A Polícia Civil de Mato Grosso, através da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (DERFVA), concluiu a investigação sobre a morte da adolescente de 16 anos, ocorrida no dia 22 de abril em Cuiabá. As apurações apontam para uma motivação passional relacionada à mãe da vítima.
O inquérito policial, finalizado na última sexta-feira (2), resultou no indiciamento do padrasto da jovem, um homem de 40 anos, e de seu filho de 18 anos. Ambos responderão por feminicídio, roubo majorado, extorsão majorada, lesão corporal no âmbito doméstico e ocultação de cadáver. Dois adolescentes, de 16 e 17 anos, também foram apreendidos por envolvimento no crime e responderão por atos infracionais equivalentes.
O delegado responsável pela investigação informou que, apesar do curto prazo de dez dias para um caso complexo, os elementos coletados foram suficientes para indiciar os suspeitos tanto pela autoria quanto pela motivação do crime. As investigações revelaram que o padrasto mantinha um relacionamento conturbado com a mãe da adolescente, que chegou ao fim. Por não aceitar o término, ele teria planejado o crime, simulando um roubo com a intenção de assassinar mãe e filha.
Posteriormente, o padrasto teria convencido o filho a participar do crime, que por sua vez recrutou os dois adolescentes. O delegado enfatizou que todos os envolvidos responderão pelos mesmos crimes, pois ao decidirem praticar a ação criminosa, assumiram os riscos de todos os eventos que se sucederam.
A investigação descartou a ocorrência de violência sexual contra a vítima, apesar de o laudo de necropsia indicar alguns sinais sugestivos de atos libidinosos. Exames periciais com material biológico dos suspeitos e da vítima não comprovaram a prática de abuso sexual por parte dos indiciados.
Em relação às agressões sofridas pela mãe da adolescente, os suspeitos responderão por lesão corporal no âmbito da violência doméstica. Embora a intenção inicial fosse o assassinato da mulher, os criminosos desistiram da ação, respondendo, portanto, pelos atos que de fato praticaram.
As investigações da DERFVA apontam que o crime se iniciou na noite de 22 de abril, quando o padrasto buscou os demais envolvidos e os levou até a residência da namorada. A adolescente foi assassinada dentro da casa antes da chegada da mãe. A perícia constatou múltiplas lesões no corpo da vítima, sendo a causa da morte asfixia por estrangulamento com um cabo de celular.
Após o feminicídio, o padrasto saiu da residência. Quando a mãe da adolescente chegou, acompanhada de uma amiga e um bebê, o filho do namorado estava presente com o rosto coberto. As duas mulheres foram levadas para um quarto, e a mãe não viu a filha. Ela também foi brutalmente agredida, enquanto a amiga foi poupada por estar com o bebê. Os criminosos então deixaram o local levando o corpo da adolescente.
