Tag: Mediação

  • STF prorroga por 45 dias conciliação sobre voto da União na Eletrobras

    STF prorroga por 45 dias conciliação sobre voto da União na Eletrobras

    O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu prorrogar por mais 45 dias a tentativa de conciliação entre a União e a Eletrobras, sobre a participação do governo federal no Conselho de Administração após a privatização da companhia.

    Marques atendeu a pedidos da Advocacia-Geral da União (AGU) e da própria Eletrobras, feitos na semana passada. É a segunda vez que o ministro prorroga o prazo para a conciliação. Em dezembro, ele enviou o caso para a Câmara de Mediação e de Conciliação da Administração Federal (CCAF), com prazo inicial de 90 dias. Em abril, foram dados mais 90 dias.

    Ao conceder uma segunda prorrogação, Marques frisou “a complexidade da controvérsia, cujo desfecho impactará significativamente a ordem econômico-social” e que “cumpre assegurar o desfecho das tratativas de conciliação, a fim de promover a segurança jurídica e o interesse público”.

    Em seus pedidos, governo e Eletrobras informaram ao Supremo que as negociações encontram-se em fase conclusiva. As discussões envolvem uma ampliação das cadeiras da União no Conselho de Administração e o adiantamento de recursos para a Conta de Desenvolvimento Energético. Outra proposta na mesa envolve a venda de participação da companhia na Eletronuclear.

    Em fato relevante divulgado ao mercado em 31 de julho, a empresa também informou que o acordo final com a AGU deverá ser submetido aos conselhos da companhia, conforme determinam o estatuto da empresa e a Lei 6.404, de 1976, conhecida como Lei das S/A.

    Entenda

    O caso envolve a constitucionalidade de parte da Lei 14.182/2021, norma que autorizou a privatização da Eletrobras, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro.

    No ano passado, a AGU entrou com uma ação no Supremo pedindo a derrubada do trecho da lei que restringe a 10% das ações o poder de voto de qualquer acionista no Conselho de Administração da Eletrobras.

    A AGU alega que a regra é inconstitucional e contraditória, já que desincentiva o próprio investimento privado na Eletrobras. Para o órgão, a norma teve como alvo exclusivo a União, que atualmente seria a única acionista com mais de 10% de participação da companhia.

    O objetivo da ação não é reestatizar a Eletrobras, mas resguardar o interesse público e os direitos de propriedade da União, segundo a AGU.

    Nunes Marques afirmou se tratar de “tema sensível”. O ministro disse que o processo de desestatização da Eletrobras foi “amplo e democrático” e que há diversos preceitos fundamentais em jogo.

    De um lado, “a indisponibilidade do interesse público, o direito à propriedade e os princípios que regem a Administração Pública”; de outro, “a segurança jurídica, a proteção da confiança e a legítima expectativa dos acionistas minoritários”, elencou o ministro.

    “Não se pode perder de vista tanto o interesse público a nortear a prestação de serviço essencial à sociedade brasileira, quanto a rentabilidade econômica e o bom desempenho da administração da Empresa”, escreveu Nunes Marques.

    Edição: Denise Griesinger

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  • TRT/MT inicia reuniões de mediação on-line para agilizar solução de processos trabalhistas

    TRT/MT inicia reuniões de mediação on-line para agilizar solução de processos trabalhistas

    O Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejusc) de 2º grau iniciou na última semana de julho um projeto de conciliação que alia diálogo e tecnologia para solucionar processos trabalhistas. Trata-se da ‘Resolução de Disputas On-line (ODR)’, implementada pelo aplicativo Zoom e, que será realizada de forma permanente na Justiça do Trabalho em Mato Grosso.

    A técnica que já era utilizada em grupos criados e acompanhados por uma conciliadora no aplicativo whatsApp desde o final de 2022, agora também será realizada diariamente na plataforma Zoom, com reuniões conduzidas também por uma conciliadora, que possui formação em mediação e conciliação pelo TRT/MT e TST.

    A princípio serão realizadas de oito a dez reuniões online por dia em processos enviados ao Cejusc pelos gabinetes a pedido das partes e por determinação dos relatores. Já a pauta de audiências será conduzida pela coordenadora do Cejusc 2º grau, desembargadora Beatriz Theodoro, duas vezes por semana, com média de doze processos. A adoção concomitante de pautas conciliatórias e reuniões utilizando a técnica ODR poderá abranger até 60 audiências/reuniões semanais.

    A advogada Gabriela Tondato participou de uma audiência de conciliação na manhã desta segunda (29) e elogiou o projeto. “É sempre bom ter oportunidades de conciliar, acho que vai ser muito válido esse projeto novo”, enfatizou.

    Resolução On-line

    A ODR – Resolução de Disputas On-line é um meio prático e econômico para resolução de conflitos. Entre os pontos positivos está o acesso das pessoas às sessões conciliatórias, considerando a desnecessária locomoção/deslocamento. Permite, assim, que a mediação seja feita entre pessoas que estejam em outras cidades, estados ou países, favorecendo o acesso e a participação de todos por um custo mínimo.

    As fases da mediação são as mesmas da presencial, mas devem observar certas peculiaridades e cautelas considerando o contato virtual.

    Para a servidora Solange Dias, que atua como conciliadora, a conciliação é uma oportunidade valiosa para que as partes envolvidas construam juntas uma solução para o conflito de forma mais célere. “Com isso, a parte autora sabe exatamente o quanto receberá e a parte reclamada o valor que terá que pagar no processo, sem ter que aguardar com a incerteza quanto ao resultado final”.

  • Mediação é ferramenta útil para solucionar conflitos fundiários, aponta pesquisa

    Mediação é ferramenta útil para solucionar conflitos fundiários, aponta pesquisa

    O compromisso do Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso em aprimorar práticas na resolução de conflitos fundiários, contribuindo para uma atuação mais pacificadora e eficaz, foi reafirmado durante a 1ª Oficina de Soluções Fundiárias, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio do Comitê Executivo Nacional de Soluções Fundiárias, entre os dias 27 e 28 de junho, o auditório do CNJ, em Brasília.

    Participaram do evento representando a Comissão Regional de Soluções Fundiárias do Poder Judiciário de Mato Grosso o juiz auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça do TJMT, Eduardo Calmon, a juíza da 2ª Vara Cível de Cuiabá, Adriana Sant’Anna Coningham, e a servidora Keila Souza da Cunha.

    Pesquisa

    Durante o encontro foi apresentado o resultado de uma pesquisa da Clínica de Mediação de Harvard (HMC, sigla em inglês) que revela que quase 80% (de um universo de 600 juízes brasileiros entrevistados) consideram a mediação uma ferramenta útil na solução de conflitos fundiários e 66% já utilizaram a técnica. Quase a metade deles (277) teme que as decisões judiciais tradicionais tenham impactos não previstos em campo e a maior preocupação dos magistrados é com a violência, que na avaliação deles pode ser evitada através da mediação (resposta de 259 entrevistados).

    A exposição dos resultados foi feita pela coordenadora da pesquisa da HMC, Ana Carolina Viana Riella. A metodologia que inclui um manual de competências do mediador, simulações práticas, estudos de caso e um plano de curso imersivo, foi replicada para cerca de 130 integrantes de comissões estaduais e da comissão nacional que tratam do tema, entre eles os integrantes da comitiva mato-grossense.

    A dinâmica foi realizada pela professora da Escola de Direito de Harvard, Deanna Pantin Parrish, pelo aluno da unidade de ensino, Cosmo Albrecht, e pela juíza auxiliar da Presidência do CNJ, Fabiane Pieruccini, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).

    A metodologia foi desenvolvida após os especialistas de Harvard acompanhar três visitas técnicas e seis mediações realizadas pela Comissão de Soluções Fundiárias (CSF/TJPR), criada em 2019, e realizaram 40 entrevistas com juízes, atores governamentais e especialistas internacionais em mediação.

    Abertura

    A solenidade de abertura da 1ª Oficina de Soluções Fundiárias foi conduzida remotamente pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso. Ele destacou a expertise do TJPR e apontou que o sucesso da forma do Paraná lidar com os conflitos fundiários subsidiou o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 828, em junho de 2021. A ADPF 828 suspendeu temporariamente as ordens de remoção e despejos de áreas coletivas habitadas antes da pandemia. Barroso atuou como relator do caso no STF.

    Em 2023, o CNJ publicou a Resolução n. 510, regulamentando a criação das comissões de soluções fundiárias e estabelecendo diretrizes para visitas técnicas a áreas em litígio. Um ano antes, Mato Grosso já havia criado a sua Comissão Regional de Soluções Fundiárias, que foi adaptada conforme a resolução do Conselho em 2023. Desde sua criação, a Comissão tem produzido relatórios que apoiam os juízes das comarcas onde os processos tramitam, buscando soluções consensuais para conflitos fundiários coletivos, rurais ou urbanos, e minimizando os efeitos das desocupações, especialmente para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

    O evento também contou com a presença dos conselheiros José Rotondano e João Paulo Schoucair. Rotondano, que coordena o Comitê Executivo Nacional de Soluções Fundiárias do CNJ, frisou a relevância do preparo dos magistrados para lidar com conflitos fundiários.

  • Judiciário firma 14 Termos de Cooperação em Sorriso, Lucas do Rio Verde e Ipiranga do Norte

    Judiciário firma 14 Termos de Cooperação em Sorriso, Lucas do Rio Verde e Ipiranga do Norte

    O Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), do Poder Judiciário de Mato Grosso, firmou 14 (catorze) Termos de Cooperação Técnica nas cidades de Sorriso, Lucas do Rio Verde e Ipiranga do Norte. Entre os entes cooperados estão prefeitura municipal, Câmara de Dirigentes Lojistas, Defensoria Pública, centros universitários, igrejas e projetos sociais.

    O objeto dos termos varia de orientação e auxílio das lideranças para atuação como facilitadores da conscientização social da importância da mediação como método da solução adequada dos conflitos de interesse até a realização de pautas temáticas e mutirões, passando pela homologação de acordos realizados pelo Núcleo Prática Jurídica a estágio Voluntário com estudantes de Direito e foram propostos pelos juízes coordenadores dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos (Cejusc) das comarcas.

    Para João Gualberto Nogueira Neto, gestor-geral do Nupemec, um dos maiores objetivos do Núcleo é contribuir para o empoderamento da sociedade na solução de conflitos, além de promover as boas práticas previstas e incentivadas pelo Cejusc local.

    “O Nupemec, na condição de órgão responsável pela gestão dos Cejusc lança mão dos Termos de Cooperação Técnica para que a autocomposição de conflitos tenha a maior abrangência possível. Está dentro do escopo de nossas atividades possibilitar que o cidadão possa se empoderar e decidir sobre a solução adequada de controvérsias. Para tanto, promover a pacificação social por meio de parcerias como essas é fundamental”, disse o gestor-geral.

    Todo esse movimento do Nupemec e Cejuscs tem como objetivo incentivar e aumentar os índices de conciliação e mediação das demandas processuais e pré-processuais que chegam ao Judiciário. Na prática, os entes cooperados se tornam mais um elo entre a sociedade e a Justiça.

    Cooperação técnica

    Dos 14 termos assinados, 12 foram firmados pelo Cejusc de Sorriso. A cerimônia de assinatura foi realizada na última quinta-feira (22), no plenário da OAB Subseção Sorriso e contou com a presença do presidente do Nupemec, desembargador Mário Kono, representantes legislativos e executivos municipais das cidades de Sorriso e Ipiranga do Norte, líderes sociais e outras autoridades.

    O juiz coordenador do Cejusc, Anderson Candiotto, destaca que o principal objetivo dos termos é fomentar a política autocompositiva na comarca e salienta que a estruturação e suporte que o Nupemec fornece aos Cejuscs que faz com que o Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso possua uma das políticas mais efetivas do Brasil na aplicação dos métodos autocompositivos.

    “Os Cejuscs se transformaram em grandes canais de cidadania para as comunidades e sociedade da comarca, permitindo não só as soluções autocompositivas como a aplicação do sistema multiportas de solução de conflitos e resolução de problemas, fomentando na sociedade das comarcas as soluções sistêmicas e os círculos de construção de paz, criando uma nova cultura de construção de paz e comunicação não violenta”, reforçou o magistrado.