Tag: mercado

  • Mercado do arroz no RS registra oscilações com baixa liquidez e estoques estabilizados

    Mercado do arroz no RS registra oscilações com baixa liquidez e estoques estabilizados

    Os preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul seguem apresentando pequenas oscilações, refletindo uma espécie de “queda de braço” entre compradores e vendedores. Segundo pesquisadores do Cepea, a liquidez no mercado permanece baixa, com uma redução no volume de beneficiamento, o que tem impactado o ritmo das negociações.

    A demanda por parte de atacadistas e varejistas também se mantém relativamente enfraquecida, uma vez que os diferentes elos da cadeia produtiva parecem estar com estoques satisfatórios. Essa situação tem levado a uma menor movimentação no mercado interno, enquanto os agentes observam a dinâmica das importações e exportações para entender o comportamento futuro dos preços.

    Dados da Secex indicam que as importações de arroz atingiram 109,97 mil toneladas (equivalente casca) em janeiro de 2025, um salto expressivo de 122,69% em relação ao volume de dezembro de 2024. No entanto, esse número ainda é 44,3% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. Já as exportações somaram 96,62 mil toneladas, um recuo de 27,7% frente ao mês anterior, mas 15,5% acima do volume embarcado em janeiro de 2024.

    O cenário indica um mercado em compasso de espera, com produtores e indústrias avaliando os próximos movimentos. Enquanto a oferta internacional segue pressionando os preços, o consumo interno estabilizado mantém as negociações travadas. A tendência para os próximos meses dependerá da evolução da colheita, do fluxo de exportações e da reposição dos estoques no setor varejista.

  • Preços dos fretes de grãos sobem em Mato Grosso com avanço da colheita da soja

    Preços dos fretes de grãos sobem em Mato Grosso com avanço da colheita da soja

    Na última semana, os preços dos fretes de grãos registraram altas significativas na maioria das regiões de Mato Grosso, impulsionados pelo avanço da colheita da soja. O aumento da demanda por caminhões, aliado à maior movimentação de grãos, elevou os valores do frete, impactando principalmente as rotas estratégicas para o escoamento da produção.

    Aumento nas principais rotas

    • Sorriso (MT) a Miritituba (PA): O frete médio foi cotado em R$ 314,31 por tonelada, registrando uma alta de 16,30% em relação à semana anterior. Essa rota é uma das principais para o escoamento da produção de grãos do estado, especialmente com o uso do Arco Norte, que conecta Mato Grosso ao Porto de Miritituba, no Pará.
    • Campo Verde (MT) a Santos (SP): O frete médio atingiu R$ 380,00 por tonelada, com um aumento de 4,11%. Essa rota tradicional, que liga Mato Grosso ao Porto de Santos, continua sendo uma das mais utilizadas para exportação de grãos, especialmente soja e milho.

    Fatores que influenciaram a alta dos fretes

    O avanço da colheita da soja em Mato Grosso é o principal fator por trás do aumento nos preços dos fretes. Com a maior disponibilidade de grãos no mercado, a demanda por caminhões cresceu, pressionando os valores do transporte. Além disso, a logística de escoamento enfrenta desafios, como a necessidade de otimização das rotas e a infraestrutura limitada em algumas regiões.

    Outro fator que contribuiu para a alta foi a sazonalidade do setor. No início da colheita, é comum que os preços dos fretes aumentem devido à maior movimentação de grãos e à necessidade de escoamento rápido para atender aos contratos de exportação.

    Impacto para os produtores

    O aumento nos custos de frete pode impactar a rentabilidade dos produtores, especialmente aqueles que dependem de rotas mais longas para escoar sua produção. No entanto, a alta nos preços dos fretes também reflete a dinâmica positiva do mercado, com a colheita da soja em andamento e a expectativa de uma safra recorde em 2025.

    Perspectivas para as próximas semanas

    Com o avanço da colheita da soja e o início da segunda safra de milho, a tendência é que a demanda por fretes continue elevada nas próximas semanas. Os preços podem se manter em patamares altos, especialmente nas rotas mais estratégicas, como Sorriso-Miritituba e Campo Verde-Santos.

    Os produtores e transportadores devem ficar atentos às condições do mercado e às oportunidades de negociação, buscando otimizar os custos logísticos e garantir o escoamento eficiente da produção. A atenção às tendências de preços e à infraestrutura disponível será fundamental para enfrentar os desafios do setor no restante da safra.

  • Vendas de soja em Mato Grosso avançam, mas preços recuam em janeiro de 2025

    Vendas de soja em Mato Grosso avançam, mas preços recuam em janeiro de 2025

    Em janeiro de 2025, as vendas da safra 2024/25 de soja em Mato Grosso atingiram 48,97% da produção prevista, representando um avanço de 3,77 pontos percentuais (p.p.) em relação ao mês anterior. No entanto, os preços do grão registraram uma queda de 1,82% na comparação com dezembro de 2024, fechando a média em R$ 109,21 por saca.

    O aumento nas vendas da safra 2024/25 reflete a movimentação dos produtores para garantir liquidez e aproveitar as oportunidades de mercado. Apesar do avanço, a queda nos preços pode ser atribuída a fatores como a volatilidade do mercado internacional, a desvalorização do dólar e a oferta elevada do grão.

    A média de R$ 109,21 por saca em janeiro representa um recuo em relação ao mês anterior, mas ainda mantém a soja em patamares rentáveis para os produtores mato-grossenses, que seguem entre os maiores exportadores do grão no país.

    Safra 2025/26: Primeiros negócios começam a aparecer

    Para a safra 2025/26, os primeiros grandes volumes de negócios começaram a surgir em Mato Grosso. Em janeiro, a comercialização da soja alcançou 2,65% da produção prevista, com um avanço de 2,39 p.p. em relação ao mês anterior. O preço médio da soja negociada para a nova safra fechou o mês em R$ 113,21 por saca, valor superior ao registrado para a safra atual.

    Esse movimento inicial de vendas para a safra 2025/26 indica a confiança dos produtores no mercado futuro, além de estratégias para garantir preços mais atrativos e reduzir riscos associados à volatilidade dos preços.

    Cenário e perspectivas para o mercado da soja

    O mercado da soja em Mato Grosso segue dinâmico, com os produtores buscando equilibrar a comercialização entre as safras atual e futura. A queda nos preços da safra 2024/25 pode ser compensada pelo aumento nas vendas, enquanto a safra 2025/26 já começa a ganhar espaço com negócios em patamares mais elevados.

    As perspectivas para os próximos meses dependem de fatores como o comportamento do dólar, a demanda internacional (especialmente da China, maior compradora do grão) e as condições climáticas para a próxima safra. Além disso, a logística de escoamento e os custos de produção continuarão sendo pontos de atenção para os produtores.

    Com o avanço nas vendas e a movimentação do mercado futuro, Mato Grosso reforça sua posição como um dos principais players do agronegócio brasileiro, contribuindo significativamente para a balança comercial do país.

  • Preço do boi gordo oscila entre R$ 325 e R$ 327 pela quarta semana consecutiva

    Preço do boi gordo oscila entre R$ 325 e R$ 327 pela quarta semana consecutiva

    O mercado do boi gordo segue com preços praticamente estáveis pela quarta semana consecutiva. Segundo levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o Indicador CEPEA/ESALQ do boi gordo tem oscilado entre R$ 325 e R$ 327 por arroba, com uma discreta tendência de alta. Enquanto isso, a carcaça casada apresentou um ligeiro enfraquecimento no atacado da Grande São Paulo, caindo de R$ 22/kg para R$ 21/kg.

    De acordo com o Cepea, essa indefinição de tendência no mercado ocorre devido à postura cautelosa dos frigoríficos, que aguardam um aumento da oferta de animais de pasto, ao mesmo tempo em que pecuaristas tentam negociar preços um pouco mais altos. No atacado, as vendas de carne bovina seguem estáveis, o que tem garantido sustentação ao mercado, mesmo diante do período sazonalmente mais fraco para o consumo.

    Exportações recuam com feriado chinês

    No mercado externo, os dados mais recentes apontam para uma redução no volume de carne bovina exportada. Essa queda já era esperada para esta época do ano, uma vez que a demanda da China, principal compradora da proteína brasileira, sofre retração temporária devido às celebrações do Ano Novo chinês.

  • Preços do algodão em pluma recuam em janeiro após dois meses de alta

    Preços do algodão em pluma recuam em janeiro após dois meses de alta

    Após dois meses consecutivos de valorização, os preços do algodão em pluma apresentaram queda em janeiro de 2025, segundo levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registrou uma queda de 1,92% no acumulado do mês, fechando a R$ 4,1143 porlibra−peso (lp) no dia 31. A média de janeiro ficou em 4,1567/lp, valor 0,26% superior ao de dezembro de 2024, mas 2,45% inferior ao de janeiro de 2024, em termos reais (deflacionados pelo IGP-DI de dezembro/24).

    De acordo com o Cepea, o enfraquecimento das cotações foi impulsionado pela demanda desaquecida no mercado spot nacional. Embora alguns vendedores tenham se mantido ativos ao longo de janeiro, as novas aquisições foram pontuais, concentrando-se principalmente nas últimas semanas do mês. A falta de interesse consistente por parte dos compradores contribuiu para a pressão sobre os preços.

    Foco em contratos futuros

    Enquanto o mercado spot apresentava menor movimento, os agentes do setor concentraram-se na realização de novos contratos envolvendo a pluma da safra 2023/24, com entregas programadas para os próximos meses, e também para as safras futuras, como 2024/25 e 2025/26. Essa estratégia reflete a preocupação dos produtores e comerciantes em garantir negócios diante da volatilidade do mercado.

    A queda nos preços do algodão em pluma em janeiro contrasta com a tendência de alta observada nos dois meses anteriores. O enfraquecimento das cotações pode ser atribuído a uma combinação de fatores, incluindo a redução da demanda e o aumento da oferta no mercado spot. Além disso, a incerteza em relação às condições climáticas e aos custos de produção para as próximas safras tem influenciado as decisões dos agentes.

    Para os próximos meses, a evolução dos preços do algodão dependerá de fatores como a demanda internacional, as condições climáticas nas principais regiões produtoras e o desempenho da economia global. Enquanto isso, os produtores e comerciantes continuam buscando estratégias para mitigar os riscos e garantir a rentabilidade de seus negócios.

    Impacto para o setor

    A queda nos preços do algodão em pluma pode impactar a rentabilidade dos produtores, especialmente aqueles com custos elevados de produção. No entanto, a realização de contratos futuros oferece uma forma de proteção contra a volatilidade do mercado, garantindo preços mais estáveis para parte da produção.

    O Cepea segue monitorando as tendências do mercado e destacando a importância de estratégias bem planejadas para enfrentar os desafios do setor algodoeiro. A atenção às condições de oferta e demanda, tanto no mercado interno quanto no externo, será fundamental para os agentes do setor nos próximos meses.

  • Preço do suíno recua em janeiro, mas mantém alta em relação ao ano anterior

    Preço do suíno recua em janeiro, mas mantém alta em relação ao ano anterior

    O preço do suíno pago ao produtor em janeiro de 2025 registrou queda de 16,17% em relação a dezembro de 2024, fechando a média do mês em R$ 7,39/kg. Apesar da retração mensal, o valor ainda se manteve 25,46% acima do observado no mesmo período do ano passado, evidenciando a valorização da proteína suína ao longo dos últimos 12 meses.

    A carcaça suína também sofreu desvalorização no comparativo mensal, com preço médio de R$ 11,89/kg, redução de 13,80% frente a dezembro de 2024. Esse cenário foi influenciado pelo enfraquecimento das vendas, atribuído ao menor poder de compra da população devido às despesas típicas do início de ano, como impostos e material escolar, além da queda no consumo provocada pelo recesso escolar.

    Outro fator que pressionou os preços foi a elevada oferta de suínos no estado, o que aumentou a disponibilidade do produto no mercado e intensificou a concorrência entre os vendedores. O setor segue monitorando a demanda e os impactos da retomada do consumo ao longo de fevereiro, especialmente com a proximidade do período de festas e o reajuste do poder aquisitivo dos consumidores.

  • Preço do milho segue em alta com oferta reduzida e demanda aquecida

    Preço do milho segue em alta com oferta reduzida e demanda aquecida

    O mercado do milho no Brasil mantém sua trajetória de valorização, impulsionado por fatores que afetam tanto a oferta quanto a demanda. De acordo com levantamentos do Cepea, a retração dos vendedores, focados na colheita da safra de verão e na semeadura da segunda safra, tem reduzido a disponibilidade do grão no mercado, limitando a liquidez das negociações.

    Além disso, a procura pelo cereal segue aquecida, com compradores buscando recompor estoques. Indústrias de ração e setor de proteína animal, que dependem diretamente do milho, têm intensificado suas aquisições, o que sustenta a tendência de alta nas cotações. O contexto global também influencia o cenário, com incertezas climáticas em regiões produtoras e expectativas sobre o desempenho das exportações brasileiras.

    Na semana passada, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas – SP) se aproximou novamente do patamar de R$ 75 por saca de 60 kg, refletindo essa conjuntura de menor oferta e demanda firme. O mercado segue atento ao avanço da colheita da primeira safra e às condições climáticas para a segunda, que pode definir os rumos das cotações nos próximos meses.

  • Produtores aceleram colheita e comercialização, pressionando preços da mandioca

    Produtores aceleram colheita e comercialização, pressionando preços da mandioca

    Preocupados com a possibilidade de novas quedas nos preços e buscando capitalização, os produtores têm avançado com a colheita e a comercialização da mandioca, aumentando a oferta de matéria-prima para as indústrias de fécula e farinha. De acordo com levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), essa maior disponibilidade, em um cenário de demanda enfraquecida, tem pressionado os preços da raiz pela quinta semana consecutiva. A média de janeiro de 2025 também registrou queda, interrompendo uma sequência de sete meses de altas.

    Entre os dias 27 e 31 de janeiro, o preço médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R620,97(equivalenteaR 1,0800 por grama de amido), representando uma queda de 2,9% em relação à semana anterior. A média de janeiro recuou 5,3%, mas ainda se manteve 21,5% acima do valor registrado no mesmo período do ano passado. Esse movimento de queda nos preços reflete o aumento da oferta no mercado, enquanto a demanda por mandioca e seus derivados permanece arrefecida.

    Fatores que influenciam o mercado

    1. Avanço da colheita: Os mandiocultores têm acelerado a colheita, buscando capitalizar-se diante da incerteza em relação aos preços futuros. Isso tem resultado em um aumento significativo da oferta de mandioca no mercado.
    2. Demanda enfraquecida: A demanda por mandioca e seus derivados, como fécula e farinha, tem se mantido fraca, contribuindo para a pressão sobre os preços. O cenário de desaquecimento da demanda tem sido um dos principais fatores para a queda nos valores.
    3. Expectativas dos produtores: Receosos com a possibilidade de novas quedas nos preços, muitos produtores têm optado por antecipar a comercialização da safra, o que tem ampliado a disponibilidade de matéria-prima para as indústrias.

    Perspectivas para o mercado

    Apesar da queda recente, os preços da mandioca ainda se mantêm em patamares elevados em comparação com o mesmo período do ano passado. No entanto, a tendência de queda observada nas últimas semanas pode continuar, especialmente se a oferta seguir aumentando e a demanda não apresentar sinais de recuperação.

    Para os mandiocultores, o momento exige atenção e planejamento, já que a combinação de custos de produção elevados e preços em queda pode impactar a rentabilidade. Acompanhar as tendências de mercado e ajustar as estratégias de comercialização serão fundamentais para enfrentar os desafios atuais.

    O Cepea ressalta que, embora o cenário seja desafiador, a volatilidade do mercado agrícola pode trazer mudanças rápidas. A evolução da demanda, tanto no mercado interno quanto no externo, será um fator determinante para os preços da mandioca nos próximos meses.

  • Com oferta elevada, preço do leite recua em dezembro, mas média avança em um ano

    Com oferta elevada, preço do leite recua em dezembro, mas média avança em um ano

    Pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que o preço do leite captado em dezembro/24 fechou a R$ 2,5805/litro (“Média Brasil”), queda de 2,7% em relação ao mês anterior, mas elevação de 21% frente a dezembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de dezembro). Desse modo, a média de 2024 foi de R$ 2,6362/litro, 1,9% acima da verificada em 2023, também em termos reais.

    A progressão da safra e o consequente aumento sazonal da oferta no campo em dezembro influenciam o movimento de desvalorização do leite cru, que vem sendo observado desde outubro/24. Contudo, o crescimento da oferta não foi homogêneo entre as bacias leiteiras e isso pode ser verificado pelo Índice de Captação de Leite (ICAP-L). Apesar de o volume industrializado pelas empresas que compõem a amostra da pesquisa do Cepea ter subido em Minas Gerais, em São Paulo e na Bahia, houve queda na captação nos estados do Sul e em Goiás – o que levou a “Média Brasil” a recuar 1,4% de novembro para dezembro. Considerando-se o ano de 2024, a alta acumulada na amostra foi de 18,3%. O Cepea projeta aumento na captação industrial de cerca de 2,5% em 2024, o que totalizaria cerca de 25,2 bilhões de litros.

    O crescimento da oferta em 2024 está ligado ao ganho de margem do produtor – e a expansão da produção só não foi maior por causa do clima extremo nesse ano.

    A análise da relação de troca mostra que, em 2024, o produtor precisou de 25 litros de leite, em média, para adquirir uma saca de milho – em 2023, eram necessários pouco mais que 27 litros. Mas é importante notar que houve uma escalada considerável nos custos a partir do quarto trimestre, puxada pelo aumento dos gastos com nutrição animal e pela desvalorização do Real frente ao dólar. Em dezembro, o Custo Operacional Efetivo (COE) subiu 0,21% na “média Brasil” e, no acumulado do ano, 2,88%. A elevação dos custos de produção no final do ano é um ponto de atenção para agentes do setor, pois pode frear o movimento de desvalorização do leite cru no início de 2025.

    Em dezembro, o incremento na oferta da matéria-prima se refletiu, também, em elevação dos estoques de lácteos, pressionando as cotações dos derivados. Pesquisa do Cepea realizada com o apoio da OCB mostra que, em dezembro, houve queda de 3,16% nos preços do UHT, de 1,06% nos do leite em pó fracionado e de 0,69% nas cotações da muçarela – produtos negociados no atacado paulista.

    O aumento da oferta somado ao encarecimento dos lácteos no mercado internacional e à desvalorização do Real fizeram com que as importações recuassem 4,3% em dezembro, e as exportações avançassem 15,5%. Porém, quando analisado o ano como um todo, observa-se que o crescimento lento da oferta e o fortalecimento do consumo levaram a um novo recorde nas importações, que somaram 2,35 bilhões de litros em equivalente leite (Eql), 4,4% a mais que em 2023. Mesmo importando mais, as exportações de lácteos subiram expressivos 24,5% em relação a 2023, totalizando 98,74 milhões de litros Eql – os dados são da Secex, elaborados pelo Cepea.

  • Mercado de carne de frango apresenta cenário regionalizado em janeiro, aponta Cepea

    Mercado de carne de frango apresenta cenário regionalizado em janeiro, aponta Cepea

    O mercado de carne de frango encerrou o mês de janeiro de 2025 com comportamentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Enquanto em algumas praças os preços foram pressionados pelo enfraquecimento da demanda, típico deste período de menor poder de compra do consumidor brasileiro, em outras, a oferta enxuta de produtos de origem avícola garantiu valorizações.

    Comportamento dos preços e demanda

    Pesquisadores do Cepea destacam que o cenário regionalizado reflete as diferentes dinâmicas de mercado em cada localidade. Em regiões onde a demanda está mais fraca, os preços da carne de frango sofreram pressão, enquanto em áreas com oferta reduzida, as cotações apresentaram valorização.

    No caso dos cortes de frango, o enfraquecimento das vendas levou algumas indústrias a reajustarem negativamente os preços, com o objetivo de evitar o acúmulo de estoques. Essa estratégia foi adotada para equilibrar a oferta e a demanda, especialmente em um período marcado por menor consumo.

    Fatores que influenciaram o mercado

    O mês de janeiro é tradicionalmente caracterizado por um menor poder de compra dos consumidores, que ainda se recuperam dos gastos realizados durante as festas de fim de ano. Esse cenário impactou diretamente a demanda por carne de frango, especialmente em regiões onde a oferta está mais equilibrada.

    Por outro lado, em áreas onde a oferta de produtos avícolas está mais restrita, os preços se mantiveram firmes ou até mesmo registraram valorizações. A oferta enxuta nesses locais foi um fator determinante para sustentar as cotações, mesmo com a demanda mais fraca.

    Impactos para o setor avícola

    O comportamento regionalizado do mercado de carne de frango em janeiro reforça a importância de estratégias adaptadas às particularidades de cada região. Enquanto algumas indústrias precisaram reduzir preços para evitar o acúmulo de estoques, outras se beneficiaram da oferta mais restrita para manter ou aumentar as cotações.

    Para os produtores, o cenário exige atenção aos movimentos de mercado e à gestão de custos, especialmente em um período de volatilidade nos preços e na demanda. A expectativa é que, com a retomada do poder de compra dos consumidores nos próximos meses, o mercado de carne de frango volte a apresentar um comportamento mais uniforme.

    Perspectivas para o setor

    O Cepea segue monitorando as tendências do mercado de carne de frango, que deve continuar sendo influenciado por fatores como a demanda interna, a oferta de produtos e os custos de produção. A retomada do consumo e a estabilização dos preços dos insumos, como milho e soja, serão determinantes para o desempenho do setor nos próximos meses.

    Enquanto isso, os agentes do mercado devem se preparar para um cenário de ajustes, buscando equilibrar oferta e demanda e garantindo a sustentabilidade da atividade avícola em todo o país.