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  • O calor e a seca, associados à volta das chuvas, e seus efeitos na ocorrência de lagartas em pastagens

    O calor e a seca, associados à volta das chuvas, e seus efeitos na ocorrência de lagartas em pastagens

    A seca prolongada e o calor excessivo que predominaram em grande parte do país até outubro deste ano têm provocado, após o início do período chuvoso, mudanças na ocorrência de insetos-pragas que infestam nossas pastagens, uma delas são os ataques de lagartas.

    Essas condições, além da adubação nitrogenada normalmente feita pelos produtores nesta época, provocam a explosão populacional de uma praga importante em pastagens: as lagartas desfolhadoras.

    São muitos os relatos de casos de ataque, com altas infestações de lagartas em pastagens. Não bastasse a diminuição da precipitação, que castigou nossos capins há alguns meses, a ocorrência de chuvas esporádicas, após um período quente e seco, favorece o ataque de lagartas que, em poucos dias, podem acabar totalmente com o pasto.

    As espécies de lagartas mais comuns em pastagens são a curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes) e a lagarta-militar (Spodoptera frugiperda) (Lepidoptera: Noctuidae). Contudo, a lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus) (Lepidoptera: Pyralidae) e a Helicoverpa (Helicoverpa sp.) (Lepidoptera: Noctuidae) também podem estar presentes.

    As lagartas têm hábito alimentar mastigador, sendo a curuquerê uma das mais comuns. Ela começa seu ataque com raspagem na face inferior das folhas jovens, em seguida corta as bordas, deixando as nervuras intactas. Tem comportamento tipo “mede-palmo” e não apresenta canibalismo, podendo ser encontradas mais de uma lagarta juntas.

    Outra bastante comum em pastagens é a lagarta militar. Apesar de iniciar também raspando as folhas, esta, à medida que se desenvolve, corta a partir do centro, deixando buracos nas folhas. A principal característica que a difere das outras lagartas é a presença de um Y invertido na cabeça. Em altas infestações possui comportamento de canibalismo, sendo raramente vistas juntas.

    É possível ainda encontrar em pastagens a lagarta elasmo e a helicoverpa. A primeira é conhecida por sua perfuração no colmo, o que causa o sintoma de “coração-morto”. Já a helicoverpa ataca as pastagens em frutificação, podendo se tornar um problema em área de produção de sementes, exigindo cuidado caso seja detectada.

    O controle de lagartas em pastagens requer vistorias frequentes, sendo necessária maior atenção em áreas recém-formadas, recém-cortadas e após aplicação de fertilizantes nitrogenados, em clima quente e com chuvas espaçadas.

    Um dos aspectos mais importantes a se observar é que as medidas de controle devem ser tomadas em focos iniciais, até o 3º instar de desenvolvimentos das lagartas. Uma lagarta grande, já em fase final de desenvolvimento, chega a comer 80% do que comeria em toda sua vida.

    Assim, para o controle ser mais eficiente, seja ele biológico ou químico, o limite para sua realização é quando o dano perceptível ainda é a raspagem das folhas, ou seja, quando as lagartas estão bem pequenas, sendo difícil até de encontrá-las sem uma observação criteriosa da planta.

    Para não perder o momento correto de controle, o acompanhamento da área poderá ser feito monitorando as mariposas. É possível fazer isso visitando a área costumeiramente, para visualizar as mariposas voando sobre as folhas, ou utilizando armadilhas luminosas ou de feromônios, que atraem e aprisionam as mariposas.

    Uma vez identificada a presença na área, será possível se preparar para aquisição do produto escolhido para controle e efetuar a pulverização em lagartas ainda bem jovens, tendo um intervalo para essa preparação de dois a três semanas após a captura de adultos.

    Para o controle pode-se fazer uso de inseticida microbiano à base de Bacillus thuringiensis, que possui diversas marcas comerciais disponíveis, ou de inseticidas químicos. No caso destes últimos, existem apenas dois produtos registrados para controle de lagartas em pastagens, sendo estes a base de lambda-cialotrina e bifentrina + zeta-cipermetrina. Ainda sobre os químicos, deve-se atentar para a necessidade de retirada do gado da área pelo período recomendado pelo fabricante.

    O manejo de lagartas em pastagens não é novidade, mas muitas vezes não é eficiente devido à perda do momento ideal de controle, o que faz do monitoramento a principal ferramenta para evitar prejuízos decorrentes.

    Este artigo foi escrito pela entomologista Fabrícia Zimermann Vilela Torres, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte.

  • Mosca branca e Lagarta: um período de atenção para os produtores

    Mosca branca e Lagarta: um período de atenção para os produtores

    A agricultura enfrenta desafios constantes, e entre os mais preocupantes estão a Mosca Branca e as Lagartas, principalmente a lagarta Spodoptera frugiperda, que podem causar danos significativos às lavouras se não manejados na hora certa.

    A mosca-branca (Bemisia tabaci) e a lagarta do gênero Spodoptera (principalmente Spodoptera frugiperda) são pragas de grande relevância para a cultura da soja. Entender as características de cada uma e adotar práticas de manejo integrado é essencial para minimizar suas populações e os danos associados.

    De acordo com a pesquisadora da Fundação Rio Verde e coordenadora do setor de Entomologia, Jessica Gorri, manter o controle da mosca e da lagarta é um trabalho constante para garantir uma boa produtividade.

    “Nesta safra, a fase inicial da soja tivemos alta população das lagartas, os produtores tiveram que entrar com aplicação de inseticidas, sendo que essa aplicação era prevista apenas no período reprodutivo. A mosca branca ainda não teve uma população alta, diferente da safra passada, que neste período estava com elevada pressão.” explica a pesquisadora.

    Estamos em um período (meses de dezembro e janeiro) que a maioria da soja plantada esta no reprodutivo, as chuvas estão mais espaçadas e as temperaturas vão voltar a subir. Esse ambiente é ideal para as lagartas voltarem a aumentar a população e em conjunto com outras pragas, como a mosca branca.

    Nessa condição, o manejo da área deve ser realizado constantemente. Como a soja esta desenvolvida, é preciso entrar a campo com panos de batida e observar a parte inferior das folhas do terço médio e inferior, se contatado a presença de ninfas de mosca branca e lagartas no pano de batida, métodos de controle devem ser iniciados.

    A fundação

    A Fundação de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Rio Verde tem como objetivo apoiar o desenvolvimento sustentável, ambiental e soluções tecnológicas para o agronegócio.

    Entidade sem fins lucrativos, com participação aberta a todos os segmentos do agronegócio, meio ambiente e desenvolvimento humano.

    A Fundação Rio Verde está localizada na Rodovia da Mudança – MT449,  Km 08 em Lucas do Rio Verde – MT.