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  • Lula escolhe André Corrêa do Lago para presidência da COP30

    Lula escolhe André Corrêa do Lago para presidência da COP30

    O embaixador André Aranha Corrêa do Lago será o presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), prevista para ocorrer em novembro, em Belém (PA).

    Ele é o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores e terá a missão de conduzir as negociações para o acordo global sobre o tema.

    A secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Ana Toni, será a diretora executiva da COP30.

    O anúncio foi feito pelas ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e das Relações Exteriores substituta, Maria Laura da Rocha, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.

    “Essas duas posições são fundamentais e estratégicas na parte de conteúdo, negociação e liderança de todo o processo da COP”, disse Marina. Já as questões de logística e infraestrutura estão a cargo da Casa Civil da Presidência da República.

    Brasília (DF), 21/01/2025 - O presidente da COP30, André Corrêa do Lago fala com jornalistas após reunião com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. Foto: José Cruz/Agência Brasil

    Presidente da COP30, André Corrêa do Lago fala com jornalistas após reunião com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto – José Cruz/Agência Brasil

    Corrêa do Lago tem experiência em temas de meio ambiente, desenvolvimento sustentável e mudança do clima e foi o negociador-chefe do Brasil em fóruns internacionais sobre o tema entre 2011 e 2013 e em 2023 e 2024.

    Ana Toni tem longa trajetória direcionada ao fomento de projetos e políticas públicas voltadas à justiça social, meio ambiente e mudança do clima.

    Os dois integraram ativamente a delegação oficial brasileira da COP29, realizada em novembro de 2024, em Baku, no Azerbaijão.

    Em entrevista à imprensa, o embaixador agradeceu a confiança do presidente Lula e disse que o Brasil pode ter um “papel incrível” na COP deste ano, que, segundo ele, será construída com diversos atores – governo, sociedade civil e empresariado.

    Corrêa do Lago garantiu que a participação das populações da Amazônia, onde ocorrerá a conferência, é “absolutamente essencial”:

    “A COP tem várias dimensões, ela vai ter uma imensa dimensão para o próprio Brasil, como a RIO-92 [Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992] teve um impacto muito grande sobre a maneira como o brasileiro percebeu a mudança do clima, percebeu o meio ambiente, percebeu a biodiversidade. Então tem uma dimensão nacional extremamente importante.”

    “Durante esse período preparatório nós vamos ter muito diálogo com a sociedade civil porque é essencial que eles estejam envolvidos no processo. Porque, como na RIO-92 são as populações que tem que acreditar nessa agenda [de combate à mudanças do clima] e que tem que contribuir para que essa agenda dê certo”, acrescentou o embaixador.

    Embora a presidência formal da COP permaneça sob a responsabilidade do Azerbaijão até a abertura oficial do evento em novembro, caberá desde já ao Brasil, como presidência designada, liderar os esforços para o êxito das negociações, promovendo o diálogo entre países e demais partes interessadas.

    Brasília (DF), 21/01/2025 - O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva juntamente com a ministra do meio ambiente Marina Silva e o ministro da Casa Civil Rui Costa, durante reunião para tratar sobre questões ambientais e definir o presidente da COP30, André Corrêa do Lago. Foto: José Cruz/Agência Brasil

    Presidente Lula juntamente com a ministra do meio ambiente Marina Silva e o ministro da Casa Civil Rui Costa, com o presidente da COP, André Correia do Lago, e a diretora-executiva da COP30, Ana Toni – José Cruz/Agência Brasil

    Estados Unidos

    Corrêa do Lago foi questionado sobre o esvaziamento da COP30 com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, tratado internacional adotado em 2015 sobre mitigação, adaptação e financiamento do combate às mudanças climáticas.

    Ele esclareceu que o país norte-americano deixou o acordo, mas continua signatário da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima.

    “Há vários canais que permanecem abertos, mas não há a menor dúvida de que é um anúncio político de muito impacto”, disse Lago sobre a decisão do novo presidente do Estados Unidos, Donald Trump.

    “Os Estados Unidos é um ator essencial, porque não só é a maior economia, mas é também um dos maiores emissores [de gases de efeito estufa], um dos países que têm trazido respostas à mudança do clima, com tecnologia. Os Estados Unidos têm empresas extraordinárias e também têm vários estados americanos, cidades americanas que estão muito envolvidos nesse debate”, explicou.

    “Estamos todos ainda analisando as decisões do presidente Trump, mas não há a menor dúvida de que terá um impacto significativo na preparação da COP e na maneira como nós vamos ter que lidar com o fato de um país tão importante estar se desligando desse processo”, complementou.

  • Fundo Clima terá até R$ 15 bilhões em parcerias com BID e Banco Mundial

    Fundo Clima terá até R$ 15 bilhões em parcerias com BID e Banco Mundial

    O Governo Federal anunciou nesta segunda-feira (26/02) em São Paulo parcerias com o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para impulsionar investimentos externos em projetos de baixo carbono no Brasil. A expectativa é que o país receba até US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões) para combater os efeitos da emergência climática e acelerar a transformação ecológica.

    O anúncio antecedeu a reunião de ministros de Finanças do G20 e teve a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e do secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, Rogério Ceron. Também participaram das assinaturas o presidente do BID, Ilan Goldfajn, o vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina, Carlos Felipe Jaramillo, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

    O BID anunciou linha de crédito de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões) e apoio técnico no âmbito do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, o Fundo Clima. Já o Banco Mundial estuda alocação de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) no Fundo Clima, com foco em florestas, cidades verdes e resilientes, e gestão de resíduos sólidos.

    O BID assinou documento com os ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) para facilitar a entrada de recursos externos e protegê-los da volatilidade do câmbio. O objetivo é oferecer soluções financeiras inovadoras e crédito para incentivar investimentos, além de proteção cambial a projetos do setor privado que promovam a transformação ecológica e práticas e tecnologias sustentáveis.

    “O MMA atua nos dois eixos estratégicos do desenvolvimento sustentável: o enfrentamento dos crimes contra o patrimônio natural do nosso país e a criação de um novo ciclo de prosperidade econômica e social. O evento de hoje com o BID e o Banco Mundial representa mais um passo concreto na construção de uma economia de base sustentável que ajude a combater a desigualdade”, disse a ministra Marina Silva.

    O Fundo Clima foi retomado em 2023 com o aporte de R$ 630 milhões para financiar projetos de mitigação e adaptação à crise climática. Este ano, estão garantidos pelo menos R$ 10,4 bilhões com a emissão de títulos verdes pelo governo federal. O Fundo Clima é coordenado pelo MMA, e sua modalidade reembolsável é gerida pelo BNDES.

    “Precisamos mudar o patamar de financiamento para enfrentar os impactos da mudança climática. As inovações financeiras que o governo do Brasil e o BID estão impulsionando têm o potencial de ampliar o nível de investimentos verdes. Este programa vai ajudar o Brasil em sua jornada para a transformação ecológica e fortalecer uma economia mais resiliente, sustentável e próspera”, disse o presidente do BID.

    O Banco Mundial e os dois ministérios assinaram documento para impulsionar soluções técnicas e financeiras dos principais instrumentos de resiliência climática do Brasil, o Fundo Clima e o Plano de Transformação Ecológica. O Banco Mundial estuda a alocação de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) no Fundo Clima.

    “O programa do Grupo Banco Mundial no Brasil está bem alinhado com o Plano de Transformação Ecológica e o Fundo Clima. Este memorando de entendimento visa apoiar sua implementação, ao ampliar projetos cujo foco seja a redução de emissões e o incentivo à economia verde, alavancando, assim, o setor privado, as Parcerias Público-Privadas e os mercados de carbono. Ajudar países como o Brasil a desenvolver seu potencial verde é uma prioridade para o Grupo Banco Mundial”, disse o vice-presidente Carlos Felipe Jaramillo.

    O Plano de Transformação Ecológica é coordenado pelo Ministério da Fazenda. A iniciativa posicionará o Brasil no centro da economia verde, baseada no desenvolvimento sustentável e no combate à desigualdade. Medidas do plano incluem um mercado regulado de carbono, a taxonomia sustentável e o desenvolvimento da bioeconomia.

    Por: Ministério do Meio Ambiente (MMA)

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