Tag: Lei do Feminicídio

  • Mato Grosso lidera ranking nacional de feminicídios 

    Mato Grosso lidera ranking nacional de feminicídios 

    Mato Grosso registrou a maior taxa de feminicídio do Brasil em 2024, com 2,47 casos para cada 100 mil mulheres, conforme dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), do Ministério da Justiça. No total, 47 feminicídios foram cometidos no estado ao longo do ano, sendo setembro o mês mais violento, com oito assassinatos.

    Apesar de a Lei do Feminicídio ter completado 10 anos, os números revelam que ainda há desafios significativos na proteção às mulheres. O estado também lidera em taxa geral de feminicídios, com 1,23 casos a cada 100 mil habitantes.

    Deficiências estruturais dificultam acesso à justiça

    Um relatório preliminar da auditoria operacional sobre Violência Contra a Mulher, conduzido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), aponta falhas graves na estrutura de atendimento às vítimas. Entre os principais problemas está a distância das unidades da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que chegam a atender municípios a até 370 km de distância.

    A auditora pública-externa Simony Jin, que coordena a ação do TCE, destaca que a dificuldade de acesso aos exames periciais impacta diretamente a busca por justiça. “Uma vítima, para fazer um exame, muitas vezes tem que sair da sua cidade para ir até uma unidade da Politec que fica há quilômetros de distância”, explicou.

    Em cidades como Colniza e Novo Santo Antônio, as vítimas precisam percorrer 350 km e 370 km, respectivamente, para conseguir atendimento. Essa realidade leva muitas a desistirem da denúncia, prejudicando o andamento de processos judiciais por falta de provas.

    Falta de estrutura agrava vulnerabilidade das vítimas

    Além da distância, o relatório do TCE identificou problemas estruturais nas unidades da Politec:

    – 76% não possuem sala reservada para atendimento de vítimas de violência.

    – 67% não garantem um ambiente seguro para evitar o encontro entre vítima e agressor.

    – 59% não têm chuveiros para que as vítimas possam se higienizar após exames.

    – Poucas unidades contam com mulheres legistas, apesar da Lei Maria da Penha prever atendimento prioritário por profissionais do sexo feminino.

    Urgência por mudanças

    Os dados reforçam a necessidade de investimentos na proteção das mulheres em Mato Grosso. O fortalecimento das políticas públicas e a melhoria da infraestrutura de atendimento são fundamentais para garantir que as vítimas tenham acesso à justiça e possam romper o ciclo da violência.

  • Lei do Feminicídio completa 10 anos com impunidade como desafio

    Lei do Feminicídio completa 10 anos com impunidade como desafio

    A Lei do Feminicídio completou dez anos de vigência neste domingo (09). Sancionada em 2015 pela então presidente Dilma Rousseff, a norma inseriu no Código Penal o crime de homicídio contra mulheres no contexto de violência doméstica e de discriminação.

    Em outubro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.994/24 e ampliou a pena para quem comete o crime. A punição, que variava entre 12 a 30 anos de prisão, passou para mínimo de 20 e máximo de 40 anos.

    De acordo com números do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), o Brasil registra cerca de 1 mil assassinatos de mulheres por ano. O banco de dados é mantido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a partir de informações enviadas pelos estados à pasta. Até outubro de 2024, foram registrados no país 1.128 mortes por feminicídio no país.

    No Judiciário, também foi registrado um volume alarmante de processos envolvendo feminicídios. No ano passado, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) registrou 8,3 mil processos sobre o assassinato de mulheres. Em 2023, existiam 7,4 mil processos.

    As movimentações processuais relacionadas a medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha também foram alvo de análise pelo CNJ. Houve 827,9 mil procedimentos desse tipo em 2024.

    De acordo com o CNJ, surgiram no Judiciário brasileiro, no mesmo período, 959,2 mil novos casos de violência doméstica. O número é equivalente a 2,6 novas ações diárias.

    Para ampliar o monitoramento da atuação do Judiciário no combate à violência contra a mulher, o Conselho vai lançar na terça-feira (11) um novo painel eletrônico sobre os processos envolvendo violência doméstica.

    Com a nova plataforma será possível verificar a atuação individual das varas especializadas em violência doméstica e das unidades judiciárias com competência exclusiva para atuar nesse tipo de processo.

    São Paulo (SP), 08/03/2025 - Ato unificado pelo dia internacional de luta da mulher, com o tema São Paulo (SP), 08/03/2025 – Ato unificado pelo Dia Internacional de Luta da Mulher. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

    Dia da Mulher

    Neste sábado (08), Dia Internacional da Mulher, diversos atos pelo país pediram o reconhecimento do direito das mulheres. Entre as pautas reivindicadas, o combate efetivo ao feminicídio.

    Feminicídio zero

    Na semana passada, durante o Carnaval, o Ministério das Mulheres lançou a campanha Feminicídio Zero na Sapucaí. A campanha contou também com o apoio dos ministérios da Igualdade Racial e da Saúde.

    Feminicídio Zero é uma mobilização nacional permanente do Ministério das Mulheres, que conta com diferentes frentes de atuação com comunicação ampla e popular, implementação de políticas públicas e engajamento de influenciadores.

    Pequim+30

    A Organização das Nações Unidas Mulheres (ONU Mulheres) publicou um relatório que relata retrocessos nos direitos das mulheres. O documento mostra o balanço da jornada de 159 dos 189 países signatários da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim. As ações dos países membros da ONU serão analisada em Nova York, nos próximos dias, em uma sessão especial da organização, que contará com a participação do Brasil.

  • Mulher é baleada pelo marido em tentativa de feminicídio em fazenda no interior de Mato Grosso

    Mulher é baleada pelo marido em tentativa de feminicídio em fazenda no interior de Mato Grosso

    Uma mulher de 25 anos foi vítima de tentativa de feminicídio na tarde deste domingo (31) em uma fazenda, no município de Rosário Oeste (MT).

    Segundo a Polícia Militar, a vítima foi baleada no tórax pelo marido, após uma discussão por ciúmes. O suspeito fugiu do local em um Fiat Uno prata, de modelo antigo, e ainda não foi localizado.

    A vítima foi socorrida por vizinhos e encaminhada para o Hospital Amparo. Devido à gravidade do estado de saúde, ela foi transferida para o Pronto Socorro de Cuiabá.

    A Polícia Militar realizou rondas na região da fazenda, mas não conseguiu encontrar o suspeito. O caso foi registrado como tentativa de feminicídio e a investigação está em andamento.

    Detalhes do crime

    A vítima e o suspeito estavam em casa quando iniciaram uma discussão por ciúmes. O suspeito ameaçou a vítima de morte e, em seguida, atirou contra ela com uma espingarda.

    O tiro atingiu o tórax da vítima, próximo a um órgão vital. A vítima foi socorrida por vizinhos e encaminhada para o hospital. O suspeito fugiu do local em um Fiat Uno prata, de modelo antigo.

    Investigação

    A Polícia Militar está realizando rondas na região para tentar localizar o suspeito.

    O caso foi registrado como tentativa de feminicídio e a investigação está em andamento.

    Feminicídio

    O feminicídio é o crime de ódio contra a mulher, motivado por razões da condição de sexo feminino.

    A Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/2015) tipifica o crime como hediondo e prevê penas mais severas para os autores.

    Em caso de violência contra a mulher, é importante denunciar o crime às autoridades.