Tag: milho

  • Etanol de Milho: O combustível do futuro com produção em expansão no Brasil

    Etanol de Milho: O combustível do futuro com produção em expansão no Brasil

    A produção brasileira de etanol de milho está vivendo um momento de crescimento acelerado, com projeções impressionantes para os próximos anos. Até 2032, o volume produzido deve quase dobrar, alcançando aproximadamente 16 bilhões de litros por ano. Na safra 2023/24, a produção foi estimada em cerca de 6,3 bilhões de litros, e a expectativa é que chegue a 9,5 bilhões de litros na atual safra, consolidando o etanol de milho como um dos principais combustíveis alternativos do país.

    O Avanço das usinas de Etanol de Milho

    O Brasil já conta com 22 usinas especializadas em etanol de milho em operação, e esse número está prestes a aumentar significativamente. Atualmente, 12 unidades estão em fase de construção, e outras nove foram autorizadas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para iniciar obras. Essa expansão reflete as vantagens logísticas e econômicas do milho em relação à cana-de-açúcar, como:

    • Facilidade de armazenamento por períodos mais longos;
    • Menores custos de transporte;
    • Possibilidade de produção em regiões mais afastadas dos grandes centros agrícolas.

    Impacto no Mercado Nacional

    O crescimento do setor de etanol de milho desempenha um papel estratégico para equilibrar o mercado nacional de biocombustíveis. Durante o período de entressafra da cana-de-açúcar, quando a oferta de etanol tradicional diminui, o milho garante uma produção contínua ao longo do ano. Esse cenário já pode ser observado na região centro-sul, que deverá registrar um recorde histórico na produção de etanol até o encerramento da safra 2024/25, previsto para março.

    Vantagens competitivas do Etanol de Milho

    O etanol de milho apresenta diversas vantagens competitivas que explicam seu rápido crescimento no Brasil:

    • Armazenamento prolongado: Diferente da cana-de-açúcar, que precisa ser processada rapidamente após a colheita, o milho pode ser estocado por meses, permitindo maior flexibilidade na produção;
    • Redução de custos logísticos: O milho é mais leve e fácil de transportar, o que reduz os custos operacionais das usinas;
    • Expansão geográfica: A produção de etanol de milho não está restrita às áreas tradicionais de cultivo de cana, permitindo o desenvolvimento de novas regiões produtoras.

    Perspectivas futuras e sustentabilidade

    Com a crescente demanda por fontes de energia renováveis, o etanol de milho surge como uma solução sustentável e economicamente viável para o Brasil. Além de contribuir para a diversificação da matriz energética, o setor tem potencial para gerar empregos e impulsionar economias regionais. Até 2032, o país estará em posição de liderança global no segmento, reforçando sua vocação como um dos maiores produtores de biocombustíveis do mundo.

     

  • Na safrinha, é hora de proteger o solo: estratégia essencial para a produtividade

    Na safrinha, é hora de proteger o solo: estratégia essencial para a produtividade

    Com a colheita da soja concluída, o momento é propício para planejar a cobertura do solo, uma prática essencial para garantir a sustentabilidade do sistema produtivo. Segundo Gessí Ceccon, analista e engenheiro agrônomo da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), a cobertura do solo não apenas protege contra a erosão, mas também melhora as condições físicas do solo, favorecendo a produtividade futura. “A soja no verão tem um alto valor econômico, e por isso é a cultura predominante. No entanto, após sua colheita, precisamos focar em melhorar as condições do solo”, explica Ceccon.

    O milho desponta como a principal espécie para sustentar o sistema de plantio direto, pois possui um sistema radicular agressivo que auxilia na descompactação do solo. “O milho, apesar do foco na produtividade de grãos, tem um papel fundamental na melhoria estrutural do solo. Suas raízes crescem profundamente, aproveitando a umidade residual e criando poros para infiltração da água”, destaca o engenheiro.

    Outro ponto essencial é a consorciação do milho com a braquiária, estratégia que a Embrapa vem pesquisando há 20 anos. As raízes de milho produzem poros maiores e as raízes de braquiária poros menores, ambos importantes para a infiltração e armazenamento de água no solo. Apesar de algumas dificuldades técnicas no manejo da população de plantas e no uso de herbicidas no consórcio, a técnica tem se mostrado eficaz. “A braquiária começa a se destacar quando o milho atinge a fase de maturidade, proporcionando uma cobertura uniforme e protegendo o solo contra a erosão e a perda de umidade”, pontua Ceccon.

    A cobertura do solo com a braquiária também auxilia na fixação da palha, evitando que ventos fortes a desloquem, mantendo assim a proteção da superfície do solo. Após o período adequado para o plantio do milho, entra em cena a cobertura com plantas como a braquiária consorciada com leguminosas, sendo a mais indicada a crotalária ochroleuca. “A crotalária, diferente do milho e da braquiária, tem raiz pivotante que cresce profundamente, contribuindo para um perfil de solo mais estruturado”, explica Ceccon.

    O manejo adequado também passa pelo momento correto de intervenção. Segundo Ceccon, um manejo na braquiária em junho é essencial para reiniciar a produção de massa e garantir qualidade na cobertura do solo. “Plantar braquiária solteira é coisa do passado. Sempre que possível, devemos associá-la a uma leguminosa para melhorar a qualidade da cobertura”, enfatiza. A adoção dessas estratégias permite que a soja seja semeada mais próxima da dessecação, garantindo melhor condição física do solo e maior eficiência produtiva da soja. “Cada detalhe faz diferença na produtividade e na sustentabilidade do sistema produtivo”, conclui Ceccon.

  • UFMT conclui estudo sobre milho Enogen para produção de etanol e DDG no Brasil

    UFMT conclui estudo sobre milho Enogen para produção de etanol e DDG no Brasil

    O Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético (NIEPE) da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) finalizou o projeto “Tropicalização do produto Enogen para a produção de etanol e DDG no Brasil”. O estudo avaliou a viabilidade da produção de biocombustível e alimentos a partir do milho Enogen, uma variedade rica em alfa-amilase desenvolvida pela Syngenta nos Estados Unidos.

    O projeto foi financiado pela Syngenta, com a interveniência administrativo-financeira da Fundação Uniselva, e coordenado pelo engenheiro Ivo Leandro Dorileo, pesquisador associado do NIEPE. Também teve participação do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sob coordenação da engenheira Bruna de Souza Moraes.

    De acordo com Dorileo, o relatório final do estudo apontou as especificidades do cultivar em terras tropicais, considerando aspectos técnicos, econômicos, ambientais, energéticos e de mercado. Além dos avanços científicos, o projeto reforçou a importância da parceria entre universidades e setor privado, permitindo capacitação de pesquisadores e aquisição de equipamentos que modernizam as estruturas da Faculdade de Economia da UFMT.

    A pesquisa contou com a participação de diversos especialistas, incluindo Leonardo Gomes de Vasconcelos (Instituto de Química), Eduardo Beraldo de Morais (Engenharia Sanitária e Ambiental) e Margarete Nunes (NIEPE). O discente Bruno Dantas Muniz, do Instituto de Química, também colaborou por meio da Central Analítica do Laboratório de Pesquisas em Química de Produtos Naturais e Novas Metodologias Sintéticas em Química Orgânica. Pelo NIPE, contribuíram os pesquisadores Mauro Berni, Paulo Manduca e Rubens Lamparelli.

    Com os resultados obtidos, o estudo abre caminho para novas pesquisas e potenciais investimentos na produção de etanol e DDG no Brasil, destacando-se como uma referência na busca por soluções inovadoras e sustentáveis para o setor agroenergético.

  • Indicador do milho avança mais de 13% na parcial deste mês

    Indicador do milho avança mais de 13% na parcial deste mês

    Os preços do milho na região de Campinas (SP), representados pelo Indicador ESALQ/BM&FBovespa, vêm registrando avanços expressivos em fevereiro, conforme mostram dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

    Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem da baixa disponibilidade doméstica por conta dos menores estoques de passagem, do atraso na colheita das lavouras de primeira safra e do maior interesse comprador por novos lotes em um ambiente em que vendedores estão afastados do spot.

    Segundo a Conab, a relação estoque sobre o consumo interno de milho estava em 2,5% no final do de janeiro, patamar nunca antes registrado no Brasil. Até então, a menor relação havia sido registada em janeiro de 2012, quando os estoques eram equivalentes a 4,1% do consumo anual.

    Em termos de colheita da primeira safra, na média nacional, os dados da Conab apontam que 20,9% das lavouras haviam sido colhidas até 23 de fevereiro, contra 24,9% no mesmo período de 2024. Já para o estado de São Paulo, os dados apontam expressivo atraso. Até o último final de semana, apenas 6% das lavouras paulistas haviam sido colhidas, contra 20% em 2024, segundo a Conab.

    Nesse ambiente, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu significativos 13,1% na parcial de fevereiro (até o dia 24), fechando a R$ 84,85/saca de 60 kg nessa segunda-feira, 24 – o maior patamar nominal desde março de 2023. Na parcial do ano (até dia 24 de fevereiro), o Indicador acumula forte avanço de 16,7%. Vale destacar que, especificamente nos últimos seis dias úteis (entre 14 e 24 de fevereiro), o Indicador teve forte acréscimo de 6,2%.

    Essa movimentação recente foi refletida nos preços relatados por agentes colaboradores do Cepea, os quais participam da amostra diária envolvendo os 162 municípios que compõem a microrregião de Campinas na estrutura do Indicador. São considerados preços do produto de dentro do estado de São Paulo, com diferimento de ICMS, e de fora do estado, já descontado o custo do ICMS.

    Na semana passada, enquanto parte dos agentes operava com preços relativamente estáveis, outros já entendiam que o mercado estava “mais firme” e, então, restringiram suas ofertas de venda ou buscaram antecipar parcialmente suas compras. A dispersão dos dados é refletida pelo Coeficiente de Variação (CV).

    Conforme a metodologia do Indicador, a cada dia o CV precisa ficar igual ou inferior ao CV médio dos últimos 20 dias úteis, acrescido de 25% (chamado de CV crítico). A exceção é quando a variação monetária do Indicador supera o desvio-padrão do dia anterior.

    No dia 13 de fevereiro, por exemplo, o CV da amostra inicial estava em 4%, com um CV crítico de 3,9%. No dia 14, o CV passou para 4,3% e, no dia 17, voltou para a casa dos 4%. Nesses três dias, havia na amostra inicial dados fora do intervalo de dois desvios-padrões (primeiro critério para ajuste da amostra), o que contribuiu para que o CV se ajustasse ao nível crítico após tratamento estatístico.

    Porém, entre 18 e 24 de fevereiro, a dispersão dos dados se ampliou, ao ponto de todas as informações estarem no intervalo inferior a dois desvios-padrões – nessa segunda-feira, 24, o CV foi de 6,02%. Nesses dias, como o CV estava superior ao nível crítico, a amostra precisou ser ajustada, retirando-se os preços mais distantes da média.

    Na amostra do dia 18 de fevereiro, especificamente, os dados mais distantes em relação à média foram os valores máximos, o que influenciou para a variação negativa do Indicador em relação ao dia anterior. Nos demais dias, mais agentes passaram a relatar preços maiores em relação ao dia anterior, fazendo com que os valores mínimos ficassem mais distantes da média. Ao ajustar a amostra pelo CV, as variações do Indicador foram expressivas.

    Todo o processo de cálculo do Indicador é estatístico, sem a interferência de “sensibilidades” humanas. O uso de desvio-padrão e do CV é essencial para manter um processo alinhado com o padrão de preços do mercado. A amostra é composta por dezenas de agentes colaboradores, que chegam a relatar mais de uma centena de preços diariamente. A metodologia sempre esteve pública nas homepages do Cepea e da B3, com as quais são realizadas auditorias periódicas por parte da Bolsa.

    Destaca-se, por fim, que a Equipe do Cepea, em conjunto com a B3, está sempre em busca contínua de melhorias. O Cepea e a B3 já apresentaram a agentes propostas de ajustes metodológicos, para os quais o Cepea simulou 10 meses e comparou os resultados com o modelo atual. Esse ajuste metodológico, que foi considerado satisfatório por agentes de mercado, levará à implementação de critério de elegibilidade de dados do agente colaborador, relativos à frequência diária de participação na amostra inicial, assim como critério de concentração de dados do agente colaborador, referentes à quantidade diária de dados na amostra inicial. O Cepea aguarda a tramitação junto à B3 e aos órgãos reguladores para sua efetiva implementação.

  • Semeadura do milho atinge 67,15% da área projetada em Mato Grosso

    Semeadura do milho atinge 67,15% da área projetada em Mato Grosso

    A semeadura do milho para a safra 2024/25 em Mato Grosso avançou 22,20 pontos percentuais na última semana, atingindo 67,15% da área projetada até o dia 21 de fevereiro. Apesar do avanço expressivo, o plantio segue atrasado em relação à temporada anterior, com uma diferença de 13,23 pontos percentuais em comparação com a safra 2023/24 e 3,12 pontos percentuais abaixo da média das últimas cinco safras.

    O principal fator para esse atraso é a demora na colheita da soja, que impacta diretamente a janela ideal para o plantio do milho. A semeadura tardia pode influenciar no desenvolvimento da cultura e na produtividade, especialmente em relação às condições climáticas das próximas semanas.

    Com a colheita da soja avançando, a expectativa é que o plantio do milho continue ganhando ritmo para minimizar os impactos do atraso e garantir boas condições para o ciclo produtivo.

  • Preço do milho sobe com menor oferta e maior demanda no mercado nacional

    Preço do milho sobe com menor oferta e maior demanda no mercado nacional

    Os preços do milho tiveram altas mais expressivas na última semana na maioria das regiões monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A valorização do cereal tem sido impulsionada pela menor disponibilidade no mercado spot e pelo aumento no interesse de compradores. Pesquisadores do Cepea apontam que, diante da demanda aquecida e da tendência de alta, produtores estão retraídos, aguardando novas valorizações antes de negociar seus estoques.

    Por outro lado, consumidores encontram dificuldades para recompor seus estoques, enfrentando preços elevados neste período. Enquanto isso, no campo, a colheita da safra de verão avança de forma acelerada, beneficiada pelo clima quente e seco nas principais regiões produtoras.

    De acordo com dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 16 de fevereiro, 21,1% da área cultivada com milho verão já foi colhida, um avanço semanal de 7,8 pontos percentuais. O índice é semelhante ao registrado no mesmo período de 2023, quando a colheita alcançava 21,4% da área total.

  • Calor extremo impacta produção de Café, Soja e Arroz no Brasil: Especialista aponta soluções agroecológicas

    Calor extremo impacta produção de Café, Soja e Arroz no Brasil: Especialista aponta soluções agroecológicas

    O calor intenso registrado nos últimos dias tem prejudicado significativamente as lavouras de café, soja, milho, arroz e frutas em diferentes regiões do Brasil. Na Região Sul, cultivos de soja, milho e arroz enfrentam dificuldades, enquanto no Sudeste, plantações de café e frutas sofrem com o estresse causado pelas altas temperaturas. Esses impactos são reflexos diretos das mudanças climáticas, que vêm intensificando desafios para a produção de alimentos no país.

    De acordo com Francis Lacerda , climatologista e pesquisadora do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), estratégias baseadas na agroecologia podem atenuar os efeitos adversos do clima e reduzir os riscos de insegurança alimentar. No entanto, ela alerta que essas práticas precisam ser adotadas urgentemente. “Existem práticas que ainda podem reduzir esses efeitos. Eu digo ainda porque daqui a pouco não vai poder mais”, afirma a especialista.

    Reflorestamento e Consórcio como Solução

    Lavoura de trigo - Imagem CenárioMT
    Lavoura de trigo – Imagem CenárioMT

    Uma das principais recomendações de Francis é o reflorestamento e a implementação de sistemas agroflorestais. Na agroecologia, o consórcio de culturas é uma prática amplamente utilizada, onde árvores frutíferas são plantadas junto com cultivos como feijão, milho ou outras leguminosas. Essa técnica promove interações benéficas entre as plantas, melhorando a resistência ao calor e à escassez de água.

    “Essas plantas vão interagir de forma que beneficiam umas às outras. Algumas têm raízes profundas que buscam água no subsolo, enquanto outras se protegem sob a sombra de árvores maiores. Precisamos implementar esse modelo de sistema agroflorestal”, explica a climatologista.

    Além disso, a diversificação de culturas fortalece a fertilidade do solo, reduz a incidência de pragas e doenças e contribui para a redução do uso de agrotóxicos. Isso resulta em vantagens econômicas e ambientais para os agricultores, como menor custo de produção e maior resiliência a condições climáticas extremas.

    Mudanças Climáticas Surpreendem Agricultores Familiares

    A grande maioria dos alimentos consumidos pelas famílias brasileiras vem da agricultura familiar, que está cada vez mais vulnerável às mudanças climáticas. Segundo Francis, os agricultores familiares estão perdendo a previsibilidade sazonal que orientava suas atividades agrícolas.

    “Quando ocorrem ondas de calor, organismos mais resilientes, como insetos, fungos e bactérias, proliferam rapidamente, devastando as lavouras”, explica. Para mitigar esses impactos, ela defende políticas públicas que incentivem o uso de tecnologias para captação e armazenamento de água, além da geração de energia renovável nas propriedades rurais.

    “A autonomia para produzir alimentos dentro dessas novas condições climáticas é essencial. Além disso, os agricultores devem ser apoiados para realizar o reflorestamento de suas terras. É possível, é barato e eles querem fazer isso”, enfatiza.

    Perda de Espécies Endêmicas

    Outro ponto preocupante destacado pela especialista é a diminuição de espécies vegetais endêmicas dos biomas brasileiros, especialmente aquelas adaptadas a ambientes secos e quentes. Um exemplo é o umbuzeiro, planta emblemática do semiárido brasileiro, conhecida por sua capacidade de armazenar água em suas raízes.

    “O umbuzeiro está sumindo da paisagem porque não consegue mais se adaptar às variáveis climáticas atuais. Ele era uma referência de resiliência no semiárido, mas agora enfrenta dificuldades”, avalia Francis.

    Lições para o Meio Urbano

    As soluções propostas pela climatologista também podem ser aplicadas ao ambiente urbano. Francis sugere a criação de espaços produtivos nas cidades, como quintais cultiváveis e “farmácias vivas”, onde plantas medicinais e alimentos podem ser cultivados localmente. No entanto, para que isso seja viável, é necessário o apoio de políticas públicas que orientem e financiem essas iniciativas.

    “Sem justiça social, não conseguiremos combater as mudanças climáticas. Precisamos pensar em formas inovadoras de garantir segurança hídrica, energética e alimentar tanto para as populações urbanas quanto para as rurais”, conclui.

  • Imea aponta queda no custo de produção do milho de alta tecnologia para a safra 25/26

    Imea aponta queda no custo de produção do milho de alta tecnologia para a safra 25/26

    O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou a primeira estimativa de custos para a safra 2025/26, com base nos dados do Projeto CPA-MT. Segundo o levantamento, o custeio do milho de alta tecnologia foi projetado em R$ 3.055,05 por hectare, representando uma redução de 5,61% em relação ao ciclo 2024/25.

    A diminuição nos custos também impactou o Custo Operacional Efetivo (COE) e o Custo Operacional Total (COT), que foram estimados em R$ 4.474,51/ha e R$ 5.040,42/ha, respectivamente. Esses valores indicam quedas de 2,97% e 2,07% quando comparados ao ciclo anterior.

    Por outro lado, o Custo Total (CT) teve um aumento de 3,11% em relação à safra 2024/25, atingindo R$ 6.283,47/ha. O crescimento do CT reflete fatores que vão além do custeio direto, como despesas com depreciação e custo de oportunidade do capital investido.

  • Safra de milho e algodão avança apesar de desafios climáticos e fitossanitários

    Safra de milho e algodão avança apesar de desafios climáticos e fitossanitários

    A semeadura da safra de milho e algodão avança em Lucas do Rio Verde e região, mesmo com desafios que vêm exigindo ajustes técnicos por parte dos produtores. O diretor de pesquisas da Fundação Rio Verde, Fábio Pitellkow, destaca que, apesar das chuvas registradas nos últimos dias, o clima tem permitido a continuidade dos trabalhos no campo, embora em um ritmo mais lento do que o esperado.

    No caso do algodão, o plantio se estendeu além do previsto, o que pode representar um risco maior à produtividade caso falte chuva no futuro. “Estamos conseguindo cumprir as tarefas, mas fugindo um pouco do cronograma esperado. Ainda há áreas comerciais em processo de plantio, o que nos coloca em um período de maior risco de perda de potencial produtivo”, explica Pitellkow. No entanto, ele ressalta que os produtores têm se ajustado tecnicamente, escolhendo materiais mais adequados e adotando estratégias para mitigar possíveis impactos.

    A cultura do milho também enfrenta desafios, especialmente na fase inicial, com uma pressão significativa de lagartas. Pitellkow alerta para a necessidade de monitoramento constante e reforça que as biotecnologias disponíveis nem sempre têm sido plenamente eficazes no controle dessas pragas, tornando necessária a aplicação de defensivos químicos para preservar o potencial produtivo das lavouras. “O percevejo também é uma preocupação constante, pois conhecemos o dano que pode causar. Além disso, a cigarrinha do milho requer atenção, pois mesmo com populações baixas no campo, já observamos no ano passado problemas severos com o complexo de enfezamentos, transmitidos por essa praga”, afirma o diretor da Fundação Rio Verde.

    Colheita de soja

    Enquanto a semeadura do milho e do algodão avança, a colheita da soja ainda está em andamento na região, com um volume significativo a ser retirado do campo no Médio Norte. A umidade e as chuvas têm dificultado o andamento da colheita, mas, de modo geral, os produtores avaliam os resultados de forma positiva. “Sempre investimos para colher mais, e, apesar das dificuldades ao longo do ciclo, temos lavouras com bons potenciais produtivos”, ressalta Pitellkow.

    Entre os desafios enfrentados na safra, ele cita o manejo de nematoides, mancha alvo e a ocorrência de podridão de grãos em alguns talhões. Ainda assim, a perspectiva para a produtividade é favorável. “Conversando com os produtores, percebemos que, de maneira geral, estão satisfeitos com o que planejaram, executaram e agora estão colhendo”, finaliza o diretor de pesquisas.

    A Fundação Rio Verde segue acompanhando o desenvolvimento das lavouras na região e reforça a importância do monitoramento fitossanitário para garantir a segurança produtiva da safra.

  • Preço do milho segue em alta enquanto produtores se preocupam com a segunda safra

    Preço do milho segue em alta enquanto produtores se preocupam com a segunda safra

    Os preços do milho continuam em alta na maior parte das regiões monitoradas pelo Cepea, reflexo da dinâmica do mercado neste período de colheita da safra de verão. Apesar da oferta crescente, muitos produtores têm demonstrado cautela, o que mantém a valorização do grão.

    Uma das principais preocupações no setor é a semeadura da segunda safra, que pode ocorrer fora da janela ideal. Esse atraso pode impactar negativamente a produção, reduzindo o potencial produtivo das lavouras e comprometendo a oferta futura. Com isso, muitos agricultores estão focados na colheita atual, sem avançar significativamente no plantio da próxima etapa.

    No lado da demanda, compradores consultados pelo Cepea buscam recompor seus estoques, mas enfrentam preços elevados por parte dos vendedores, que seguem resistentes a negociar a valores mais baixos. Além disso, a disponibilidade de fretes está reduzida, já que a prioridade no transporte segue sendo o escoamento da soja, o que dificulta ainda mais a movimentação do milho no mercado.

    O cenário indica que a valorização do milho pode persistir nas próximas semanas, especialmente se a preocupação com a segunda safra se confirmar. A expectativa do setor é acompanhar o ritmo do plantio e os impactos no mercado ao longo dos próximos meses.