Tag: meio ambiente

  • Tamanduá dá show de simpatia ao tomar água no bebedouro das vacas em fazenda brasileira

    Tamanduá dá show de simpatia ao tomar água no bebedouro das vacas em fazenda brasileira

    Imagine só: em meio a uma paisagem típica do interior do Brasil, cercada por pastagens e vacas ruminando calmamente, surge uma cena digna de documentário da vida selvagem — um tamanduá-bandeira surge do mato e, com toda tranquilidade do mundo, se aproxima do bebedouro dos bois para matar a sede! O flagrante, registrado por um produtor rural, rapidamente virou motivo de encantamento e admiração nas redes sociais.

    Com sua longa pelagem cinza e preta, garras curvas e focinho alongado, o tamanduá parece ter entendido perfeitamente que, no campo, há espaço para todos — inclusive para os bichos que a gente nem sempre vê de perto. A cena é uma verdadeira aula de convivência entre o homem, o gado e a fauna nativa.

    Tamanduá é flagrado dividindo bebedouro com vacas em fazenda no Brasil

    Tamanduá-bandeira encanta ao tomar água com o gado e reforça laço entre campo e natureza

    O tamanduá-bandeira (nome científico: Myrmecophaga tridactyla) é um dos maiores mamíferos terrestres da América do Sul e uma espécie símbolo da biodiversidade brasileira. Apesar de sua aparência imponente, ele é inofensivo e extremamente importante para o equilíbrio ambiental, já que se alimenta principalmente de formigas e cupins, controlando naturalmente essas populações.

    Ver um tamanduá em seu habitat natural — e, mais ainda, interagindo com elementos da vida rural como o bebedouro de animais — é um indicativo de que a área preserva boas condições ambientais. É também um recado claro: a conservação da natureza pode, sim, caminhar lado a lado com o desenvolvimento agrícola.

    A língua do tamanduá é uma obra-prima da evolução. Ela é longa, fina e pegajosa, e é perfeita para a dieta desses animais, que se alimentam de formigas e cupins.
    Foto: canva.com/photo

    Com práticas sustentáveis, como a manutenção de reservas legais, corredores ecológicos e acesso à água para a fauna, produtores rurais se tornam aliados na preservação da vida selvagem.

    A cena nos faz refletir sobre a beleza e a responsabilidade de viver em um país com uma das maiores biodiversidades do planeta. E nos lembra que, por mais modernas que sejam as tecnologias do campo, o espetáculo da natureza ainda é o que mais encanta.

  • Emergência climática exigirá cerca de US$ 6 trilhões até 2030

    Emergência climática exigirá cerca de US$ 6 trilhões até 2030

    A mobilização necessária para enfrentar a emergência climática e ecológica exigirá cerca de US$ 6 trilhões em investimentos até 2030, segundo a Comissão Global sobre Economia e Clima.

    O tema estará em debate no 2º Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza (FFCN) que será realizado no Rio de Janeiro no fim deste mês. O encontro vai discutir também, entre outras estratégias, modelos financeiros e políticas públicas que conciliem desenvolvimento socioeconômico e sustentabilidade.

    A mobilização será organizada por sete instituições da sociedade civil:  Instituto Arapyaú, Instituto AYA, Instituto Clima e Sociedade (ICS), Instituto Igarapé, Instituto Itaúsa, Open Society Foundations e Uma Concertação pela Amazônia, uma rede de mais de 600 integrantes, representantes dos setores público e privado, academia e sociedade civil.

    Com a participação de líderes nacionais e internacionais, o fórum tem ainda por finalidade consolidar o protagonismo do Brasil na transição para uma economia de baixo carbono, socialmente justa e positiva para a natureza.

    O encontro nos dias 26 e 27 é parte da preparação para a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro de 2025; o fim da presidência brasileira no G20 e a transição para a liderança sul-africana; além da presidência do Brasil no Brics.

    A 2º edição do Fórum quer aprofundar também a discussão sobre como países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, podem criar ambientes institucionais e regulatórios propícios ao investimento em tecnologias e práticas sustentáveis, observando a vocação de cada país no processo de elaboração.

  • Atlas da Amazônia Brasileira busca descontruir estereótipos da região

    Atlas da Amazônia Brasileira busca descontruir estereótipos da região

    O Atlas da Amazônia Brasileira foi lançado nesta segunda-feira (5) pela Fundação Heinrich Böll no Brasil, e busca desconstruir estereótipos da região com um conteúdo que contribui para uma mudança urgente de perspectiva, para que pessoas do país e do mundo possam conhecer a Amazônia novamente, desta vez sob a perspectiva dos diversos habitantes da região.

    Trata-se de uma publicação inédita com 32 artigos que abordam os desafios, os saberes e as potências da maior floresta tropical do planeta.

    A iniciativa busca ampliar o debate sobre justiça climática e territorial em um ano marcado pela realização da COP30 na Amazônia brasileira. Entre os 58 autores e autoras, estão 19 indígenas, cinco quilombolas e dois ribeirinhos.

    >> Clique aqui e acesse a íntegra do atlas

    Para o coordenador da área de Justiça Socioambiental da Fundação Heinrich Böll no Brasil e co-organizador do atlas, existe uma visão de que a Amazônia é só floresta, mas existe uma riqueza singular na região que muitas vezes fica invisibilizada.

    “A gente mal sabe que 75% da população da Amazônia é urbana. Tem povos e comunidades que há muito tempo trabalham na relação com a natureza, com formas de proteção e preservação ambiental com a construção de um bem viver cada vez mais sustentável. É preciso colocar quem está nos territórios para ter um papel de protagonista nesses debates.”

    Segundo da Fundação, entre 2019 e 2022, a Amazônia registrou recordes de desmatamento (principalmente para abertura de pastagem para criação de gado); o garimpo ilegal em áreas protegidas (principalmente em terras indígenas da região amazônica) cresceu em 90%; e cidadãos estimulados pelo avanço da extrema direita se armaram – entre 2018 e 2022 o número de pessoas com registro de armas na Amazônia Ocidental aumentou 1.020%.

    Ao mesmo tempo, em 2022 a Amazônia reuniu mais de um quinto dos assassinatos de defensores do meio ambiente em todo o mundo: foram 39 ativistas assassinados na região naquele ano.

    Crises

    Brasília (DF), 30/04/2025 - Capa do livro

    Em 2023, o mundo teve acesso às cenas da crise humanitária vivida pelo povo indígena Yanomami, cujo território, nos anos anteriores, foi tomado pela atividade garimpeira ilegal.

    No mesmo ano, a Amazônia foi assolada por uma intensa crise climática, com secas extremas e rios alcançando os mais baixos níveis já registrados, o que, além da morte de animais, impactou sua extensa infraestrutura fluvial, levando à escassez de água potável e alimentos, além da dificuldade de acesso a aparelhos públicos.

    Os danos não foram totalmente superados e outra seca atingiu a região em 2024. No mesmo ano, o bioma amazônico concentrou o maior número de focos de incêndio dos 17 anos anteriores, e o impacto da fumaça na qualidade do ar prejudicou a saúde de milhares de pessoas – sendo transportada pela atmosfera para outros estados das regiões Centro Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.

    Outros biomas que compõem a Amazônia Legal, como o Pantanal e o Cerrado, também atingiram recordes de queimadas.

    Assim, na avaliação da fundação, os últimos anos parecem ter desenhado um futuro sombrio para a Amazônia e sua população, seja pelos impactos do colapso climático na região, seja pelas disputas políticas que ditam não apenas o ritmo da intensificação de crimes ambientais (cada vez mais organizados pelas facções do tráfico de drogas nos territórios), mas os interesses econômicos que orientam grandes projetos para a região.

    “Em contrapartida, a Amazônia é território de uma efervescente mobilização de movimentos sociais, coletivos e organizações socioambientais que têm se tornado linha de frente das discussões envolvendo tanto a gestão territorial regional, quanto a agenda climática global”, diz a fundação.

    “Essa mobilização envolve a valorização dos modelos de pensamento dos povos e comunidades, que constroem relações com o território e seus seres bastante distintas daquelas que guiam os setores responsáveis pelo iminente colapso climático”,

    Crime organizado

    No artigo Crime Organizado, os autores Aiala Colares Couto (professor e pesquisador na área de geografia da Universidade do Estado do Pará – UEPA) e Regine Schönenberg (Fundação Heinrich Böll) traçam as dinâmicas das facções criminosas na região amazônica.

    Segundo eles, importantes rotas do tráfico de drogas passam pela Amazônia brasileira e controlar essas rotas e os mercados locais se tornou o objetivo das facções. Com a profissionalização do narcotráfico e sua relação com os crimes ambientais, a região vive um processo de interiorização da violência.

    “Estudos apontam que, desde os anos de 1980, a bacia amazônica é utilizada pelo crime organizado. Na época, como um importante corredor para o escoamento de cocaína que entrava pelas fronteiras do Brasil com os países andinos, principalmente Bolívia, Colômbia e Peru, que até hoje se destacam como os maiores produtores de cocaína do mundo”, dizem os autores.

    De acordo com Aiala e Regine, facções criminosas que antes atuavam na Região Sudeste passaram a ter mais presença na Amazônia, tais como, o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro.

    Além disso, facções regionais passaram a se organizar na região instituindo relações de poder e controle dos territórios, a exemplo da Família do Norte (FDN) do Amazonas e Comando Classe A (CCA) do Pará, fazendo alianças e enfrentamento aos grupos faccionais não-regionais, algo que contribuiu de forma significativa para os conflitos violentos na Amazônia.

    Segundo os autores, a relação entre o narcotráfico e os crimes ambientais se dá por meio de atividades ilegais como exploração ilegal de madeira, contrabando de minérios (manganês e cassiterita) e grilagem de terras.

    Essas atividades vêm sendo financiadas pelo crime organizado nos últimos anos, principalmente como estratégia de lavagem de dinheiro.

    “Em relação à ameaça aos territórios indígenas, destacam-se a expansão do garimpo ilegal do ouro e a invasão desses territórios por integrantes de facções criminosas, aliciando jovens indígenas e alterando o cotidiano das comunidades”, dizem os pesquisadores, que alertam para o alcance desse impacto.

    “Também se enfatiza a aproximação a esses povos gerada pelos vários meios de transporte das drogas, seja via estradas próximas ou interligadas às Terras Indígenas, pelos rios que se conectam a elas ou pela utilização de aeronaves que pousam em pistas clandestinas construídas ilegalmente nas áreas protegidas.”

    Nascido no quilombo de Menino Jesus de Pitimandeua, no município de Inhangapi, no Pará, o pesquisador Aiala diz que há uma dificuldade na ação do Estado no que diz respeito à agilidade do processo de intervenção no combate ao crime organizado.

    “O crime organizado não passa por processos burocráticos para agir. A agilidade do crime organizado em suas múltiplas conexões acaba se sobrepondo às ações governamentais que dependem de recursos financeiros e da desburocratização por parte do governo”.

    A fundação

    A Fundação Heinrich Böll é uma organização política alemã presente em mais de 42 países. Promover diálogos pela democracia e garantir os direitos humanos; atuar em defesa da justiça socioambiental; defender os direitos das mulheres e se posicionar como antirracista são valores que impulsionam as ideias e ações da fundação.

    No Brasil, a Fundação apoia projetos de diversas organizações da sociedade civil, organiza debates e produz publicações gratuitas. No campo da justiça socioambiental, busca fortalecer o debate público que alie a defesa do meio ambiente à garantia dos direitos dos povos do campo e da floresta. A fundação completa 25 anos de atuação no Brasil.

  • Jacaré esbanja agilidade e desvia de trator em estrada alagada no interior do Brasil

    Jacaré esbanja agilidade e desvia de trator em estrada alagada no interior do Brasil

    No coração do interior do Brasil, em meio a uma estrada alagada pela força das chuvas, uma cena inusitada chamou a atenção e arrancou boas gargalhadas: um jacaré esperto deu um verdadeiro show de reflexo ao ser surpreendido por um trator que avançava lentamente em seu caminho.

    O operador da máquina, acostumado a ver de tudo no campo, se espantou ao notar o réptil saindo da frente da roda com a mesma destreza de um atleta olímpico.

    A cena, que poderia ter sido preocupante, terminou de forma tranquila — e até divertida. O jacaré, com toda sua pose ancestral, acelerou o passo e saiu da rota pesada do trator, ganhando segurança e respeito. “Ele parecia saber exatamente o que estava fazendo”, contou o operador, que preferiu não ser identificado, mas registrou o momento e compartilhou com os colegas.

    Embora encontros com jacarés em áreas alagadas sejam comuns em várias regiões do Brasil, especialmente próximas a rios, lagoas e brejos, a presença desses animais em estradas rurais reforça um alerta: o avanço da atividade humana sobre habitats naturais exige mais atenção e respeito à fauna silvestre.

    Jacaré foge de trator com agilidade e vira sensação no interior do Brasil

    Conhecendo o astro da vez: o jacaré

    O protagonista da história pertence a uma das espécies mais emblemáticas da fauna brasileira: o jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris) ou o jacaré-açu, dependendo da região.

    Esses répteis podem chegar a mais de 3 metros de comprimento e vivem em ambientes aquáticos, sendo fundamentais para o equilíbrio ecológico. Apesar da fama de ferozes, são discretos e preferem evitar confrontos — como demonstrado pelo nosso “atleta reptiliano”.

    Além de serem excelentes nadadores, os jacarés são surpreendentemente rápidos em terra firme, principalmente quando precisam escapar de uma ameaça. E sim, um trator se enquadra perfeitamente como algo a ser evitado!

    Se os dentes não estiverem alinhados e você não conseguir ver o quarto dente inferior, é um jacaré.
    Se os dentes não estiverem alinhados e você não conseguir ver o quarto dente inferior, é um jacaré.

    A cena serve como lembrete de que o campo é casa para muitos — e que, mesmo em meio à rotina agitada do trabalho rural, a natureza sempre dá um jeito de nos surpreender com sua sabedoria instintiva.

  • Mato Grosso vira modelo nacional no combate a incêndios florestais

    Mato Grosso vira modelo nacional no combate a incêndios florestais

    Mato Grosso tem se consolidado como referência nacional nas políticas públicas de prevenção e combate a incêndios florestais. A estrutura e as estratégias adotadas pelo Corpo de Bombeiros Militar do estado despertaram o interesse de representantes do Acre, que realizaram visita técnica a Cuiabá para conhecer as operações de perto.

    Durante o encontro, a comitiva acreana, composta por técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e integrantes do Corpo de Bombeiros, foi apresentada às ações do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), responsável pela articulação das atividades de prevenção, resposta e investigação de incêndios.

    Entre os destaques observados, estão o Planejamento da Temporada de Incêndios Florestais (POTIF), que prevê ampliação do efetivo e novas ações estratégicas, além do investimento de R$ 78 milhões por parte do Governo do Estado em 2024. A visita também permitiu conhecer os protocolos de atuação, a estrutura física do batalhão e o trabalho integrado com a Secretaria de Meio Ambiente e a Polícia Ambiental.

    Os visitantes também se aprofundaram nos procedimentos de perícia ambiental, fiscalização e lavratura de Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO) relacionados a crimes ambientais, considerados fundamentais para o fortalecimento da responsabilização de ilícitos.

    A iniciativa foi elogiada por integrantes da equipe visitante, que destacaram a eficiência, autonomia e credibilidade da atuação mato-grossense, apontando o modelo como base para o desenvolvimento de soluções conjuntas no Acre. O encontro fortalece a cooperação entre os estados e amplia o intercâmbio de práticas bem-sucedidas na área ambiental.

    A disseminação de conhecimento técnico entre unidades federativas tem se mostrado estratégica para o enfrentamento dos incêndios florestais e da degradação ambiental em nível nacional.

  • Vara de porcos-do-mato interrompe estrada e surpreende casal em viagem rural

    Vara de porcos-do-mato interrompe estrada e surpreende casal em viagem rural

    Imagine pegar a estrada numa tranquila tarde na zona rural e, de repente, ser obrigado a parar o carro por conta de um “engarrafamento” causado por… uma vara de porcos-do-mato! Foi o que aconteceu com um casal que dirigia por uma via de terra, quando dezenas desses animais surgiram repentinamente e tomaram conta da estrada.

    No vídeo feito pela passageira, é possível ouvir a surpresa da mulher, que repete várias vezes, encantada: “Gente, olha o tanto!” — uma reação genuína diante da cena, que mais parecia saída de um documentário da natureza.

    O motorista, igualmente atônito, não teve escolha a não ser esperar até que os animais decidissem seguir seu próprio caminho floresta adentro.

    Porcos-do-mato param o trânsito e roubam a cena em estrada rural

    Conhecendo os porcos-do-mato, os protagonistas do bloqueio

    Os porcos-do-mato, também chamados de caititus ou queixadas (dependendo da espécie), são mamíferos nativos da América do Sul. Apesar do nome, eles não são porcos domésticos: pertencem à família Tayassuidae e vivem em grupos organizados, chamados de “vara”, que podem ter de poucos indivíduos até dezenas deles.

    Com focinho alongado, corpo robusto e pelos eriçados, os porcos-do-mato são animais onívoros e têm papel fundamental no ecossistema, ajudando na dispersão de sementes e controle de insetos e pequenos invertebrados. Costumam ser tímidos, mas em grupo demonstram segurança — como bem provaram ao “fechar” a estrada naquele dia.

    Um encontro que reforça a importância da convivência com a natureza

    Os porcos-do-mato são animais importantes para o meio ambiente, pois ajudam na dispersão de sementes e na manutenção da vegetação.

    A cena, além de divertida, nos lembra da riqueza da biodiversidade brasileira e da importância de respeitar os espaços da fauna silvestre. Em vez de buzinar ou tentar afastar os animais, o casal teve a atitude correta: parou, observou, e compartilhou a beleza daquele momento com o mundo.

    E fica a dica para quem gosta de pegar a estrada: na zona rural, o inesperado pode ter patas, focinho e muito carisma.

  • Governador de Mato Grosso cobra coerência de países ricos sobre crise climática

    Governador de Mato Grosso cobra coerência de países ricos sobre crise climática

    O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, fez duras críticas à postura dos países desenvolvidos diante das mudanças climáticas, em entrevista exibida nesta semana. Segundo ele, há uma contradição entre o discurso ambiental dessas nações e o aumento da emissão de carbono.

    Mendes afirmou que os países do primeiro mundo continuam ampliando o uso de carvão e combustíveis fósseis, contribuindo diretamente para o agravamento da crise climática. Ainda assim, insistem em cobrar metas rígidas de países como o Brasil, com exigências como “desmatamento zero”, mesmo quando a atividade é legal.

    O governador demonstrou baixa expectativa em relação à próxima Conferência Internacional do Clima (COP), marcada para ocorrer em Belém (PA). Ele lembrou que, desde a Rio 92, foram prometidos bilhões de dólares em apoio ambiental, mas os compromissos, segundo ele, não saíram do papel.

    Mendes também criticou a ineficácia do mercado de crédito de carbono, afirmando que o mecanismo é mais citado do que efetivamente aplicado. Disse que o Brasil não pode continuar sendo visto como vilão ambiental nem aceitar “migalhas” enquanto arca sozinho com o custo da preservação.

    Para o governador, a proteção dos biomas brasileiros deve ser feita por consciência própria, reconhecendo a importância da floresta amazônica e dos demais ecossistemas para o clima global, mas sem depender de “esmolas” ou imposições externas.

  • Onça-pintada invade casa em União do Sul e pega cachorro da família

    Onça-pintada invade casa em União do Sul e pega cachorro da família

    Imagine acordar e descobrir que o visitante da madrugada era uma onça-pintada? Em União do Sul, no norte de Mato Grosso, isso deixou de ser cena de documentário para virar caso real – e impressionante.

    Na calada da noite, câmeras de segurança de uma residência flagraram o momento em que uma onça-pintada perambula pelo quintal, silenciosa e ágil. Em poucos segundos, ela pega o cachorro da família, que dormia inocentemente na área coberta. O felino selvagem some na escuridão da mata logo depois – sem sequer levar a presa.

    O registro, compartilhado pela moradora nas redes sociais, viralizou e causou grande comoção. Nos comentários, o que se viu foi uma mistura de luto, indignação e muito medo. “A gente sempre soube que morava perto da natureza, mas agora a natureza está literalmente batendo na porta”, comentou um vizinho.

    No quintal do rei da selva: onça invade casa em MT e pega cachorro da família

    Selva urbana? Cresce número de aparições de onças em cidade de Mato Grosso

    Este já é o segundo caso semelhante registrado em abril na cidade. Dias antes, outra onça (ou quem sabe a mesma?) teria atacado e matado um cachorro em situação parecida. Moradores agora dormem de olhos abertos – e com os pets trancados dentro de casa.

    Especialistas em fauna silvestre não se surpreendem com a visita indesejada. Segundo um biólogo ouvido pela reportagem, o aumento desses encontros entre humanos e onças é consequência direta do desmatamento e da expansão das áreas agrícolas. “Elas perdem território, perdem caça, e acabam indo onde há comida fácil – e infelizmente, às vezes isso significa um cachorro no quintal”, explica.

    A onça-pintada é considerada a rainha do Pantanal Mato-grossense, sendo o maior felino da América do Sul.
    Onça – Fotos do Canva

    Enquanto a população busca formas de se proteger, a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso afirma que está acompanhando os casos e promete reforçar ações de orientação e fiscalização na região. A recomendação é clara: evitar deixar animais domésticos soltos durante a noite, manter áreas externas iluminadas e jamais tentar se aproximar de um animal selvagem.

    União do Sul, cercada por natureza exuberante, agora vive um novo dilema: como conviver com a realeza da floresta sem colocar em risco a vida no quintal?

  • Pantanal: Projeto leva estudantes a explorar dinâmica das baías

    Pantanal: Projeto leva estudantes a explorar dinâmica das baías

    Alunos do ensino médio de escolas estaduais em três municípios de Mato Grosso participaram de um projeto de educação ambiental focado no estudo das baías Siá Mariana e Chacororé, no Pantanal. A ação, vinculada a uma pesquisa de doutorado da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapemat).

    Oficinas, atividades práticas e iniciação científica permitiram que os estudantes investigassem os efeitos das mudanças climáticas nas baías, principalmente as causas das secas que afetam o bioma. A pesquisa revelou que o Rio Cuiabá é essencial para a conservação da região pantaneira, funcionando como um elo vital para a conectividade hidrológica, responsável pelas cheias e secas naturais do Pantanal.

    Participaram da iniciativa estudantes de cinco escolas de Barão de Melgaço, duas de Santo Antônio de Leverger e uma de Várzea Grande. O projeto foi dividido em três etapas: avaliação da percepção socioambiental sobre as dinâmicas do Pantanal, estudos interdisciplinares com palestras, rodas de conversa e excursões de campo, e, por fim, o compartilhamento dos conhecimentos adquiridos entre as escolas.

    Durante as atividades, os alunos analisaram a qualidade da água, utilizaram drones para registrar imagens aéreas e ouviram relatos de ribeirinhos, pescadores, donos de pousadas e turistas. Essa abordagem prática reforçou o entendimento sobre como a conectividade das águas é fundamental para o equilíbrio ambiental da região.

    Os recursos do Programa Pesquisa e Inovação na Escola (PIE) possibilitaram a concessão de bolsas de estudo e a compra de equipamentos compartilhados entre as unidades escolares envolvidas. O projeto também foi premiado na 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação.

    Os resultados demonstraram que, além da compreensão sobre a dinâmica natural do Pantanal, os alunos puderam observar como as ações humanas e as mudanças climáticas impactam diretamente o ambiente e a vida das comunidades locais.

  • Caminhão apreendido por transporte ilegal é destinado a ações ambientais em Mato Grosso

    Caminhão apreendido por transporte ilegal é destinado a ações ambientais em Mato Grosso

    Um caminhão apreendido durante uma operação da Polícia Civil em Nova Mutum, Mato Grosso, foi destinado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) para reforçar ações em benefício da comunidade. O veículo, modelo Mercedes-Benz Axor, foi confiscado após ser flagrado no transporte ilegal de madeira.

    A transferência foi autorizada pelo Poder Judiciário da Comarca de Nova Mutum, em atendimento à solicitação formalizada pela Polícia Civil. O termo de depósito foi concluído após representação do delegado responsável pelo caso.

    Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil, o caminhão, antes usado para atividades ilegais, agora terá uma nova função: apoiar projetos de agricultura familiar e ações de combate a incêndios florestais no estado. A medida busca reforçar a estrutura da Sema em operações ambientais e projetos sociais.