Tag: leite

  • Com oferta elevada, preço do leite recua em dezembro, mas média avança em um ano

    Com oferta elevada, preço do leite recua em dezembro, mas média avança em um ano

    Pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que o preço do leite captado em dezembro/24 fechou a R$ 2,5805/litro (“Média Brasil”), queda de 2,7% em relação ao mês anterior, mas elevação de 21% frente a dezembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de dezembro). Desse modo, a média de 2024 foi de R$ 2,6362/litro, 1,9% acima da verificada em 2023, também em termos reais.

    A progressão da safra e o consequente aumento sazonal da oferta no campo em dezembro influenciam o movimento de desvalorização do leite cru, que vem sendo observado desde outubro/24. Contudo, o crescimento da oferta não foi homogêneo entre as bacias leiteiras e isso pode ser verificado pelo Índice de Captação de Leite (ICAP-L). Apesar de o volume industrializado pelas empresas que compõem a amostra da pesquisa do Cepea ter subido em Minas Gerais, em São Paulo e na Bahia, houve queda na captação nos estados do Sul e em Goiás – o que levou a “Média Brasil” a recuar 1,4% de novembro para dezembro. Considerando-se o ano de 2024, a alta acumulada na amostra foi de 18,3%. O Cepea projeta aumento na captação industrial de cerca de 2,5% em 2024, o que totalizaria cerca de 25,2 bilhões de litros.

    O crescimento da oferta em 2024 está ligado ao ganho de margem do produtor – e a expansão da produção só não foi maior por causa do clima extremo nesse ano.

    A análise da relação de troca mostra que, em 2024, o produtor precisou de 25 litros de leite, em média, para adquirir uma saca de milho – em 2023, eram necessários pouco mais que 27 litros. Mas é importante notar que houve uma escalada considerável nos custos a partir do quarto trimestre, puxada pelo aumento dos gastos com nutrição animal e pela desvalorização do Real frente ao dólar. Em dezembro, o Custo Operacional Efetivo (COE) subiu 0,21% na “média Brasil” e, no acumulado do ano, 2,88%. A elevação dos custos de produção no final do ano é um ponto de atenção para agentes do setor, pois pode frear o movimento de desvalorização do leite cru no início de 2025.

    Em dezembro, o incremento na oferta da matéria-prima se refletiu, também, em elevação dos estoques de lácteos, pressionando as cotações dos derivados. Pesquisa do Cepea realizada com o apoio da OCB mostra que, em dezembro, houve queda de 3,16% nos preços do UHT, de 1,06% nos do leite em pó fracionado e de 0,69% nas cotações da muçarela – produtos negociados no atacado paulista.

    O aumento da oferta somado ao encarecimento dos lácteos no mercado internacional e à desvalorização do Real fizeram com que as importações recuassem 4,3% em dezembro, e as exportações avançassem 15,5%. Porém, quando analisado o ano como um todo, observa-se que o crescimento lento da oferta e o fortalecimento do consumo levaram a um novo recorde nas importações, que somaram 2,35 bilhões de litros em equivalente leite (Eql), 4,4% a mais que em 2023. Mesmo importando mais, as exportações de lácteos subiram expressivos 24,5% em relação a 2023, totalizando 98,74 milhões de litros Eql – os dados são da Secex, elaborados pelo Cepea.

  • Oferta elevada mantém preços do leite ao produtor em queda 

    Oferta elevada mantém preços do leite ao produtor em queda 

    O preço do leite captado em novembro fechou a “Média Brasil” a R$ 2,6374/litro, recuo de 6,4% em relação ao mês anterior, mas alta de 25,9% frente a novembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de novembro).

    A progressão da safra e o consequente aumento sazonal da oferta no campo influenciam o movimento de desvalorização do leite cru, que deve continuar sendo observado nos próximos meses. Pesquisas do Cepea ainda em andamento apontam desvalorização de cerca de 2% para o leite captado em dezembro/24.

    Preços dos lácteos seguem em baixa

    Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) aponta que os preços dos produtos lácteos seguiram em queda em dezembro. Dentre os itens analisados no atacado do estado de São Paulo, o leite UHT registrou a maior baixa, de 3,16%, em relação ao mês anterior, com a média passando para de R$ 4,24/litro. Para o leite em pó (400g) e o queijo muçarela, os recuos foram menores, de 1,06% e 0,69%, a R$ 31,23/kg e R$ 32,28/kg, respectivamente.

    Em dezembro, as importações brasileiras de lácteos caíram 4,34% em relação ao mês anterior e 11,39% frente ao mesmo período do ano passado (dezembro/23). As exportações, por sua vez, aumentaram 15,55% no comparativo mensal, mas diminuíram 7,25% no anual. Como resultado, o déficit da balança comercial (em volume) recuou 4,8% de novembro para dezembro, para aproximadamente 194,8 milhões de litros em equivalente leite, gerando saldo negativo de US$ 80,2 milhões.

    Custos com nutrição animal elevam gastos em 2024

    O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 0,21% em dezembro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), acumulando alta de 2,88% em 2024. A valorização anual, por sua vez, reflete sobretudo os aumentos do último trimestre.

    Além dos maiores custos com nutrição animal, a baixa disponibilidade de pasto e o clima desfavorável foram os principais responsáveis por elevar os gastos. Também pesou sobre os custos a desvalorização do Real frente ao dólar – já que muitos insumos da atividade são importados ou têm seus preços determinados no mercado internacional.

  • Produção de leite em 2025 deve manter o ritmo de crescimento, indica Cepea

    Produção de leite em 2025 deve manter o ritmo de crescimento, indica Cepea

    Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, apontam que os custos com nutrição animal seguem avançando e o poder de compra do pecuarista leiteiro continua caindo. E esse é o maior ponto de atenção para 2025 para o setor leiteiro nacional.

    Segundo pesquisadores do Cepea, a escalada nos custos operacionais tende a ser gradual ao longo deste ano, sendo impactada em um primeiro momento pelos maiores gastos para produção de volumoso (diante da alta nos preços de fertilizantes) e contrabalanceada por uma possível redução nos valores do concentrado no primeiro semestre de 2025.

    Por outro lado, no segundo semestre, o escoamento da safra nacional pode limitar os estoques, afetando, consequentemente, a precificação de insumos para a formulação de rações.

    Nesse sentido, a projeção do Cepea é de que a produção de leite em 2025 possa manter o ritmo de crescimento entre 2% e 2,5%. Um crescimento acima disso exigiria uma recuperação muito forte da oferta no primeiro trimestre de 2025, mas isso vai depender majoritariamente do clima.

  • Preço ao produtor de leite tem mais um mês de queda: 6,4%

    Preço ao produtor de leite tem mais um mês de queda: 6,4%

    Pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que o preço do leite captado em novembro fechou a R$ 2,6374/litro (“Média Brasil”), recuo de 6,4% em relação ao mês anterior, mas com alta de 25,9% frente a novembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de novembro). A progressão da safra e o consequente aumento sazonal da oferta no campo influenciam o movimento de desvalorização do leite cru, que pode continuar sendo observado em dezembro.

    Por ora, o Cepea estima que a média de preços de 2024 fique próxima do patamar de R$ 2,60/litro, ou seja, em torno de 1% acima da verificada em 2023, em termos reais. Apesar de a média anual de 2024 não se distanciar da de 2023, o comportamento dos preços ao longo destes anos foi bem distinto. Em 2024, o que mais marcou foi a sustentação do movimento de valorização do leite cru até o final do terceiro trimestre. Esse prolongamento da tendência altista ocorreu devido ao crescimento lento da oferta no campo.

    Mesmo diante da certa estabilidade nos custos de produção e do aumento da margem do produtor em 2024, o estímulo à atividade foi menor do que o previsto no primeiro semestre, e o clima extremo foi um fator crucial que influenciou negativamente a atividade, sobretudo entre o segundo e o terceiro trimestres. Ao mesmo tempo, o consumo se manteve firme na maior parte do ano e, no final da entressafra, houve diminuição considerável dos estoques de lácteos, o que ajudou a prolongar o movimento altista. A inversão da tendência ocorreu apenas a partir de outubro, com as chuvas da primavera elevando a quantidade e a qualidade das pastagens e favorecendo o incremento da produção.

    A queda nos preços do leite no campo também refletiu em diminuição nas cotações dos lácteos. Em novembro, a pesquisa do Cepea realizada com o apoio da OCB mostrou forte desvalorização do UHT no atacado paulista, e os preços da muçarela e do leite em pó registraram baixas menos intensas. Com estoques de derivados elevados, as importações de lácteos se estabilizaram em novembro (209,5 milhões de litros em equivalente leite), enquanto as exportações cresceram 5,8% (4,8 milhões de litros em equivalente leite).

    Apesar da alta pontual na captação do leite cru, é possível que, no balanço de 2024, o crescimento da oferta continue próximo de 2%. Isso porque os custos com nutrição animal seguem avançando e o poder de compra do pecuarista continua caindo. Esse é, inclusive, o maior ponto de atenção para 2025. Nesse sentido, a projeção é de que a produção em 2025 possa manter o ritmo de crescimento entre 2% e 2,5%. Um avanço acima disso exigiria uma recuperação muito forte da oferta no primeiro trimestre de 2025, mas isso vai depender majoritariamente do clima.

  • Lento avanço da oferta sustenta preço do leite na maior parte de 2024

    Lento avanço da oferta sustenta preço do leite na maior parte de 2024

    O Cepea estima que a média de preços de 2024 do leite pago ao produtor (“Média Brasil”) fique próxima do patamar de R$ 2,60/litro, ou seja, entre 1% e 1,5% acima da verificada em 2023, em termos reais.

    Apesar de a média anual de 2024 não se distanciar da de 2023, o comportamento dos preços ao longo destes anos foi bem distinto.

    Em 2024, o que mais marcou foi a sustentação do movimento de valorização do leite cru até o final do terceiro trimestre. Esse prolongamento da tendência altista ocorreu devido ao crescimento lento da oferta à campo.

    Mesmo diante da certa estabilidade nos custos de produção e do aumento da margem do produtor em 2024, o estímulo à atividade foi menor do que o previsto no primeiro semestre, e o clima extremo foi um fator crucial que influenciou negativamente a atividade, sobretudo entre o segundo e o terceiro trimestres.

    Ao mesmo tempo, o consumo se manteve firme na maior parte do ano e, no final da entressafra, houve diminuição considerável dos estoques de lácteos, o que ajudou a prolongar o movimento altista.

    A inversão da tendência ocorreu apenas a partir de outubro, com as chuvas da primavera elevando a quantidade e qualidade das pastagens e favorecendo o incremento da produção.

  • Leite: Depois de subir ao longo de 2024, preço ao produtor deve encerrar ano em queda

    Leite: Depois de subir ao longo de 2024, preço ao produtor deve encerrar ano em queda

    O preço do leite captado em outubro fechou a R$ 2,8065/litro (“Média Brasil”), queda de 2,6% em relação ao mês anterior, mas alta de 36,2% frente ao de outubro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de outubro). E, com a progressão da safra e com o consequente aumento sazonal da oferta no campo, a perspectiva é de que o ano se encerre com o movimento de desvalorização ganhando força.

    Pesquisas ainda em andamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, apontam que a Média Brasil pode cair cerca de 5% em novembro. Para o leite captado em dezembro, a projeção é de novo recuo, entre 4% e 5%.

    Estoques se recuperam, e preços dos derivados caem em novembro

    Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) aponta que os preços dos produtos lácteos caíram em novembro. A maior queda, de 8,04%, foi registrada para o leite UHT, cotado à média de R$ 4,36/litro no atacado paulista. Para a muçarela e o leite em pó, as baixas foram menos intensas, de 2,65% e 0,67%, com respectivas médias de R$ 32,38/kg e R$ 31,28/kg.

    De acordo com agentes consultados, as desvalorizações estiveram atreladas à maior oferta de leite cru, dado o fim do período de estiagem. Com o aumento da produção no campo, os estoques de lácteos também se recuperaram, reforçando a pressão sobre as cotações. Por outro lado, a demanda mais aquecida durante a segunda quinzena de novembro impediu recuos maiores.

    Importações se estabilizam, enquanto exportações crescem

    Em novembro, as importações brasileiras de lácteos cresceram ligeiro 0,48% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (novembro/23), houve incremento de 2,76% nas compras. As exportações, por sua vez, aumentaram 5,78% no comparativo mensal e 2% no anual. Como resultado, o déficit da balança comercial (em volume) se expandiu apenas 0,4% de outubro para novembro, para aproximadamente 204,6 milhões de litros em equivalente leite, gerando saldo negativo de US$ 88,6 milhões.

    Custos de produção seguem em alta

    O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 0,68% em novembro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), ainda impulsionado pelos custos com nutrição animal. Com esse resultado, na parcial do ano, o COE acumula aumento de 2,67%”.

  • Leite: alta nos preços desacelera, enquanto derivados registram valorização em outubro

    Leite: alta nos preços desacelera, enquanto derivados registram valorização em outubro

    A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) revelou que a “Média Brasil” para o preço do leite ao produtor alcançou R$ 2,8657 por litro em setembro, representando um aumento de 3,3% em relação ao mês anterior e de 33,8% frente ao mesmo período de 2023, em termos reais, com valores ajustados pelo IPCA de setembro. Contudo, o movimento de alta parece ter perdido força. Dados preliminares do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil deve apresentar recuo de cerca de 2%.

    Os derivados lácteos, por outro lado, registraram ligeiras valorizações no mês de outubro. De acordo com pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o preço médio do leite UHT em São Paulo subiu 0,66% em relação a setembro, alcançando R$ 4,74 por litro. O queijo muçarela teve alta de 0,59%, sendo negociado a R$ 33,26 por quilo, enquanto o leite em pó (embalagem de 400g) registrou aumento mais expressivo de 4,32%, com média de R$ 31,49 por quilo.

    Na comparação com outubro de 2023, os valores reais desses produtos apresentaram aumentos significativos: 18,15% para o leite UHT, 21,95% para a muçarela e 12,31% para o leite em pó.

    O cenário externo apresentou grande discrepância entre exportações e importações de lácteos em outubro. As importações brasileiras cresceram 11,6% em relação ao mês anterior e 7,43% na comparação anual. Já as exportações registraram quedas expressivas de 65,91% no comparativo mensal e de 46,6% frente a outubro de 2023, ampliando o saldo negativo da balança comercial do setor.

    Custos de produção em alta

    Outro ponto de atenção é o aumento nos custos de produção. O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira, calculado na “Média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), subiu 2,03% em outubro, impulsionado principalmente pela elevação dos gastos com nutrição animal. Com isso, o COE, que havia se mantido estável durante boa parte do ano, passou a acumular alta de 1,97% no acumulado de 2024.

    Esses fatores refletem a complexidade do mercado lácteo brasileiro, marcado por oscilações nos preços ao produtor, aumento nos custos e desafios no comércio exterior. O cenário para os próximos meses dependerá do comportamento da demanda doméstica, da competitividade dos derivados no mercado interno e das condições climáticas que possam impactar a produção.

  • Preço do leite ao produtor sobe pelo 6º mês consecutivo e atinge maior valor em 2 anos

    Preço do leite ao produtor sobe pelo 6º mês consecutivo e atinge maior valor em 2 anos

    O preço do leite pago ao produtor brasileiro registrou alta pelo sexto mês consecutivo, alcançando R$ 2,38 por litro em outubro de 2024, referente ao volume captado em setembro. Segundo dados do Cepea, essa cotação representa um aumento de 1,71% em relação ao mês anterior, e é o maior valor observado desde outubro de 2022.

    A valorização é explicada, em grande parte, pela menor oferta de leite no mercado. Em algumas regiões de Mato Grosso, a produção sofreu redução devido a condições climáticas desfavoráveis e desafios no manejo, levando a uma diminuição na captação pelas indústrias.

    Além da menor oferta, a maior demanda dos laticínios pela matéria-prima também contribuiu para a alta nos preços. Esse movimento é impulsionado pelo aumento do consumo de derivados lácteos, como queijos, iogurtes e manteigas, especialmente no final do ano, quando a demanda por produtos alimentícios costuma crescer.

    Especialistas acreditam que, com a chegada do período de safra em algumas regiões, a oferta de leite pode melhorar nos próximos meses, o que poderia estabilizar ou até mesmo reduzir os preços pagos ao produtor. Contudo, a manutenção da demanda aquecida por lácteos deve continuar sustentando o mercado, pelo menos até o início do próximo ano.

  • Leite/Cepea: Preço ao produtor se mantém em alta em setembro

    Leite/Cepea: Preço ao produtor se mantém em alta em setembro

    Como esperado pelos agentes do setor, o preço do leite captado em setembro seguiu em alta. A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). Apesar de o preço do leite pago ao produtor acumular avanço real de 36,4% desde o início de 2024, a média de janeiro a setembro deste ano (de R$ 2,58/litro) é 4,7% inferior à do mesmo período de 2023.

    A valorização do leite cru em setembro se explica pela maior competição dos laticínios e cooperativas na compra de matéria-prima – num contexto em que a oferta vinha crescendo de forma lenta, devido ao clima mais seco (sobretudo no Sudeste e Centro-Oeste) e aos estoques de lácteos em volumes abaixo do normal.

    Mesmo com as adversidades climáticas, a captação de leite em setembro seguiu em alta por conta da estratégia das indústrias em assegurar volume para reabastecer seus estoques. Assim, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea subiu 8,3% de agosto para setembro.

    A elevação da captação foi possível devido ao aumento dos preços no campo, acompanhando a valorização dos lácteos em setembro. A pesquisa do Cepea com apoio da OCB mostrou que o leite UHT, o queijo muçarela e o leite em pó se valorizaram 7,6%, 2,7% e 1,3% no atacado paulista em setembro.

    Porém, o movimento altista pode não perdurar por muito tempo. O avanço da captação e o recuo nas cotações dos derivados e do leite spot a partir da segunda quinzena de outubro fortalecem a perspectiva de que os preços no campo em outubro possam apresentar viés de queda.

  • Leite/Cepea: Oferta não cresce como esperado, e preços voltam a subir

    Leite/Cepea: Oferta não cresce como esperado, e preços voltam a subir

    O preço do leite ao produtor voltou a subir devido à oferta, que não cresceu como era esperado. A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em agosto, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,7607/litro, 1,4% acima da do mês anterior e 17,7% maior que a registrada em agosto/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto). Apesar de o preço do leite pago ao produtor acumular avanço real de 32% desde o início de 2024, a média de janeiro a agosto deste ano (de R$ 2,53/litro) é 8,4% inferior à do mesmo período de 2023.

    Até o início de agosto, os fundamentos de mercado apontavam reduções no preço do leite ao produtor neste terceiro trimestre. Por um lado, a produção de leite parecia estimulada pelo aumento da margem do produtor neste ano e, por outro, a demanda seguia condicionada aos preços baixos nas gôndolas. Fora isso, as importações, ainda em volumes elevados, pressionavam as cotações ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, a produção não cresceu como era esperado pelos agentes do setor.

    Os dados mais recentes da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados em meados de agosto, mostram que a captação de leite cru pelas indústrias de laticínios no âmbito nacional caiu 6,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Comparando com o mesmo período do ano passado, o incremento foi de apenas 0,8%.

    De julho para agosto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 5% na “Média Brasil”, mas o crescimento em Minas Gerais foi de 2,8% e, em Goiás, de apenas 1,5%. Apesar do aumento da margem do produtor nos últimos meses e de certa estabilidade nos custos de produção, o estímulo à atividade foi menor do que o esperado pelos agentes do setor. E o clima extremo não ajudou a atividade.

    O excesso de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul em maio fizeram com que a oferta crescesse pouco entre julho e agosto. A entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste se intensificou com o calor a partir de agosto. E as queimadas em setembro fizeram esse cenário se agravar em termos nacionais. Além de comprometer o bem-estar animal, os incêndios têm prejudicado a produção de forragens para alimentação animal – o que eleva o custo de produção e limita a oferta.

    Outro fator que reforçou a menor disponibilidade de lácteos entre agosto e setembro foi a diminuição das importações. Dados da Secex compilados pelo Cepea mostram que, em agosto, houve queda de 25,2% nas importações de lácteos, totalizando 187,8 milhões de litros em equivalente leite.

    Como a oferta não se recuperou conforme o previsto, os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado. O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro. Esse contexto deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro.