir em medidas para proteger seus funcionários do calor, como a instalação de sistemas de refrigeração, o que aumenta os custos de produção.
    • Redução da produtividade: O calor excessivo pode reduzir a produtividade dos trabalhadores em diversos setores da economia.
    • Perdas no turismo: A imagem de um estado com temperaturas extremas pode afetar negativamente o turismo, reduzindo o número de visitantes e impactando a economia local.
  • Mato Grosso se prepara para nova onda de calor com temperaturas acima de 40°C

    Mato Grosso se prepara para nova onda de calor com temperaturas acima de 40°C

    Após um breve período de alívio proporcionado pelas chuvas, os moradores de Mato Grosso se preparam para enfrentar mais uma onda de calor intenso. A partir desta segunda-feira (30), as temperaturas em Cuiabá devem subir para entre 40°C e 42°C, segundo a Climatempo.

    O calor extremo e a baixa umidade do ar podem causar diversos problemas de saúde, como desidratação, insolação e problemas respiratórios. As autoridades de saúde recomendam que a população tome cuidados como evitar exposição ao sol nos horários de pico, beber bastante água e usar roupas leves.

    A ocorrência de várias ondas de calor em um curto período de tempo é um fenômeno cada vez mais comum no Brasil, e está diretamente relacionado às mudanças climáticas. O aumento das temperaturas médias e a redução das chuvas contribuem para a intensificação desses eventos extremos.

    Além dos impactos na saúde da população, o calor excessivo também pode causar danos à agricultura, aumentar o risco de incêndios florestais e afetar a qualidade do ar.

    Diante da previsão de altas temperaturas, as autoridades de Mato Grosso devem intensificar as ações de prevenção e combate aos efeitos do calor. É fundamental garantir o acesso da população à água potável, ampliar a oferta de atendimento médico e intensificar as campanhas de conscientização sobre os riscos do calor extremo.