Tag: Ministério do Esporte

  • Ministério do Esporte diz que combate ao racismo é prioridade

    Ministério do Esporte diz que combate ao racismo é prioridade

    O Ministério do Esporte respondeu nessa quinta-feira (20), por meio de nota, aos questionamentos do Ministério Público Federal (MPF) que instaurou um inquérito civil para acompanhar a atuação do estado brasileiro e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no caso de racismo sofrido pelo jogador do Palmeiras, do time sub 20, Luighi Hanri Souza Santos, de 20 anos (foto). No dia 6 deste mês, no estádio Cerro Porteño, em partida contra o Paraguai, ele foi agredido por torcedores paraguaios por gestos que imitavam macaco.

    A nota informa que “o combate ao racismo é pauta prioritária para o Ministério do Esporte, que tem manifestado com veemência o repúdio aos atos e vê com bons olhos a iniciativa do Ministério Público Federal, que está em absoluta sintonia com o posicionamento da pasta no trato dessa questão”, avaliou.

    Em outro trecho, o Ministério do Esporte explicou que “recentemente, levamos ao ar – em nível nacional – por meio de variadas mídias, uma campanha publicitária de caráter educativo cujo tema central foi o combate à violência, em suas mais diversas formas, incluindo o preconceito e o racismo”.

    Os dados resultantes do alcance da campanha “Cadeiras Vazias – um movimento de ocupação pela paz no futebol” demonstram que “o impacto foi extremamente positivo na medida em que houve a adesão de clubes, federações e confederações esportivas, emissoras de rádio e TV, torcidas organizadas, sites especializados e órgãos públicos”.

    O ministério informou ainda, na nota, que propôs mudança na Lei Geral do Esporte diante do crescimento de casos de racismo nos estádios.

    “Além disso, diante do inegável crescimento dos episódios de racismo registrados nos últimos tempos, principalmente nos estádios de futebol, nossa equipe técnica propôs a mudança da Lei Geral do Esporte, criando um requisito que obriga clubes, federações e confederações a adotarem medidas práticas contra os casos de racismo. Quem deixar de atender a este novo requisito ficará impedido de receber recursos públicos federais.”

    Inclusão da Lei Geral do Esporte

    A proposta foi encaminhada à Casa Civil e à Presidência da República. Após a análise nessas duas instâncias deverá ser encaminhada ao Congresso Nacional que decidirá sobre a sua inclusão na Lei Geral do Esporte.

    “É importante observar que a própria Lei Geral do Esporte já considera a existência do crime de racismo, o que assegura aos órgãos competentes a adoção de ações penais sempre que julgar pertinente, diante do registro de um novo caso de racismo”, explicou o Ministério do Esporte.

    Na ação, o Ministério Público Federal enviou ofício ao Ministério do Esporte para que preste informações, no prazo de 10 dias, sobre as medidas públicas que têm adotado ou pretende adotar neste campo. Outro ofício foi encaminhado para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). É para que informe no mesmo prazo as medidas adotadas para prevenir e enfrentar o racismo no futebol.

  • Inscrições para o Programa Bolsa Atleta entram na reta final

    Inscrições para o Programa Bolsa Atleta entram na reta final

    Falta uma semana para terminar o período de inscrições do Bolsa Atleta 2025. Interessados em participar do programa, destinado a atletas de alto desempenho com bons resultados em competições oficiais, devem acessar o Sistema Bolsa-Atleta, apresentar a documentação necessária e preencher o formulário online.

    A expectativa é que a lista com os contemplados para o programa seja publicada entre os dias 22 e 24 abril. Detalhes sobre funcionamento estão descritos no edital do programa, publicado no final de janeiro.

    “Além de estabelecer critérios e procedimentos para concessão do benefício, suspensão e cancelamento de bolsas, o edital lista formas e prazos para a inscrição dos interessados na obtenção e prestação de contas dos recursos financeiros recebidos e dos resultados esportivos propostos e alcançados pelos atletas”, informou o Ministério do Esporte.

    Alto desempenho

    O programa é voltado a atletas de alto desempenho que obtiveram bons resultados em competições nacionais e internacionais nas modalidades previstas no edital, durante as competições realizadas em 2024.

    O ministério destaca que o auxílio benefício pode ser estendido também a atletas gestantes e puérperas; atletas surdos e guias; e auxiliares do esporte paralímpico.

    De acordo com o edital, as categorias são de base, estudantil, nacional, internacional e olímpica – o que inclui paralímpica e surdolímpica (olimpíadas para surdos).

    Segundo o ministério, o programa visa garantir condições mínimas para que os atletas se dediquem – “com exclusividade e tranquilidade” – ao treinamento e a competições locais, sul-americanas, panamericanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas.

  • Ministérios firmam acordo de política para pessoas com deficiência

    Ministérios firmam acordo de política para pessoas com deficiência

    O Ministério da Saúde e o Ministério do Esporte firmaram acordo de cooperação técnica para promover políticas públicas integradas destinadas a pessoas com deficiência, incluindo transtorno do espectro do autismo (TEA).

    Em nota, o Ministério da Saúde informou que a proposta é implementar a prática do paradesporto em centros especializados em reabilitação da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência.

    “A iniciativa busca fortalecer os cuidados intersetoriais, promovendo o intercâmbio de programas, conhecimentos e experiências, além de ampliar a cooperação técnico-científica entre os dois ministérios. O acordo reafirma o compromisso do Brasil com a inclusão social, a promoção dos direitos humanos e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência. A prática esportiva ocupa um lugar central nesse esforço”, diz o Ministério da Saúde.

    O comunicado destaca ainda outras frentes para ampliação e manutenção da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê a construção de novos centros especializados de reabilitação (CER) e de novas oficinas ortopédicas. O objetivo é cobrir vazios assistenciais desse tipo de serviço no país.

    Ações previstas

    No que diz respeito ao Ministério do Esporte, o acordo define como responsabilidades da Secretaria Nacional do Paradesporto:

    – promover e fortalecer ações e programas paradesportivos, especialmente no âmbito do Programa TEAtivo;

    – fomentar o avanço científico e tecnológico relacionado à atividade física para pessoas com deficiência;

    – compartilhar informações sobre políticas públicas paradesportivas;

    – e cooperar na geração e difusão de conhecimentos técnico-científicos.

    Responsabilidades

    Para o Ministério da Saúde, o acordo define como responsabilidades da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde ações como:

    – atuar na intermediação de parcerias com outros órgãos governamentais que possam contribuir com ações relacionadas;

    – cooperar na geração e difusão de conhecimentos técnico-científicos relacionados ao tema;

    – compartilhar informações sobre políticas públicas de saúde destinadas a pessoas com deficiência, observados os limites do disposto na Lei Geral de Proteção de Dados;

    – colaborar para a divulgação e a conscientização do público envolvido para o alcance dos resultados esperados de ações, projetos e programas previstos.

  • Ministério denuncia canais online por incentivo a apostas enganosas

    O Ministério do Esporte identificou uma rede de 53 contas e 25 canais na plataforma YouTube que incentivam apostas esportivas online com promessas de ganhos rápidos e facilitados, “sem alertar para os riscos envolvidos”. A pasta solicitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que aprofunde as investigações e, se necessário, acione a Polícia Federal para combater as práticas, “dada a gravidade do prejuízo à economia popular”.

    A pesquisa foi conduzida pela recém-criada Secretaria Nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte. A investigação também aponta para a possível existência de uma estrutura de mercado paralelo, que envolve influenciadores digitais, anunciantes e desenvolvedores, todos beneficiados economicamente.

    A secretaria apurou que os sites divulgados recebem o dinheiro dos apostadores, mas não pagam os prêmios prometidos. Em seguida, desativam os sites e desaparecem com o dinheiro investido pela população.

    De acordo com pasta, os vídeos no YouTube atraem audiências que ultrapassam 100 mil espectadores por transmissão. “Influenciadores digitais desempenham um papel central nessa prática, promovendo o jogo e conferindo uma aparência de legitimidade ao esquema”, explica o ministério em comunicado.

    Para o Ministério do Esporte, a regulamentação das apostas esportivas pode garantir a transparência e a segurança da população. Em declaração recente, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pode acabar com o mercado das plataformas digitais de apostas esportivas, as chamadas bets, se a regulação não for suficiente para assegurar a saúde mental e financeira da população.

    Até o fim do ano, o Ministério da Fazenda deve concluir a análise definitiva dos primeiros pedidos de autorização de empresas para verificar quais cumprem as leis e as regras de apostas esportivas e de jogos online. As empresas terão de pagar R$ 30 milhões à União para funcionar a partir de 1º de janeiro de 2025. Nessa data é que começará a operar o mercado regulado de apostas no Brasil.

    O governo já editou dez portarias para regulamentar as operações das bets, que tratam, entre outras questões, sobre o que é o jogo justo, certificação, questões financeiras, uso obrigatório do sistema financeiro, proibição de cartão de crédito, proteção do apostador em relação a menores, pessoas dependentes, questão de publicidade e a questão dos procedimentos.

    As plataformas terão de seguir todas as regras de combate à fraude, à lavagem de dinheiro e à publicidade abusiva.

    Até o momento, 100 empresas com mais de 200 bets estão aptas a operar no Brasil até dezembro, de acordo com informação da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda. Já as listas dos estados têm 26 empresas autorizadas a operar regionalmente por se adequarem à legislação.

  • Lula dá posse a três ministros e cria ministério para pequena empresa

    Lula dá posse a três ministros e cria ministério para pequena empresa

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse, nesta quarta-feira (13), aos ministros Sílvio Costa Filho, André Fufuca e Márcio França. O ato ocorreu em reunião privada, no Palácio do Planalto, com a presença de familiares e algumas lideranças políticas.

    Novos integrantes do governo, os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) assumiram os ministérios do Esporte e dos Portos e Aeroportos, respectivamente. Lula formalizou o convite aos parlamentares na semana passada.

    As negociações vinham ocorrendo há meses e marcam a entrada,no primeiro escalão do governo, do partido Republicanos e do Partido Progressista (PP) – este último tendo como principal expoente o presidente da Câmara, Arthur Lira, que participou do evento. Fufuca assume o lugar de Ana Moser, enquanto Costa Filho sucede a Márcio França, filiado ao PSB. França assume, agora, o recém-criado Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte

    Republicanos e PP estão entre as maiores bancadas parlamentares na Câmara dos Deputados, onde o governo busca consolidar uma base de apoio para aprovação de projetos.

    Silvio Costa Filho explicou que vem conversando com França, nos últimos dias, para fazer uma transição democrática e participativa do comando da pasta. “É uma agenda estratégica para o país, 98% das nossas exportações e importações passam pelos nossos portos e aeroportos”, disse.

    Segundo ele, entre as prioridades da pasta estão a redução dos preços das passagens aéreas e o fomento das hidrovias no país.

    “A cada 25 embarcações, significa quase 1,2 mil caminhões [a menos nas rodovias], com a redução de custo de quase 40%. Então, tudo isso ajuda a reduzir o Custo Brasil e, mais do que isso, estimular o setor produtivo.”

    Já André Fufuca afirmou que é um desafio assumir o Ministério do Esporte depois de Ana Moser, “uma pessoa que dispensa apresentações, um personagem histórico do esporte nacional”.

    “Tenho certeza que terei que me desdobrar muito para poder fazer com que seus sonhos, o seu trabalho e suas realizações se perpetuem no tempo que ficarei à frente do Ministério do Esporte”, disse ao presidente, destacando que recebeu a missão de fazer uma revolução no esporte nacional.

    “E quando eu falo revolução, eu falo no começo, que é a democratização do esporte. Não podemos falar numa revolução esportiva a partir do momento que temos a disparidade entre o tratamento do esportista masculino e da esportista feminina, não podemos falar de uma revolução esportiva no momento em que temos um esporte de qualidade quase zero no país. Nós temos muito que avançar, muito a crescer”, afirmou o novo ministro.

    Empreendedorismo

    O novo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte cuidará das políticas, programas e ações de apoio a esses temas. Segundo Márcio França, a criação da pasta é um sonho antigo do presidente Lula.

    “O presidente relembrou que essas empresas, hoje, tem mais de 50% do PIB, que elas têm muita dificuldade para financiamento, que as pessoas não têm aonde recorrer. Geralmente, quando vão para o MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio] são empresas grandes, que tem estrutura. As pequenas, as médias, elas realmente não têm muito a quem se apegar”, disse França.

    A medida provisória que criou o novo ministério foi publicada hoje (13) em edição extra do Diário Oficial da União. O texto foi encaminhado ao Congresso Nacional para aprovação dos parlamentares.

    Entre as competências do novo ministério também estão o apoio ao artesanato; incentivo e promoção de arranjos produtivos locais; ações de qualificação e extensão empresarial; promoção da competitividade e da inovação; articulação e incentivo à participação da microempresa, da empresa de pequeno porte e do artesanato nas exportações brasileiras; políticas de microcrédito; fomento da cultura empreendedora, incluídos programas de capacitação e de acesso a recursos financeiros; e registro público de empresas mercantis e atividades afins.

    As secretarias que serão incluídas na nova pasta, o remanejamento de orçamento e a ocupação de cargos ainda serão definidas, segundo Márcio França.

    Governabilidade

    Sobre as mudanças no comando das pastas, o ministro destacou que aceitaria qualquer função de relevância no governo do presidente Lula. Para França, estar “vinculado a um governo que dá certo é muito mais importante” que o cargo que se exerce.

    “Nós fazemos parte de um time que raciocina como governo. O governo tem que ter maioria no Parlamento, tem que ter facilidade de governar e, naturalmente, a chegada de dois parlamentares com experiência, com super disposição, com bases parlamentares fortes vai nos ajudar no governo como um todo”, disse.

    “Nós estamos muito otimistas com a economia do Brasil que voltou a crescer. E claro que, para você ter uma economia pujante, é preciso ter uma base parlamentar que ajude a sustentar e eu tenho certeza que isso, daqui para frente, vai facilitar bastante porque os dois parlamentares representam suas bancadas, são representantes da bancada, o presidente da Câmara fez questão de estar aqui hoje e certamente ajudou nessa engenharia”, acrescentou França.

    Questionado sobre o peso do PP nas votações de interesse do governo, André Fufuca disse que o partido vem ajudando em todos os projetos que colocam o povo brasileiro como prioridade e citou a PEC da Transição e o arcabouço fiscal.

    “Acredito que não será diferente a partir do dia de agora, o [Partido] Progressista haverá de acompanhar as grandes decisões nacionais e, principalmente, aquelas que melhoram a qualidade de vida de cada brasileiro, cada brasileira”, disse o novo ministro.

     
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  • Migrações concentram futuro do futebol feminino no Sul e Sudeste

    Migrações concentram futuro do futebol feminino no Sul e Sudeste

    O futuro do futebol feminino brasileiro está concentrado, atualmente, em apenas duas regiões. Segundo o levantamento Diagnóstico do Ministério do Esporte sobre o cenário da modalidade no país, 84% das atletas em categorias de base jogam em times do Sul ou do Sudeste (50%em cada).

    Deste total,73% das meninas nasceram em estados das duas regiões, e o restante é formado por jogadoras emigrantes.O Nordeste, por exemplo, é a terra natal de 14% destas atletas, mas 10% delas permanecemem times locais. O recorte do Norte chama atenção: enquanto 2% das atletas são nascidas por lá, o percentual de meninas na categoria de base ézero.

    Um exemplo deste cenário é a lateral Sara Pedot, convocada para a seleção feminina sub-15, em julho. Ela é nascida em Ji-Paraná, no interior de Rondônia, onde atuava com meninos. Entre 2019 e 2021, a jovem viajava 2,6 mil quilômetros até a capital paulista, uma vez por mês, para treinar com outras meninas na base do Centro Olímpico. No ano passado, Sara se mudou de vez. Hoje, defende a equipe sub-15 do São Paulo.

    Gurias Coloradas / Internacional x Santos - Final Brasileirão Sub-17 - 01/05/22 Internacional eSantos fizeram a final do Campeonato Brasileiro Feminino Sub 17 do ano passado, em jogos de ida e volta. As Gurias Coloradas foram campeãs no placar agregado (3 a 1) – Ricardo Duarte/Internacional/Direitos Reservados

    O cenário migratório não difere muito quando o recorte é das jogadoras adultas. Dezesseis equipes participam da Série A1 do Campeonato Brasileiro feminino profissional, a principal competição da modalidade no país. Doze (75%) pertencem ao Sul e Sudeste. Coincidentemente, o percentual de atletas que atuam em clubes destas regiões, independentemente da divisão, é o mesmo. As demais futebolistas se dividem por Centro-Oeste (14%), Nordeste (7%) e Norte (4%).

    A sondagem realizada pelo Ministério reuniu 1.090 respostas de pessoas ligadas à modalidade, entre atletas (adulto e base) e profissionais em cargos de liderança, representando cerca de 40% do cenário de alto rendimento do país. O levantamento integra a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, cujo decreto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março. O intuito é nortear a criação de ações referentes à prática, proibida a mulheres no Brasil entre 1941 e 1983.

    “Esses processos migratórios mostram a falta de estrutura da modalidade no país. As federações estaduais não são corresponsabilizadas a fomentar campeonatos regionais. Então, as meninas e mulheres não têm onde jogar e acabam saindo dos locais de origem para onde o futebol acontece – que é nas regiões Sudeste e Sul, basicamente”, analisou Silvana Goellner, professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pesquisadora e ativista do futebol de mulheres.

    O futebol de meninas em âmbito nacional é recente. Os primeiros campeonatos sub-16 e sub-18 (atualmente sub-17 e sub-20, respectivamente), organizados pela Confederação Brasileira da modalidade (CBF), surgiram somente em 2019. Naquele mesmo ano, entrou em vigência a obrigatoriedade para que clubes da Série A do Brasileirão masculino mantivessem equipes femininas adultas e de base.

    A representatividade de Norte, Nordeste e Centro-Oeste nos torneios de base é escassa. No atual Brasileiro Feminino sub-20, as três regiões, juntas, possuem sete times entre os 20 participantes, contra nove do Sudeste e quatro do Sul. No sub-17, Cresspom, Minas Brasília (ambos Distrito Federal) e Esmac, do Pará, foram exceções em 2022, em meio a cinco equipes paulistas, duas gaúchas, uma mineira e uma do Rio de Janeiro.

    Não à toa, nas quatro edições do Brasileiro sub-20, somente uma vez um dos semifinalistas não foi um time do Sul ou do Sudeste (Iranduba, do Amazonas, em 2019). No sub-17, foram duas ocasiões, em 2020 (vice-campeão) e 2021 (quarto colocado), ambas com o mesmo time (Minas Brasília).

    “Tenho insistido muito que a CBF crie um departamento que pense o futebol de mulheres com essa interação com políticas públicas, a obrigação de as federações fomentarem escolinhas esportivas. Há muitos projetos que dão certo, as meninas estão jogando, mas temos que explodir essa lógica clubistae olhar um outro futebol possível. A base está vindo forte, mas não nos clubes e sim nas comunidades periféricas”, destacou Silvana.

    “O futebol não é somente a seleção brasileira, nem Séries A, B ou C. Há futebol nas comunidades quilombolas, nos povos originários, comunidades ribeirinhas. Em São Paulo, tivemos uma liga de várzea que reuniu 80 equipes de mulheres jogando futebol de campo em um sábado. Há esse futebol. Precisamos olhar e pensar como desenvolvê-lo”, concluiu a professora.

    Edição: Cláudia Soares Rodrigues

  • Bolsa Atleta concede benefício a 7.215 esportistas em seis categorias

    Bolsa Atleta concede benefício a 7.215 esportistas em seis categorias

    O Ministério do Esporte divulgou nesta segunda-feira (21) a lista com os 7.215 nomes dos atletas que assinaram o termo de adesão ao Bolsa Atleta e foram contemplados com o benefício para os próximos 12 meses. A relação está publicada em portaria no Diário Oficial da União.

    Ao todo, foram distribuídos R$ 78.701.750,00, para pagamento das bolsas para as categorias Atleta de Base e Estudantil, que recebem um benefício mensal de R$ 370; Atleta Nacional, com benefício mensal de R$ 925; Atleta Internacional, com bolsa de R$ 1.850 por mês; Atleta Olímpico ou Paralímpico, com bolsa mensal de R$ 3.100 e Atleta Pódio, em que a bolsa paga varia entre R$ 5 mil e R$ 15 mil, mensais.

    O Programa Bolsa Atleta foi criado em 2005, com o objetivo de patrocinar esportistas de alto rendimento, que tenham bons resultados em competições nacionais e internacionais. Os últimos Jogos Olímpicos, em 2021, mostraram o impacto positivo da política pública, com 90,4% dos pódios brasileiros, com a presença de bolsistas. Nos Jogos Paralímpicos, esse percentual foi de 94,4% do total das 72 medalhas alcançadas.

    Este ano, 7.887 atletas foram contemplados, conforme portaria publicada no mês de abril, o que representou um aumento de 20% em relação à edição de 2022. A publicação de hoje, traz os nomes apenas dos esportistas que confirmaram a adesão com a assinatura do termo.

    Os recursos para o pagamento das bolsas já estavam previstos no Orçamento Geral da União de 2023, pelo Ministério do Esporte, que projetou pouco mais de R$ 120,5 milhões de despesas para o Bolsa Atleta, até o início de 2024.

    Edição: Valéria Aguiar

  • Futebol feminino ainda é predominantemente amador no Brasil

    Futebol feminino ainda é predominantemente amador no Brasil

    O futebol feminino ainda é uma modalidade predominantemente amadora no Brasil. Esta é uma das conclusões às quais se pode chegar a partir do Diagnóstico do Futebol Feminino do Brasil, que faz parte do planejamento construído para elaboração da Estratégia Nacional para o Futebol Feminino do Ministério do Esporte e ao qual a Agência Brasil teve acesso neste domingo (20).

    Segundo a sondagem (que pode ser considerada um passo inicial do programa do Governo Federal cujo decreto de criação foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de março), apenas 19,2% das atletas possuem vínculo profissional, enquanto 4,9% possuem contrato de trabalho temporário e 1,2% têm contrato de formação.

    Outros fatores que indicam a necessidade de se buscar ampliar a profissionalização da modalidade no território brasileiro são, primeiro, o alto percentual de jogadoras que não recebem qualquer valor a título de salário ou ajuda de custo. A análise indica que 47,9% de atletas da categoria adulta estão nesta situação. Em segundo lugar chama atenção o fato de que cerca de 70% das profissionais que atuam no futebol feminino fazem dupla jornada, se dedicando também a outras atividades para complementarem seus vencimentos.

    “O Governo Federal prioriza o desenvolvimento amplo do futebol feminino no Brasil. Para isso, é preciso estabelecer um retrato real da condição e tamanho da modalidade no nosso país. O diagnóstico realizado pelo Ministério do Esporte mostra resultados importantes para orientar as políticas públicas, estratégias e ações necessárias a serem implementadas nos próximos anos. Demonstra também os principais gargalos e demandas regionais prioritárias”, declarou a ministra do Esporte, Ana Moser, sobre o Diagnóstico do Futebol Feminino do Brasil.

    Programa do Ministério do Esporte

    A Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, sob responsabilidade do Ministério do Esporte, prevê medidas de promoção do desenvolvimento do futebol profissional e amador no país, ampliação dos investimentos e formação técnica para meninas e mulheres no mercado da bola.

    “A estratégia é uma iniciativa transversal, que aborda princípios da agenda social deste Governo: a equidade de gênero, o combate ao racismo e a redução das desigualdades. Essa abrangente agenda encontra no esporte, e em particular neste Ministério do Esporte, uma ferramenta importante. No caso do futebol feminino, a gente conta sempre com a parceria da Confederação Brasileira de Futebol [CBF] e das federações estaduais”, afirmou Ana Moser na oportunidade na qual foi assinado o decreto de criação do programa.

    Entre as ações, o programa pretende fomentar a participação das mulheres em posições de gestão, na arbitragem e na direção técnica de equipes, além da instalação de centros de treinamento específico para as mulheres, com metodologias próprias e diretrizes pedagógicas adaptadas às necessidades femininas.

    Copa do Mundo

    A divulgação desse diagnóstico é feita no mesmo dia da disputa da final da Copa do Mundo de futebol feminino entre duas seleções europeias cujo sucesso na competição pode ser atribuído, entre outros fatores, ao grande desenvolvimento que seus campeonatos nacionais têm vivido nos últimos anos.

    O desenvolvimento do futebol feminino também é uma bandeira da CBF. “Receber a Copa do Mundo faz parte do nosso projeto de desenvolver cada vez mais o futebol feminino pelo país”, declarou o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, na oportunidade na qual oficializou junto à Federação Internacional de Futebol (Fifa) a candidatura do Brasil para sediar a Copa do Mundo de futebol feminino de 2027.

  • Programas do Governo Federal e da CBF fortalecem o futebol feminino

    Programas do Governo Federal e da CBF fortalecem o futebol feminino

    Aos 6 anos, Luiza Travassos tentou começar a treinar futebol na sua escola. Mas o pedido foi negado após a alegação de que este era um esporte muito bruto para uma menina. Esta resposta, que para muitas jovens é um ponto final, foi para a carioca apenas um obstáculo a ser superado.

    O não inicial não desanimou Luiza, que seguiu em frente e começou a treinar em outro lugar. Alguns meses se passaram e, após uma mudança na coordenação, ela conseguiu finalmente entrar na escolinha. Hoje, aos 18 anos, a jovem entende o episódio como uma oportunidade de aprendizado: “Esta foi uma experiência frustrante, mas que me ajudou a entender, ainda pequena, os desafios que teria que encarar por escolher ser uma jogadora de futebol”.

    seleção feminina, sub-20, Luiza Travassos
    futebol feminino – Luiza Travassos (direita) em treino da seleção brasileira feminina sub-20 – Victor Monteiro/CBF/Direitos Reservados

    Luiza não desistiu e evoluiu como jogadora, sendo aprovada, aos 13 anos, em uma peneira da escolinha do PSG (França). Um ano depois passou a defender o Fluminense. Ao completar 15 anos, foi convocada pela primeira vez para a seleção feminina, na categoria sub-17. Atualmente, a jovem, que já foi chamada para a equipe brasileira sub-20, defende a faculdade norte-americana Marschall University.

    A caminhada de Luiza não é regra quando se pensa no início da prática do futebol pelas meninas no Brasil. Por contar com apoio da família, a jovem tem colhido muitos frutos mesmo em meio a dificuldades. Porém, duas iniciativas, uma da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e outra do Ministério do Esporte, apontam para um futuro mais promissor quando se pensa no desenvolvimento da modalidade entre as mulheres no solo brasileiro.

    Regulamentação do futebol misto

    No dia 8 de março, data na qual é celebrado o Dia Internacional da Mulher, a CBF lançou a regulamentação do futebol misto em competições amadoras. Com isso se abre a possibilidade de mulheres participarem de equipes masculinas e que times exclusivamente femininos disputem competições com homens.

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    Manuela (2ª abaixada da direita para esquerda) e a equipe da ADEF na Go Cup – Rubens Cerqueira/Go Cup/Direitos Reservados

    Até então, eram raros os eventos que permitiam este tipo de disputa. Um exemplo é o Go Cup. Conhecido como o maior torneio de futebol infantil do mundo, a competição, que reuniu cerca de quatro mil meninas e meninos de 6 a 15 anos em Goiás em 2023, vem dando espaço para o futebol misto há algum tempo.

    A possibilidade de entrar em campo, mesmo que defendendo uma equipe mista, nunca foi considerada um problema para Manuela Lopes, meio-campista da ADEF. A jovem de 13 anos, que começou a jogar aos seis, diz nunca ter enfrentado dificuldades na sua trajetória no futebol, mas afirma que já ficou sabendo de várias histórias desta natureza que a deixaram “muito chateada”.

    “Quando soube da notícia [da nova regra da CBF] fiquei muito feliz, pois já soube de notícias de meninas querendo jogar com meninos e não podendo devido ao regulamento [de uma competição]. Isto porque o futebol feminino, há muitos anos, foi proibido. Mas agora estamos lutando e vamos conseguir um dia nos igualar com o futebol masculino”, declara Manuela.

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    Alice Duarte representando o Fluminense na equipe sub-9 masculina – Lenardo Brasil/Fluminense F.C./Direitos Reservados

    Além disso, surgem os primeiros frutos após a nova regulamentação da CBF. Um exemplo é a aprovação da primeira menina na base masculina do Fluminense. Alice Duarte, de oito anos, foi selecionada para a equipe sub-9 do clube. A decisão foi tomada porque não há uma equipe feminina para a faixa etária dela.

    “Sempre foi um grande sonho nosso, pois nesta idade a força física é igual e as meninas conseguem treinar e jogar com os meninos. O Fluminense é um clube que vem rompendo paradigmas desde 2019 e agora estamos rompendo mais um. A Alice já chamava a atenção e todos sempre tiveram um olhar especial pelo potencial que já apresenta”, declarou a gerente do futebol feminino do Tricolor das Laranjeiras, Amanda Storck, em entrevista à assessoria de imprensa do clube.

    Estratégia Nacional para o Futebol Feminino

    Mas a ação que tem mais potencial para oferecer contribuições mais duradouras e profundas para o desenvolvimento da modalidade é a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino. O decreto 11.458/2023 foi publicado em um momento especial, no qual a seleção brasileira se prepara para disputar a Copa do Mundo de 2023, na Austrália e na Nova Zelândia, e quando o Brasil se apresenta como candidato a sediar o Mundial de 2027.

    O programa do Governo Federal, apresentado no dia 30 de março em cerimônia no Palácio da Alvorada com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem entre seus objetivos aumentar o investimento na modalidade, descobrir novos talentos, combater a discriminação e abrir cada vez mais espaço para as mulheres ocuparem posições com poder de decisão.

    “O futebol feminino em si traz um histórico de dificuldades, de preconceitos e visibilidade que impõe barreiras que persistem em afastar as mulheres da prática do esporte, seja por lazer ou em âmbito profissional”, e a expectativa, segundo a ministra do esporte, Ana Moser, é que a estratégia seja uma importante ferramenta para promover “a equidade de gênero, o combate ao racismo e a redução das desigualdades”, permitindo assim que cada vez mais meninas tenham a oportunidade de seguirem em frente no futebol feminino.

    Edição: Verônica Dalcanal

  • Fifa inicia processo de candidatura para sediar Copa feminina de 2027

    Fifa inicia processo de candidatura para sediar Copa feminina de 2027

    A Fifa anunciou nesta quinta-feira (23) o início do processo de candidatura para definir o país-sede da Copa do Mundo de futebol feminino de 2027.

    Em entrevista concedida ao programa Sem Censura, da TV Brasil, no início do mês, a ministra do Esporte, Ana Moser, afirmou que o Brasil participará da disputa.

    Em nota enviada à imprensa, a entidade máxima do futebol mundial informou que “as associações-membro terão até o dia 21 de abril de 2023 para enviarem suas manifestações de interesse em sediar a Copa do Mundo Feminina da Fifa 2027”.

    O processo contará com várias etapas, como a realização de visitas de inspeção aos países candidatos. A decisão final sobre o país-sede da Copa de 2027 será tomada em 17 de maio de 2024, quando será realizada uma votação aberta durante o Congresso da Fifa.

    “A Copa do Mundo Feminina da Fifa 2027 se baseará no legado da edição recorde que a Austrália e a Nova Zelândia organizarão em alguns meses. Em linha com o compromisso da Fifa com o futebol feminino, este processo de licitação estabelece novos padrões e nos coloca no caminho para sediar um evento excepcional em 2027 dentro e fora do campo”, declarou a secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura.

    Candidatura do Brasil

    Em entrevista concedida ao Sem Censura, a ministra do Esporte afirmou que o Brasil está construindo sua proposta para sediar a competição, processo que envolve o Governo e organizações do esporte como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

    “Estamos conversando com os parceiros, com a CBF e desenhando uma possibilidade de o Brasil pleitear a sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2027”, disse Ana Moser. “Vamos fazer esse movimento para tentar trazer a Copa do Mundo para o Brasil em 2027”, acrescentou.

    Na entrevista ao programa da TV Brasil, a ministra destacou que a proposta de sediar a Copa do Mundo Feminina faz parte de estratégia para estruturar o futebol feminino no país. Entre as iniciativas estão ampliar o número de campeonatos, promover a inclusão de meninas no esporte, criar locais de treinamento e medidas de proteção para as atletas durante a gestação.

    Mundial de 2023

    A próxima edição da Copa do Mundo de futebol feminino será disputada entre 20 de julho e 20 agosto de 2023 na Austrália e na Nova Zelândia. A competição contará com 32 participantes, entre eles o Brasil, que buscará um título inédito. A equipe comandada pela técnica sueca Pia Sundhage está no Grupo F, ao lado de França, Jamaica e Panamá, equipe diante da qual a seleção canarinho estreia no torneio, no dia 24 de julho em Adelaide (Austrália).