Na tarde de quinta-feira (16), um carro em que estava o ex-prefeito de Lucas do Rio Verde e empresário Marino Franz saiu da pista e capotou nas proximidades do município de Santa Rita do Trivelatto. O veículo era ocupado por Franz e outras duas pessoas.
Após o incidente, as vítimas foram socorridas e encaminhadas para uma unidade de saúde local, onde passaram por avaliações médicas iniciais. Marino Franz foi posteriormente transferido para o Hospital São Lucas, em Lucas do Rio Verde, para exames complementares.
Felizmente, nenhum dos ocupantes sofreu ferimentos graves. Após ser avaliado e monitorado, Marino Franz recebeu alta médica e está repousando em sua residência.
A saída de pista se deu por conta de uma aquaplanagem do carro, onde estava o ex-prefeito.
“Mais do que transportar grãos produzidos emLucas do Rio Verde e região, a implantação da primeira Ferrovia Estadual (Rumo Logística) vai possibilitar importantes investimentos para o município e região”. Essa é a visão do empresário e ex-prefeito Marino José Franz, ao falar sobre o planejamento e desenvolvimento que o município terá com a chegada dos trilhos, durante entrevista à Rádio Alternativa FM.
O contrato entre o estado, município e a empresa Rumo Logística (ganhadora do certame e autorizada a fazer o empreendimento) aconteceu na última segunda-feira, 20 de setembro. A previsão é que as obras iniciem já em 2022, com chegada dos trilhos em Lucas do Rio Verde em 2028.
O investimento será de aproximadamente R$ 11,2 bilhões. Os trilhos sairão de Rondonópolis, passará por Cuiabá, Nova Mutum e por fim, Lucas do Rio Verde.
Além da ferrovia que será construída pela Rumo Logística (Ferronorte), há ainda a expectativa da chegada dos trens da FICO – Ferrovia Integração Centro Oeste (Vale do Rio Doce) e a Ferrogrão (Pará/MT).
O empresário citou, por exemplo, que Lucas do Rio Verde poderá ser um grande polo industrial para fabricação de tratores e implementos agrícolas, como é hoje a região de Caxias no Rio Grande do Sul.
“A FICO, por exemplo, sendo instalada em Lucas do Rio Verde poderá levar para o porto de Santos os grãos e carnes aqui produzido e trazer o minério de ferro para fazemos um grande polo metal/mecânico, dessa forma mudamos de fato a economia. O Rio Grande do Sul não produz ferro, o produto sai de Minas Gerais e vai para Caxias, Bento Gonçalves e Erechim, onde são fabricados os equipamentos para depois vir para Mato Grosso. Isso para mim é um modelo esgotado já. Temos que preparar o município de Lucas do Rio Verde para ser um grande terminal com várias frentes”, citou.
“Não tem alternativa de desenvolver um estado ou uma região sem agregação de valores. As ferrovias não vão melhorar a vida das pessoas. Vai melhorar se tivermos inteligência e projetos que possam viabilizar as segundas cadeias produtivas e assim, efetivamente trazer emprego e renda para o município, para as pessoas e para o estado. Do modo que estamos fazendo hoje em Lucas do Rio Verde”.
CENTRO TECNOLOGÓGICO
De acordo com o empresário e ex-prefeito Marino Franz, Lucas do Rio Verde tem potencial para se tornar um grande centro tecnológico.
“Nós temos que transformar a Fundação Rio Verde em um centro de alta tecnologia. Hoje a Fundação tem a função de fazer a feira (Show Safra BR-163) e validar experimentos, porém, ela não cria tecnologia. Mas lá, temos algumas vantagens: temos auditório de primeiro mundo, temos equipamentos, estação meteorológica e está bem localizada. Então, na minha visão, deveríamos criar uma área de tecnologia de 400 hectares, 200 hectares já temos. Nesse espaço poderíamos colocar todas as universidades, institutos, centros de pesquisas e até mesmo um hospital-escola”, comento Franz.
Ainda de acordo com Marino Franz, todas as instituições devem trabalhar de forma integrada para que os resultados gerem o desenvolvimento.
“Uma universidade por si só, não gera grande resultados, por exemplo, agora de forma integrada ela pode contribuir muito. Por exemplo, temos hoje em Lucas do Rio Verde PHD’s em melhoramento genéticos, engenheiros altamente qualificados em empresas como a FS Biocombustíveis, entre outras, e que trabalhando de forma integrada, pode ser ainda mais benéfico para o desenvolvimento do município”.
“Temos que gerar alta tecnologia de valores agregados. Por exemplo, as enzimas para fabricação do etanol, elas vem tudo da Bélgica ou de Curitiba, poderíamos fazer aqui, produtos para a agricultura poderemos fazer tudo aqui. Não podemos mais importar esses produtos”, reafirmou o empresário.
A indústria sucroalcooleira vive um momento único, de infinitas oportunidades, com cenário positivo para investimento, demanda global crescente e aumento significativo do consumo interno. Soma-se a esse cenário o RenovaBio, política nacional de incentivo específica para o mercado de biocombustíveis. Com ele, os produtores que adotarem as boas práticas receberão uma espécie de pagamento pelos serviços ambientais.
O consumo interno de etanol continua crescendo, mesmo com a alta nos preços registrada neste início de ano. Abastecer com etanol continua vantajoso perante a gasolina e, de forma cada vez mais rápida, o brasileiro escolhe o produto, porque além de suas vantagens econômicas está considerando os impactos ambientais positivos do biocombustível. O consumo de etanol foi se fortalecendo e consolidando ao longo do último ano atingindo um volume de venda recorde em 2019.
No mercado o externo, o interesse e a procura pelo etanol também só cresce a cada dia com a tendência mundial por fontes renováveis de combustíveis. Os países precisam encontrar meios de reduzir suas emissões de carbono, diminuindo os impactos da emissão de gases do efeito estufa, e o Brasil é considerado o exemplo a ser seguido neste quesito. Países como Estados Unidos, Índia e China atuam para aumentar a quantidade de etanol na gasolina.
A Índia, por exemplo, quer aumentar para 10% a quantidade de etanol em sua gasolina até 2022. Hoje, a mistura não chega a 7% e o país de 1,3 bilhão de habitantes quer aproveitar o conhecimento brasileiro para cumprir a missão. Nos Estados Unidos a mistura é de 10%, mesmo percentual que a China pretende chegar também nos próximos dois anos. Já o Brasil é exemplo de que é possível ter uma gasolina mais limpa e eficiente, o país possui o maior percentual de mistura registrado no mundo, com 27% de etanol adicionados a gasolina desde o ano de 2015. Esta mistura não afetou o desempenho nem mesmo dos carros importados.
O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, atrás apenas dos americanos. As projeções são de que o país deve produzir 30,4 bilhões de litros de etanol, neste ano, e chegar a 37,2 bilhões em 2028. O uso do etanol como combustível em larga escala, no entanto, ainda ocorre basicamente nesses dois países.
Mas, o governo federal está trabalhando para mudar este cenário e transformar o etanol em uma commodity mundial. Para isso, missões diplomáticas/comerciais estão sendo empreendidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento por vários países. Atualmente, o Ministério contabiliza cerca de 60 países que possuem ou estudam algum programa para incorporar o etanol em sua matriz energética.
Para Mato Grosso, o cenário não poderia ser melhor. Somos o segundo maior produtor de etanol no Brasil. Impulsionado pelo etanol de milho, a projeção é que, em dois anos, o estado chegue à produção de 5 bilhões de litros do biocombustível por ano. Este crescimento faz o setor acreditar que poderemos nos tornar a maior região produtora do bicombustível no mundo.
Atualmente, o Estado conta com 12 unidades produtoras de etanol, sendo sete exclusivamente de cana, três flex (cana e milho) e duas de milho. Até o próximo ano, serão mais quatro unidades produtoras do biocombustível através do milho. O setor gera 10 mil empregos diretos, empregos estes considerados de alta qualidade e com excelentes remunerações.
Com o cenário de aumento da produção, do consumo e dos investimentos, a hegemonia do etanol é indiscutível. Desde o final da década de 1970, quando o Proálcool foi lançado, nunca houve uma referência que indicasse a direção da produção de biocombustíveis do Brasil, mas agora, com tantos fatores positivos, já temos o caminho a seguir.
*Marino Franz é sócio fundador da FS Bioenergia e Presidente de Fundação de Pesquisa Rio Verde
Faltando pouco menos de quatro meses para finalizar o segundo mandato como prefeito, Marino Franz tem 87% de aprovação por parte da população de Lucas do Rio Verde.
Para Franz, esse alto índicie de aprovação por parte da população significa que a grande maioria da população aprova o modelo de administração do município.
“Primeiramente quero agradecer a população de Lucas pela aprovação, pois não é fácil manter esse índice positivo durante oito anos de mandato. Isso mostra também o empenho dos secretários e servidores municipais em servir bem a população, ou seja, é uma conquista de todos”, disse Franz.
Há 32 anos em Lucas do Rio Verde, Marino Franz é empresário e além de prefeito, atuou também como vice-prefeito. “Eu gosto daqui e tudo que nós temos foi criado aqui. Eu me sinto feliz e quero continuar participando da sociedade de Luca do Rio Verde da melhor maneira possível, mesmo fora da prefeitura”, finalizou.
A pesquisa Real Dados ouviu 405 pessoas, onde 87% optou por avaliar a gestão de Marino Franz como ótima e 8,89% negativa.