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  • Trabalhadores aproveitam Carnaval para movimentar economia

    Trabalhadores aproveitam Carnaval para movimentar economia

    O Carnaval no Brasil vai além da folia. A festa aquece a economia e garante renda para milhares de brasileiros. Desde grandes empreendedores e redes de comércio até pequenos comerciantes, ambulantes e autônomos que veem no evento uma oportunidade para alavancar seus negócios. O período impulsiona o consumo de vestuário, adereços, alimentação e bebidas, além de fortalecer o turismo, transporte e entretenimento.

    Na movimentada região da 25 de Março, em São Paulo, epicentro do comércio popular, as lojas ficam lotadas de foliões à procura das fantasias perfeitas. O entusiasmo dos consumidores aquece as vendas, impulsionando pequenos e grandes negócios. Samuel, que é paraense, mas mora em São Paulo, é um dos clientes que garantiu seu traje.

    “Para mim, o Carnaval é a maior expressão da brasilidade, é quando a gente realmente vive. Uma vez por ano, nos liberamos de tudo – e é isso que faz a festa ser tão especial. Vou me fantasiar de Morena, da novela Salve Jorge, e vai ser divertido demais!”.

    Os números evidenciam o peso da festa na economia nacional. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a festa deve movimentar R$ 12 bilhões em faturamento no Brasil em 2025, representando um aumento de 2,1% em relação ao ano anterior. O Ministério do Turismo estima que mais de 53 milhões de pessoas devem participar das festividades em todo o país, um crescimento de 8% em relação a 2024.

    Entre os setores mais beneficiados, ainda conforme a CNC, estão bares e restaurantes, com arrecadação estimada em R$ 5,4 bilhões, transporte de passageiros (R$ 3,31 bilhões) e hospedagem (R$ 1,28 bilhão). Juntos, esses segmentos representarão 83% do total gerado pelo turismo durante a folia.

    Oportunidades

    No coração das escolas de samba, o impacto econômico é ainda mais evidente. O comerciante Airton Alves, que administra um bar dentro da Unidos da Vila Mariana, destaca a importância do Carnaval para os empreendedores do setor.

    “Nosso bar funciona desde 2011, e durante a festa, nossa movimentação triplica. Além das vendas diretas, realizamos shows, promovemos eventos e trabalhamos em conjunto com outros bares da escola. O Carnaval é uma grande engrenagem, onde um vai assumindo o lugar do outro. Além dos bares, a escola também abriga lojas e diversos profissionais que trabalham para manter a estrutura e a organização do espaço. Basta entrar em um ensaio para perceber: tem comerciantes vendendo pipoca, camisetas e diversos produtos relacionados à escola”, explica.

    Nas ruas, a economia criativa também floresce. Mônica, vendedora ambulante de bebidas, vê no Carnaval uma oportunidade essencial para sua renda. “Trabalho com eventos e, quando chega essa época do ano, muitas vezes não temos outras oportunidades de trabalho. Então, o Carnaval é uma segurança, uma forma de garantir um trocadinho enquanto esperamos os eventos maiores chegarem”, diz.

    William, de 27 anos, encontrou uma forma inovadora de lucrar na festa. “Vendo fotos Polaroid durante os blocos. As pessoas têm medo de levar o celular por causa de roubos, então recorrem à fotografia analógica para registrar o momento. O Carnaval é um ótimo período para vender fotos, principalmente pela quantidade de turistas”, afirma.

    Além do comércio e do turismo, a sustentabilidade também ganha protagonismo durante o Carnaval. Franciele, 44 anos, faz parte da Roça Reciclando e há cinco anos aproveita a festa para gerar renda e contribuir com o meio ambiente. “Já estou há cinco anos no Macarroça, reciclando apenas nesse bloco. Esse trabalho é essencial, pois, além de contribuir para a limpeza do evento, também gera renda para nós”, explica.

    Para o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes, o Carnaval vai além de uma simples festa; é um fenômeno celebrativo que simboliza a força da economia criativa brasileira. Segundo ele, a cultura se transforma em um motor econômico e social, movimentando setores diversos e impulsionando a geração de empregos e renda.

    “Cada fantasia, adereço, bloco e iniciativa sustentável é um elo dessa cadeia que movimenta milhões, gera renda, estimula a inovação e fortalece identidades. Além disso, mostra como a criatividade pode ser aliada à responsabilidade ambiental, transformando desafios em oportunidades. Não se trata apenas de celebrar, mas de reconhecer que o setor produtivo cultura é um pilar estratégico para o desenvolvimento do país, integrando tradição, turismo e inclusão produtiva”, explica o secretário.

  • Dia 13 de abril é instituído como Dia Nacional da Mulher Sambista

    Dia 13 de abril é instituído como Dia Nacional da Mulher Sambista

    Mais de 56,54 milhões de vezes. Esse é o número de repetições que a música Sonho Meu, da eterna Dona Ivone Lara, foi executada na voz da compositora, cantora e instrumentista no Spotify, uma das principais plataformas de streaming de música do planeta.

    A canção, uma das mais famosas da carioca nascida em 13 de abril de 1921 e batizada como Ivonne Lara da Costa, foi regravada por dezenas de nomes, como Maria Bethânia, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira e Adriana Calcanhoto. Entre os intérpretes que regravaram músicas dela estão Clara Nunes, Gal Costa, Gilberto Gil, Paula Toller, Paulinho da Viola, Beth Carvalho e Marisa Monte, para citar alguns.

    Como forma de prestar mais uma homenagem à Ivone Lara, o Governo Federal, por meio da Lei nº 14.834 , publicada nesta sexta-feira, 5 de abril, no Diário Oficial da União, instituiu o dia 13 de abril como o Dia Nacional da Mulher Sambista. O texto é assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra da Cultura, Margareth Menezes.

    Ivone Lara marcou a história do samba de diversas formas e foi a primeira mulher a integrar a ala de compositores da Império Serrano, tendo assinado a composição do samba-enredo Os Cinco Bailes da História do Rio, de 1965, que ainda hoje é listado entre os melhores de todos os tempos.

    Com uma carreira marcada pelo pioneirismo, Ivone Lara atuou como enfermeira e assistente social antes de se dedicar exclusivamente à música, o que só fez após se aposentar. Ao longo da carreira, gravou 15 álbuns, assinou a composição de dezenas de canções e recebeu inúmeros prêmios e homenagens, como em 2016, quando foi condecorada com a Ordem do Mérito Cultural, principal condecoração do Governo Brasileiro à área da cultura.

    No carnaval de 2012, foi tema do enredo da Império Serrano – Dona Ivone Lara: O enredo do meu samba. Morreu quatro anos depois daquele carnaval, em 16 de abril de 2018. O velório foi realizado na quadra da escola de samba Império Serrano, em Madureira, e seu corpo sepultado no Cemitério de Inhaúma.

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