Tag: levantamento

  • Governo lança estratégia para monitorar contaminação ambiental por agrotóxicos e PFOS

    Governo lança estratégia para monitorar contaminação ambiental por agrotóxicos e PFOS

    O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançaram, na quinta-feira (20), em Brasília, a “Estratégia de Monitoramento Ambiental de PFOS e Agrotóxicos”, com o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(Ibama). O projeto pretende mapear a contaminação ambiental por agrotóxicos e PFOS – substâncias derivadas da degradação de agrotóxicos no meio ambiente – ao longo de três anos, monitorando 53 ingredientes ativos utilizados na agricultura brasileira.

    A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltou a relevância do projeto para a formulação de políticas públicas e a proteção ambiental. “Nosso papel é fazer o melhor uso da tecnologia e do conhecimento para proteger o meio ambiente e a saúde da população, melhorando também a qualidade dos nossos negócios e investimentos”, afirmou.

    O diretor de Governança Corporativa e Informação da Embrapa, Alderi Araújo, destacou que a iniciativa representa um avanço na segurança ambiental e na sustentabilidade do setor agropecuário. Já o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, apontou que, pela primeira vez, será possível monitorar de forma sistemática substâncias que há décadas são registradas para uso no país.

    Pesquisa ampliará controle e segurança ambiental

    O estudo é financiado pelo MMA e será conduzido pela Embrapa Meio Ambiente, que ficará responsável pela execução técnica e gestão dos recursos. A ação amplia um projeto anterior desenvolvido em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), fortalecendo a coleta e análise de dados sobre os impactos ambientais dos defensivos agrícolas.

    Segundo Robson Barizon, chefe-adjunto de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação da Embrapa Meio Ambiente, o monitoramento contínuo dessas substâncias ajudará o Brasil a minimizar riscos à saúde humana e ao meio ambiente, além de atender exigências internacionais para a produção agrícola. “Essas inclusões de pesticidas reforçam a relevância do estudo para a gestão ambiental e o cumprimento de compromissos internacionais assumidos pelo Brasil”, afirmou Barizon.

    O evento de lançamento contou com a presença de autoridades como a secretária-executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, Kelli Mafor, os secretários nacionais de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental, Adalberto Maluf, e de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável, Edel Moraes, além do presidente do Instituto Brasil Orgânico, Rogério Dias.

  • Busca por crédito cai -5,71% em dezembro em comparação com o mesmo período de 2023

    Busca por crédito cai -5,71% em dezembro em comparação com o mesmo período de 2023

    O volume de consultas realizadas pelo setor financeiro no Brasil teve queda de -5,71% em dezembro de 2024 em relação a dezembro de 2023. Na passagem de novembro para dezembro, o número caiu -8,47%. É o que mostra o Indicador de Demanda por Crédito da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

    “O Indicador reflete um cenário de cautela por parte dos consumidores, com uma queda na busca por crédito em comparação com o ano anterior. A alta taxa de inadimplência e a reincidência no atraso de pagamentos sugerem que muitos consumidores estão enfrentando dificuldades financeiras, o que pode estar impactando a demanda por novos empréstimos e financiamentos. Além disso, os juros mais elevados encarecem o crédito, reduzindo sua demanda no mercado.”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

    Analisando o perfil do consumidor que buscou crédito no Brasil em dezembro, nota‐se que o público predominante é o masculino, com participação de 53,28%. Na abertura por faixa etária, o público com participação mais expressiva foi de 40 a 49 anos, que representou 24,51% do total.

    O indicador aponta que, do público consultado, 1,54% contrataram algum serviço de crédito. Os dados mostram que desse público, 86,42% contrataram Empréstimo e 11,13% Financiamento, totalizando 97,56%. Lembramos que um mesmo CPF pode contratar mais de um produto.

    Observando a abertura por grupos financeiros que realizaram consultas em dezembro, o grupo com participação mais expressiva no Brasil foi Atividades auxiliares dos serviços financeiros (33,45%), seguido por Intermediação monetária depósitos à vista (27,24%), que totalizam 60,69% das consultas.

    No momento da consulta, 34,28% dos consumidores possuíam alguma restrição ativa.

    “Para quem precisa de crédito, mas está com dificuldades, a dica é negociar dívidas atrasadas priorizando as de menor valor e buscando boas negociações. É importante procurar instituições que ofereçam linhas de credito mais baratas, e sempre utilizar o crédito de forma consciente, com um propósito definido, para evitar o risco de endividamento excessivo”, alerta o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

    Abrindo os resultados por região, o Sudeste apresentou a maior participação no número de consultas em dezembro, com 45,53%, seguido pelo Nordeste (21,52%), Sul (17,95%), Centro‐Oeste (8,39%) e Norte (6,61%).

  • Preços de material escolar podem variar até 269% em papelarias de SP

    Preços de material escolar podem variar até 269% em papelarias de SP

    O preço da régua de 30 centímetros, de uma mesma marca, pode variar até 269% entre uma papelaria e outra da capital paulista. É o que mostra levantamento feito pelo Procon-SP em nove papelarias da cidade.

    Se em uma loja essa régua é vendida por R$ 1,60, em outra é encontrada com preço muito mais elevado, sendo comercializada por R$ 5,90. Um caderno universitário espiral, em capa dura, de 80 folhas, pode ter o preço variando entre R$ 15,75 e R$ 30,90 entre uma loja e outra. Já uma caixa de tinta para pintura a dedo, de seis cores, pode custar R$ 5,90 em uma papelaria e ser encontrada por até R$ 12,80 em outra.

    Realizado entre os dias 16 e 17 de dezembro, o levantamento feito pelo Procon analisou o preço de 132 itens que constam em listas de material escolar, como apontador de lápis, borracha, caderno, caneta esferográfica, caneta hidrográfica, cola, giz de cera, lápis de cor, lápis preto, lapiseira, marca-texto, massa de modelar, papel sulfite, refil para fichário, régua, tesoura e tinta para pintura a dedo.

    “Os valores nominais podem ser pequenos, mas, quando o consumidor considera toda a lista, poucos reais em vários artigos resultam em grande economia na conta final”, disse Luiz Orsatti Filho, diretor executivo do Procon-SP, em nota.

    Com essa grande variedade de preços e custo elevado de toda a lista, o Procon alerta o consumidor para que faça uma pesquisa. O órgão também recomenda que antes de sair às compras, o consumidor analise os materiais que tem em casa e reaproveite os que estiverem em boas condições. “Isso ajuda a evitar compras desnecessárias”, diz o Procon.

  • Áreas produtivas regularizadas mostram menor incidência de focos de calor, aponta Inpe

    Áreas produtivas regularizadas mostram menor incidência de focos de calor, aponta Inpe

    Dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso, adaptados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), indicam que as áreas produtivas regularizadas têm demonstrado menor incidência de focos de calor no estado de Mato Grosso durante o período proibitivo de queimadas.

    De acordo com os números, enquanto as propriedades produtivas regularizadas, que representam 53,6% do território monitorado, registraram apenas 0,9 foco de calor por 100 km², as áreas não produtivas e propriedades irregulares, que ocupam 23,4% do território, tiveram uma taxa de 10,6 focos de calor por 100 km², ou seja, mais de 10 vezes a quantidade registrada nas áreas regularizadas. Ainda mais alarmante é o dado que aponta para as áreas de projetos de assentamento, que representam apenas 0,3% do território monitorado, mas apresentam uma taxa de 7,47 focos de calor por 100 km².

    Esses números refletem o comprometimento dos produtores rurais com a preservação ambiental e a sustentabilidade, demonstrando que, onde há gestão e regularização, o controle do fogo é mais eficaz. O uso de boas práticas de manejo, como a implementação de sistemas de prevenção ao fogo e o respeito às normas ambientais, tem sido fundamental para minimizar os impactos das queimadas em Mato Grosso.

    Além disso, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) tem desempenhado um papel essencial nessa mobilização. Anualmente, a entidade promove ações de informação e orientação aos produtores rurais sobre legislação ambiental e prevenção ao fogo, reforçando a importância do cumprimento das normas. O núcleo técnico da Famato também acompanha de perto as ações do Governo de Mato Grosso, contribuindo com conhecimento técnico e suporte estratégico para fortalecer as práticas de prevenção e combate a incêndios.

    “Os dados apresentados são uma clara demonstração do compromisso dos produtores rurais com a preservação ambiental e a prevenção de incêndios. Nas áreas produtivas regularizadas, que correspondem a mais da metade do território monitorado, o número de focos de calor é significativamente menor, refletindo o cuidado e a responsabilidade no manejo da terra e o cumprimento das normas ambientais. Enquanto isso, as áreas improdutivas, como as Unidades de Conservação, terras indígenas e projetos de assentamento, que ainda representam uma parcela considerável do território, continuam sendo as que mais registram focos de incêndio”, destacou o presidente da Famato, Vilmondes Tomain.

    De acordo com a estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), publicada na Nota Técnica Nº 18/2024, os custos para os produtores rurais vão além das despesas com controle. As perdas causadas por incêndios somaram, de junho a agosto de 2024, um prejuízo estimado de R$ 14,7 bilhões em 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais no Brasil, considerando apenas as atividades de bovinocultura de corte e cultivo de cana-de-açúcar.

    Os estados com maiores perdas, considerando essas atividades, foram São Paulo (R$ 2,8 bilhões), Mato Grosso (R$ 2,3 bilhões), Pará (R$ 2,0 bilhões) e Mato Grosso do Sul (R$ 1,4 bilhão). Os prejuízos mais significativos foram relacionados à perda da matéria orgânica do solo, seguidos por danos às cercas das pastagens, perdas na produção de cana-de-açúcar e redução na produtividade do gado.

    “Diante dos prejuízos econômicos bilionários ao setor, bem como dos retrocessos na sustentabilidade econômica das atividades, não resta dúvida de que os produtores rurais, assim como toda a sociedade e o meio ambiente, são vítimas das práticas criminosas vivenciadas nos últimos meses”, afirma trecho da Nota Técnica.

  • Em menos de quatro décadas, área destinada à soja cresce nove vezes

    Em menos de quatro décadas, área destinada à soja cresce nove vezes

    Em 1985, a área ocupada por plantação de soja era de 4,4 milhões de hectares e, em 2023, já chegava a quase 40 milhões de hectares, que correspondem ao tamanho do Paraguai e a 14% de toda a área de agropecuária do Brasil. Nos primeiros anos de análise, de 1985 a 2008, eram 18 milhões de hectares, sendo que um terço (30%) consumiu áreas de vegetação nativa (5,7 milhões de hectares) e 5 milhões de hectares (26%) resultaram de um processo de conversão do solo de pastagem para soja.

    No segundo período de análise, os números referentes à expansão da soja mudaram. De 2009 a 2023, o grão se ampliava por mais 17 milhões de hectares, dos quais 6,1 milhões de hectares (36%) eram provenientes de conversão de pastagem e 2,8 milhões de hectares (15%) eram anteriormente espaços com vegetação nativa.

    Os dados constam de um dos recentes levantamentos feitos pela rede MapBiomas, divulgado nesta sexta-feira (6). Os especialistas responsáveis pela interpretação do que foi coletado em mapeamentos apontam que, de 1985 a 2023, a área ocupada por culturas temporárias, como é o caso da soja, além da cana-de-açúcar, do arroz e do algodão, aumentou 3,3 vezes, passando de 18 milhões para 60 milhões de hectares.

    No ano passado, o bioma onde a soja mais avançou foi o Cerrado (19,3 milhões de hectares). Em seguida vêm a Mata Atlântica (10,3 milhões de hectares) e a Amazônia (5,9 milhões de hectares). Os pesquisadores do MapBiomas ressaltam que o Pampa é o bioma que apresentou maior área proporcional em relação ao seu território, com mais de um quinto (21%) preenchido pela monocultura da soja (4 milhões de hectares).

    Eliseu Weber, um dos pesquisadores de agricultura do MapBiomas comenta que a soja é preferência, em relação à criação de gado, porque dá resultados mais rapidamente. Nisso reside o elemento econômico que justifica aos empresários a aposta nas commodities. “Além disso, há um componente político, que é a inexistência de ações de conservação dessas fisionomias que são tão raras no Brasil. O Pampa é 2,5% do país e dois terços dele já se foram”, afirma.

    O novo relatório do MapBiomas também indica que as pastagens cobrem aproximadamente 164 milhões de hectares, equivalentes a 60% da área de agropecuária do país. A quantidade de hectares de hoje resulta de crescimento de 79% em relação aos 92 milhões de hectares de 1985.

    Como observam os pesquisadores, a pastagem é atualmente o principal uso antrópico do território brasileiro. Antrópico é um termo que serve para designar algo que foi modificado pela ação do ser humano. Um total de 59 milhões de hectares (36%) das pastagens brasileiras ficam na Amazônia, bioma que já perdeu 14% de sua área para esse fim.

    No Cerrado, foram contabilizados 51 milhões de hectares (31%), onde as pastagens são 26% do bioma. Somados, a Amazônia e o Cerrado foram os biomas de escolha para instalação de dois terços (67%) das pastagens brasileiras.

    Os biomas com maior área proporcional de pastagem são Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, com 23 milhões de hectares (27% do bioma), 51 milhões de hectares (26% do bioma) e 29 milhões de hectares (26% do bioma), respectivamente. O MapBiomas destaca que a maioria (84%) dos pontos de pastagem da Mata Atlântica existe há mais de 30 anos. No caso do Cerrado, 72% das áreas de pastagem usadas até hoje foram abertas há mais de 20 anos.

  • Renda do contrato intermitente foi menor que salário mínimo em 2023

    Renda do contrato intermitente foi menor que salário mínimo em 2023

    Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que 76% dos vínculos intermitentes de trabalho em 2023 tiveram remuneração mensal inferior ao salário mínimo ou não tiveram remuneração.

    De acordo com os dados, a remuneração mensal média dos intermitentes foi de R$ 762, ou 58% do salário mínimo (R$ 1.320 em 2023). Entre mulheres e jovens, a remuneração mensal média foi ainda mais baixa, de R$ 661.

    A criação do contrato de trabalho intermitente ocorreu em 2017 na chamada reforma trabalhista, do governo Michel Temer. Nessa modalidade de contrato, o trabalhador fica à disposição do patrão, aguardando, sem remuneração, ser chamado. O empregado só recebe quando é convocado. A renda é proporcional às horas efetivamente trabalhadas.

    Segundo o Dieese, apenas um quarto (24%) dos vínculos intermitentes ativos em dezembro de 2023 registrou remuneração média de pelo menos um salário mínimo. Somente 6% receberam, em média, dois salários mínimos ou mais.

    A entidade ressalta que, se incluídos na média os meses em que os contratos intermitentes estavam vigentes, mas não geraram atividade, a remuneração média mensal recebida pelos trabalhadores cai para R$ 542. Entre as mulheres, é reduzida para R$ 483.

    Tempo de trabalho

    O levantamento do Dieese mostra ainda que, do estoque de intermitentes ativos no final de 2023, 41,5% não haviam registrado nenhum rendimento ao longo do ano. No setor da construção, mais da metade dos vínculos ficaram o ano todo parados. Segundo os dados,  a quantidade de meses em que os vínculos não resultaram em trabalho foi maior do que a de meses trabalhados.

    De acordo com o Dieese, quando considerados os vínculos encerrados em 2023, a duração média dos contratos foi de quatro meses e meio. Houve remuneração, em média, em 44% dos meses contratados. Ou seja, em mais da metade dos meses em que os contratos intermitentes estavam vigentes, não houve trabalho efetivo.

    “Os dados disponíveis indicam que, na prática, o trabalho intermitente se converte em pouco tempo de trabalho efetivo e em remunerações abaixo do salário mínimo. Dois em cada cinco vínculos do tipo não chegaram a sair do papel em 2023. Em média, os desligados em 2023 passaram mais tempo esperando ser chamados do que efetivamente trabalhando”, diz o texto do levantamento.

    O Dieese destaca ainda que não há indícios de que o trabalho intermitente tenha contribuído para o ingresso maciço de pessoas no mercado de trabalho formal, “já que 76% dos que tinham esses contratos ativos em 31/12/2023 já possuíam outro tipo de vínculo formal entre 2018 e 2022. Ou seja, apenas um quarto dos intermitentes estava fora do mercado formal nos cinco anos anteriores”.

  • 85% dos consumidores que atrasaram contas em outubro são reincidentes

    85% dos consumidores que atrasaram contas em outubro são reincidentes

    De acordo com o Indicador de Reincidência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), oito em cada dez consumidores retornam para os cadastros de negativação menos de um ano após o pagamento de uma conta negociada. O Indicador aponta que, em outubro de 2024, do total de negativações, 84,99% foram de devedores reincidentes, isto é, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.

    Considerando o universo de devedores reincidentes, 60,83% foram de consumidores que ainda não tinham pagado dívidas antigas até outubro; e 24,16% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram. O restante, 15,01%, não esteve com restrições no CPF ao longo dos últimos 12 meses e, por isso, não foram considerados reincidentes.

    “A queda na taxa de recuperação sugere dificuldades adicionais para os consumidores se manterem em dia com suas obrigações. O recente aumento da Selic tende a elevar os custos de crédito, impactando negativamente a capacidade de pagamento das famílias. A inflação e o alto nível de endividamento das famílias, juntamente com as despesas de fim de ano e com as contas extras do início de 2025 criam um ambiente financeiro ainda mais desafiador”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

    O indicador ainda revela que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 75,5 dias, ou seja: depois de 2,5 meses (em média) de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta.

    Os dados do indicador mostram que, nos últimos 12 meses encerrados em outubro de 2024, houve uma queda de ‐14,89% no número de devedores reincidentes, aqueles que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes no período analisado. A comparação é com os 12 meses anteriores.

    “Estamos próximos a um período com mais dinheiro entrando na economia com o pagamento do 13º salário e com a abertura de empregos temporários. É preciso que o consumidor priorize o pagamento das dívidas e se planeje para as despesas extras e início de ano. No dia 21 de novembro, o SPC Brasil promove um Feirão com descontos de até 99% nas dívidas. É uma ótima oportunidade para renegociar com os credores e tirar o nome da inadimplência. Lembrando que é fazer negociações que realmente caibam no orçamento e não comprometam o pagamento das contas básicas para que o acordo seja realmente cumprido”, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

    A abertura por faixa etária dos devedores reincidentes mostra que o número de reincidentes com participação mais expressiva no Brasil em outubro foi da faixa de 30 a 39 anos (26,24%). A participação dos devedores reincidentes por sexo segue bem distribuída, sendo 53,40% mulheres e 46,60% homens.

    O Indicador de Recuperação de Crédito de Pessoas Físicas do SPC Brasil mostra a evolução do número de consumidores que deixaram os cadastros de inadimplentes por terem realizado o pagamento das suas dívidas em atraso. São utilizadas as informações de saídas de CPFs das bases às quais o SPC Brasil tem acesso. Em conjunto com os dados de reincidência, esses dados permitem melhor monitoramento da inadimplência no país, que atinge cerca de 41,23% da população adulta.

    Volume de brasileiros que quitaram dívidas cai -6,74% em outubro

    Os dados do indicador de recuperação de crédito mostram que, nos 12 meses encerrados em outubro de 2024, houve queda de ‐6,74% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados. A comparação é com os 12 meses anteriores.

    A queda do indicador acumulado em 12 meses se concentrou na diminuição da recuperação de consumidores que levaram de 91 dias a 1 ano (‐16,45%) para efetuarem o pagamento de todas suas dívidas.

    Observando a abertura por faixa etária dos consumidores que quitaram suas dívidas, o número de consumidores recuperados com participação mais expressiva no Brasil em outubro foi da faixa de 50 a 64 anos (24%).

    A participação dos consumidores recuperados por sexo segue bem distribuída, sendo 51,70% mulheres e 48,30% homens.

    Em outubro de 2024, cada consumidor recuperado pagou, em média, R$ 2.252 na soma de todas as dívidas que tinha. Os dados ainda mostram que 59,61% pagaram até R$ 500 nas dívidas que possuíam.

  • Inadimplência cresce e atinge 68,11 milhões de consumidores em outubro

    Inadimplência cresce e atinge 68,11 milhões de consumidores em outubro

    O Indicador de Inadimplência realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (41,23%) estavam negativados em outubro de 2024, o que representa 68,11 milhões de consumidores. Em comparação com outubro de 2023, o percentual de inadimplentes do Brasil teve crescimento de 1,13 em outubro de 2024. Na passagem de setembro para outubro, o número de devedores cresceu 0,94.

    A partir dos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em outubro deste ano ficou acima da observada no mês anterior.

    “O novo aumento da inadimplência indica um aperto financeiro persistente, principalmente para os consumidores da faixa etária de 30 a 39 anos, onde se concentra a maior parte dos devedores. Com o aumento da taxa Selic e a previsão de novas altas nos juros, o custo do crédito deve ficar pior para financiamentos e empréstimos, afetando ainda mais os consumidores endividados, principalmente aqueles com dívidas bancárias. Esta é uma situação preocupante, já que a maior parte das dívidas em atraso se concentra no setor bancário, com crescimento de 4,16% nas dívidas dessa categoria”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

    Tempo de atraso

    O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 3 a 4 anos (25,28%).

    O número de devedores com participação mais expressiva em outubro está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,70%). De acordo com a estimativa, são 16,84 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, ou seja, metade (49,56%) dos brasileiros desse grupo etário estão negativados. A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,21% mulheres e 48,79% homens.

    Maior parte das dívidas são com bancos

    Em outubro de 2024, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.425,73 na soma de todas as dívidas. Além disso, cada inadimplente devia, em média, para 2,12 empresas credoras, considerando todas essas dívidas.

    Os dados ainda mostram que quase três em cada dez consumidores (30,93%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 44,74% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.

    Em outubro de 2024, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 2,28% em relação ao mesmo período de 2023. O dado observado em outubro deste ano ficou acima da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de setembro para outubro, o número de dívidas apresentou alta de 1,59%.

    Número de dívidas em atraso

    Abrindo a evolução do número de dívidas por setor credor, destacou‐se a evolução das dívidas com o setor de Bancos com crescimento de 4,16%. Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Água e Luz (‐6,77%), Comércio (‐5,90%) e Comunicação (‐5,46%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.

    “Com a proximidade das festas de fim de ano, muitos consumidores enfrentam maiores despesas relacionadas a presentes, celebrações e viagens. Além disso, o início do ano traz encargos tradicionais, como matrículas escolares e impostos (IPTU, IPVA). Estas despesas, somadas a um cenário de crédito mais caro e alto endividamento, podem afetar ainda mais a inadimplência. A expectativa fica por conta da entrada de recursos na economia com os trabalhos temporários e o décimo terceiro salário. Dentro deste cenário é fundamental que o consumidor se planeje e priorize o pagamento das dívidas”, destaca o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.

    Número de dívidas em atraso por setor credor

    Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 64,93% do total. Na sequência, aparece Comércio (10,51%), o setor de Água e Luz com 10,38% e Outros com 8,22% do total de dívidas.

    Na abertura por região em relação ao número de dívidas, a maior alta veio da região Centro‐Oeste (6,44%), seguida pelo Nordeste (2,46%), Sudeste (1,19%) e Norte (0,25%). Por outro lado, o Sul (‐1,68%) mostrou queda no número de dívidas na comparação anual.

    Em termos regionais, o maior percentual de inadimplentes está na região Centro‐Oeste, onde 44,54% da população adulta está incluída em cadastros de devedores. Por outro lado, na região Sul, a proporção de negativados equivale a 36,66% da população adulta.

    Para todos os indicadores, considera-se que uma dívida é a relação de um credor com um devedor, mesmo que esse credor tenha incluído vários registros desse devedor junto ao SPC Brasil. Ou seja, mesmo que um devedor tenha quatro registros de um mesmo credor, assume-se que esse consumidor tem apenas uma dívida.

  • Oscilações nos preços da cesta básica em Lucas do Rio Verde aumentam desafios para a população

    Oscilações nos preços da cesta básica em Lucas do Rio Verde aumentam desafios para a população

    O mais recente levantamento do Projeto “Cesta Básica X Salário Mínimo em Lucas do Rio Verde-MT”, realizado pelo Núcleo de Pesquisas em Administração e Ciências Contábeis (NUPAC) do Centro Universitário LaSalle, em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), traz à tona as variações nos preços dos itens essenciais da cesta básica no município. O estudo, que acompanha mensalmente os custos dos produtos necessários para a subsistência, revela uma significativa disparidade entre o salário mínimo vigente e o valor necessário para cobrir as despesas básicas de alimentação.

    O levantamento, que segue a metodologia estabelecida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), aponta que o custo médio da cesta básica em Lucas do Rio Verde variou consideravelmente entre junho e julho de 2024. Em junho, o valor médio da cesta foi de R$ 835,08, com variações de preços significativas entre diferentes bairros: R$ 895,63 no Bandeirantes, R$ 707,87 a R$ 783,17 no Parque das Emas e no Alvorada, e R$ 722,70 no Primavera. Com base nesses dados, o estudo sugere que o salário mínimo necessário para cobrir os custos de uma cesta básica no município deveria ser de R$ 9.008,38, ou 4,95 vezes o salário mínimo vigente de R$ 1.412.

    Em julho, houve uma leve redução no custo médio da cesta, que caiu para R$ 810,50. No entanto, a oscilação entre os bairros continuou, com preços variando de R$ 752,71 a R$ 912,25. Mesmo com essa redução, o salário mínimo necessário para cobrir os custos de alimentação básica no município ainda estaria em torno de R$ 8.384,08, ou seja, cerca de seis vezes o salário mínimo atual.

    Impactos nos consumidores

    A pesquisa também identificou que as variações de preço foram influenciadas por fatores sazonais e de oferta. O aumento no preço do leite integral, devido à menor oferta no campo, e da batata, impactada pelas chuvas durante a colheita, foram destacados como os principais responsáveis pela alta nos custos em julho. Por outro lado, a maior oferta de carne bovina de primeira e o bom nível de oferta de feijão resultaram em uma redução nos preços desses produtos.

    Esses dados não apenas revelam a disparidade entre o custo de vida e o salário mínimo, mas também ressaltam a importância de políticas públicas que possam mitigar os impactos dessas variações para as famílias de baixa renda. Com o custo da cesta básica variando tão significativamente, os trabalhadores enfrentam dificuldades crescentes para equilibrar o orçamento familiar, evidenciando a necessidade de revisão do salário mínimo para que este seja condizente com a realidade econômica local.

    Este levantamento, embora abrangente, reflete apenas uma amostra dos preços e pode não representar a totalidade dos custos em toda a cidade. Contudo, ele oferece uma visão importante para o planejamento financeiro das famílias e serve como um alerta para a necessidade de políticas de assistência e suporte à população trabalhadora de Lucas do Rio Verde.

  • Incêndios podem ter degradado 9% do Pantanal nos últimos cinco anos

    Incêndios podem ter degradado 9% do Pantanal nos últimos cinco anos

    Os incêndios podem ter degradado cerca de 9% da vegetação nos últimos cinco anos, segundo estimativa da rede Mapbiomas. De acordo com o levantamento, a área degradada no bioma entre 1986 e 2021 pode variar entre 800 mil (6,8%) e 2,1 milhões de hectares (quase 19%). O estudo mostra que apesar de o bioma conviver com o fogo, existem áreas que são sensíveis aos incêndios.

    A inciativa, que reúne organizações não governamentais, universidades e empresas de tecnologia para monitorar o uso da terra no país, lança nesta sexta-feira (5) uma plataforma sobre a degradação das áreas florestais.

    São consideradas áreas degradadas as regiões que não foram completamente desmatadas, mas que sofrem alterações significativas da composição biológica. Entre os fatores considerados pela Mapbiomas estão o tamanho e nível de isolamento dos fragmentos florestais, a frequência das queimadas, invasão por espécies exóticas e o pisoteio por rebanhos.

    Incêndios

    O mês de junho teve este ano a maior média de área queimada no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul registrada desde 2012 pela série histórica do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em apenas 30 dias, o fogo consumiu mais de 411 mil hectares do bioma, quando, na média histórica, o Pantanal costuma queimar pouco mais de 8 mil hectares.

    A área atingida ficou acima, inclusive, da média histórica de setembro, quando o bioma queima, em média, 406 mil hectares. No acumulado de 2024, a área atingida chegou a 712 mil hectares nessa terça-feira (2), o que corresponde a 4,72% do bioma.

    A Polícia Federal está investigando a origem do fogo em algumas situações. Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, 85% dos incêndios ocorrem em terras privadas.

    Brasil

    Um quarto (25%) da vegetação nativa do Brasil pode estar sujeita à degradação. O levantamento da rede Mapbiomas revelou que entre 11% e 25% das matas do país ficaram expostas a processos destrutivos entre 2021 e 1986. Os percentuais são correspondentes a área de 60,3 milhões de hectares até 135 milhões.

    A Mata Atlântica é o bioma mais degradado proporcionalmente, com área entre 36% e 73% dos remanescentes de vegetação exposta aos processos de destruição, equivalente a área entre 12 milhões e 24 milhões de hectares.

    Em área absoluta, o Cerrado é o bioma com maior degradação, com total que pode variar entre 18,3 milhões e 43 milhões de hectares (de 19,2% a 45,3% do que resta dessa vegetação).

    A segunda maior área degradada está na Amazônia, com um total que pode variar entre 19 milhões e 34 milhões de hectares, correspondendo a algo entre 5,4% e 9,8% do bioma.

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