Tag: Morte do Papa Francisco

  • Túmulo do papa foi feito com pedra da região de seus avós, na Itália

    Túmulo do papa foi feito com pedra da região de seus avós, na Itália

    O túmulo do papa será, por escolha dele, simples. Sem adornos ou as extravagâncias imagináveis para um chefe de Estado ou um grande líder religioso. Apenas a inscrição “Franciscus” e a reprodução de uma cruz ao centro. Mas um detalhe dá o caráter pessoal e especial ao local do repouso final do corpo do carismático chefe da igreja católica: o túmulo foi construído com uma pedra extraída da região da Ligúria, na Itália. Foi lá que nasceu seu bisavô.

    Antes de se tornar o primeiro papa a adotar o nome Francisco, ele era Jorge Mario Bergoglio, nascido em Buenos Aires, Argentina. Mas suas origens remetem à pequena Cogorno, uma comuna na região metropolitana de Gênova, localizada na região da Ligúria, no noroeste da Itália. Vincenzo Girolamo Sivori nasceu em Cogorno, em 1850, casou-se com Caterina Sturla, também italiana, mas foi construir família em Buenos Aires. Um de seus filhos, Francisco Sivori Sturla, seria o avô do primeiro papa sul-americano.

    Francisco teve seu primeiro contato com os parentes distantes em 2017. Foi em Gênova que encontrou sua prima, Angela Sivori. Aos 87 anos, ela pode conhecer pessoalmente seu primo vindo da Argentina e já consagrado como líder dos católicos de todo o mundo. “Finalmente conheço os Sivori!”, exclamou o papa Francisco na ocasião, apertando as mãos dos parentes. “Fizemos fila, sete de nós. E ele nos recebeu como um primo vindo do ‘fim do mundo’”, lembrou Cristina Cogorno, filha de Angela.

    Funeral

    Teve início neste sábado (26) a Missa de Exéquias, que marca o primeiro dia do Novendiali – nove dias de luto e orações em honra ao pontífice. A celebração eucarística acontece no átrio da Basílica de São Pedro. Ao final, ocorrem os ritos da Última Commendatio e da Valedictio, despedidas solenes que marcam o encerramento das exéquias.

    Os nove dias de celebrações eucarísticas em sufrágio do pontífice morto serão marcados por missas no período que se inicia este sábado e segue até 4 de maio, sempre às 17h (horário local), na Basílica de São Pedro, com exceção da Missa da Divina Misericórdia, que será neste domingo (27), às 10h30 (horário local), na Praça de São Pedro.

    O corpo do papa ficou exposto na Basílica de São Pedro por 3 dias, para que milhares de pessoas pudessem dar seu adeus a Francisco. Na noite de sexta-feira (25), o caixão de madeira e zinco foi selado e colocado no átrio da Basílica, em frente ao altar.

    * com informações do Vatican News

  • Chefes dos Três Poderes destacam legado do papa Francisco

    Chefes dos Três Poderes destacam legado do papa Francisco

    Os chefes dos Três Poderes se manifestaram nesta segunda-feira (21) sobre a morte do papa Francisco, ocorrida na manhã de desta segunda-feira (21), no Vaticano, em Roma. Nascido na Argentina, Jorge Mario Bergoglio, faleceu, às 7h35 (hora local), aos 88 anos.

    Pelas redes sociais, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), disse que recebeu a notícia do falecimento com muita tristeza.

    “É com profunda tristeza que recebo a notícia do falecimento de Sua Santidade, o papa Francisco. O Congresso Nacional do Brasil une-se em solidariedade à comunidade católica em todo o mundo, à Santa Sé e a todos aqueles que tiveram suas vidas tocadas pelo papado de Francisco”, comentou.

    O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o papa Francisco ficará na história pela sua trajetória de favorecimento ao diálogo e à inclusão.

    “Foi o papa que abriu a Igreja e a colocou no século 21. Um líder que ficará na história pela força dos seus gestos. Eu e minha família seguiremos em oração por este líder que foi símbolo de esperança e justiça”, declarou.

    O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o papa será reconhecido pelas suas virtudes de compaixão, tolerância, amor e paz.

    “O papa Francisco encarnou essas virtudes como poucas lideranças nos dias de hoje. E a elas acrescentou o carisma e a empatia. A compreensão em lugar dos dogmas. Num tempo em que há muita escuridão, foi uma luz iluminando a humanidade. A história o reconhecerá como um dos maiores”, afirmou Barroso.

    Lula

    Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de sete dias em homenagem ao Papa Francisco. Por meio de nota, o presidente destacou o legado do pontífice argentino e lamentou profundamente a perda de uma “voz de respeito e acolhimento ao próximo”.

    “Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o Papa buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia”, completou Lula.

    A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também se pronunciou e afirmou que se despede do papa “com o coração apertado”.

    “[O papa] liderou a Igreja com coragem, humildade e amor pelos que mais sofrem. Sua fé caminhava junto com a justiça, resgatando a esperança ao redor do mundo. Seus ensinamentos e posições permanecerão entre nós. Siga em paz Francisco”, disse.

  • Brasilienses homenageiam papa Francisco nos 65 anos da capital

    Brasilienses homenageiam papa Francisco nos 65 anos da capital

    A tradicional missa celebrada na Catedral de Brasília em todos os aniversários da capital do país, que completou 65 anos nesta segunda-feira (21), foi marcada pela homenagem ao papa Francisco.

    No altar da Catedral, uma grande foto do primeiro Bispo de Roma latino-americano em 2 mil anos de história marcou a missa, onde também foi exposta a cruz usada na Primeira Missa do Brasil, em 1500.

    A estudante de direito Maria Eduarda Monteiro Dourado, de 18 anos de idade, disse que foi um susto a notícia da morte do papa e relembrou seus ensinamentos para a juventude.

    “Ele foi uma pessoa muito humilde e falava sobre a caridade com seu acolhimento aos pobres. Ele falava muito sobre a juventude dentro da Igreja, e eu acho que o meu papel como jovem é olhar para ele como uma inspiração”, disse a moradora de Riacho Fundo 2, uma das regiões administrativas de Brasília.

    Maria Eduarda diz ser apaixonada pela capital, apesar de citar a insegurança “em algumas regiões da cidade”.

    “Vou para o Rio de Janeiro, para Goiás, e percebo que aqui nós somos únicos. Me sinto muito acolhida de morar aqui, independentemente de ser Plano Piloto ou região administrativa”, disse.

    O Plano Piloto é a região central de Brasília com o metro quadrado mais valorizado se comparado com as outras regiões.

    Tristeza

    O médico Victor Wichrowski, de 35 anos de idade, carregava uma imagem do papa Francisco na missa dos 65 anos de Brasília. Ele disse que também recebeu a notícia da morte do líder da Igreja Católica com um misto de tristeza e alegria.

    “Ele foi um ótimo pastor para a nossa Igreja. Dá aquela saudade ao mesmo tempo que dá confiança de que realmente ele pode descansar em paz, que fez um trabalho muito bonito”, explicou o brasiliense.

    Brasília (DF) 21/04/2025 O arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo César, celebra missa pelo aniversário de 65 anos de Brasília e em sufrágio ao Papa Francisco. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
    Médico Victor Wichrowski recebeu a notícia da morte do líder da Igreja Católica com um misto de tristeza e alegria – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

    Victor avalia que o papa Francisco trabalhou para incluir todos na Igreja Católica, independente das diferenças, além de destacar o cuidado com o meio ambiente e denunciar as guerras em curso.

    Para o morador do Distrito Federal, é possível trazer os ensinamentos de Francisco para o cotidiano da cidade.

    “A defesa do diálogo, de buscar uma unidade, é a lição maior que Francisco deixa para nós. Como Brasília é uma cidade, digamos, à frente do seu tempo, acho que o papa Francisco também esteve à frente do seu tempo”, disse Victor.

    A primeira mulher a comandar o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), coronel Mônica de Mesquita Miranda, compareceu à missa especial neste 21 de abril. Natural de Brasília, Miranda comentou os ensinamentos deixados pelo Papa.

    “A humildade e a caridade foram as marcas do papa. A premissa dele era a fé, era o evangelizar, não as coisas materiais. E Brasília é uma cidade que já vem abençoada porque ela foi uma previsão de Dom Bosco. Brasília aglomera todos. Brasília é Brasil. A cidade tem a cara do Norte, do Sul, tem o aspecto do Sudeste. Brasília é esse aglomerado de pessoas”.

    Povos Indígenas

    A missa para celebrar os 65 anos de Brasília contou ainda com presença de indígenas católicos, que destacaram o papel do papa Francisco na defesa do meio ambiente.

    A pataxó Wilza Neves Silva, de 40 anos de idade, lembrou que foram seus ancestrais os que assistiram a primeira missa do Brasil, em 1500, e que sente muito a morte do papa Francisco pela defesa que ele fez da preservação da natureza.

    “Ele valorizava muito a forma de manejo da terra, da água, das florestas, que nós povos indígenas praticamos. É uma perda profunda de uma pessoa com essa mentalidade, com esse conceito de sustentabilidade, de ecologia integral. Ele se conectou com a pauta indígena”, comentou.

    Wilza participou da comitiva que buscou, em Portugal, a cruz usada na primeira missa do Brasil, em 26 de abril de 1500, em Porto Seguro, na Bahia. A cruz foi exposta nesta segunda-feira em Brasília e tem peregrinado por várias cidades do país.

    Órfãos

    Brasília (DF) 21/04/2025 O arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo César, celebra missa pelo aniversário de 65 anos de Brasília e em sufrágio ao Papa Francisco. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
    Arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo César, celebra missa pelo aniversário de 65 anos da cidade – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

    O cardeal da Arquidiocese de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, celebrou a missa em homenagem aos 65 anos da capital federal, destacando que o papa Francisco foi um pai para a Igreja, que deixou grande legado e que o sentimento é de orfandade.

    Dom Paulo lembrou que o papa Francisco deu voz às periferias do mundo, denunciou as guerras e pediu diálogo. Para ele, esse legado deve ser aplicado em Brasília.

    “A nossa amada cidade é chamada a ser, cada vez mais, uma cidade da inclusão. Brasília se tornou uma grande metrópole, e a metrópole traz em si ambiguidades, principalmente nas periferias”, afirmou.

    O cardeal acrescentou que Brasília, se comparada a outras cidades, tem uma boa qualidade de vida.

    “Mas tem também os seus problemas e eles devem ser resolvidos através do diálogo, onde a sociedade e os homens de decisão devem estar juntos para encontrar caminhos de humanização, de integração, onde todos e todas possam se sentir verdadeiramente cidadãos dessa cidade”, completou.