Tag: Lula

  • Lula dá posse ao general Marcos Amaro como ministro do GSI

    Lula dá posse ao general Marcos Amaro como ministro do GSI

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse ao general Marcos Amaro como novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência. A cerimônia reservada ocorreu nesta quinta-feira (4) no Palácio do Planalto.

    Amaro assume no lugar do ex-ministro Gonçalves Dias, que deixou o cargo em 19 de abril após a divulgação de imagens que o mostravam no interior do Palácio do Planalto, interagindo com os vândalos, no dia dos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. Desde então, o secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli estava como chefe interino do GSI.

    Marcos Amaro, de 65 anos, é general da reserva do Exército. Durante sua vida militar, serviu em unidades de artilharia em Jundiaí (SP), no Rio de Janeiro (RJ) e em Olinda (PE) e comandou unidades em Cuiabá (MT) e Santa Maria (RS). Foi instrutor da Academia Militar das Agulhas Negras e da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e adido militar na embaixada do Brasil no Suriname.

    De 2007 até o início de 2010, foi chefe da Divisão de Inteligência do Centro de Inteligência do Exército. Também foi adjunto do GSI, secretário da segurança presidencial e chefe da Casa Militar da Presidência. Ainda esteve à frente do Comando Militar do Sudeste e foi chefe do Estado-Maior do Exército. O general Amaro entrou para a reserva no ano passado.

    Na área acadêmica, fez especialização em excelência gerencial com ênfase em gestão pública pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e em administração pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

    Edição: Graça Adjuto

  • Lula confirma presença em ato com centrais sindicais em SP

    Lula confirma presença em ato com centrais sindicais em SP

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença em um ato com centrais sindicais que ocorre nesta segunda-feira (1º), Dia do Trabalhador, em São Paulo. O compromisso foi confirmado por meio do perfil de Lula no Twitter.

    “Nossa prioridade é recuperar direitos perdidos nos últimos anos e melhorar a vida do povo brasileiro. E essa data tão simbólica voltará a ser um dia de conquistas.”

    Nas redes sociais, ele destacou ainda o anúncio, feito ontem (30), de reajuste do salário mínimo de R$ 1.302 para R$ 1.320 e da elevação da faixa de isenção de Imposto de Renda, dos atuais R$ 1.903 para quem ganha até R$ 2.640 mensais.

    No Twitter, as medidas foram classificadas pelo presidente de “valorização de trabalhadores”.

    Edição: Graça Adjuto

  • Lula anuncia política de reajuste do salário mínimo e isenção de IR

    Lula anuncia política de reajuste do salário mínimo e isenção de IR

    O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou, neste domingo (30), que vai enviar ao Congresso Nacional, nos próximos dias, um projeto de lei (PL) que, se aprovado, tornará obrigatório o reajuste do salário mínimo acima da inflação. Lula também se comprometeu a, até o fim de seu atual mandato, em 2026, aprovar a isenção do pagamento do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.

    “Nos próximos dias, encaminharei ao Congresso Nacional um projeto de lei para que esta conquista seja permanente e o salário mínimo volte a ser reajustado todos os anos acima da inflação”, antecipou Lula ao fazer um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, por ocasião do Dia do Trabalhador, nesta segunda-feira (1º).

    Segundo o presidente, a “valorização do salário mínimo” é parte do projeto de governo, que busca “recompor as conquistas perdidas pelos trabalhadores e trabalhadoras” ao longo dos últimos anos. “A partir de amanhã, o salário mínimo passa a valer R$ 1.320,00 para trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas. É um aumento pequeno, mas real”, reconheceu Lula ao ponderar que, nos últimos seis anos, o reajuste do valor salário mínimo sempre ficou abaixo da inflação acumulada.

    Fim do congelamento

    Lula também comentou a medida que eleva, a partir de maio, a faixa de isenção do Imposto de Renda cobrado de trabalhadores formais – uma promessa de campanha do presidente. A correção da tabela já tinha sido anunciada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

    “Estamos mudando a faixa de isenção do Imposto de Renda, que há oito anos estava congelada em R$ 1.903,98. A partir de agora, até R$ 2.640,00 por mês não pagará mais nenhum centavo de imposto”, pontuou Lula ao classificar esta como “outra medida muito importante”.

    “E até o final do meu mandato, a isenção valerá para até R$ 5 mil por mês”, acrescentou Lula, voltando a se comprometer com a elevação gradual da faixa de isenção que, segundo o governo federal, passará a vigorar já a partir de maio por meio da combinação de duas medidas.

    Além de, na prática, elevar a faixa de isenção dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 2.112, o governo concederá um desconto de R$ 528 sobre o imposto pago na fonte, que é retido automaticamente, todos os meses. A soma dos dois valores totaliza os R$ 2.640,00 anunciados – cifra que equivale a dois salários mínimos de R$ 1.320.

    Trabalhadores

    “Não haverá reconstrução do Brasil sem a valorização dos trabalhadores e das trabalhadoras. O Brasil vai voltar a crescer com inclusão social e com novos empregos sendo criados. Podem estar certos de que o esforço de seu trabalho vai ser cada vez mais reconhecido e recompensado. E o 1º de Maio, que sempre foi um dia de luta, voltará a ser um dia de conquista para o povo trabalhador”, disse Lula, ao defender a política de valorização do salário mínimo como um “grande instrumento de transformação social”.

    “Foi graças a isso que [nos governos petistas, entre 2003 e 2016], milhões de brasileiros e brasileiras saíram da extrema pobreza, abrindo caminho para uma vida melhor. É preciso lembrar que a valorização do salário mínimo não é essencial apenas para quem o ganha. Com mais dinheiro em circulação, as vendas do comércio aumentam. A indústria produz mais. A roda da economia volta a girar e novos empregos são criados.”

    Edição: Kelly Oliveira

  • Governo deve homologar terras indígenas na sexta-feira

    Governo deve homologar terras indígenas na sexta-feira

    A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, disse nesta terça-feira (25) que o governo federal deve anunciar a homologação de novas terras indígenas nos próximos dias. A expectativa é que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncie o reconhecimento federal das novas áreas nesta sexta-feira (28), durante sua visita ao Acampamento Terra Livre (ATL).

    Ao participar de um dos vários debates que movimentam a 19ª edição do Acampamento Terra Livre, tradicional evento de mobilização indígena que, este ano, tem por tema “O futuro indígena é hoje. Sem demarcação não há democracia”, a ministra informou que esteve na Casa Civil “para tratar dos atos que vamos assinar aqui [no ATL], no dia 28, com o presidente Lula”.

    Consultados pela reportagem, nem o Ministério dos Povos Indígenas, nem a Casa Civil anteciparam informações sobre quantos e quais territórios o governo pretende homologar. A Casa Civil, no entanto, confirmou à Agência Brasil que a reunião de que Sônia Guajajara participou nesta terça-feira serviu “para discutir temas relacionais a pauta de reivindicações dos povos indígenas”, com o objetivo de “alinhar ações que serão realizadas durante agenda com o presidente Lula, prevista para ocorrer na sexta-feira”.

    Ainda em janeiro, a ministra Sonia Guajajara afirmou a veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), incluindo a Agência Brasil, que 14 processos de demarcação de áreas da União a serem destinadas ao usufruto exclusivo indígena já estavam prontos para ser homologados. De acordo com a ministra, essas terras, já identificadas como territórios tradicionais dos povos originários, estão distribuídas pelo Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

    Nesta terça-feira, a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, também citou a conclusão dos pareceres técnicos relativos a 14 áreas reivindicadas como terras indígenas. “Temos 14 processos [de identificação e delimitação territorial] preparados pela Funai, que já encaminhou [à Casa Civil] os pareceres. Está tudo preparado. Vamos aguardar o presidente [Lula] assinar [as homologações]”, disse Joenia, sem dar detalhes.

    Na semana passada, por ocasião do Dia dos Povos Indígenas (19), Joenia Wapichana e a ministra Sonia Guajajara já tinham destacado a urgência do Poder Executivo reconhecer o direito das comunidades à demarcação de parte das terras que pertenceram a seus antepassados, segundo reconhecimento da própria União. Havia, inclusive, a expectativa de que o governo federal aproveitasse a data para anunciar a homologação de novos territórios, o que não aconteceu.

    “A maior demanda dos povos indígenas é para o Poder Executivo, que é a reivindicação pelas demarcações. Não podemos fugir a esta demanda. Queremos o destravamento [dos processos demarcatórios]; que nossos territórios voltem a ser demarcados”, disse à Agência Brasil, na segunda-feira (24), o coordenador-executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Dinamam Tuxá, ao lembrar que, nos últimos quatro anos, nenhuma nova área indígena foi reconhecida no país, apesar dos vários processos demarcatórios em curso.

    “O governo atual já declarou que quer e que tem a vontade política [de homologar novas áreas]. Para nós, porém, é preciso implementar isso. E vamos cobrar a implementação das [ações] políticas prometidas durante a campanha [eleitoral] e após Lula ter sido eleito”, disse Dinamam.

    Edição: Fernando Fraga

  • Lula defende que Otan, UE e EUA trabalhem pela paz na Ucrânia

    Lula defende que Otan, UE e EUA trabalhem pela paz na Ucrânia

    Em entrevista à agência de rádio e televisão de Portugal ( RTP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é fundamental que os países trabalhem em um plano de paz que consiga levar à mesa de negociação os líderes russos e ucranianos, com o apoio dos Estados Unidos, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da União Europeia (UE).

    O presidente procurou esclarecer a posição brasileira em relação à guerra na Ucrânia afirmando que o Brasil não tem posição ambígua. “Eu não sei quem interpreta isso dessa forma. o Brasil tem uma posição clara: condena a Rússia por invadir o espaço territorial da Ucrânia, ponto”. Acrescentou que o país não quer “é se alinhar à guerra, o Brasil quer se aliar a um grupo de países que trabalhem para construir a paz”.

    “Se toda a gente se envolve diretamente na guerra, a pergunta que eu faço é a seguinte: quem é que vai conversar sobre paz? Quem é que vai conversar com os governos que estão em guerra para discutir a paz? Quem é que vai dar esse passo?”, questionou Lula, reafirmando a importância de formar um grupo de países que trabalhe para por fim ao conflito.

    “É preciso construir uma narrativa que convença Putin e Zelensky de que a guerra não é a melhor maneira para resolver os problemas. A Otan, os Estados Unidos e a União Europeia devem “começar a falar em paz e a discutir a questão”.

    Polêmica

    O tema da guerra e declarações recentes do presidente provocaram polêmica nos dias anteriores à visita de Lula a Portugal. Lula disse que as pessoas têm direito de opinião em uma democracia e que ele se limita a cumprir uma visita a um país-irmão com quem o Brasil tem relações privilegiadas.

    “Em Portugal, há também certa polarização com um lado mais extremista de direita com os outros partidos, mas eu não tenho nenhum problema, não vim aqui para entrar na polêmica com o Parlamento português. Vim para cumprir uma agenda e as pessoas não são obrigadas a gostar do Lula, não são obrigadas a gostar do presidente do Brasil”.

    Período de prisão

    Na entrevista à RTP, o presidente falou também sobre o período que passou na prisão após a condenação a nove anos e seis meses (mais tarde 12 anos e um mês) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação penal envolvendo um triplex no Guarujá, em São Paulo. Ele disse que foi um tempo de preparação para o regresso à vida política.

    “Fui vítima da mais grave mentira já contada na política brasileira, uma tentativa de me tirar da eleição [presidencial], conseguiram me tirar da eleição”, lamentou o presidente. referindo-se ao processo de corrupção que determinou a sua detenção por um período de 17 meses, acrescentando que nesse período aproveitou para fazer um exercício de paciência, de consciência. “Para me preparar porque tinha muita certeza de que ia voltar a ser presidente da República, e eu tinha essa vontade porque era preciso consertar o Brasil”.

    “O Brasil que tínhamos construído em três mandatos e meio do PT, com a maior inclusão social da história, tudo isso foi desmontado. Então, eu tinha de reconstruir isso e estou fazendo”, afirmou Lula.

    Maioria parlamentar

    O presidente admitiu a ausência de uma maioria parlamentar, mas destacou a importância da “arte de conversar” e da capacidade de extrair desse diálogo o que é melhor para o povo brasileiro. Para ele, o contrário dessa capacidade de negociar “é uma barbárie antidemocrática” em que se caminha para “um pensamento fascista e autoritário” típica dos negacionistas da política.

    “Nós não podemos negar a política” porque “a política é a arte do exercício da democracia e é importante sermos capazes de negociar com os que pensam o contrário”.

    Diálogo

    Sobre a situação no Brasil, ele apontou o caminho do diálogo que combata a polarização e possa “fazer do brasileiro aquele povo generoso que sempre foi, que gosta de música, que gosta de futebol, que gosta de ser alegre, que gosta de ser educado e que perdeu isso por causa de um presidente fascista que governou o país durante quatro anos”.

    Combate à fome

    Segundo o presidente, seu grande projeto político baseia-se numa ideia simples, ainda que difícil de realizar: que todos os brasileiros possam fazer três refeições por dia.

    Ao ser questionado sobre a forma como pretende acabar com a fome no Brasil, sendo que atualmente 33 milhões de pessoas se encontram nessa situação, ele disse que a questão é solucionar o problema do dinheiro – que é mal distribuído no orçamento. “Cuidar dos pobres é investimento, aumentar o salário mínimo é investimento”.

    Sobre o perigo de aumentar a dívida, Lula lembrou o seu passado, em que provou que era capaz de fazer as coisas sem criar problemas. “Responsabilidade nós temos e vamos colocar em prática”, assegurou.

    *Com informações da RTP – Rádio e Televisão de Portugal.

    Edição: Graça Adjuto

  • Viagem reforça papel de Brasil e China no cenário internacional

    Viagem reforça papel de Brasil e China no cenário internacional

    O balanço da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China e aos Emirados Árabes pode ser feito sob vários aspectos. O viés comercial foi importante, com investimentos e acordos acertados, e isso era a parte mais fácil. Todos têm a ganhar.

    O presidente classificou a visita como “extraordinária”. Na China, os acordos somaram R$ 50 bilhões e, nos Emirados Árabes, mais de R$ 12 bilhões. “E o que é mais importante do que a soma de dinheiro, é a possibilidade de novos acordos que podem ser feitos. Não apenas do ponto de vista comercial, mas do ponto de vista cultural, digital, educacional”, avaliou em coletiva de imprensa neste domingo (16), em Abu Dhabi.

    Os termos assinados entre os dois países incluem acordos de cooperação espacial, em pesquisa e inovação, economia digital e combate à fome, intercâmbio de conteúdos de comunicação entre os dois países e facilitação de comércio.

    Diplomacia

    Outro aspecto da viagem diplomática diz respeito a esse começo de relação entre Lula e Xi Jinping, o líder chinês. Apesar de a relação ser entre governos, é inegável que uma certa simpatia mútua ajuda. E isso aconteceu. Além da conversa entre as duas delegações, teve outra, particular, entre ambos. O encontro privado, que era previsto na agenda para durar 15 minutos, durou bem mais de uma hora.

    O mundo todo está curioso quanto aos frutos desse encontro, porque dois temas importantes dependem bastante de iniciativas do Brasil e da China. O primeiro deles é a guerra na Ucrânia. O segundo é o meio ambiente. São complexos, dependem de muita diplomacia, diálogo, e são urgentes.

    No caso da guerra da Ucrânia, a posição de Lula é que é necessária a formação de um grupo de países neutros, que sejam respeitados por ambos os lados, para levar Rússia e Ucrânia para a mesa de negociações. E, de todos esses países, o mais importante é a China, porque, desde as sanções contra a sua economia, a Rússia passou a depender ainda mais dos chineses.

    “A decisão da guerra foi tomada por dois países. E agora o que estamos tentando construir é um grupo de países que não tem envolvimento com a guerra, que não quer a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. Mas também temos que ter em conta que é preciso conversar com os Estados Unidos e com a União Europeia”, afirmou Lula. Ele disse ainda que pretende envolver países da América Latina.

    Convencer a China a encabeçar esse grupo é também, de certa forma, assegurar que ela, que é a quarta maior produtora de armas do mundo, não venda material bélico para a Rússia. Caso isso ocorra, será muito difícil ver o fim dessa guerra que, além do enorme sofrimento produzido, tem causado efeitos muito ruins para a economia mundial.

    Rússia e Ucrânia são grandes produtores agrícolas e a guerra está causando um aumento nos preços de muitos alimentos. Tem também a questão energética. Sem comprar o gás que vinha da Rússia, os países europeus estão gastando três vezes mais para importar o gás que tem que chegar de navio.

    Se somado o custo de mandar armas e sustentar a enfraquecida economia ucraniana, esse gasto de dinheiro é insustentável para vários países europeus. Mas também não se pode exagerar nas expectativas de que a China possa resolver o problema.

    Esporte como exemplo

    A China, que teve uma extraordinária capacidade de crescer com taxas que causam admiração e inveja, aparenta poder de decisão. Entretanto, um assunto que o Brasil conhece muito bem mostra que, às vezes, querer não é poder. Estamos falando de futebol.

    O líder chinês Xi Jinping destacou-se e cresceu por ter organizado com muito sucesso as Olimpíadas de Pequim em 2008. Entusiasmado com o poder do esporte, em termos de popularidade e influência na sociedade, ele decidiu apostar no futebol, que poderia render mais sucesso ainda.

    Ele fez um planejamento para que o esporte recebesse investimentos para tornar a China uma potência mundial. Logo depois dos jogos olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016, o mercado chinês se encheu de verbas milionárias e começou a importar jogadores. O plano era construir 70 mil campos de futebol e ter uma base de 50 milhões de chineses jogando bola. E mais: queriam sediar uma Copa e vencer o torneio até 2050.

    Tanta ambição foi muito rapidamente derrotada pela dificuldade de se criar uma cultura de futebol, um esporte que, mais do que disciplina e ordem, demanda e depende de criatividade e liberdade. O resultado é que não só o sucesso não veio, mas o presidente da federação chinesa de futebol foi preso em fevereiro deste ano, e existem sérios problemas ligados à corrupção. O futebol dos homens é patético e apenas as mulheres mostraram um futebol razoável.

    A bola do futebol chinês murchou. Esse pequeno exemplo mostra que talvez seja mais realista e necessária a união de vários países, cada um contribuindo um pouco, para a resolução dos complexos problemas mundiais. Cada vez mais fica difícil para qualquer superpotência impor sua vontade. Outros atores importantes pedem passagem no cenário internacional. Isso inclui o Brasil e, principalmente, a China.

    Edição: Camila Maciel

  • Lula: relação entre Brasil e China muda de patamar após viagem

    Lula: relação entre Brasil e China muda de patamar após viagem

    A relação entre Brasil e China mudou de patamar após a visita oficial ao país asiático, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao deixar o país asiático na manhã deste sábado (15), no horário local, Lula disse que as duas nações criaram laços em novas áreas, como transição energética, mundo digital, educação e cultura.

    “Uma coisa importante está acontecendo na relação Brasil-China. É que a gente tá ultrapassando aquela fase das commodities e a gente está entrando em outras necessidades. A gente está entrando na questão digital, nós temos muito a aprender com os chineses, a gente está entrando na questão da cultura”, declarou o presidente pouco antes de embarcar para os Emirados Árabes Unidos.

    O presidente ressaltou que a viagem à China não foi motivada por interesses políticos. Segundo ele, os acordos assinados basearam-se no potencial de investimentos e vantagens para o Brasil. “Nós não temos escolhas políticas, escolhas ideológicas, nós temos uma escolha de interesse nacional. O interesse do povo brasileiro, o interesse da indústria nacional, o interesse da nossa soberania e, portanto, eu saio daqui satisfeito”, comentou. “Não precisamos romper e brigar com ninguém para que a gente melhore.”

    Segundo Lula, os 15 acordos assinados com a China preveem a cooperação entre universidades brasileiras e chinesas, assim como parcerias entre empresas dos dois países para o desenvolvimento de energia renovável. Outro acordo, na área de conectividade, pretende ajudar o Brasil a universalizar o acesso à internet banda larga nas escolas públicas. Por isso, afirmou o presidente, ele visitou a gigante chinesa Huawei na última quinta-feira (13).

    “É necessário ter mais chineses nas universidades brasileiras e mais brasileiros nas universidades chinesas. É preciso que a gente discuta a questão da transição energética, porque o Brasil é um país que tem um potencial extraordinário de energia limpa em todos os aspectos, e que os chineses podem nos ajudar, e não apenas na construção da nova matriz energética, mas as empresas, eles participarem de associação com empresas brasileiras”, acrescentou Lula.

    Em relação aos investimentos em energia limpa, o presidente disse que todos os países, do mais desenvolvido ao menos industrializado, precisam entender a importância do respeito ao meio ambiente e da promoção do desenvolvimento sustentável. “O planeta é um só. Todos estamos dentro do barco e, se ele afundar, não escapa ninguém.”

    Aliança pela paz

    Sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, Lula disse ter conversado sobre o assunto com o presidente chinês, Xi Jinping. O Brasil defendeu a necessidade de os países contrários ao conflito se juntarem numa aliança pela paz, no qual a China e os Estados Unidos terão grande importância. De acordo com o presidente brasileiro, o país asiático está disposto a buscar o fim da guerra, apesar de o Brasil ter saído sem uma promessa formal da criação do grupo a favor da paz.

    Lula disse que os Estados Unidos devem parar de “incentivar a guerra” e sugeriu que a União Europeia e os demais países comecem a falar em paz. O presidente brasileiro pediu paciência para convencer os países que estão fornecendo armas. Com uma “boa vontade” mútua, segundo o líder brasileiro, seria possível convencer os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que a paz interessa a todo o planeta.

    “Eu acho que é preciso que a União Europeia e os Estados Unidos tenham boa vontade, que o Putin e o Zelensky tenham boa vontade para a gente voltar a ter paz no mundo. Muitas vezes não precisamos de guerra. Eu acho que estamos em uma situação em que os dois países estão com dificuldade de tomar decisões. Quando isso ocorre, eu acho que terceiros países, que mantenham boas relações com os dois, precisam criar as condições de termos paz no mundo. Não precisamos de guerra”, declarou.

    Entrevista

    Ainda como parte da agenda de Lula na China, ele concedeu entrevista ao jornalista Wang Guan da emissora estatal chinesa CMG. O presidente foi perguntado sobre um possível papel neocolonialista da China em relação ao Brasil.

    “Eu, sinceramente, não vejo. Não tem relação colonial com a China. Os Estados Unidos poderiam estar investindo na África, a Europa poderia estar investindo na África. Na verdade, colonizaram a África durante quase mais de um século. Ou seja, quando os chineses aparecem fazendo investimento nos países da América Latina, nos países da África, incomoda. Incomoda porque a China vai crescendo”, avaliou.

    Lula disse ainda que a China já tem uma boa participação na economia brasileira. “Eu quero que participe de um jeito construtivo, de um jeito de construção de parceria, que os nossos empresários sejam sócios dos empresários chineses, que os empresários chineses possam produzir no Brasil. É assim que a gente constrói uma parceria”, acrescentou.

    Entre os 15 acordos firmados pelos dois países, está uma parceria com a emissora CMG.

    Assista a um trecho da entrevista veiculado na TV Brasil:

    *Matéria atualizada às 21h04 para acréscimo de informações sobre a entrevista de Lula à emissora estatal chinesa CMG. 

    Edição: Juliana Andrade

  • Lula assina acordos com Emirados Árabes Unidos

    Lula assina acordos com Emirados Árabes Unidos

    Na última escala da viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, membros do governo brasileiro assinaram neste sábado (15) acordos de cooperação com os Emirados Árabes Unidos. A assinatura ocorreu durante recepção no palácio presidencial de Abu Dhabi, onde Lula jantou com o xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan. Alegando cansaço, o presidente saiu sem falar com a imprensa.

    Lula prometeu falar com os jornalistas na manhã deste domingo (16), em Lisboa, onde a comitiva fará escala antes de voltar a Brasília. A chegada ao Brasil está prevista para este domingo às 21h20 (horário de Brasília).

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    Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido pelo xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan em Abu Dhabi – Ricardo Stuckert/PR

    No único compromisso do dia, Lula participou de um iftar, refeição celebrada após o pôr do sol durante o ramadã (período de jejum durante a luz do dia na religião islâmica), com al-Nahyan. Enquanto ocorria o jantar, membros da comitiva brasileira e integrantes do governo dos Emirados Árabes assinavam memorandos de entendimento.

    As cooperações entre os dois países abrangem o comércio, os esportes e a inteligência artificial. “A parceria entre nossos países está amparada em ricas conexões nas mais diversas áreas, traduzida nos números expressivos do nosso comércio, na cooperação em esportes e em inteligência artificial”, disse o presidente em rápida declaração no encerramento do evento.

    Memorandos

    Integrante da comitiva oficial, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, assinou memorando de entendimento entre o estado e o fundo financeiro de Abu Dhabi Mubadala Capital, controlador da refinaria de Mataripe, privatizada em 2021. O fundo empresarial comprometeu-se a investir R$ 12 bilhões em dez anos na construção de uma fábrica de diesel verde e de querosene de aviação sustentável.

    O embaixador André Corrêa do Lago assinou memorando de entendimento entre o governo dos Emirados Árabes e o governo brasileiro sobre ação climática. Em novembro, o país sediará a 28ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 2023). O encontro será realizado em Dubai, emirado vizinho a Abu Dhabi.

    O embaixador Carlos Sérgio Duarte, secretário do Ministério das Relações Exteriores para África e Oriente Médio, assinou um memorando para a cooperação entre o Instituto Rio Branco e a Academia Diplomática Dr. Anwar Gargash.

    Antes do jantar, a esquadrilha Al Fursan, da Força Aérea dos Emirados Árabes, deixou rastros das cores da bandeira brasileira sobre o palácio presidencial na chegada do líder brasileiro.

    Essa é a segunda visita de Lula aos Emirados Árabes. O presidente brasileiro havia ido ao país em 2003, no primeiro mandato. O governo brasileiro esclareceu que a parada em Abu Dhabi, realizada na volta da viagem a China, ocorreu a convite do governo dos Emirados Árabes Unidos e informou que as despesas foram pagas pelo país.

    Na China, Lula assinou 15 acordos de parceria com o presidente Xi Jinping. Antes de embarcar para os Emirados Árabes, o líder brasileiro disse que a relação entre o Brasil e a China mudou de patamar. Segundo ele, o Brasil se beneficiará de investimentos em transição energética, conectividade, educação e cultura.

  • Lula defende G20 e quer mais países em governança global

    Lula defende G20 e quer mais países em governança global

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em entrevista coletiva em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o fortalecimento de uma governança global que amplie a representatividade de países em espaços de diálogo internacional. “Não quero criar movimento separado do G7. O G7 não depende do Brasil para existir”, declarou.

    Para o brasileiro, um bloco mais amplo de países, a exemplo do G20, deve ser responsável por discutir temas da ordem do dia, como paz entre as nações; meio ambiente; temas econômicos, como inflação e juros; violência; discurso de ódio nas redes digitais; e fortalecimento da democracia.

    “Quando criamos o G20, foi porque o G7 tinha entendido que ele já não tinha o tamanho necessário para discutir a crise de 2008”, pontuou. Lula disse ainda que o Brasil quer ser protagonista em temas globais. “Eu respeito todos os países, todas as reuniões que cada um quiser fazer, respeito a autodeterminação dos povos, mas o que quero dizer é que o Brasil tem pensamento próprio e quer voltar a ser ator protagonista de muita influência, sobretudo, nessa questão do clima. Poucas nações têm autoridade política e moral para discutir isso”, apontou.

    Lula, que retorna neste domingo (16) ao Brasil, destacou que a viagem à China representou acordos que somam R$ 50 bilhões. Nos Emirados Árabes, foram negociados investimentos da ordem de R$ 12,5 bilhões por meio de um memorando de entendimento entre o estado da Bahia e o fundo financeiro de Abu Dhabi Mubadala Capital, controlador da refinaria de Mataripe, privatizada em 2021.

    “Em maio, vamos discutir com governadores brasileiros as principais obras no país. E queremos apresentar essas obras a outros países para que empresários que quiserem investir no Brasil tenham opção certa de investimento. O Brasil é um país que tem estabilidade jurídica, estabilidade política e vai se transformar num país de estabilidade econômica. Somos um governo que tem credibilidade na sociedade e com outros países do mundo. Nós garantimos a estabilidade social no país e somos um governo de muita previsibilidade”, declarou.

    Negociação pela paz

    O presidente voltou a defender a negociação da paz entre Rússia e Ucrânia com a reunião de países neutros. “A decisão da guerra foi tomada por dois países. E agora o que estamos tentando construir é um grupo de países que não tem envolvimento com a guerra, que não quer a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. Mas também temos que ter em conta que é preciso conversar com os Estados Unidos e com a União Europeia”, afirmou. Lula disse ainda que pretende envolver países da América Latina.

    Extradição

    Ao ser questionado, o presidente confirmou a extradição de Thiago Brennand, empresário brasileiro que é acusado de agressão contra mulheres, além de possuir armas ilegais. Lula afirmou que o tema não foi tratado oficialmente com o xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos.

    “Eu fiquei sabendo que os Emirados Árabes vão fazer a extradição. Quando ela vai acontecer é uma questão da Justiça. A única coisa que eu sei é que se no mundo existir um milhão de cidadãos como este todos merecem ser punidos. Não é aceitável que um brutamonte desses seja agressor de mulheres. Acho que ele tem que pagar”, defendeu.

    Edição: Camila Maciel

  • Lula visita centro de pesquisa de empresa de tecnologia em Xangai

    Lula visita centro de pesquisa de empresa de tecnologia em Xangai

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou nesta quinta-feira (13) o centro de pesquisa e desenvolvimento da empresa de tecnologia Huawei, em Xangai, que também atua há 25 anos no Brasil. Lula está em viagem a China onde também se encontrou com empresários e autoridades políticas.

    “Visitei o centro de desenvolvimento de tecnologias da Huawei. A empresa fez uma apresentação sobre 5G e soluções em telemedicina, educação e conectividade. Um investimento muito forte em pesquisa e inovação”, escreveu o presidente em publicação nas redes sociais.

    Em comunicado, a Presidência da República informou que a Huawei reforçou o compromisso de trabalhar numa perspectiva de longo prazo para o desenvolvimento sustentável do Brasil, em parcerias com foco em conectividade, inclusão digital, educação, saúde e reindustrialização. “A apresentação mostrou, por exemplo, conquistas em projetos de conectividade digital em zonas remotas da Amazônia e ações para conectar escolas públicas e interligar setores de segurança”, destacou.

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    Lula experimenta óculos de realidade virtual da Huawei – Ricardo Stuckert/PR

    Após a visita, Lula esteve com o líder da empresa de veículos elétricos BYD, Wang Chuanfu. A empresa produz ônibus elétricos e está negociando uma fábrica de automóveis elétricos em Camaçari, na Bahia.

    Segundo o Planalto, Chuanfu falou sobre as políticas públicas chinesas que deram ao país “uma indústria forte de veículos elétricos” e ampliação de sua adoção, tanto de carros de passeio como ônibus de transporte público.

    Em seguida, Lula, acompanhado por ministros de estado e governadores que estão na comitiva, se reuniu com o presidente do conselho da China Communications Construction Company (CCCC), Wang Tongzhou. Segundo a Presidência, essa é a maior empresa de construção civil na China e, no Brasil, investe em obras de infraestrutura como a construção da ponte entre Salvador e Itaparica, na Bahia.

    “O presidente da CCCC expressou seu desejo de aumentar a cooperação entre empresas brasileiras e chinesas. Wang Tongzhou também propôs a criação de mecanismos de troca direta entre o yuan (moeda chinesa) e o real para facilitar transações financeiras entre os dois países”, informou o Planalto.

    Mais cedo, o presidente brasileiro esteve na posse da ex-presidenta Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco de fomento dos Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

    A comitiva presidencial deixou Xangai por volta das 22h, no horário local, com destino a Pequim. Amanhã (14), na capital chinesa, Lula terá encontro com lideranças sindicais e reuniões bilaterais com autoridades, entre elas o presidente chinês, Xi Jinping.

    A programação com o líder do país asiático prevê um encontro aberto, uma cerimônia para assinatura de acordos bilaterais e depois um encontro bilateral fechado. Também haverá uma cerimônia de troca de presentes, registro de fotos e um jantar oficial. Acompanha o presidente uma comitiva de empresários, governadores, parlamentares e ministros, e a expectativa é de que mais de 20 acordos sejam assinados em diversas áreas.

    A viagem à China é a quarta visita internacional de Lula após a posse neste terceiro mandato. O presidente já foi à Argentina, ao Uruguai e aos Estados Unidos. Ela também recebeu, em Brasília, o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, no fim de janeiro.

    No retorno ao Brasil, no sábado (15), o avião presidencial pousará em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, para uma visita oficial.

    Edição: Maria Claudia