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  • CNU: nomeados pelo Ministério da Gestão têm 30 dias para tomar posse

    CNU: nomeados pelo Ministério da Gestão têm 30 dias para tomar posse

    Os 370 candidatos aprovados no Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) têm até 30 dias para tomar posse no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) em diversos estados. Os nomeados para 12 cargos da pasta e a lotação nas respectivas unidades da federação podem ser conferidos na portaria MGI nº 4.173/2025 publicada nesta semana.

    Documentação

    Para a posse, os aprovados no certame precisam apresentar digitalmente a documentação obrigatória na plataforma Sou.Gov.br, existente nos formatos de aplicativo  e site. A ferramenta é voltada aos servidores públicos federais, incluindo ativos, aposentados, pensionistas e anistiados políticos.

    Entre os documentos exigidos estão a carteira de identidade ou Carteira de Identidade Nacional (CIN); certidão de casamento ou comprovante de união estável registrado em cartório, certificado de reservista, entre outros. A lista completa de documentos necessários está disponível no portal do servidor.

    Plataforma digital

    O MGI também desenvolveu nova funcionalidade dentro do SouGov.br, voltada aos chamados ingressantes no serviço federal. Dentro do SouGov.br, a nova funcionalidade “Ingresso de Servidor” terá o objetivo de facilitar a posse dos aprovados em concursos públicos federais e possibilitará que todo o processo de posse seja realizado de forma digital.

    O MGI aponta as vantagens do acesso digital:

    ·    –  redução de gastos com deslocamento e cópia de documentos;

    ·     – preenchimento automatizado para ingressantes que já têm vínculos com a administração pública federal,

    ·     – facilidade no acompanhamento do processo em tempo real e no envio das informações em qualquer horário.

    Os futuros servidores federais do concurso unificado deverão também anexar o currículo profissional e responder ao questionário do Perfil Profissiográfico.

    A ferramenta foi desenvolvida para que o governo federal conheça melhor a pessoa que tomará posse no serviço público federal. O MGI tem a expectativa de que a ferramenta auxilie a gestão de pessoas e permita decisões mais assertivas sobre a alocação dos servidores, considerando tanto suas competências quanto as demandas dos órgãos federais.

    O passo a passo que explica o que a pessoa convocada deve fazer para a posse está sintetizado no Manual do Ingressante, disponibilizado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

    Exames e atestados

    Os nomeados deverão providenciar os exames médicos admissionais relacionados no fim da mesma portaria que traz os nomes dos 370 candidatos aprovados,  publicada segunda-feira (5): 

    ·         – hemograma completo com plaquetas;

    ·        –  tipagem sanguínea ABO e fator RH;

    ·         – glicemia de jejum;

    ·         – creatinina;

    ·         – lipidograma (colesterol total e triglicérides);

    ·         – Exame de Análise do Sedimento (EAS) ou exame de urina;

    ·         – exames de enzimas produzidas principalmente no fígado para avaliar a saúde hepática – AST (TGO) e ALT (TGP).

    De acordo com a portaria, os atestados que declaram a aptidão ou inaptidão física e mental dos nomeados deverão ser emitidos por médicos do Sistema Único de Saúde (SUS). Esses atestados são obrigatórios para a posse.

    Lotação

    A maioria das lotações dos aprovados está concentrada em Brasília, onde fica a sede do Ministério da Gestão, como os cargos de engenheiro (68 vagas), economista (27), arquiteto (14) e técnico em comunicação social (10). Há também vagas destinadas para unidades regionais no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Acre, em Mato Grosso do Sul, Rondônia, no Rio Grande do Sul e em São Paulo.

    Em caso de dúvidas, o MGI estabeleceu que o canal oficial de comunicação com os candidatos é o endereço eletrônico cape.dgp@gestao.gov.br .

  • Resultados finais do CNPU são homologados

    Resultados finais do CNPU são homologados

    O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos homologou nesta sexta-feira (7), em Brasília, os resultados finais de cargos que não possuem curso de formação do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU).

    A pasta também convocou candidatos chamados para cursos de formação e publicou editais com pessoas habilitadas para a terceira etapa dos blocos com cargos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que exigem prova didática.

    “O perfil dos aprovados – pessoas que residem em todos os estados do Brasil, oriundas de 908 cidades e com um terço de pessoas pretas e pardas, com deficiência e indígenas – confirma que foi alcançado o objetivo de democratizar o acesso ao serviço público”, avaliou o ministério, em nota.

    “Confirmando a importância de distribuir as provas em 228 cidades, 36,5% dos classificados (chamados para vagas imediatas e chamados para os cursos de formação) são de cidades do interior do país, fora das capitais”, completou o ministério.

    Entenda

    Com a divulgação dos editais de homologação e dos editais de habilitação para provas didáticas dos cargos de pesquisadores do IBGE, além da convocação final para cursos de formação, o CPNU entra em sua última etapa.

    De acordo com o ministério, no caso de candidatos convocados para curso de formação, a matrícula é obrigatória. Para candidatos habilitados para provas didáticas do IBGE, a pasta publicou um edital específico sobre a etapa.

    No caso de aprovados em cargos sem curso de formação, após a homologação, a convocação será feita pelo respectivo órgão ou entidade.

    “As vagas são imediatas, mas é preciso esperar a aprovação e, depois, a sanção da Lei Orçamentária Anual (LOA), o que deve ocorrer em março, segundo calendário informado pelo Congresso Nacional”, destacou o ministério.

    “Após a sanção, cada órgão pedirá o provimento dos cargos e o ministério fará a aprovação desse pedido, autorizando a convocação. A expectativa é que essas convocações comecem a ser feitas entre o final de abril e o início de maio”, concluiu o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

    Cursos de formação

    A participação no curso de formação é obrigatória, eliminatória e classificatória. A aprovação do candidato nessa etapa é essencial para garantir a nomeação. O primeiro passo é realizar a matrícula na instituição organizadora, dentro do prazo estipulado, que inicia a partir da próxima semana.

    Para cursos organizados pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), a matrícula deve ser feita online pelo site da escola entre os dias 10 e 18 de março.

    No caso de cursos organizados pelo Cebraspe, as datas de matrícula são distintas e é preciso ficar de olho no site.

    “Quem não realizar a matrícula dentro do prazo será automaticamente eliminado daquele cargo”, alertou o ministério.

    Cadastro reserva

    Segundo o ministério, o cadastro de reserva ou banco de candidatos em lista de espera do CNPU é composto pelo dobro do número de vagas imediatas disponíveis em cada bloco, conforme previsto no edital.

    “Se, nas vagas imediatas, cada participante só aparece uma vez (de acordo com a ordem de preferência estabelecida por ela no momento da inscrição), uma mesma pessoa pode estar presente em diferentes listas de espera. É como se essa pessoa tivesse feito diferentes concursos ao mesmo tempo.  Ela terá notas e posições diferentes para cada cargo ranqueado dentro do bloco temático escolhido na inscrição, de acordo com o peso que cada eixo temático tem para os respectivos cargos.”

    Quem tomar posse em um cargo que seja sua terceira preferência, por exemplo, de acordo com o ministério, pode se manter no banco de candidatos para a sua primeira e segunda opções no momento da inscrição, tendo chance de ser convocado para ocupar posições melhores que surjam futuramente – se atingir os pré-requisitos.

  • Edital do Concurso Público Nacional Unificado será publicado na quarta

    Edital do Concurso Público Nacional Unificado será publicado na quarta

    Será publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (10) o edital com as regras para o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), que selecionará 6.640 servidores para 21 órgãos públicos.

    A previsão é de que as inscrições estejam abertas entre os dias 19 de janeiro e 9 de fevereiro e que a prova seja aplicada no dia 5 de maio.

    De acordo com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, o edital apresentará “informações sobre os blocos temáticos, conteúdos das provas, critérios de classificação e desclassificação, lista de espera, cadastro de reserva, validade do certame e composição das notas finais”.

    Em nota divulgada pela pasta, a secretária adjunta de Gestão de Pessoas, Regina Camargos, adiantou que a metodologia a ser adotada no concurso é inovadora, e que as provas serão aplicadas em 220 cidades de todo o país por meio de parceria com o Cesgranrio.

    “É um feito inédito que exige preparação inédita também”, informou a secretária ao explicar que a ampliação do número de cidades tem por objetivo,garantir que regiões metropolitanas tenham provas em mais de uma cidade.

    Inovações

    Entre as inovações a serem adotadas está a previsão de que uma inscrição valha para o processo seletivo de mais de um órgão. Outra novidade é a busca pela “igualdade de oportunidades de acesso” aos cargos públicos efetivos.

    “Queremos democratizar o acesso a essas vagas. Muitas pessoas sequer conseguiam prestar concursos porque precisavam se deslocar para outros estados, o que muitas vezes é muito dispendioso”, justificou a secretária.

    Ao anunciar, em setembro de 2023, o novo processo seletivo, o Ministério da Gestão explicou que, no momento da inscrição, os candidatos deverão optar por um dos blocos das áreas de atuação governamental disponíveis.

    Provas e áreas de atuação

    Na sequência, indicarão cargo ou carreira por ordem de preferência, entre as vagas disponíveis no bloco de sua escolha. A ideia apresentada inicialmente é de que a primeira etapa do concurso unificado seja em um único dia, dividida em dois momentos: primeiro será aplicada uma prova objetiva, com conteúdo comum a todos os candidatos. Depois, no mesmo dia, serão aplicadas provas dissertativas e com conteúdos específicos, de acordo com cada bloco temático.

    As áreas de atuação anunciadas até o momento são: administração e finanças; setores econômicos, infraestrutura e regulação; agricultura, meio ambiente e desenvolvimento agrário; educação, ciência, tecnologia e inovação; políticas sociais, justiça e saúde; trabalho e previdência; dados, tecnologia e informação pública, além do nível intermediário.

    Edição: Graça Adjuto
    — news —

  • Recursos do Google vão facilitar acesso a benefícios sociais e vacinas

    Recursos do Google vão facilitar acesso a benefícios sociais e vacinas

    O usuário que fizer buscas sobre benefícios sociais como o Bolsa Família e o seguro-desemprego encontrará no topo dos resultados da busca do Google um painel com links para conteúdos oficiais do governo federal. A iniciativa, anunciada durante o evento Google for Brasil, nesta terça-feira (27), em São Paulo, tem o apoio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

    Com objetivo de facilitar o acesso a informações confiáveis sobre os benefícios, o recurso está entrando no ar aos poucos e deve aparecer para os usuários nos próximos dias, informou o Google.

    Dados do Google Trends mostram que as buscas pela plataforma GOV.BR aumentaram 90% no Brasil em cinco anos. Já as buscas por Bolsa Família, incluindo o Auxílio Brasil, teve alta de mais de 250% no mesmo período. As perguntas mais buscadas pelo tema são Quem tem direito ao Bolsa Família?, Como se cadastrar? e Como saber se fui aprovado?

    “Além desses serviços, já temos mais de 4.200 serviços digitais na plataforma GOV.BR, como obter o passe livre, solicitar aposentadoria, obter financiamento do Fies e muitos outros. Destacam-se ainda as ferramentas de Prova de Vida Digital e a Assinatura GOV.BR, que podem ser utilizados pelos usuários na solicitação de serviços. Essa parceria com o Google vai ajudar a dar mais segurança para os cidadãos que buscam informações sobre os serviços ofertados pelo governo federal”, disse, em nota, Rogério Mascarenhas, secretário de Governo Digital do MGI.

    A busca e o Google Maps vão dar ainda informações atualizadas sobre 39 mil postos de vacinação e unidades básicas de Saúde (UBS). Ao buscar no Google por Postos de saúde perto de mim, Vacina perto de mim, Pontos de Vacinação ou Onde posso me vacinar?, a plataforma exibirá os postos mais próximos de quem está procurando. Quando o usuário clicar em uma das unidades, terá acesso a dados sobre localização, telefone, site e horários de funcionamento.

    Alertas climáticos

    Entre as iniciativas anunciadas nesta terça-feira, estão também parcerias com autoridades e pesquisadores para o monitoramento e a previsão de problemas climáticos.

    O Google vai usar inteligência artificial para ajudar a detectar incêndios e inundações ribeirinhas. O alerta de inundações ribeirinhas, para detectar as cheias de rios, foi lançado em novembro do ano passado e agora terá expansão, atingindo 80 localidades.

    A novidade anunciada no evento desta terça-feira é que os alertas para enchentes em regiões ribeirinhas serão enviados por notificações no celular.

    De acordo com a empresa, usuários do sistema Android que estiverem com suas notificações ligadas e localizados próximos das regiões impactadas por inundações ribeirinhas começarão a receber alertas em tempo real e previsão no celular. Antes, o alerta estava apenas disponível na busca e no Maps. Essa é uma atualização do Sistema de Alerta de Previsão de Inundações, que usa IA e dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM).

    Além de distribuir alertas, o recurso oferece informação sobre o nível das águas dos rios e previsões de cheias, que podem ajudar a população ribeirinha a se proteger com até sete dias de antecedência. “De novembro a abril, o sistema emitiu 58 alertas de enchentes em tempo real em todo o país, em seis estados brasileiros, impactando 4,4 milhões de pessoas que moram nas regiões afetadas”, informou a empresa.

    Em abril, o Google já havia anunciado colaboração com o Instituto Nacional de Pesquisa e Espaciais (Inpe), que faz monitoramento de incêndios e desmatamento, para testar uma tecnologia que combina dados de imagens de satélite com IA para fazer a detecção de incêndios em estágio inicial. Os alertas já começaram a ser emitidos em caráter de teste para o Inpe, informou a plataforma.

    A empresa anunciou também parceria com o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro para ajudar a criar modelos de IA capazes de prever, com mais precisão e em curto prazo, a hora exata de uma chuva ou tempestade, para a cidade do Rio de Janeiro.

    “Esses são só alguns exemplos do potencial da inteligência artificial do Google para trazer impacto social e contribuir com o trabalho das autoridades locais na previsão de enchentes e outras tragédias naturais. E o mais importante, possibilitar às populações afetadas mais acesso a informações confiáveis para mantê-las seguras em momentos críticos”, disse o diretor do Google Brasil, Fábio Coelho.

    Endereços

    O Google anunciou também parceria com a ONG Gerando Falcões e a logtech naPorta (startup de logística) para mapear e criar endereços digitais em 20 comunidades brasileiras até o final de 2023, começando pelas favelas Cidade de Deus, em Ferraz de Vasconcelos, e Tubulação, em Poá, ambas na Grande São Paulo. Os endereços serão gerados por meio do Plus Codes, códigos curtos semelhantes a códigos postais, uma tecnologia aberta, gratuita e integrada ao Google Maps.

    O objetivo do projeto é facilitar o acesso dos moradores, empresas e pequenos estabelecimentos das regiões a serviços e recursos como o atendimento de saúde emergencial e o recebimento de correspondências e mercadorias. A previsão é que a iniciativa atinja 40 mil pessoas, com 10 mil endereços criados até o final do ano que vem.

    O processo de coleta de dados em campo, a confecção e fixação de placas com os novos endereços e a entrega de encomendas aos moradores ficam a cargo da naPorta. A Gerando Falcões tem papel na conscientização das comunidades sobre a tecnologia, além de promover o engajamento dos moradores no uso da ferramenta.

    “O endereço digital é tão importante quanto um documento de identidade. Se a pessoa não tem endereço, é como se ela não tivesse também identidade. Porque sem o endereço, ela não tem acesso a recursos como fazer uma encomenda da sua casa ou potencializar o seu negócio local, abrir um CNPJ, ela não consegue botar no currículo onde ela mora, então a falta de CEP e de endereço é falta de dignidade e de acesso e de oportunidade para que a favela e o favelado consigam alavancar e emergir”, disse Lemaestro, cofundador da Gerando Falcões.

    No ano passado, o projeto ocorreu em Paraisópolis, onde gerou 14 mil emplacamentos impactando 50 mil residentes, e o emplacamento de 100% das residências da Favela dos Sonhos e Itaprata, ambas em Ferraz de Vasconcelos, totalizando em 68 rotas criadas e 390 endereços mapeados.

    “De acordo com os dados da pesquisa elaborados pelo Data Favela, existem cerca de 17,9 milhões de pessoas vivendo em favelas e em periferias no Brasil. Em compras, isso tem o potencial de gerar R$ 220 bilhões. Porém, o mesmo levantamento, com o apoio do Instituto Locomotiva e da Central Única das Favelas (Cufa), aponta que 70% dessa população deixou de adquirir algum item ou de continuar nas buscas de compras por não ter como recebê-los em casa, mesmo com acesso à internet”, divulgou o Google.

    Lemaestro acrescentou que o projeto ajuda na inserção dessas pessoas na economia, alavanca a economia local e muda a trajetória das famílias. “Pensa no pequeno empreendedor que tem um salão de cabeleireiro, que tem a quitandinha da esquina, que é um baita empreendedor, é um baita talento, mas ele não tem algumas ferramentas para fazer com que aquele negócio dele possa ser maior ou possa ter mais sustentabilidade”, disse.

    Edição: Fernando Fraga

  • Oferta de 10 mil vagas traz expectativa para os concurseiros

    Oferta de 10 mil vagas traz expectativa para os concurseiros

    A jornada de estudos do Alessandro Gabri de Almeida, de 46 anos de idade, começou em 2007, e desde então ele foi aprovado e convocado para assumir as funções em vários concursos públicos até chegar à função de delegado de Polícia no Rio de Janeiro. “Quando comecei a estudar queria ser Oficial de Justiça, mas não saía o edital. Então fiz o concurso do Tribunal de Justiça (RJ), mas passei para analista e não para o cargo que queria. Depois fiz para inspetor da Polícia Civil, passei e comecei a trabalhar”.

    Mas ele não parou por aí. Continuou estudando, e em 2009 passou para oficial de cartório, também da Polícia Civil, e ainda no concurso do Ministério do Trabalho e Emprego. Não assumiu as funções porque se identificava mais com a atividade policial de inspetor.

    “Continuei estudando, porque queria ser Oficial de Justiça. No final 2009, passei no concurso de agentes da Polícia Federal (PF), mas tinha que sair do estado, não queria ficar longe da minha mãe, iria para o Acre e não assumi”, disse.

    Finalmente, em 2012, saiu a prova de Oficial de Justiça. “E eu não passei por conta de uma questão de informática! Foi quando decidi estudar para cargo de delegado de polícia do Rio de Janeiro, em 2012. Mas por vários problemas o concurso levou 10 anos para sair, só saiu em 2022”.

    No meio do caminho, em 2018, ele fez o concurso para delegado de polícia de São Paulo e passou. “Mas pedi fim de fila e só assumi em 2022. Quando fui para São Paulo, saiu o edital para delegado de Polícia do Rio de Janeiro”. Ele prestou o exame e passou. “Agora estou indo para a Academia de Polícia do Rio de Janeiro (Acadepol)”.

    “Eu almejava essa função porque combina comigo, acho muito interessante, nenhum dia do trabalho do delegado de polícia é igual ao outro. Comparando com os outros cargos, [como] defensor, promotor, juiz, é a atividade mais instigante, que é a atividade investigatória”, explica.

    Vagas

    Para quem vem estudando há muito tempo para ingressar na carreira pública, como o Alessandro, há muitas oportunidades este ano. O governo federal anunciou novas vagas de concurso público para recompor o quadro do funcionalismo, defasado nos últimos anos. Casos como o atraso da análise de processos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), aumento da fila nos serviços de saúde, desassistência a povos indígenas com redução do quadro da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), mostram essa defasagem.

    “Só do último governo a defasagem no setor público federal é de 131 mil servidores a menos”, informa o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva. “É preciso fazer uma recomposição emergencial, porque um servidor do Executivo está fazendo as tarefas de três. Essa urgência nos concursos é imediata porque os serviços públicos tiveram uma decadência muito grande nos últimos anos. Ao juntar essa defasagem do governo Bolsonaro com o que já tinha do passado, avaliamos que chega a ser em torno de 200 mil novos servidores para suprir a defasagem do executivo”.

    O secretário da Condsef disse que os setores mais críticos são a área ambiental, agrária, indígena (Funai), INSS, saúde e educação. “Os outros também têm, mas não na mesma necessidade desses setores, que precisam recompor essa força de trabalho, tanto dos que faleceram no período da covid-19, quanto os que se aposentaram e muitos estão afastados por conta de uma série de fatores”.

    Silva ressalta o impacto da redução dos recursos humanos que promovem esses serviços e políticas públicas. “Essa redução da força de trabalho é drástica para a população brasileira, que carece dos serviços. O INSS está em uma situação caótica. O governo se comprometeu em acabar com a fila em um ano, mas o INSS precisa em torno de 20 mil novos concursados. Já chegou a ter 42 mil trabalhadores em atividade e hoje tem 18 [mil]. Precisa repor essa força de trabalho e acabar com a fila de INSS que gira em torno de 1 milhão de pessoas. Ficam prejudicados quem mais necessita dos serviços públicos, que é povo mais carente e das regiões mais inóspitas do nosso país”, lamenta Silva.

    A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) para saber quantas vagas são necessárias para recompor o quadro. A pasta informou que está analisando as demandas por concursos públicos dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, mas disse que não comenta solicitações em análise.

    Para este ano, o MGI já autorizou 9.637 vagas. Quem se interessa pelas vagas do serviço público federal, já pode se preparar ou aumentar o ritmo de estudos. Só no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), serão disponibilizadas 8.141 vagas, e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, serão 814 vagas de nível superior.

    “Importante lembrar que o MGI apenas autoriza o concurso público. A publicação do edital e realização do certame cabe a cada órgão autorizado”, lembra a pasta em nota.

    O MGI já autorizou também a realização de concurso público para preenchimento de cargos no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

    A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, disse, em abril, que até o fim deste ano devem ser anunciados três blocos de concursos públicos para recomposição de pessoal.

    Modalidades

    O concurso público tem a finalidade de preencher cargos públicos com as pessoas mais preparadas e de maneira justa. Essa modalidade de ingresso no serviço público está prevista na Constituição Federal (Artigo 37) e em outras leis complementares.

    Todo concurso público precisa ter, pelo menos, uma prova escrita, que pode ser objetiva ou dissertativa, ou ambas. Apesar de não serem obrigatórias, provas práticas, avaliações de títulos e testes físicos poderão ser realizados.

    Já o processo seletivo visa suprir uma necessidade, na maioria das vezes urgente ou temporária, em que o número de concursados do órgão não é suficiente para realizar todo o serviço, como é o caso dos processos seletivos do IBGE, em que selecionam agentes e outras funções para o Censo. O modelo de contratação é temporário.

    Interior

    Além das vagas do governo federal, os estados e os municípios realizam concursos para comporem seus quadros de funcionários. Nos municípios, a média é de nove vagas para as câmaras de vereadores e de 200 vagas para as prefeituras.

    A organizadora de concursos públicos IADHED, sediada em Uberaba (MG), já organizou este ano concursos e processos seletivos em 11 cidades no estado de Minas Gerais. “Temos cinco já contratados e a previsão para o ano de 2023 é de finalizar com mais de 25 certames executados”, informa o diretor de Projetos e Operações, Marcelo Navarro, do Instituto Assistencial de Desenvolvimento Humano, Educacional e Desportivo (IADHED).

    Essa organizadora atende principalmente câmaras municipais e prefeituras de municípios de até 200 mil habitantes, além de fundações, institutos e autarquias municipais nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

    A Lei Federal 8666/93, que vigora até o fim de 2023, e a nova Lei de Licitação nº 14133/21, que já está em vigor e substituirá a 8666/93, estabelecem as formas de contratação por meio do processo licitatório em modalidades (pregão, tomada de preço, concorrência, entre outras), mas abre a possibilidade para dispensa de licitação, quando a contratação for voltada para instituições privadas de natureza jurídica sem fins lucrativos, com a pacificação do Tribunal de Contas da União, por meio da Súmula 287.

    Atualmente, a dispensa de licitação é a forma mais utilizada para contratação na esfera Federal e estadual, que conta com organizadoras de abrangência nacional como Fundação Getulio Vargas (FGV), Fundação Cesgranrio, Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), Fundação Carlos Chagas (FCC), Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (Vunesp).

    “Mesmo tendo a possibilidade de dispensa, a maioria das cidades abaixo de 200 mil habitantes ainda está utilizando o pregão presencial, que é uma modalidade muito frágil para esse tipo de contratação, devido à baixa exigência de qualificação das organizadoras”, disse Navarro, do IADHED.

    Para ele, a concorrência ou a tomada de preço são as modalidades mais adequadas para contratação do objeto concurso público. “Devido a toda a complexidade e idoneidade exigida na operacionalização desse tipo de serviço junto a órgãos públicos”.

    O diretor da organizadora de concursos explica que nos últimos anos ocorreu uma evolução significativa nos certames, seja no nível de exigências e de fiscalização dos atos e fases. “Os avanços tecnológicos foram fundamentais nesse processo, agilizando toda a execução e acompanhamento”, disse.

    Na visão dele, todo esse avanço proporciona uma melhor seleção de servidores públicos. “Os servidores públicos efetivos contribuem para transparência das ações dos gestores públicos. Considerando que um servidor concursado não deve seu cargo ao ente político, ele pode agir estritamente dentro da legalidade, sem medo de perder seu cargo, por não atender a solicitações não republicanas de alguns gestores”.

    Preparatórios

    O setor de cursos preparatórios também tem boas expectativas para este ano. “Acreditamos fortemente que teremos mais alguns concursos nas carreiras bancárias, inclusive da Caixa Econômica Federal, que ainda depende de decisão judicial. Apostamos também na continuidade das recomposições, como têm acontecido desde o início do ano, com concursos do Executivo e do Judiciário estaduais, principalmente segurança pública e fiscais de tributos”, disse Márcio Cisco, gerente de Preparatórios da Casa do Concurseiro, curso digital preparatório para concursos públicos, sediado em Porto Alegre.

    Com 17 mil alunos ativos, Cisco diz que a procura tem sido por cursos que preparam para os concursos públicos de bancos. “Hoje, a maior procura é para os concursos na área bancária, considerando a referência dos nossos professores no mercado. Outras áreas que também são bastante requisitadas são as de carreira policial e as carreiras administrativas do Judiciário e do INSS”.

    O assessor parlamentar Cristiano Gonçalves Rosa, 43 anos de idade, vem se preparando há três anos para o cargo de delegado da PF. “Um sonho de vida. Já fiz nove concursos públicos para o cargo de delegado, sendo aprovado em quase todos, mas ficando fora da nota de corte, que está muito alta, ressalte-se! O último que fiz foi para delegado do Rio [de Janeiro] e passei muito perto da nota de corte. Senti uma evolução boa desde o primeiro que fiz, estando ainda na faculdade, o que me fez crer e continuar lutando”.

    Bacharel em Direito e policial militar concursado do Bope-RJ, Cristiano disse que a vontade de ser delegado surgiu quando foi instrutor de um curso para a PF. “Conheci um delegado que me incentivou a iniciar o curso de Direito, que ocorreu em 2016, aos 36 anos”.

    Para atingir o objetivo, a carga de estudos é alta. “Minha rotina de estudos é de 6 horas de estudo sem edital [aberto]. Com edital, costumo apertar para 10 a 12 horas, quando dá para conciliar com o trabalho. Mas hoje costumo estudar em qualquer lugar, na academia, fila de banco. Um dia fui mergulhar e um amigo me fotografou estudando no barco”, brinca.

    Para quem vai começar a jornada de estudos, ele recomenda estudar, no mínimo, 4 horas por dia. “Mesmo sem previsão de concurso. Publicado o edital, o ritmo deve subir necessariamente!”

    O futuro delegado Alessandro Gabri, que em breve começa a Acadepol, concorda com o colega de estudos Cristiano. Os dois se conheceram durante uma prova e dividem a opinião de que é preciso esforço e foco para estudar para os concursos.

    “Para passar em um concurso público, não é preciso ser inteligente e fora da curva. É ser esforçado, ter paciência e perseverar. Ver e rever a matéria e esperar o seu momento. Só não passa no concurso quem desiste. Alguns passam mais rápido, outros demoram mais. Esse tempo é um tempo dolorido, de solidão, de dedicação e ter foco. O concurso tem início, meio, e esse meio demora, parece que nunca vai acabar, e tem o fim que é a posse. O estudo mudou a minha vida e pode mudar a vida de qualquer um”.

    Edição: Fernando Fraga