Tag: Morador de Rua

  • Em dia de luta, defensores públicos atendem pessoas em situação de rua

    Em dia de luta, defensores públicos atendem pessoas em situação de rua

    Defensores públicos saíram de seus escritórios nesta segunda-feira (19) para fazer o atendimento de pessoas em situação de rua, em mutirões montados nas praças e calçadas das grandes cidades, em ao menos 12 estados. Na maioria dos locais, os atendimentos seguem por toda a tarde.

    Em São Paulo, por exemplo, cidade que concentra a maior população de rua no país, foi montado um posto de atendimento na Praça da Sé, onde há exatos 20 anos ocorreu um massacre brutal no qual sete pessoas que dormiam na rua foram assassinadas e outras oito ficaram gravemente feridas. Desde o episódio, o 19 de agosto se tornou Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua.

    A população de rua vem aumentando ano a ano no Brasil. Um levantamento feito pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/Polos-UFMG) e divulgado em julho, contabilizou 300 mil pessoas vivendo nas ruas do país. Em dezembro de 2023, esse total era de 242.756 pessoas.

    Segundo o estudo, uma em cada três dessas pessoas vive em situação de rua no estado de São Paulo, somando 126.112. Só na capital paulista, que lidera o ranking de capitais, há 80.369 pessoas nessa condição.

    Demandas

    Aos defensores, as pessoas que foram morar nas ruas levam uma gama variada de demandas, como conflitos de família, análise de processos criminais, busca por acesso a políticas públicas de assistência social e moradia e denúncias de violação de direitos, entre outras.

    “Tem muita gente que está sem nenhum documento e vem procurar ajuda para conseguir emitir uma certidão de nascimento, por exemplo”, disse a defensora Fernanda Balera, subcoordenadora da Comissão Temática de População em Situação de Rua da Associação Nacional de Defensoras e Defensores Públicos (Anadep).

    Por não ter endereço, muitos em situação de rua têm dificuldade para se beneficiar de programas sociais. Segundo Balera, a defensoria busca superar essa dificuldade auxiliando no acesso a políticas de moradia, por exemplo. “As demandas não ficam aqui no dia, a defensoria leva cada uma adiante e mantém plantões permanentes de atendimento ao longo do ano”, explica a defensora.

    Os mutirões ocorrem em Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins. Em outros estados estão sendo promovidas atividades de educação em direitos, que englobam distribuição de cartilhas no Centro Pop – espaço de referência voltado para a população em situação de rua -, palestras, oficinas e cursos populares.

    “Precisamos estar nas ruas atendendo a população em situação de rua, garantir moradia. Precisamos garantir uma vida digna a essas pessoas. Por isso, a importância das defensoras e defensores públicos em diversos estados do Brasil estarem na rua”, disse à Agência Brasil a presidente nacional da Anadep, Rivana Ricarte.

    “Ao desenvolvermos atividades em prol da visibilidade e da defesa dos direitos da população em situação de rua, mostramos que a Defensoria Pública está ao lado das pessoas em situação de vulnerabilidade”, disse.

    Ação

    Em julho de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou uma liminar (decisão provisória) do ministro Alexandre de Moraes, na qual determina que os governos federal, estaduais e municipais tomem providências para implementar a Política Nacional para a População de Rua, criada em 2009, mas que em mais de uma década teve a adesão de apenas cinco estados e 15 municípios.

    Na mesma decisão, os ministros do Supremo proibiram o recolhimento forçado de bens e pertences, a remoção e o transporte compulsório de pessoas em situação de rua e o emprego de técnicas de arquitetura hostil contra essa população.

    A liminar foi concedida na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental 976 (ADPF), aberta pelos partidos PSOL e Rede Sustentabilidade, junto com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Eles alegaram a “existência de um estado de coisas inconstitucional” relacionado à população de rua, diante omissões estruturais dos poderes Executivo e Legislativo nas três esferas de governo.

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  • Policial procurado por homicídios de moradores de rua se apresenta à Polícia Civil

    Policial procurado por homicídios de moradores de rua se apresenta à Polícia Civil

    A Polícia Civil informa que o policial militar investigado pelos homicídios ocorridos nesta semana, em Rondonópolis, se apresentou na tarde desta sexta-feira (29.12), na sede da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa do município.

    Contra ele será cumprido o mandado de prisão temporária expedido pela juíza Maria Mazarelo Farias Pinto, com base na representação da Polícia Civil no inquérito que investiga dois homicídios consumados e duas tentativas de homicídio contra quatro pessoas em situação de rua. Os crimes ocorreram na madrugada da última quarta-feira (27).

    O outro militar apontado também como autor teve o mandado de prisão cumprido na manhã desta sexta-feira, no batalhão onde está lotado, em Rondonópolis. Ele foi encaminhado no período da tarde para a realização de exame de corpo de delito.

    No início da tarde desta sexta-feira, o veículo utilizado no crime foi localizado em um pátio de uma transportadora no Distrito Industrial de Rondonópolis. Uma equipe da Polícia Civil foi ao local para cumprir o mandado de busca e apreensão. A perícia da Politec também foi acionada para a coleta de evidências no veículo.

    Os dois investigados ainda serão interrogados pelo delegado Thiago Garcia, que está respondendo pela Delegacia de Homicídios.

    A Polícia Civil reunirá ainda à investigação as informações dos laudos periciais de confronto balístico, de local de crime e também o do veículo.

    Entenda o caso

    No dia 27 de dezembro, última quarta-feira, dois moradores em situação de rua foram mortos por dois homens em uma caminhonete de luxo. Eles estavam deitados na calçada quando foram alvejados. Outras duas pessoas também ficaram feridas. O crime ocorreu na frente do Centro de Atendimento à População em situação de rua.

    Assim que foram informados dos crimes, a PJC iniciou o processo de investigação que culminou com a identificação dos suspeitos. A polícia foi informada que um homem havia dado entrada em um Hospital com um tiro no pé. Ao chegar no local, os dois suspeitos estavam na unidade de saúde e informaram que foi um tiro acidental, que o próprio policial do Bope disparou em si mesmo.

    A partir desse momento, os investigadores começaram a checar as informações e descobriram a participação dos mesmos nos homicídios. Em menos de 24 horas, o caso já estava elucidado pelas autoridades com o pedido de prisão dos envolvidos.

  • SP: mutirão oferece apoio jurídico para pessoas em situação de rua 

    SP: mutirão oferece apoio jurídico para pessoas em situação de rua 

    Instituições públicas federais, estaduais e municipais, em parceria com organizações da sociedade civil, fazem hoje (15) um mutirão para oferecer serviços a pessoas em situação vulnerável na Praça da Sé, centro da capital paulista. Será oferecida assistência jurídica, atendimento em saúde e emissão de documentos. A ação também ocorre amanhã (16) e na quinta-feira (17), das 10h às 15h.

    Entre as instituições presentes estão as defensorias públicas, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Ministério Público Federal, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), a Cruz Vermelha, a prefeitura de São Paulo e o governo estadual.

    Serão atualizados e feitos cadastros em programas sociais e requerimento de benefícios do INSS. As pessoas também poderão fazer testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite, se vacinar contra a covid-19, além de receber orientações sobre diabetes, tuberculose, álcool e drogas e saúde bucal. Haverá ainda a disponibilidade de corte de cabelo e maquiagem.

    O foco é atender pessoas em situação de rua. Segundo o último censo da prefeitura, há 31,8 mil pessoas que dormem nas calçadas ou nos abrigos da capital paulista.

    Edição: Graça Adjuto