Tag: Lavoura

  • Operador de trator leva susto ao flagrar onças-pintadas em estrada rural

    Operador de trator leva susto ao flagrar onças-pintadas em estrada rural

    Imagine estar em um dia comum de trabalho, conduzindo seu trator por uma estrada de terra no meio da lavoura… e, de repente, dar de cara com duas onças-pintadas caminhando na sua frente como se estivessem passeando no quintal de casa!

    Foi exatamente isso que aconteceu com um operador de maquinário agrícola em uma região rural que, diga-se de passagem, não esperava um encontro tão selvagemente elegante.

    No vídeo que viralizou nas redes, as duas onças saem tranquilamente da plantação e atravessam a estrada de terra, enquanto o operador, com o celular em mãos, registra o momento com uma mistura de encantamento e nervosismo.

    “Rapaz do céu… duas onças! Tô filmando, mas o coração tá acelerado!”, diz ele, em um tom que mistura respeito, surpresa e emoção pura.

    Deu de cara com a rainha da selva!”: tratorista flagra duas onças atravessando estrada rural

    Vídeo mostra onças saindo da lavoura em passeio matinal e surpreendendo operador de trator

    As onças, por sua vez, ignoram totalmente a presença do trator. Sem pressa, seguem o caminho rumo à mata próxima, exibindo toda a imponência de quem manda no pedaço. A cena dura apenas alguns segundos, mas já é suficiente para mostrar como a natureza é cheia de surpresas – e como precisamos estar atentos (e com o celular carregado!) para captá-las.

    Esse tipo de encontro, embora raro, é mais comum do que se imagina em regiões onde a agricultura e áreas de mata nativa convivem lado a lado. As onças-pintadas, símbolo da fauna brasileira, costumam evitar a presença humana, mas eventualmente acabam cruzando caminhos em busca de alimento, abrigo ou simplesmente um novo território.

    Fotógrafo captura momento impressionante de onça-pintada descansando sobre uma árvore, ainda com vestígios de sua última caça
    Foto: reprodução (@Lucas Morgado)

    Além do susto e da beleza do flagrante, o vídeo serve como um lembrete importante: preservar o habitat natural é essencial para garantir que encontros assim continuem sendo apenas registros pacíficos da convivência entre homem e natureza.

  • Cascudinho-da-soja ameaça produtividade no Centro-Oeste do Brasil

    Cascudinho-da-soja ameaça produtividade no Centro-Oeste do Brasil

    O cascudinho-da-soja (Myochrous armatus) tem se consolidado como uma das pragas agrícolas mais desafiadoras no Brasil, especialmente na região Centro-Oeste. De acordo com a Embrapa, as infestações podem provocar perdas de até 30% na produtividade da soja, o equivalente a uma redução de 8 a 10 sacas por hectare, gerando preocupação entre os produtores.

    A praga atua em diversas fases do desenvolvimento da planta. “O cascudinho-da-soja ataca as plantas no início do ciclo da cultura e pode causar danos nas plantações em todas as suas fases de desenvolvimento. Ainda como larva, a praga vive no solo e estraga as raízes das plantas. Quando adulto, costuma cortar a base do caule das plantas jovens para se alimentar, podendo causar grandes prejuízos aos produtores e afetar uma safra que pode ser recorde”, explica Hudslon Huben,  gerente de go-to-market (GTM) e field force effectiveness (FFE) da ORÍGEO.

    Os danos mais significativos ocorrem na fase adulta do inseto, quando ele se alimenta de plântulas, hastes e pecíolos das plantas jovens. Segundo Huben, o monitoramento contínuo é indispensável para o controle da praga. “Uma infestação de cascudinhos pode inviabilizar o desenvolvimento da cultura, além de provocar amarelecimento, tombamento e morte das plantas. O problema é ainda mais grave quando coincide com períodos de estiagem, pois enfraquece ainda mais o caule e pode levar à perda completa da lavoura.”

    A identificação precisa da praga é o primeiro passo para um manejo eficaz. O cascudinho-da-soja, cuja larva é amarelada e vive no solo, apresenta coloração adulto preto-fosco, variando entre marrom e acinzentado, dependendo do tipo de solo. “O produtor deve diferenciar essa praga do torrãozinho (Aracanthus mourei), para evitar estratégias equivocadas de manejo”, alerta Huben.

    Embora o controle seja desafiador, o manejo integrado, com o uso de produtos químicos e biológicos, tem se mostrado eficaz. A recomendação inclui a utilização de inseticidas registrados, que combinam alta eficácia e segurança para as plantas jovens.

    A crescente presença do cascudinho-da-soja reforça a necessidade de monitoramento, manejo adequado e busca por soluções inovadoras no combate às pragas agrícolas, garantindo maior segurança e produtividade para a safra brasileira de soja.

  • Números da Conab prejudicam a renda do produtor, afirma presidente da Aprosoja-MT

    Números da Conab prejudicam a renda do produtor, afirma presidente da Aprosoja-MT

    Mato Grosso enfrentou diversas ondas de calor e longos períodos de estiagem na safra de soja 2023/24, que influenciaram diretamente na produtividade da oleaginosa. Pesquisas feitas pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e Aprosoja Brasil apontam uma redução de mais de 20% no Estado e mais de 12% em todo país.

    Apesar dessa percepção de quebra expressiva, colhida por meio de pesquisas com os produtores, os números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estão defasados, apontando uma “safra recorde” no País, em 155 milhões de toneladas. Para o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, a imprecisão dos dados oficiais tem prejudicado os agricultores.

    Isto porque os números que mais refletem no mercado são os da Conab, pois são os números oficiais, apesar dos levantamentos das Aprosojas e de outras consultorias privadas apontarem para outro cenário. “No campo, todos os produtores discordam desses números da Conab e se mostram até revoltados, pois têm prejudicado muito a renda do agricultor”, afirma Lucas.

    Em seu último levantamento, divulgado no dia 10 de janeiro, a Conab ainda indicava uma safra de 155 milhões de toneladas, 0,4% superior à produção alcançada na temporada anterior. Por outro lado, pesquisa feita pela Aprosoja Brasil, junto com as demais Aprosojas, apontam para uma produção de 135 milhões de toneladas, diferença de 20 milhões de toneladas.

    A próxima divulgação de safra da Conab será dia 8 de fevereiro. Para o presidente da Aprosoja-MT, uma das formas de o governo ajudar o sojicultor a superar essa crise seria a alteração na metodologia de pesquisa da Conab, trazendo números que refletem melhor a realidade do campo para o mercado de commodities.

    Lucas calcula que um eventual aumento na cotação da soja, na casa dos R$ 10 por saca, considerando uma produtividade de 50 sacas por hectare, injetaria R$ 22 bilhões a mais na economia brasileira. Já no cenário mato-grossense, o aumento seria de mais de R$ 6 bilhões, gerando mais movimento na economia e na geração de empregos.

    “Nos preocupa muito a metodologia que a Conab tem usado para fazer esses levantamentos, já que o agricultor, que é quem melhor conhece a sua lavoura, não concorda com esses números. O que o governo pode fazer agora para iniciar ajudando o produtor é buscar uma nova metodologia, realinhar esses números com a realidade das lavouras, para que possa trazer justiça e preços coerentes”, destaca.

    Nesta semana, a entidade inicia mais uma rodada de pesquisa junto a seus associados para levantar dados mais precisos da safra de soja em Mato Grosso.

    Cotação em queda

    Desde o início do plantio da soja em Mato Grosso, a cotação da soja caiu 18%, apontam os números do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Em 15 de setembro de 2023, a soja disponível em Sorriso, maior produtor da oleaginosa no país, estava cotada em R$ 119, mas veio depreciando até chegar em R$ 97,50, na última sexta-feira (26.01).

    Esse valor é insuficiente até mesmo para o cobrir seus custos de produção, o que deve fazer com que sojicultores de Mato Grosso enfrentem muitas dificuldades na safra. Na última semana, a Aprosoja-MT também enviou um ofício ao Mapa, com sugestões de medidas para amenizar a crise.

  • Fogo em lavoura próximo a BR 163 em Sorriso reduz visibilidade na rodovia

    Fogo em lavoura próximo a BR 163 em Sorriso reduz visibilidade na rodovia

    Um incêndio em lavoura às margens da BR 163 em Sorriso-MT reduziu a visibilidade na rodovia. A região afetada pelo fogo fica próxima ao Aeroporto Municipal.

    Segundo informações, o Corpo de Bombeiros foi acionado de manhã. As ações de combate ainda continuavam no período da tarde.

    Não houve interdição da rodovia, contudo é necessário redobrar os cuidados ao trafegar no trecho.

  • Pastagem com manejo e área agrícola avançam sobre vegetação nativa

    Pastagem com manejo e área agrícola avançam sobre vegetação nativa

    A vegetação florestal e a vegetação campestre no Brasil sofreram as maiores perdas de áreas entre 2000 e 2020, enquanto pastagem com manejo, área agrícola e silvicultura apresentaram os maiores acréscimos.

    A pesquisa Contas Econômicas Ambientais da Terra: Contabilidade Física (Brasil 2000/2020), divulgada hoje (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 64,7% das mudanças ocorridas foram sobre a vegetação nativa, regressão decorrente, especialmente, do avanço da pastagem com manejo e da lavoura.

    “Evidencia-se que, desde 2000, as classes com maior participação no total de conversões foram as de vegetação florestal (40,4%), vegetação campestre (24,3%) e mosaico de ocupações em área florestal (19,2%). Ao considerar apenas as classes de vegetação nativa, nota-se que mais da metade das conversões que ocorreram no país no período estudado foram sobre vegetação florestal e campestre (64,7%)”, diz o estudo.

    De 2000 a 2020, a vegetação campestre do país teve redução 10,6% (192,5 mil quilômetros quadrados) enquanto a vegetação florestal diminuiu 7,9% (320,7 mil km²). Somados, esses dois tipos de cobertura perderam 513,1 mil (quilômetros quadrados) km² entre 2000 e 2020, o equivalente a 6% do território do país.

    No mesmo período (2000/2020), a área da silvicultura no país cresceu 71,4% (36 mil km²), a área agrícola aumentou 50,1% (229,9 mil km²) e a de pastagem com manejo, 27,9% (247 mil km²).

    As mudanças mais intensas ocorreram nas bordas da Amazônia, no Matopiba, no sul do Rio Grande do Sul e na área que vai do oeste paulista ao leste de Mato Grosso do Sul e Goiás. O Matopiba é uma região de grande crescimento no cultivo de grãos, cujo nome é a combinação das siglas dos estados que têm cidades na região: Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

    Segundo o IBGE, a diferença entre os anos de 2000 e de 2020 indica que importantes conversões de uso para atividade agrícola ocorreram na chamada fronteira agrícola do Brasil. Em diferentes regiões do país, mas em especial no bioma Cerrado, novas áreas foram convertidas em cultivo, muitas delas derivadas de pastagens, em geral com algum grau de degradação.

    “Essas áreas tiveram seu uso convertido sob influência das condições de clima, solo e relevo favoráveis considerando-se as possibilidades de expansão da atividade agrícola com o uso de máquinas e à existência de uma infraestrutura de escoamento da produção (rodovias, ferrovias, portos, hidrovias). Em alguns casos, o preço da terra também é apontado como fator de atração”, informa a pesquisa.

    A gerente de contas ambientais do IBGE, Ivone Batista, disse que, de modo geral, os pesquisadores observaram o percurso de mudanças de vegetação nativa para pastagem com manejo e, algum tempo depois, essa pastagem é convertida para agricultura. Ela destacou, entretanto, que essa dinâmica não é homogênea no território nacional, pois, muitas vezes, a vegetação nativa é derrubada para dar lugar a lavouras diretamente, a exemplo do que ocorre no cerrado.

    “A dinâmica econômica é que movimenta as áreas e muda a paisagem, mas a custa de perda de áreas nativas”, disse Ivone.

    De acordo com a pesquisa, as áreas agrícolas têm destaque especialmente nos estados de Mato Grosso (18,1%), São Paulo (14,9%), do Rio Grande do Sul (14,3%) e Paraná (10,5%) com os maiores percentuais de terras nessa classe, em relação ao total Brasil.

    As lavouras tiveram crescimento também no Maranhão (2,8%), Tocantins (4,4%), Piauí (3,8%) e Bahia (2,7%), que integram o Matopiba, de 2000 a 2020.

    O Pará foi a unidade da federação com a maior expansão de pastagem com manejo: 87,8 mil km²; e com maior redução de vegetação natural, 123,2 mil km².

    De 2018 a 2020, 70 mil km² do país sofreram alguma mudança de cobertura e uso da terra, correspondendo a 0,7% do território nacional, ou uma área equivalente à de Alagoas e do Rio de Janeiro. O dado consta da publicação Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra do Brasil (2018-2020) também divulgada nesta sexta-feira.

    Neste período (2018/2020), as principais conversões foram de pastagem com manejo para área agrícola (14,9 mil km²), de mosaico de ocupações em área florestal para pastagem com manejo (12,3 mil km²) e de vegetação florestal para mosaico de ocupações em área florestal (11,8 mil km²).

    Edição: Valéria Aguiar

  • Saiba como usar insetos para controlar pragas nas lavouras

    Saiba como usar insetos para controlar pragas nas lavouras

    Insetos muitas vezes são um grande problema em lavouras e hortas, mas nem todos são pragas. Alguns, na verdade, trazem muitos benefícios para as plantações. Os exemplos mais comuns são os polinizadores, tão importantes para a reprodução das plantas. Mas, além destes, há também os inimigos naturais das pragas. Isso significa que alguns insetos podem prejudicar as plantas, ou seja, as pragas. Já outros podem se alimentar dessas pragas e impedir que elas destruam as lavouras. Marimbondos, por exemplo, comem muitos insetos que podem ser pragas. Joaninhas também são aliadas: elas comem pulgões e lagartinhas.

    No entanto, para contar com a ajuda desses insetos benéficos, é preciso saber fazer o controle biológico conservativo, ou seja, “criar um ambiente que favoreça a vida dos insetos que colaboram com a produção agropecuária”, conforme explica o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Walter Matrangolo. Segundo o pesquisador, a técnica deve ser usada por quem optar por sistemas produtivos de base ecológica: “Para aplicar o controle biológico conservativo, temos que considerar dois pontos principais. O primeiro é conhecer os principais insetos agentes de controle biológico nativos, que são muitos. O segundo é fazer o manejo da paisagem: ações para beneficiar esses insetos. É fundamental conhecer as plantas da região e saber, por exemplo, em que época temos flores, pois néctar e pólen são alimentos para muitos desses amigos naturais”.

    Conservar a natureza, para Matrangolo, também é essencial: se tiver matas, protegê-las; se não, plantá-las. As plantas mais favoráveis para a recomposição florestal são, de preferência, as nativas daquela região ou bioma. O controle biológico nativo depende diretamente da biodiversidade local, incluindo insetos e plantas.

    Também é preciso, claro, conhecer os insetos que são benéficos e entender um pouco mais da ecologia desses organismos. “É importante melhorar a condição de vida para que eles ali vivam e se reproduzam.” Utilizando novamente o exemplo da joaninha: este inseto come pulgões, mas também consome pólen. Se o ambiente tiver pólen (ou seja, plantas produtoras de néctar e pólen) as joaninhas “terão mais vigor, viverão mais e serão mais férteis”, afirma Matrangolo.

    saiba como usar insetos para controlar pragas nas lavouras

    Como saber quais insetos são favoráveis

    A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) possui diversos materiais que ajudam a conhecer os insetos inimigos naturais das pragas publicados em seu portal na internet. Basta acessar embrapa.br, clicar em “Biblioteca” e, na página de busca de publicações, procurar por “inimigos naturais”. Pelo celular, basta acessar a loja Google Play e procurar pelo aplicativo Guia InNat. Depois que o aplicativo é baixado, seu conteúdo pode ser acessado mesmo sem conexão à internet.