Tag: Monitor do Fogo

  • Brasil reduz 70% da área queimada no primeiro trimestre de 2025

    Brasil reduz 70% da área queimada no primeiro trimestre de 2025

    Nos três primeiros meses de 2025, a extensão de todas as áreas atingidas por queimadas no país somou 912,9 mil hectares. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 2,1 milhões de hectares, houve uma redução de 70% no território nacional atingido pelo fogo.

    Do total das áreas queimadas 78% são de vegetação nativa, sendo que 43% do que foi consumido pelo fogo eram de formação campestre.

    Entre os estados brasileiros, Roraima foi o que mais queimou nesses três meses, somando 415,7 mil hectares. O Pará foi o segundo mais atingido, com 208,6 mil hectares queimados e o Maranhão perdeu 123,8 mil hectares para o fogo, sendo o terceiro na lista. Entre as cidades, Pacaraima e Normandia, ambas em Roraima, foram as mais afetadas, com 121,5 mil e 119,1 mil hectares, respectivamente.

    Segundo o pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) Felipe Martenexen, Roraima vivencia sua estação seca no início do ano, o que torna o estado particularmente vulnerável às queimadas nesse período. “Os dados do primeiro trimestre de 2025 refletem essa sazonalidade climática, com Roraima despontando como o principal foco de fogo no país”, explica

    Os números foram divulgados nesta quarta-feira (16) e são do Monitor do Fogo, uma ferramenta do MapBiomas que utiliza imagens de satélite para mapear cicatrizes de fogo em todo o país.

    “A ocorrência do período de chuvas contribui para essa diminuição das queimadas. No entanto, o Cerrado se destacou com a maior área queimada no primeiro trimestre em comparação aos últimos anos, o que reforça a necessidade de estratégias específicas de prevenção e combate ao fogo de cada bioma”, alerta a pesquisadora do Mapbiomas Fogo, Vera Arruda.

    Biomas

    Entre janeiro e março de 2025, o Cerrado teve aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior, Foram 91,7 mil hectares queimados, ficando 106% acima da média histórica desde 2019.

    Também cresceram em área atingida pelo fogo a Mata Atlântica e o Pampa. Em relação a 2024, as áreas queimadas aumentaram 7% e 1,4%, respectivamente. Enquanto a Mata Atlântica teve 18,8 mil hectares atingidos, o Pampa teve 6,6 mil hectares queimados.

    A Amazônia, apesar de ter registrado queda de 72% na área queimada em relação aos três primeiros meses de 2024, foi o bioma mais atingido em extensão no mesmo período de 2025. Foram 774 mil hectares queimados, representando 78% do total nacional.

    “É importante entendermos que a estação seca de 2025, que se aproxima, possivelmente ainda será forte, o que pode reverter essa condição de redução” diz a diretora de Ciência do Ipam e coordenadora do Mapbiomas Fogo.

    O Pantanal e a Caatinga também observaram redução nas suas áreas queimadas durante os três primeiros meses de 2025. Eles tiveram, respectivamente, 10,9 e 10 mil hectares atingidos pelo fogo, que representaram reduções de 86% e 8% em relação ao mesmo período de 2024,

    Março

    No último mês do primeiro trimestre deste ano, o fogo alcançou 106,6 mil hectares do país, o equivalente a 10% da área total queimada nos meses analisados. Na comparação com março de 2024, foram 674,9 mil hectares a menos queimados, o que representa redução de 86%.

    Do total no mês, a Amazônia queimou 55,1 mil hectares; o Cerrado, 37,8 mil hectares, a Caatinga 2,2 mil hectares, Mata Atlântica, 9,2 mil hectares, o Pampa 1,5 mil hectares e o Pantanal, 561 hectares.

  • Área queimada no Brasil até novembro quase dobra em relação a 2023

    Área queimada no Brasil até novembro quase dobra em relação a 2023

    A área queimada no Brasil de janeiro a novembro de 2024 quase dobrou em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados divulgados hoje (15) são do Monitor do Fogo, elaborado pelo MapBiomas, rede colaborativa de universidades, ONGs e empresas de tecnologia, focada em monitorar as transformações na cobertura e no uso da terra no Brasil.

    Segundo o levantamento, ao todo, foram queimados no período 29,7 milhões de hectares, um aumento de 90% em relação ao mesmo período de 2023 e a maior extensão dos últimos seis anos. A diferença em relação ao ano passado é 14 milhões de hectares a mais, uma área equivalente ao estado do Amapá.

    Para a coordenadora do Monitor do Fogo do MapBiomas Ane Alencar, o aumento desproporcional da área queimada em 2024, principalmente a área de floresta, acende um alerta sobre a necessidade de controlar o uso do fogo, além de reduzir o desmatamento.

    “Precisamos reduzir e controlar o uso do fogo, principalmente em anos onde as condições climáticas são extremas e podem fazer o que seria uma pequena queimada virar um grande incêndio”, explicou Ane.

    Os dados mostram que 57% da área queimada entre janeiro e novembro no Brasil fica na Amazônia. Na região, 16,9 milhões de hectares foram afetados pelo fogo, com 7,6 milhões de hectares de florestas, incluindo florestas alagáveis. A área ficou à frente da extensão das áreas de pastagem queimadas na Amazônia, que totalizaram 5,59 milhões de hectares.

    O Cerrado foi o segundo segmento mais afetado pelas queimadas. No total foram 9,6 milhões de hectares consumidos pelo fogo. Desse montante, 85%, cerca de 8,2 milhões de hectares, em áreas de vegetação nativa. De acordo com os dados, esse número representa um aumento de 47% em relação à média dos últimos 5 anos.

    O Monitor do Fogo mostra que também houve aumento também no Pantanal, onde a área queimada de janeiro a novembro foi 1,9 milhão de hectares e representou um crescimento de 68% em relação à média dos últimos 5 anos.

    “A área queimada nos demais biomas entre janeiro e novembro deste ano foi: 1 milhão hectares na Mata Atlântica, sendo que 71% da área afetada estava em áreas agropecuárias; 3,3 mil hectares no Pampa; e 297 mil hectares na Caatinga – uma diminuição de 49% em relação ao mesmo período de 2023, com 82% das queimadas concentradas em formações savânicas”, informou o MapBiomas.

    Estados

    O Pará foi o estado que mais queimou nos 11 primeiros meses deste ano, com 6,97 milhões de hectares. Esse total equivale a 23% de toda a área queimada no Brasil e a 41% do que foi queimado na Amazônia entre janeiro e novembro. Na sequência vem Mato Grosso, com 6,8 milhões de hectares. Em terceiro lugar está o Tocantins, onde 2,7 milhões de hectares foram atingidos por queimadas. Juntos, esses três estados totalizaram 56% da área queimada no período no país.

    Entre os municípios São Félix do Xingu (PA) e Corumbá (MS) foram registradas as maiores áreas queimadas entre janeiro e novembro de 2024, com 1,47 milhão de hectares e 837 mil hectares, respectivamente.

    “Em todo o país, o fogo atingiu prioritariamente áreas de vegetação nativa, que representam 73% do total. Um quarto (25%) da área queimada no Brasil foi em florestas. Entre as áreas de uso agropecuário, as pastagens se destacaram, com 6,4 milhões de hectares entre janeiro e novembro de 2024, representando 21% do total nacional”, disse o MapBiomas.

    Os dados sobre queimadas registrados no mês de novembro, apontam que 2,2 milhões de hectares foram queimados no mês passado, uma área equivalente ao estado de Sergipe. O volume corresponde a 7,4% de toda a área queimada no Brasil de janeiro a novembro de 2024.

    A maior concentração foi na Amazônia, com 1,8 milhão de hectares, representando 81% do total queimado no mês. Quase metade (48%) da área queimada em novembro fica no Pará, onde 870 mil hectares foram afetados pelo fogo. O Maranhão, com 477 mil hectares e o Mato Grosso, com 180 mil hectares, são o segundo e o terceiro estados com maior área queimada em novembro.

    “Os três municípios que mais queimaram no Brasil em novembro ficam no Pará: Oriximiná (81 mil hectares), Moju (54 mil hectares) e Nova Esperança do Piriá (50 mil hectares). Em Santarém, foram queimados 10,7 mil hectares em novembro – mais de 277% em relação a outubro deste ano, atingindo 2,8 mil hectares no município. Apesar desse grande crescimento de um mês para o outro, a área queimada em novembro de 2024 está abaixo do mesmo período no ano passado, quando 54,7 mil hectares foram atingidos pelo fogo em Santarém”, aponta o MapBiomas.

    Em relação aos outros biomas, o Cerrado foi o segundo mais atingido, onde 237 mil hectares foram queimados em novembro. Áreas de vegetação nativa representaram 74% desse total, ou 175 mil hectares, principalmente formações savânicas, com 96 mil hectares e formações florestais, com 63 mil hectares.

    No Pantanal, a área atingida pelo fogo em novembro foi 98 mil hectares, 87% em áreas de formação campestre. Na Mata Atlântica, 12,5 mil hectares foram queimados em novembro, principalmente em áreas de várzea (35% ou 4,4 mil hectares).

  • Mato Grosso concentra 21% da área queimada do Brasil, revela o Monitor do Fogo

    Mato Grosso concentra 21% da área queimada do Brasil, revela o Monitor do Fogo

    Mato Grosso se transformou em uma grande e destrutiva fogueira ativa. Queima o Pantanal, o Cerrado, morrem os animais que correm desesperados por causa das chamas e calor que ultrapassa 47°.

    A chuva atrasou, o estado secou e lá se vai a fauna e a flora. E o plantio da soja? Está aí outro grande problema que pode impactar na vida de milhares de pessoas que dependem do sucesso da colheita.

    Sim, Mato Grosso concentra 21% da área queimada do Brasil. O fogo destruiu sem dó nem piedade cerca de 2,3 milhões de hectares (ha), sendo que do total citado anteriormente, 1.716.922 ha, foram queimados somente em agosto de 2024.

    Informações do Monitor do Fogo, mostram também um retrato pernicioso no que diz respeito ao tema em relação ao Brasil, pois no país, 5,65 milhões de hectares foram dizimados pelos incêndios. Bem, os focos não aparecem sozinhos como em um truque de mágica, pois a maior causa é proveniente da ação humana.

    O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade está trabalhando constantemente para prevenir ações humanas inapropriadas em Mato Grosso. Além disso, o Corpo de Bombeiros faz um trabalho diário para sanar o problema em todo o estado.

    Incêndios criminosos em Mato Grosso

    Mato Grosso se transformou em uma grande e destruitiva fogueira ativa.
    FOTO: @CenarioMT

    A Polícia Federal aprofundou as investigações sobre os incêndios florestais em Mato Grosso, suspeitando de uma organização criminosa por trás das queimadas.

    Atualmente, 52 inquéritos buscam identificar os responsáveis por incêndios intencionais, que se alastraram por diversos pontos do país. Através de imagens de satélite, a PF rastreia a origem do fogo e os possíveis autores.

    Essas ações criminosas causam danos irreversíveis ao meio ambiente, à biodiversidade e à saúde da população, além de serem consideradas crime ambiental, sujeito a penas de prisão.

  • Amazônia concentra 90% da área com focos de incêndio no 1º bimestre

    Amazônia concentra 90% da área com focos de incêndio no 1º bimestre

    Durante o primeiro bimestre deste ano, 90% das áreas com queimadas foram concentradas no bioma Amazônia, de acordo com um informe emitido pelo Monitor do Fogo, iniciativa do Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas) em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). O perímetro atingido pelas chamas somou 487 mil hectares, e no primeiro bimestre de 2022 a área se elevou para 654 mil hectares.

    Nos seis biomas do país — Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal –, em 536 mil hectares, houve focos de incêndios. Conforme destaca a pesquisadora Vera Arruda, do Ipam, a área é 28% menor do que a registrada no primeiro bimestre de 2022.

    Segundo a pesquisadora Vera, de modo geral, as chuvas que caracterizam os primeiros meses do ano, no país favorecem a diminuição de incêndios. “Mesmo assim, são muitos hectares queimados, em um período de mais chuva”, afirma a pesquisadora, que integra a equipe responsável pelo Monitor do Fogo.

    Outra particularidade da época é o alto índice de ocorrências em Roraima. O levantamento mostra que as queimadas no estado chegaram a consumir 259 mil hectares, ou seja, 48% do total identificado.

    “Lá tem um tipo de vegetação que se assemelha mais ao Cerrado. Não são só florestas, como na maior parte da Amazônia”, explica Vera. Nos estados de Mato Grosso e do Pará, o fogo atingiu espaços de 90 mil e 70 mil hectares, respectivamente. Juntos, se somados a Roraima, respondem por 79% dos incêndios detectados pela equipe do projeto.

    O Cerrado figura em segundo lugar na lista, com 24 mil hectares atingidos pelo fogo. Perguntada sobre o que a equipe considera uma margem de tolerância quanto aos incêndios, quando se trata do bioma, Vera comenta que, de fato a vegetação se adaptou à presença do fogo.

    A pesquisadora, porém, faz uma observação: “O fogo que acontece, hoje em dia, nos últimos anos, não é mais o fogo que naturalmente ocorreria na vegetação, porque ocorreria mais por presença de raios. Ou seja, mais entre as estações. Mais ou menos, de maio a julho. E a gente vê que, na verdade, o fogo do Cerrado se concentra no auge da estação seca, entre agosto e setembro, que são os meses mais críticos do fogo no Cerrado. A maioria do fogo na vegetação vem de origem antrópica, humana, não é de origem natural.”

    “Além disso, mesmo o fogo que ocorreria de forma natural ocorreria de forma espaçada não queimaria uma mesma área, repetidas vezes. O que a gente vê, com os dados do Monitor, é que a frequência das áreas queimadas no Cerrado também está aumentando. Isso não permite que a vegetação, o ecossistema se recupere”, finaliza.

    Edição: Nádia Franco

  • Mais de 16 milhões de hectares foram queimados no Brasil em 2022

    Mais de 16 milhões de hectares foram queimados no Brasil em 2022

    Mais de 16,3 milhões de hectares foram queimados no Brasil entre janeiro e dezembro de 2022, conforme dados do Monitor do Fogo, divulgados nesta terça-feira (31) pelo MapBiomas, rede de organizações que fazem o monitoramento áreas queimadas no país. Do total, 2,8 milhões de hectares queimados foram de florestas.

    A maior parte das queimadas atingiu vegetação nativa, sendo 25,9% de formações savânicas e 17,1% de florestas.

    A Amazônia foi a mais afetada no ano passado. Quase metade do total de área queimada no país estava no bioma, equivalente a 7,9 milhões de hectares. Da área total queimada no bioma, 70% ocorreram nos meses de agosto, setembro e outubro.

    Em dezembro de 2022, quando não é comum ocorrerem queimadas na Amazônia, o bioma registrou a maior área queimada no país, com 234,7 mil hectares, crescimento de 101% em relação ao mês anterior.

    De acordo com MapBiomas, metade das queimadas na Amazônia ocorreram em pastagens. O fogo é a forma mais rápida e barata para limpar uma área desmatada. A relação é direta, quanto maior a taxa de desmatamento, maior o uso do fogo na região, conforme o MapBiomas.

    O Cerrado aparece como o segundo bioma mais impactado, perdendo apenas para a Amazônia. De toda a área queimada no país, 45% estavam no Cerrado (7,4 milhões de hectares). O montante equivale a um aumento de 18% em relação ao ano anterior.

    Já o Pantanal teve a menor área queimada dos últimos quatros anos: 194 mil hectares. Em 2022, o mês com o maior registro foi setembro, com 64 mil hectares consumidos pelo fogo. A diminuição está relacionada, conforme o MapBiomas, às chuvas que amenizaram a seca no bioma, apesar de a última cheia ter sido registrada em 2018.

    Edição: Maria Claudia