Tag: Matemática

  • Aos 85 anos, morre matemático Jacob Palis

    Aos 85 anos, morre matemático Jacob Palis

    Morreu nesta quarta-feira (7), aos 85 anos, no Rio de Janeiro, o matemático Jacob Palis. Ele era um dos principais cientistas e mais premiados e respeitados matemáticos do país.

    Fazia parte de dez Academias Nacionais de Ciências, além de doutor Honoris Causa de nove universidades no Brasil e no mundo.

    “Jacob é, simplesmente, um gigante da nossa ciência. A sua visão estratégica, a sua liderança e a sua contribuição científica, revolucionaram a face da matemática e da ciência, praticadas no Brasil e na América Latina, influenciando instituições e inspirando jovens cujas vidas ele impactou profundamente e entre os quais eu tenho a honra de me incluir”, disse, em nota, o diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), Marcelo Viana. 

    Trajetória

    Aos 16 anos, Palis, nascido em Uberaba (MG) chegou ao Rio para cursar engenharia. Foi o primeiro colocado no vestibular na Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde se formou em 1962.

    De 1993 a 2003, foi diretor-geral do IMPA, período em que a instituição ganhou autonomia, flexibilidade e internacionalização. Em 1998, foi eleito presidente da IMU, entidade máxima da matemática mundial. De 2007 a 2016, presidiu a Academia Brasileira de Ciências. No ano de 1995, liderou a fundação da União Matemática da América Latina e Caribe (UMALCA).

    Palis deixa um legado de pesquisas que contribuíram para o avanço do estudo mundial da matemática. Uma das mais importantes contribuições foi, nos anos 1990, sobre “visão global da teoria dos sistemas dinâmicos que constitui ainda um dos principais temas de pesquisa na área, inspirando gerações de pesquisadores jovens e sêniores”. 

    Na carreira, recebeu  dezenas de prêmios, como a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (1994); o Prêmio Interamericano para Ciência (1995); Oficial da Legião de Honra (2018); Prêmio Trieste de Ciência (2006); Prêmio Balzan em Matemática (2010). 

    O velório ocorrerá no Memorial do Carmo, capela 4, nesta quinta-feira (8), de 10h30 às 14h30, conforme nota divulgada pelo IMPA. 

  • Olimpíada entre professores de matemática premia com viagem à China

    Olimpíada entre professores de matemática premia com viagem à China

    Professores de matemática do ensino médio em todo o país podem participar da segunda edição da Olimpíada de Professores de Matemática (OPMBr). A competição avalia práticas docentes e conhecimento da matéria e da didática, e selecionará dez mestres na categoria ouro, premiação máxima e que repetirá o “troféu” da primeira edição: uma viagem para Xangai, para formação e intercâmbio cultural em escolas locais. As inscrições estão abertas desde o dia 1º de março.

    A OPMBr surgiu de uma conversa de uma turma de veteranos de engenharia do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA). A turma 89 discutia maneiras de melhorar os níveis de conhecimento básico em matemática no país, que participa da elite mundial na disciplina (Grupo 5 da Internacional Mathematical Union – IMU) mas tem resultados ruins em exames que se destinam à maior parte da população.

    Atualmente, o Brasil ocupa a 65ª posição no ranking de 81 países que participaram do último Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), divulgado no final ano passado, levando em conta os resultados da área de matemática.

    Os professores inscritos para esta edição farão a avaliação online em junho. Os classificados vão mandar um vídeo que demonstre o trabalho desenvolvido em sala de aula, abordando metodologias, experiências e resultados. O trabalho será avaliado em agosto. Já a terceira fase, de entrevistas realizadas pelo Conselho Acadêmico da competição, será em setembro. Os classificados serão conhecidos em novembro e iniciam o intercâmbio em abril de 2026.

    A professora Jaqueline Mesquita, do Conselho Acadêmico da Olimpíada e presidente da Sociedade Brasileira de Matemática, disse à Agência Brasil que a competição é importante na medida que permite identificar não apenas os conteúdos que estão sendo trabalhados, mas como ele é transmitido.

    “O professor sabe como abordar esse conteúdo em sala de aula, ele traz o que a gente chama de ‘conhecimento pedagógico de conteúdo’, que é a forma de linkar o conteúdo matemático com a forma de ensinar este conteúdo em sala de aula, e este foi o grande diferencial dos vencedores da última edição”.

    Algo que lhe chamou a atenção foi a presença de muitos medalhistas de ouro que vieram de cidades do interior, e não de grandes centros ou capitais. “Os dados das Olimpíadas podem ser importantes para mapearmos as assimetrias regionais no ensino da matemática, compreendendo as competências necessárias a serem desenvolvidas por esses professores em cada localidade”, explicou.

    Mesquita ressaltou que esses dados vão “servir como métrica para propor políticas públicas mais eficientes visando melhorar o ensino da matemática”. Para a professora, esse mapeamento, assim como a discussão da importância do papel do professor e de sua formação continuada fazem parte dos legados que o evento busca.

    Rubens Lopes

    O piauiense Rubens Lopes Netto foi um dos vencedores da última edição. A história dele com a matemática começou dentro de casa, ainda criança. Com muita facilidade para os cálculos, a matemática sempre esteve presente no seu dia a dia e nas memórias de infância com o seu pai que, desde pequeno, apoiava e estimulava o aprendizado da matemática no cotidiano. De forma despretensiosa, Rubens iniciou sua jornada como professor no magistério, antes de prestar vestibular para matemática.

    Rubens recorda que o seu magistério começou em escolas rurais, com poucos alunos e sem recursos básicos, mas que evoluía no contato direto e interativo com os alunos. “A prática da gente vai evoluindo com o tempo, com os alunos. Depende também de como eles respondem, e, às vezes, vamos melhorando de uma aula para a outra”.

    O professor lembra ainda que, desde o início do seu magistério, manteve “contato com todos os níveis e modalidades de ensino com variados perfis de estudantes, e isso vai ajudando a gente. Minha primeira escola era no campo, em um povoado. Lá fazia, por exemplo, uso de materiais concretos e outras estratégias”, disse.

    Após se formar, Rubens passou a dar aulas para alunos do ensino médio, e hoje está a caminho da conclusão de um doutorado na área. Também deixou as salas de aulas do ensino básico, pois está atuando na formação de professores para o governo do Maranhão.

    OPMBr

    Rubens revela que sua escolha, como um dos premiados da OPMBr, veio após o resultado na formação de estudantes nas redes de Mata Roma (MA, municipal) e Anapurus (MA, estadual). “Nas provas do Saeb e do Seama conseguimos a melhor colocação de todas as escolas do nosso município, o que nos rendeu premiação, pela média de proficiência do nono ano. O que mais chamou a atenção foi isto, conquistar resultados em uma cidade tão pequena”, explica.

    O professor disse que visitou quatro escolas na China, viagem que ele definiu como “incrível, algo que eu não ousaria sonhar nem em meus melhores sonhos”. Para o professor, a viagem lhe permitiu analisar as diferenças do ensino da matemática entre os dois países. “Eles trabalham muito a questão de aprendizagem por pares e formação continuada, então um professor se capacita com outro, de sua área. Os estudantes entendem que estudar é importante, e que saber matemática e ciências pode lhes fazer conhecer o mundo”, afirma.

    Essa formação adquirida, por meio da OPMBr, levou a trabalhar em seminários de multiplicação para outros professores, promovidos governo do Maranhão, nos quais aplica parte do que aprendeu. “O que podemos aplicar e pretendemos fazer são workshops para mudança de pensamento e atitude do professor. Agora, muita coisa que a gente viu lá [na China] como estrutura e cultura, a gente viu que só vai surtir algum efeito a longo prazo”, disse.

  • MEC quer ouvir desafios dos professores que ensinam matemática

    MEC quer ouvir desafios dos professores que ensinam matemática

    Com o intuito de mobilizar as redes de ensino de todo país sobre a urgência de se olhar para a aprendizagem da Matemática na Educação Básica , o Ministério da Educação (MEC) , por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB), realizará , na terça-feira, 25 de fevereiro, o webinário “Somando Vozes por Toda Matemática ”. O evento integra as ações preliminares ao lançamento do Programa Toda Matemática e será transmitido pelo canal do MEC no YouTube .

    O webinário , agendado para as 15h (horário de Brasília), marca o compromisso do MEC com a melhoria da aprendizagem em matemática e busca o engajamento das secretarias de Educação para a participação na Escuta Nacional de Professores que Ensinam Matemática A iniciativa será promovida com o intuito de escutar os desafios dos professores e mapear seus perfis, anseios e expectativas quanto a uma política nacional voltada à Matemática .

    Os temas abordados no webinário irão refletir sobre os princípios de uma política para Matemática na Educação Básica, o ensino e a aprendizagem dessa disciplina nas escolas e nas universidades, as Olimpíadas de Professores de Matemática (OPMbr) , as comunidades de prática, bem como a importância do conhecimento pedagógico na aprendizagem da matemática .

    Participarão do evento a coordenadora-geral de Ensino Fundamental do Ministério da Educação, Tereza Farias; a professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-Campinas; a coordenadora do Grupo de Trabalho de Educação Matemática (GT19) da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação ( Anped ), Celi Lopes ; o subsecretário de Ensino da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Adriano Giglio ; o estudante da rede municipal de educação do Rio de Janeiro, medalhista da Olímpiada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas , Otávio Gonçalves; o professor titular e pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jorge Lira; e o professor da rede pública estadual de Educação do Maranhão e medalhista da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio, Rubens Netto. Também estará presente a equipe da Coordenação-Geral do Ensino Fundamental (Cogef) do MEC.

    Por MEC

  • Mais da metade dos estudantes não tem noções básicas de matemática

    Mais da metade dos estudantes não tem noções básicas de matemática

    Mais da metade dos estudantes brasileiros do ensino fundamental não domina conhecimentos básicos de matemática. De acordo com os resultados do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss), divulgado nesta quarta-feira (4), esses estudantes estão abaixo do nível considerado baixo. Em ciências, mais de um a cada três estudantes não obtiveram pontuação suficiente para chegar ao nível mais baixo de proficiência. Na outra ponta, apenas 1% dos estudantes alcançaram o nível máximo de conhecimento nessas áreas.

    Isso significa, por exemplo, que a maior parte dos estudantes do Brasil do 4º ano do ensino fundamental não foi capaz de resolver questões de soma de números em matemática ou mesmo, em ciências, identificar que plantas precisam de luz para sobreviver.

    Esta é a primeira vez que o Brasil participa do estudo. O país aderiu ao Timss em 2022, e a primeira aplicação foi realizada em agosto e setembro de 2023. Participaram ao todo 72 países.

    O estudo avalia o desempenho de estudantes em ciências e matemática no 4º e no 8º ano do ensino fundamental e é aplicado mundialmente a cada quatro anos. Os dados permitem comparações entre países e ao longo do tempo. As provas são eletrônicas, e os participantes do 4º ano tiveram duas sessões de 36 minutos para resolver as questões, e os do 8º ano, duas sessões de 45 minutos.

    Pontuações

    As pontuações são divididas em quatro níveis: baixo (a partir de 400 pontos), intermediário (475), alto (550) e avançado (625). No 4º ano, o Brasil obteve uma média de 400 pontos em matemática e 425 pontos em ciências. A média internacional foi, respetivamente, 503 e 494 pontos.

    Já no 8º ano, o Brasil obteve 378 em matemática e 420 pontos em ciências. A média internacional foi 478 pontos em ambas as avaliações.

    Brasília (DF), 04/12/2024 - Mais da metade dos estudantes não tem conhecimentos básicos de matemática. Foto: INEP/Divulgação
    Questão aplicada a alunos no Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências – Inep/Divulgação

    As pontuações colocam o Brasil no nível baixo ou mesmo abaixo do baixo. Para se ter ideia, no 4º ano, pelos critérios do exame, os alunos demonstram, por exemplo, uma compreensão básica de matemática. Conseguem adicionar e subtrair números inteiros com até três dígitos, multiplicar e dividir números inteiros de um dígito e resolver problemas com palavras simples.

    Em ciências, no mesmo nível, os estudantes mostram, por exemplo, ter conhecimento sobre alguns fatos científicos. Eles demonstram um conhecimento básico sobre plantas, animais e o meio ambiente. Mostram ainda algum conhecimento sobre as caraterísticas da Terra, suas mudanças ao longo do tempo e seu clima.

    Abaixo do baixo

    No Brasil, grande parte dos alunos não chegou sequer ao nível baixo. Os resultados mostram que 51% dos estudantes brasileiros ficaram abaixo do nível baixo em matemática no 4º ano. No 8º ano, essa porcentagem é ainda maior, 62% abaixo do baixo em matemática. Na média internacional, 9% dos estudantes ficaram nesse nível no 4º ano e 19% no 8º ano.

    Em ciências, 39% dos estudantes brasileiros não alcançaram o nível baixo no 4º ano e 42% ficaram abaixo do baixo no 8º ano. Na média internacional, essa porcentagem foi de 10% no 4º ano e 20%, no 8º.

    Na outra ponta, tanto em matemática quanto em ciências e tanto no 4º quanto no 8º ano, apenas 1% dos estudantes brasileiros atingiram o nível máximo de proficiência.

    Brasília (DF), 04/12/2024 - Mais da metade dos estudantes não tem conhecimentos básicos de matemática. Foto: INEP/Divulgação
    Questão aplicada a alunos no Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências – Inep/Divulgação

    Comparações

    Em relação aos demais países participantes, o Brasil ficou mais próximo à base dos rankings. Entre os estudantes do 4º ano, com 58 países participantes, o Brasil ficou em 51º em ciências e em 55º em matemática. No 8º ano, com 42 países participantes, o Brasil ficou em 33º em ciências e em 41º em matemática.

    O país ficou atrás de países como o Chile, Espanha, Portugal, Canadá, Coreia e Finlândia. Ficou à frente do Marrocos, em todos os rankings.

    O Timss é organizado pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA) e avalia o desempenho de estudantes em ciências e matemática no 4º e no 8º ano desde 1995.

    No Brasil participaram 44.900 mil estudantes, sendo 22.130 matriculados no 4º do ensino fundamental de 796 escolas públicas e privadas e 22.770 do 8º ano de 849 instituições de ensino. Responderam também aos questionários 904 professores de matemática e 916 de ciências.

  • Quão bom você é para matemática de acordo com o seu signo? Descubra aqui

    Quão bom você é para matemática de acordo com o seu signo? Descubra aqui

    Alguns signos do zodíaco são naturalmente habilidosos com números e ciências exatas. Você está entre os cinco mais talentosos para matemática? Verifique a lista e descubra se você ou alguém próximo tem o que é preciso para enfrentar qualquer desafio numérico com sucesso. Não perca esta seleção.

    1. Virgem

    Aqueles nascidos sob este signo, de 23 de agosto a 22 de setembro, se destacam por sua mentalidade crítica e analítica. Virgem é conhecido por sua capacidade de resolver problemas complexos com lógica e precisão. Sua natureza metódica e abordagem detalhada o tornam um dos melhores sinais para a matemática.

    2. Peixes

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    Quão bom você é para matemática de acordo com o seu signo? Descubra aqui

    Os peixes, nascidos entre 20 de fevereiro e 20 de março, são descritos como excelentes em matemática devido à sua capacidade de manter a calma sob pressão. Sua perseverança e força emocional lhes permitem enfrentar problemas difíceis, buscando soluções mesmo em situações de incerteza.

    3. Libra

    Libra, nascido entre 23 de setembro e 22 de outubro, busca o equilíbrio em todas as áreas de sua vida, incluindo matemática. Seu senso de moderação e bom senso os ajuda a abordar problemas algorítmicos com uma perspectiva lógica e equilibrada.

    4. Aquário

    Com uma mente aberta e criativa, os Aquários (nascidos entre 20 de janeiro e 18 de fevereiro) são conhecidos por oferecer soluções simples e eficazes. Além disso, eles não têm medo de explorar novos caminhos e enfrentar o fracasso com uma atitude positiva, o que os torna grandes solucionadores de problemas.

    5. Leão

    Finalmente, os Leões, nascidos entre 22 de julho e 22 de agosto, trazem uma combinação de confiança e criatividade para a resolução de problemas matemáticos. Sua capacidade de pensar de forma original e sua autoconfiança permitem que eles se destaquem neste campo.

  • Empregos ligados à matemática são mais resilientes em épocas de crise

    Empregos ligados à matemática são mais resilientes em épocas de crise

    Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (19) pelo Itaú Social revela que a qualidade dos empregos ligados à matemática é muito maior em termos de resiliência às situações de crise do que a de outras ocupações não vinculadas a essa disciplina, porque são cargos que demandam mais especialização. Durante a pandemia da covid-19, os trabalhos intensivos em matemática tiveram queda de 6,8%, enquanto as demais ocupações mostraram retração de 13,1%.

    “A gente vê o quanto o emprego reage e a proporção de empregos se mantém estável, mesmo em momentos de crise: o grau de formalidade desses empregos e o nível salarial são mais altos do que a média dos empregos brasileiros, mesmo quando considerados entre as pessoas que têm ensino superior completo”, disse à Agência Brasil a gerente de Avaliação e Prospecção do Itaú Social, Fernanda Seidel.

    “Ou seja, se a gente pega um trabalho intensivo em matemática, [de autor] com ensino superior completo, e compara com um trabalho não intensivo em matemática, embora feito [por alguém com ensino superior completo], na média, o salário daquele trabalho é o dobro.” Embora os trabalhos vinculados à matemática sejam bons e tenham renda maior, eles reproduzem as desigualdades observadas na aprendizagem da matemática desde o ensino básico, em especial entre meninas e pessoas negras, englobando pretos e pardos, que apresentam desempenho bem mais baixo que os brancos do sexo masculino, explicou Fernanda.

    Outra conclusão importante do estudo é que, diferentemente do que ocorre em outros países, o Brasil emprega um número baixo de pessoas ligadas às profissões vinculadas à matemática, que são mais resilientes e geram mais renda. Por isso, destaca a pesquisa, o país precisa acompanhar melhor esse quadro e se preocupar mais no sentido de política pública de desenvolvimento.

    Desigualdade

    O estudo mostra predominância de trabalhadores formais entre as ocupações ligadas à matemática, que correspondem a 84% do total, contra a média da economia brasileira, que registra cerca de 67% de trabalhadores neste mercado formal, embora tais profissões tenham participação maior de pessoas brancas (66%) e de homens (69%) do que a média das demais atividades no país. Sessenta e dois por cento de tais trabalhadores têm ensino superior completo.

    Segundo Fernanda, isso está refletindo muito a desigualdade de aprendizagem da educação básica em que meninas e pessoas negras têm desempenho mais baixo em matemática, embora o número de trabalhadores negros em profissões ligadas à disciplina tenha aumentado de 33% para 36%, entre 2012 e 2023, e a participação das mulheres tenha evoluído de 28% para 31% no mesmo período. “Ou seja, que oportunidades de aprendizagem na educação básica elas estão tendo, que perspectivas, que sonhos podem fazer que elas se enxerguem também como pessoas capazes de trabalhar e de gostar de matemática desde crianças?”, questionou Fernanda.

    Provocação

    O estudo Contribuição da Matemática para a economia brasileira foi feito pelo Itaú Social a partir de uma provocação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), que acompanha levantamentos semelhantes em vários países, e seguiu metodologia adotada em pesquisas pelo Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS), adaptada às características do mercado brasileiro.

    “Alguns países europeus têm a preocupação de acompanhar e aumentar o número de empregos da matemática, entendendo como isso é estratégico para o desenvolvimento do país, porque são carreiras do desenvolvimento científico e que têm todos esses atributos salariais e de resiliência”, apontou Fernanda Seidel. Os resultados evidenciaram que, no Brasil, tanto o percentual de empregos relacionados à matemática, como o que eles correspondem em termos do Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma dos bens e serviços produzidos no país) são mais baixos do que nos países europeus que fazem políticas públicas muito focalizadas na aprendizagem e nas profissões relacionadas à matemática.

    No mercado de trabalho do Brasil, há menor participação dos empregos da matemática (7,4%) do que nos países europeus estudados, cuja média é de 10%. Do mesmo modo, é menor a contribuição média anual dos rendimentos desses trabalhadores como percentual do PIB, que foi de 4,6%, no período de 2012 a 2022, do que no PIB francês (18%).

    Lacuna

    O objetivo da pesquisa era apurar a importância da matemática para a economia brasileira, entendendo o gap, ou lacuna, existente no país em relação a nações europeias fator de preocupação.

    As ocupações ligadas à matemática oferecem salários 119% superiores à média dos demais trabalhadores. No terceiro trimestre do ano passado, por exemplo, a média salarial deles foi R$ 3.520, o que significa mais que o dobro da média das demais categorias (R$ 1.607) no período.

    Embora a proporção dos trabalhadores ligados à matemática tenha se mantido entre 7% e 8% no total de pessoas empregadas de 2012 a 2022, o crescimento desses profissionais no período de dez anos foi superior ao do mercado de trabalho total, com taxa média anual de 1,98%, em comparação ao percentual dos ocupados em geral (0,99%).

    Os dados sobre a idade média dos trabalhadores vinculados à matemática revelam que oscilou entre 36,9 e 38,6, com leve tendência de aumento ao longo dos anos. Como a idade média do trabalhador brasileiro era de 39,3 anos no primeiro trimestre de 2023, percebe-se que os profissionais envolvidos em atividades matemáticas são um pouco mais jovens que a média nacional. Segundo o estudo, o grupo de profissionais com habilidades matemáticas por faixa etária cresceu, particularmente entre os trabalhadores de 22 a 46 anos, no período de 2016 a 2023. No primeiro trimestre do ano passado, 80% das pessoas que trabalhavam em áreas ligadas à matemática tinham menos de 48 anos.

    A pesquisa mostra ainda que a maioria dos trabalhadores relacionados à matemática se concentra nas regiões Sudeste e Sul, com os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná abrigando mais da metade desses profissionais.

    Benefícios

    O estudo pretende mostrar como o Brasil poderia se beneficiar economicamente de um maior aprendizado em matemática e, em consequência, das profissões com curso superior que demandam competências dessa área. De acordo com a superintendente do Itaú Social, Patricia Mota Guedes, os dados apurados evidenciam a importância do investimento em educação matemática de qualidade. Para Patrícia, o estudo indica as potencialidades oferecidas pela disciplina, ensinada desde a educação básica, e sua influência no futuro dos jovens. “O levantamento traz dados concretos para sensibilizar cada vez mais o poder público, setor produtivo e sociedade de forma ampla sobre a relevância da matemática para o desenvolvimento de um país.”

    O estudo usou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua para avaliar o número de trabalhadores e suas remunerações associadas às atividades relacionadas à matemática. O cálculo da contribuição para o PIB foi considerado a partir da soma de todos os rendimentos do trabalho no país provenientes de ocupações que demandam maior intensidade de capacidades matemáticas.

    No Brasil, as ocupações da matemática estão mais concentradas nas áreas de serviços administrativos e de tecnologia da informação do que em áreas mais tradicionalmente ligadas à inovação e desenvolvimento tecnológico, como engenharia e pesquisa, como ocorre nos países europeus.

    Estratégia

    O diretor-geral do Impa, Marcelo Viana, considera que o impacto da matemática na economia de cada país é uma excelente medida do seu grau de desenvolvimento e que o Brasil ainda tem uma estrada significativa a percorrer para se equiparar às economias mais avançadas. Para Viana, isso poderá acontecer por meio de investimentos estratégicos em educação, aproveitando o potencial da matemática para gerar riqueza e desenvolvimento no país.

    Edição: Nádia Franco

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  • Olimpíada de Matemática divulga resultado; veja lista de premiados

    Olimpíada de Matemática divulga resultado; veja lista de premiados

    A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) divulgou nesta quarta-feira (20) o resultado da 18º edição. Os estudantes premiados vão receber um total de 8,4 mil medalhas, sendo 650 ouros, 1.950 pratas e 5.850 bronzes, além de 51 mil menções honrosas. A informação foi divulgada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), promotor da competição. A lista de premiados pode ser consultada aqui.

    A olimpíada premia separadamente escolas públicas e particulares e, este ano, dobrou o número de premiações das instituições privadas. Para o diretor-geral do Impa, Marcelo Viana, este ano, o sabor da olimpíada é ainda mais especial. “Além da premiação nacional, criamos também as premiações estaduais. São muito mais medalhas em todo o Brasil”. Serão distribuídas cerca de 20,5 mil medalhas estaduais.

    Serão agraciados ainda professores, escolas e secretarias municipais de Educação que se destacaram pelo desempenho dos alunos. As cerimônias de premiação da 18ª Obmep estão previstas para o próximo ano, em data e local ainda a serem definidos. Este ano, a olimpíada reuniu mais de 18,3 milhões de alunos dos ensinos fundamental e médio. Trata-se da maior competição científica do país. Foram alcançados 99,78% dos municípios brasileiros e mais de 55 mil escolas participaram do certame.

    Abrindo portas

    O estudante Kevin Neves Ramos Badaro, 14 anos, do ensino fundamental da Escola Municipal Mariano Ferreira de Nazareth, localizada em Domingos Martins (ES), tem duas participações na Obmep, sendo uma no ano passado, com medalha de bronze, e a outra da edição de 2023, em que faturou o ouro. “Quando vi que tinha ganhado medalha de ouro, fiquei muito feliz mesmo”. Kevin contou que pretende continuar participando da olimpíada e que buscará sempre dar o seu melhor, “porque virão outras medalhas de ouro ainda”. Ele não tem certeza se vai cursar matemática no ensino superior. “Eu sou muito bom em matemática, mas a área da computação e da informática é muito boa hoje em dia. Estou pensando nisso, mas ainda não tenho certeza.”

    Os medalhistas nacionais são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC) com aulas avançadas para seu desenvolvimento acadêmico. Os participantes de escolas públicas recebem R$ 300 para integrar o programa. A bolsa é concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) teve o valor reajustado em 200% este ano.

    Impa Tech

    A novidade deste ano é que medalhistas do nível 3 (ensino médio) na Obmep e em outras quatro olimpíadas de conhecimento poderão concorrer a uma vaga no Impa Tech, primeiro curso de graduação do instituto. As inscrições para o bacharelado em matemática da tecnologia e inovação estão abertas até 28 deste mês neste endereço eletrônico. O curso será uma qualificação de excelência para os estudantes entrarem de forma efetiva no mercado de tecnologia e inovação. O processo seletivo destina 20% das vagas para alunos com ótimo desempenho na prova de matemática do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

    O coordenador-geral da Obmep, Claudio Landim, destacou que conquistar uma medalha na Obmep pode abrir as portas de uma universidade para os estudantes premiados. “Algumas das melhores universidades brasileiras têm admitido alunos baseados exclusivamente no seu desempenho em olimpíadas, como é o caso da recém-criada graduação do Impa, o Impa Tech.”

    Marcelo Viana informou que o Impa Tech será iniciado em 2024. A graduação do instituto reserva 80% de suas vagas para medalhistas das olimpíadas. “Quem ganhou medalha do nível 3 [ensino médio] já pode solicitar o seu certificado para se candidatar ao Impa Tech”, indicou.

    Olimpíada

    Criada pelo Impa em 2005 e realizada com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), a Obmep é promovida com recursos dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC). Destinada a estudantes do 6º ano do fundamental ao 3º ano do ensino médio, a competição contribui para estimular o estudo da matemática e identificar jovens talentos da disciplina.

    Outro objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica, permitindo que um maior número de alunos brasileiros tenha acesso a material didático de qualidade.

    Edição: Juliana Andrade
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  • Rede Municipal recebe certificados da 3ª Olimpíada de Matemática

    Rede Municipal recebe certificados da 3ª Olimpíada de Matemática

    Pais, alunos e professores prestigiaram na noite de quinta-feira (19), na escola Joice Martinelli Munhak, o encerramento e entrega da premiação da III Olimpíada de Matemática da Unemat no município de Lucas do Rio Verde. A competição teve início com participação de seis mil alunos e encerrou com a premiação dos 149 destaques da olimpíada.

    Presente na entrega dos prêmios, a secretária de Educação, Elaine Lovatel, agradeceu o envolvimento e dedicação dos alunos e principalmente dos professores da disciplina de matemática ao longo da competição.

    “O objetivo é instigar nos alunos a matemática, principalmente porque é uma disciplina que as vezes nem todo mundo gosta, mas nós temos muitos talentos. Participar é uma forma deles também se autodesafiarem, colocar em cheque os conhecimentos e assim receber uma gratificação por tudo isso”, conclui Elaine.

    É o segundo ano que o estudante Murilo Buzanello participa da olimpíada de matemática e o primeiro ano que recebe a premiação. Ele conta que o desafio tomou conta da sala de aula. “Tinha bastante incentivo principalmente dentro do grupo de amigos. E inclusive um dos nossos amigos, vamos dizer, que era menos capacitado, também conseguiu chegar até aqui. A gente torceu bastante e ele conseguiu ir bem”, acrescentou.

    Já para a Luiza, a experiência de participar pela primeira vez de uma olimpíada, a estimulou a querer buscar ainda mais conhecimento na área. “Foi surpreendente quando eu soube o resultado de chegar na terceira fase. Foi uma experiência única, eu diria e foi difícil, mas foi muito bom poder chegar até aqui. Eu procurei estudar mais sim, me esforçar”, conclui a estudante.

    As olimpíadas fazem parte do projeto de extensão do Campus da Unemat Sinop Barra do Bugres, está presente em 13 municípios. “Esse ano a gente está atendendo mais de 40 mil alunos em todo o estado. É uma forma da universidade pegar o conhecimento gerado lá e a aplicar nas prefeituras e nos municípios. E aí quem sabe descobrir novos talentos da matemática”, explicou o diretor político-pedagógico e financeiro da Unemat Sinop.

    Em Lucas do Rio Verde, o coordenador local do projeto este ano, foi o professor mestrando, Marcelo Hoffmann. “Nós temos uma rede grande de alunos e eles se empenham, eles correm atrás e nós temos umas pérolas. É muito gratificante mesmo, principalmente no brilho dos olhos desses alunos na hora que recebem uma medalha ou um troféu”, destaca o professor.

  • Mais de 900 mil alunos fazem 2ª etapa da Olimpíada de Matemática

    Mais de 900 mil alunos fazem 2ª etapa da Olimpíada de Matemática

    Mais de 900 mil alunos de escolas públicas e privadas de todo o país fazem, neste sábado (7), as provas da segunda fase da 18ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).

    O coordenador-geral da Obmep e diretor-adjunto do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), Cláudio Landim, enfatiza que as provas não medem o conhecimento em matemática, mas sim a capacidade de imaginação, criatividade e raciocínio para resolver os problemas.

    A novidade desta edição é o aumento no número de medalhas nacionais a serem distribuídas para os participantes. São 8.450, sendo 6,5 mil para alunos das escolas públicas e o restante para estudantes das escolas particulares. A Obmep vai distribuir também outras 20,5 mil medalhas regionais.

    Segundo Landim, os alunos de escolas públicas que conquistarem medalhas nacionais são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

    “Os medalhistas recebem, no ano que vem, uma bolsa de iniciação científica no valor de R$ 300 mensais para participarem do programa de formação oferecido em todo o Brasil e que prepara esses alunos e os estimula para entrarem em universidades em áreas das ciências exatas”, diz a organização.

    A divulgação dos premiados será no dia 20 de dezembro.

    A competição, destinada a estudantes do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, é promovida com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Ministério da Educação.

    *Colaborou Cristiane Ribeiro, do Radiojornalismo

    Edição: Aline Leal
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  • Olimpíada terá imersão em matemática para 160 estudantes

    Olimpíada terá imersão em matemática para 160 estudantes

    A 8ª edição do Encontro do Hotel de Hilbert vai reunir este ano, em Natal, 160 estudantes de todo o Brasil para uma imersão no mundo da matemática. Os participantes foram selecionados pelo desempenho acadêmico no Programa de Iniciação Científica Jr (PIC), destinado a medalhistas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). O evento será entre as próximas segunda-feira (24) e quinta-feira (27). 

    Promovido pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) (foto), a iniciativa terá 17 professores universitários de diferentes regiões do país para debater temas do universo matemático e incentivar os alunos a se dedicar ao aprimoramento dos estudos.

    Durante quatro dias, meninos e meninas do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio participarão de gincanas, aulas, palestras e serão desafiados a resolver o problema do dia. As melhores soluções serão apresentadas aos colegas e professores.

    Fato ou fake?

    As palestras abordarão temas como “Os três problemas clássicos da geometria”; “Fato ou fake? O que assegura alguém acreditar que um fato matemático é válido?” e “Como viemos para cá? Uma versão da história da ciência ocidental!”.

    O primeiro Encontro do Hotel de Hilbert ocorreu em 2011, em Nova Friburgo, no estado do Rio.  O objetivo é ampliar o conhecimento científico dos participantes e prepará-los para um futuro desempenho profissional e acadêmico. Os medalhistas de escolas públicas que integram o programa recebem uma bolsa de R$ 300.

    O diretor-adjunto do Impa e coordenador-geral da OBMEP, Claudio Landim, destaca que, para os alunos, vai ser uma enorme oportunidade de assistir a palestras dadas por cientistas. “Vai ser um primeiro contato com o mundo da pesquisa. Por outro lado, será a oportunidade de encontrar outros jovens que gostam de matemática e conversar sobre as perspectivas de carreira. É um grande estímulo para que desenvolvam seu talento e prossigam seus estudos na universidade”, afirma.

    Isabela Besen, 14 anos, aluna do 9º ano da Escola de Educação Básica Cel Gasparino Zorzi, em Campos Novos, em Santa Catarina, é medalhista de ouro no ano passado e de bronze este ano da olimpíada. Ela conta que ficou muito animada ao saber que vai participar do Hotel de Hilbert, pois todo o esforço e dedicação às tarefas valeram a pena. “A OBMEP é muito importante na minha vida. Ela me abriu muitas portas e mostrou que sou capaz de chegar a lugares que jamais pensei que poderia [chegar]. Foi com ela que descobri que meu verdadeiro talento é a matemática”, explica.

    Jhonatan Kalil, 16 anos, aluno do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Gonçalves Dias, em Ji-Paraná, em Rondônia, é medalhista de bronze em 2019, ouro em 2021 e bronze em 2022 da olimpíada. “Antes da olimpíada, eu achava que a matemática que estudava na escola era suficiente. Depois que eu percebi que gostava mesmo de matemática, não sabia nada e comecei a estudar de verdade. Hoje, penso em cursar matemática e sei que no evento vai ter especialistas da área”, analisa.

    Landim, coordenador-geral da olimpíada, conta que a iniciativa tenta detectar alunos com talento para a matemática que acabam participando do PIC. Nesse programa, eles se encontram duas vezes por mês numa universidade ou num instituto federal e ali há aulas através da resolução de problemas.

    “Isso tem permitido que vários alunos que não teriam acesso à universidade cheguem ao ensino superior. Muitos são os primeiros da família a ultrapassar o ensino médio. A OBMEP tem tido enorme impacto na sociedade, pois acaba premiando o mérito e estimulando alunos talentosos a estudarem. No Impa, temos recebido muitos medalhistas da olimpíada”, diz Landim.

    Paradoxo do infinito

    Em 1925, o matemático alemão David Hilbert apresentou um paradoxo do infinito. Nele, há um hotel com quartos infinitos sempre lotados, com um hóspede em cada quarto. Porém, sempre que chega um novo cliente, o gerente pede que os hóspedes mudem para o quarto ao lado.

    Em linguagem matemática, é mais ou menos assim: o hóspede do quarto N pula para o quarto N+1 e assim sucessivamente. Mais conhecido como Hotel de Hilbert, o paradoxo expõe a ideia de que, apesar de sempre lotado, sempre há vagas.

    O Encontro do Hotel de Hilbert deste ano conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Sociedade Brasileira de Matemática e Itaú Social.

    Edição: Kleber Sampaio