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  • Ritmo de valorização do leite perde força em março

    Ritmo de valorização do leite perde força em março

    Pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que o preço do leite captado em março subiu 1,3%, chegando a R$ 2,8241/litro na “Média Brasil”, valor 15% maior que o registrado em março/24, em termos reais (deflacionamento pelo IPCA de março). Apesar de a tendência de alta seguir firme pelo terceiro mês consecutivo em função da maior competição pela compra da matéria-prima, chama atenção a desaceleração no ritmo de valorização.

    O grande responsável pela freada no movimento de avanço no campo é a demanda enfraquecida na ponta final da cadeia. Pesquisas do Cepea realizadas com o apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) mostram que as negociações dos lácteos entre indústrias e canais de distribuição em março foram limitadas pela retração da procura.

    As importações elevadas também reforçam a pressão sobre as cotações internas. Embora as compras externas tenham recuado 14,8% em março, o volume acumulado no primeiro trimestre ainda supera em 5,4% o registrado no mesmo período de 2024. Essa quantidade continua significativa, o que mantém a preocupação de agentes quanto à concorrência com os produtos importados e a capacidade da indústria em repassar as valorizações no campo ao preço dos lácteos e assegurar rentabilidade.

    Paralelo a isso, a oferta, no campo, não deu sinais de retração significativa. Mesmo diante da proximidade do período de entressafra (primeiramente no Sul e, depois, no Sudeste e Centro-Oeste), o ICAP-L (Índice de Captação do Leite) ficou praticamente estável, com queda de apenas 0,2% na “Média Brasil”. Agentes de mercado relatam que o volume captado entre março e abril superou o registrado em anos anteriores em muitas bacias leiteiras, devido ao clima propício, à qualidade da silagem e a melhores margens da atividade, fatores que se refletiram em investimentos. Apesar dos custos com alimentação seguirem em alta em março, as variações neste ano têm sido mais baixas que em anos anteriores. E, mesmo que o poder de compra do pecuarista frente ao milho (relação de troca) esteja diminuindo mês a mês, os resultados desse primeiro bimestre ainda são melhores que os registrados nos últimos anos.

    Com a oferta mais estável durante a entressafra, a dificuldade do consumo em acompanhar os reajustes do campo e a redução da rentabilidade industrial, agentes do setor projetam um possível comportamento atípico dos preços ao produtor no segundo trimestre, com chances de queda. Esse contexto, no entanto, tem aumentado as incertezas e alimentado especulações, tornando o mercado ainda mais imprevisível.

  • Preços do arroz em casca se estabilizam com movimento cauteloso de compradores e vendedores

    Preços do arroz em casca se estabilizam com movimento cauteloso de compradores e vendedores

    Os preços do arroz em casca mostraram estabilidade nos últimos dias, em um cenário que reflete tanto a movimentação mais ativa de compradores quanto a retração de vendedores. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), houve um aumento na presença de agentes no mercado buscando recompor estoques, o que sustentou as cotações em um patamar firme. No entanto, a liquidez permanece baixa, já que a maioria dos demandantes adota uma postura cautelosa, limitando aquisições a volumes pontuais.

    De acordo com o Cepea, compradores seguem priorizando lotes que já estão armazenados, evitando se comprometer com grandes quantidades enquanto aguardam uma maior definição do mercado e da qualidade da nova safra. Esse comportamento evidencia a incerteza quanto ao abastecimento futuro e a expectativa em torno dos preços, fatores que influenciam diretamente o ritmo dos negócios.

    Ao mesmo tempo, vendedores demonstram resistência em aceitar valores abaixo das expectativas, motivados pela preocupação com a produtividade das lavouras. Relatos de campo apontam para rendimentos menores e uma redução no percentual de grãos inteiros, o que gera apreensão entre produtores e colabora para a menor oferta disponível para comercialização imediata.

    Outro ponto que pesa nas decisões de venda é a finalização da colheita. Em muitas regiões produtoras, os trabalhos de campo ainda não foram totalmente encerrados, o que reforça a tendência de retenção de produto à espera de uma visão mais clara sobre a real dimensão da produção e da qualidade do arroz colhido.

    Neste contexto de mercado, a estabilidade nos preços se dá mais pela ausência de grandes movimentos do que por uma retomada efetiva da liquidez. O setor aguarda os próximos desdobramentos da safra, que devem trazer mais clareza sobre a disponibilidade do cereal e influenciar o comportamento dos agentes nas próximas semanas.

  • Conab realiza nova etapa de levantamento da safra de grãos em todo o país

    Conab realiza nova etapa de levantamento da safra de grãos em todo o país

    Com diferentes cenários agrícolas espalhados pelo território nacional, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deu início a uma nova etapa do levantamento da safra de grãos 2024/2025, com foco na análise do estágio de desenvolvimento das lavouras e das condições que impactam a produtividade e a colheita. O trabalho de campo, que também conta com apoio de geotecnologia, busca estimar com precisão a área plantada e o rendimento das principais culturas brasileiras.

    Nesta fase, o levantamento presencial está sendo realizado nos estados de Alagoas, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rondônia e Santa Catarina. Os técnicos da Conab percorrem lavouras de soja, milho 2ª safra, feijão 2ª safra, arroz, algodão e sorgo, a fim de reunir informações atualizadas que componham um retrato fiel da atual temporada agrícola.

    Diversidade climática e regional

    O trabalho é marcado pela diversidade climática e regional, o que impõe desafios distintos nas diferentes regiões produtoras. No Centro-Sul, na Região Norte e na área do Matopiba — fronteira agrícola que inclui partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — a primeira safra já foi quase toda colhida, enquanto a segunda safra está em diferentes estágios, entre desenvolvimento e colheita. No Nordeste, por sua vez, a situação é diferente: muitas lavouras ainda estão em fase inicial de crescimento.

    Além das visitas in loco, o levantamento também conta com ferramentas de monitoramento remoto e imagens de satélite para complementar as análises e garantir maior precisão nos dados. Essas informações são fundamentais para a formulação de políticas públicas, definição de estratégias de mercado e tomada de decisões no setor agropecuário.

    O resultado consolidado dessa etapa será divulgado no próximo Boletim da Conab, o 8º Levantamento da Safra de Grãos 2024/2025, previsto para o dia 15 de maio. O relatório é considerado uma das principais referências técnicas para o agronegócio brasileiro, especialmente em um ano de clima irregular e grande variação nas produtividades.

  • Valor Bruto da Produção dos Cafés do Brasil estimado para o ano-cafeeiro de 2025 atinge R$ 125,70 bilhões

    Valor Bruto da Produção dos Cafés do Brasil estimado para o ano-cafeeiro de 2025 atinge R$ 125,70 bilhões

    O faturamento bruto dos Cafés do Brasil estimado para o corrente ano-cafeeiro de 2025, tendo como base os preços médios recebidos pelos produtores no período de janeiro a março de deste ano, deverá atingir a cifra total de R$ 125,70 bilhões. Tal valor representa um expressivo acréscimo de 57%, na comparação com o ano anterior de 2024, o qual registrou uma receita bruta de R$ 80,07 bilhões. Para tanto, o total previsto para 2025 considera R$ 86,52 bilhões calculados para a espécie de Coffea arabica (café arábica), que equivalem a 71,2% da cifra total estimada, e, adicionalmente, R$ 36,18 bilhões que foram estimados para a espécie de Coffea canephora (robusta+conilon), receita que corresponderá a 28,8% do total geral em nível nacional.

    Como os Cafés do Brasil são produzidos em vinte estados da Federação, incluindo o Distrito Federal, com abrangência nas cinco regiões geográficas brasileiras, vale demonstrar um ranking do faturamento bruto dos seis maiores estados produtores de café no País, considerando no caso específico o total das receitas estimadas para as espécies C. arabica e C. canephora (R$ 125,70 bilhões).

    Dessa forma, verifica-se que o estado de Minas Gerais, que é o maior produtor de café do nosso País e responsável por metade da produção nacional, teve o seu faturamento bruto da cafeicultura estimado, para o ano-cafeeiro de 2025, em R$ 62,93 bilhões, cifra que equivale a 50,06% do total geral. Na segunda colocação, destaca-se o Espírito Santo, cuja receita apurada foi de R$ 30,88 bilhões, montante que representa 24,57% do mesmo total.

    Dando continuidade, na terceira posição desse ranking figura o estado de São Paulo, com faturamento estimado em R$ 12,26 bilhões (9,75%), o qual vem seguido pela Bahia, em quarto, com R$ 9,81 bilhões (7,8%). Na quinta posição, destaca-se Rondônia, com R$ 5,94 bilhões (4,73%), e, na sexta colocação, vem o estado do Paraná, com R$ 1,78 bilhão, faturamento que equivale a 1,42% do total estimado em nível nacional. Demais estados produtores completam os 100% do faturamento bruto previsto para os Cafés do Brasil em 2024. Vale destacar que tais cifras, caso sejam confirmadas, representará, em todos os estados citados, o maior valor já arrecadado com a produção de café em um único ano.

    Cabe esclarecer que o Valor Bruto da Produção – VBP dos Cafés do Brasil é calculado e divulgado mensalmente no âmbito da Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA. Tal estudo do setor cafeeiro também está disponível na íntegra, assim como todas as demais edições anteriores, no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, rede integrada de pesquisa coordenada pela Embrapa Café.

    Referida análise tem como referência dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – LSPA, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, e, no caso em tela dos Cafés do Brasil, para fins de cálculos e estimativas, teve como base os preços médios recebidos pelos produtores, de janeiro a março de 2025, do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, e do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, com 86 defeitos.

    Complementando esta análise, vale também destacar o ranking em ordem decrescente do faturamento bruto da produção dos Cafés do Brasil das cinco geográficas brasileiras. Assim, verifica-se que a Região Sudeste se desponta em primeiríssimo lugar com a receita bruta estima em R$ 106,90 bilhões, a qual equivale a 85,04% do total nacional.

    Na segunda posição, vem a Região Nordeste, cujo VBP foi calculado em R$ 9,85 bilhões, cifra que corresponde a 7,83%. E, na terceira posição, figura a Região Norte, com faturamento de R$ 6,13 bilhões (4,88%), seguida da Região Sul, na quarta colocação, com R$ 1,78 bilhão (1,42%), e, por fim, vem a Região Centro-Oeste que teve seu faturamento bruto calculado em R$ 1,03 bilhão, valor que representa menos de 1% do total estimado em nível nacional para o ano-cafeeiro de 2025.

  • Média do frango vivo é a maior desde ago/22

    Média do frango vivo é a maior desde ago/22

    Pesquisas do Cepea mostram que o preço médio do frango vivo nesta parcial de abril, de R$ 6,15/kg, está no maior patamar desde agosto/22, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de março/25). No mês, a alta acumulada é de expressivos 11%.

    Segundo o Centro de Pesquisas, o cenário de demanda (interna e externa) aquecida tem sustentado a valorização do animal. Além disso, os patamares elevados do milho, mesmo com os recentes recuos, pressionam agentes a repassar parte do aumento nos custos de produção aos preços do vivo.

    A forte alta nas cotações do frango combinada às desvalorizações dos principais insumos da atividade avícola (milho e farelo de soja) impulsionaram o poder de compra do avicultor paulista frente a esses componentes em abril pelo segundo mês consecutivo, ainda conforme levantamentos do Cepea.

  • Maioria dos consumidores volta a ficar inadimplente menos de um ano após limpar o nome, aponta SPC Brasil

    Maioria dos consumidores volta a ficar inadimplente menos de um ano após limpar o nome, aponta SPC Brasil

    Oito em cada dez consumidores brasileiros que quitam suas dívidas acabam retornando aos cadastros de inadimplência em menos de um ano. É o que revela o Indicador de Reincidência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgado com base nos dados de março de 2025. Segundo o levantamento, 83,33% das negativações registradas no mês foram de pessoas que já haviam aparecido como devedoras nos 12 meses anteriores.

    Do total de reincidentes, 60,10% são consumidores que seguem com dívidas antigas em aberto, enquanto 23,23% haviam conseguido limpar o nome, mas voltaram a atrasar pagamentos dentro de um ano. Outros 16,67% dos negativados em março não constavam como inadimplentes no ano anterior e, portanto, não foram classificados como reincidentes.

    O estudo mostra ainda que o tempo médio para o consumidor reincidir na inadimplência é de apenas 75 dias — cerca de dois meses e meio após o primeiro atraso. Esse dado reforça a fragilidade no orçamento das famílias brasileiras, especialmente diante do cenário de juros altos e inflação persistente.

    “A alta reincidência é um reflexo direto da deterioração da renda real das famílias, impactada fortemente pela inflação dos alimentos e pelos juros elevados. Isso comprime o consumo e dificulta o planejamento financeiro. O retorno rápido à inadimplência mostra que muitas renegociações são feitas sem sustentabilidade”, afirmou o presidente da CNDL, José César da Costa.

    A distribuição dos devedores reincidentes também revela um perfil predominante: a faixa etária de 30 a 39 anos concentra 25,93% dos reincidentes. Por gênero, a participação é equilibrada: 53,52% são mulheres e 46,48% homens.

    Apesar do alto número de reincidências, o indicador acumulado de 12 meses encerrado em março de 2025 registrou queda de 5,70% no número total de devedores reincidentes em relação aos 12 meses anteriores.

    O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, relaciona esse comportamento ao contexto macroeconômico. “A possibilidade de nova alta da inflação nos Estados Unidos pode manter os juros elevados por mais tempo, pressionando o dólar e alimentando a inflação importada no Brasil. Isso contribui para que a Selic continue alta, dificultando ainda mais o acesso ao crédito”, comentou.

    Menos brasileiros conseguiram quitar dívidas em 12 meses

    O Indicador de Recuperação de Crédito do SPC Brasil também mostra que caiu o número de brasileiros que conseguiram sair da inadimplência. Nos 12 meses encerrados em março de 2025, a quantidade de consumidores que quitaram todas as dívidas recuou 8,82% em comparação ao período anterior.

    A maior retração foi entre os consumidores que levaram de 91 dias a um ano para pagar suas pendências, com queda de 13,94% na recuperação desse grupo. Já na análise por faixa etária, a maior taxa de recuperação ocorreu entre pessoas de 50 a 64 anos (23,54%). A divisão por gênero também se mantém próxima do equilíbrio: 52,22% dos consumidores que regularizaram a situação financeira eram mulheres e 47,78% homens.

    Em média, cada consumidor recuperado pagou R$ 2.073,94 para quitar todas as suas dívidas em atraso. No entanto, a maioria, 59,49%, resolveu pendências com valores de até R$ 500.

    Os números reforçam os desafios enfrentados pelas famílias brasileiras no cenário atual, evidenciando a importância de políticas públicas, educação financeira e condições mais favoráveis de crédito para reduzir a reincidência e ampliar o acesso ao consumo de forma sustentável.

  • Carne suína ganha competitividade frente à bovina e ao frango, aponta Cepea

    Carne suína ganha competitividade frente à bovina e ao frango, aponta Cepea

    A carne suína tem se destacado no mercado nacional ao apresentar maior competitividade em relação às suas principais concorrentes: a bovina e a de frango. Levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostra que, de março para abril, os preços da carcaça especial suína recuaram, enquanto os valores do frango inteiro congelado e da carcaça casada bovina seguiram em alta.

    Essa movimentação reforça o posicionamento da carne suína como uma alternativa mais acessível ao consumidor, especialmente em momentos de aperto no orçamento doméstico. Ainda assim, o início de abril foi marcado por uma desaceleração nas vendas do produto suíno, comportamento considerado atípico para esta época do ano.

    Com o enfraquecimento na demanda interna, a indústria precisou reagir rapidamente. Segundo analistas do Cepea, os preços foram ajustados para baixo como forma de evitar o acúmulo de estoques, estratégia comum quando o escoamento da produção perde ritmo.

    Apesar do recuo nos preços e do movimento mais lento no varejo, o cenário reforça a atratividade da carne suína no ponto de venda, o que pode impulsionar as vendas nos próximos dias, especialmente se os preços das carnes bovina e de frango seguirem em alta.

  • Crescimento da agroindústria em fevereiro é sustentado por insumos agropecuários e têxteis, aponta FGV Agro

    Crescimento da agroindústria em fevereiro é sustentado por insumos agropecuários e têxteis, aponta FGV Agro

    A produção agroindustrial brasileira registrou um crescimento de 0,6% em fevereiro de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), divulgados pela FGV Agro. É a segunda alta consecutiva do setor em bases interanuais, mesmo diante de uma base de comparação elevada – em fevereiro de 2024, o setor já havia crescido 6,5%.

    Apesar do avanço, o resultado foi sustentado principalmente pelo bom desempenho de três setores: Insumos Agropecuários (21,6%), Produtos Têxteis (4,8%) e Alimentos de Origem Animal (1,1%). Todos os demais segmentos da agroindústria registraram retração no período.

    O destaque foi o segmento de Insumos Agropecuários, que apresentou a oitava alta interanual consecutiva e o melhor fevereiro desde 2010. A antecipação de compras, diante da expectativa de aumento de preços, somada à base de comparação baixa do ano anterior, influenciou o resultado positivo, especialmente na produção de defensivos agrícolas, fertilizantes e desinfestantes. O setor de Produtos Têxteis também confirmou trajetória de recuperação, refletindo o aumento na produção de tecidos e vestuário.

    Por outro lado, setores como Fumo (-9,9%), Biocombustíveis (-7%) e Produtos Florestais (-6,5%) puxaram o desempenho negativo. A produção de etanol e açúcar foi impactada por uma forte redução na moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul, enquanto o setor florestal sentiu a queda nas exportações.

    No segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas, a queda foi de 0,9%, puxada especialmente pela retração de Bebidas (-6,6%) e Alimentos de Origem Vegetal (-1,2%). A menor produção de bebidas alcoólicas e não alcoólicas e o recuo expressivo no refino de açúcar (-29,2%) foram os principais fatores negativos. Apenas os Alimentos de Origem Animal apresentaram crescimento, sustentado pela produção de carne bovina, suína e de frango.

    No acumulado do primeiro bimestre de 2025, a agroindústria também cresceu 0,6%, mas ficou abaixo da Indústria de Transformação, que teve alta de 2,5%. O crescimento da agroindústria no bimestre também foi puxado unicamente pelos produtos não-alimentícios, com destaque novamente para insumos agropecuários e têxteis.

    Segundo a FGV Agro, o desempenho concentrado em poucos setores acende um sinal de alerta para a sustentabilidade do crescimento ao longo do ano. O cenário reforça a importância de políticas voltadas à diversificação da produção e à recuperação de segmentos estratégicos, como biocombustíveis e alimentos vegetais.

  • Área de milho em Mato Grosso cresce e produção é estimada em mais de 47 milhões de toneladas

    Área de milho em Mato Grosso cresce e produção é estimada em mais de 47 milhões de toneladas

    O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) revisou, em abril de 2025, a projeção da área destinada ao milho no estado para a safra 2024/25. A nova estimativa aponta um total de 7,02 milhões de hectares, representando um leve aumento de 0,23% em relação à divulgação anterior e um crescimento de 3,20% na comparação com o ciclo passado.

    Esse avanço na área cultivada reflete a atratividade crescente da cultura do milho, impulsionada pela valorização dos preços ao longo deste ano. Apesar da ampliação da área, a produtividade média prevista foi mantida em 111,72 sacas por hectare, número alinhado à média registrada nas últimas três safras.

    Segundo o Imea, o mês de abril será um período crucial para definir parte do potencial produtivo do milho em Mato Grosso, já que as condições climáticas — como volume de chuvas e temperaturas —, além da incidência de pragas e doenças, terão papel determinante no desempenho das lavouras.

    Com a combinação entre o aumento da área plantada e a manutenção da produtividade, a produção total estimada para o ciclo 2024/25 foi calculada em 47,05 milhões de toneladas. O volume representa um leve acréscimo de 0,23% em relação à última estimativa, mas ainda está 0,27% abaixo da safra 2023/24.

  • Mais de 60% dos focos de dengue estão nas casas, aponta Vigilância em Saúde

    Mais de 60% dos focos de dengue estão nas casas, aponta Vigilância em Saúde

    Lixo doméstico, latas, lonas, calhas e plantas, esses são os principais locais onde os agentes de combate a endemias (ACEs) estão encontrando focos do mosquito Aedes aegypti, a informação é da Vigilância em Saúde.

    Segundo o último Boletim de Arbovíroses, fechado em 09 de março, Lucas do Rio Verde já registrou 527 notificações, com 44 casos confirmados de dengue e 42 de Chikungunya. Comparado ao relatório anterior, o aumento é de 10% e 50%, respectivamente.

    A coordenadora da Vigilância Epidemiológica Miriam Campos ressaltou que mais de 60% dos focos estão nas casas e que ações diárias de cuidado com o quintal podem reduzir a proliferação do mosquito, transmissor da dengue, Zika e Chikungunya.

    “O grande desafio é conscientizar a população de que o combate a dengue é responsabilidade de todos. Se cada um fizer a sua parte, tirar uns minutos por semana e verificar o seu quintal, nós vamos acabar o dengue”.

    Ainda segundo o boletim, os bairros com maior número de notificações, ou seja, pessoas que procuraram o serviço de saúde, com sintomas da doença, são o Rio Verde (80), Veneza (50), Jardim das Palmeiras (42), Vida Nova (29) e Parque das Américas (29).

    A coordenadora destacou que as equipes de combate a endemias estão nas ruas diariamente, visitando as casas, estabelecimentos comerciais e orientando a população. No entanto, o maior desafio é ter acesso aos imóveis fechados.

    Uma das alternativas utilizadas pelas equipes, é deixar bilhetes para que o morador entre em contato com a Vigilância, agendando um novo horário de visita. A população também pode denunciar por meio do telefone 3548 2508 ou Ouvidoria Municipal 0800 646 4004.

    “O nosso pedido é para que a população receba bem os agentes de endemias. São servidores uniformizados, utilizando o crachá do município e que estão trabalhando pra evitar a proliferação do mosquito e salvar vidas”, ressaltou a coordenadora.

    O Aedes aegypti se reproduz em água parada. Os principais sintomas da dengue e Chikungunya são, febre alta, dores de cabeça, dores musculares e articulares, mal-estar, náuseas e vômitos e manchas vermelhas no corpo.