Tag: Integração

  • Delegação de Lucas do Rio Verde participa da 23ª Olimpíada Especial das APAEs em Cuiabá

    Delegação de Lucas do Rio Verde participa da 23ª Olimpíada Especial das APAEs em Cuiabá

    Os alunos da APAE de Lucas do Rio Verde embarcaram nesta quarta-feira (09) rumo a Cuiabá para representar o município na 23ª Olimpíada Especial das APAEs de Mato Grosso. O evento, considerado o maior paralímpico do Estado, acontece até sexta-feira (11), reunindo mais de 500 atletas de diversas regiões em um verdadeiro espetáculo de superação, inclusão e espírito esportivo.

    A cerimônia de abertura está marcada para esta noite, no Hotel Fazenda Mato Grosso, onde também ocorre o credenciamento das delegações. A programação segue intensa ao longo dos dias seguintes, com provas de atletismo e futebol de salão no Ginásio Poliesportivo Dom Aquino nesta quinta-feira (10), e competições de bocha, tênis de mesa, capoeira e natação na sexta-feira (11), sendo estas últimas divididas entre o hotel e o Parque Aquático do Colégio Salesiano São Gonçalo.

    Com o apoio da comunidade e instituições parceiras, como o Colégio La Salle de Lucas do Rio Verde, que tem sido fundamental na preparação dos atletas da natação, os alunos luverdenses chegam confiantes para dar o melhor de si e mostrar que o verdadeiro ouro está na inclusão e na força de vontade.

    Realizada pela Federação das APAEs de Mato Grosso (FEAPAES-MT), a olimpíada tem como objetivo promover a integração e a valorização das pessoas com deficiência intelectual ou múltipla por meio do esporte. A participação dos estudantes da APAE de Lucas do Rio Verde reforça o compromisso da instituição com o desenvolvimento integral dos seus alunos, oferecendo a eles oportunidades únicas de vivência, aprendizado e conquistas.

  • Ferrovia de Integração Centro-Oeste é destaque em Fórum Econômico no Vietnã

    Ferrovia de Integração Centro-Oeste é destaque em Fórum Econômico no Vietnã

    O fortalecimento da infraestrutura ferroviária do Brasil esteve no centro do discurso do ministro dos Transportes, Renan Filho, durante o Fórum Econômico Brasil-Vietnã, realizado no sábado (29) em Hanói, capital vietnamita. O ministro destacou os esforços do Governo Federal para atrair investimentos privados para o setor, ressaltando a importância da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) dentro da estratégia de ampliação da malha ferroviária nacional.

    A FICO faz parte do Corredor Ferroviário Leste-Oeste, um projeto prioritário do Novo PAC, que visa conectar o Brasil de leste a oeste, percorrendo 2.697 quilômetros de trilhos. Essa ferrovia tem papel fundamental na logística brasileira ao interligar as regiões produtoras do Centro-Oeste com portos estratégicos no Nordeste e no Sul da Bahia, garantindo maior eficiência no escoamento da safra agrícola. “Trata-se de uma das mais transformadoras ferrovias do mundo para a garantia da segurança alimentar, permitindo que o Brasil continue atendendo à crescente demanda global por alimentos”, afirmou Renan Filho.

    Durante sua participação no evento, o ministro reforçou que o Brasil vem se consolidando como referência mundial na atração de investimentos para infraestrutura de transportes. “Temos hoje o maior pipeline de concessões rodoviárias do mundo. Somente em 2025, realizaremos 15 leilões na Bolsa de Valores de São Paulo para concessões de rodovias, além do avanço de projetos ferroviários estratégicos como a Ferrovia de Integração Centro-Oeste”, ressaltou.

    O governo estima que os investimentos destinados à malha ferroviária somem cerca de US$ 15 bilhões (R$ 2,6 bilhões), dentro de um montante total de US$ 50 bilhões (R$ 300 bilhões) para infraestrutura de transportes. Esse volume de investimentos vem impulsionando um salto histórico na exportação de alimentos, que passou de oito milhões de toneladas há três décadas para 180 milhões de toneladas em 2024. O Vietnã, quinto maior destino dos produtos agropecuários brasileiros, importa 70% da soja e 37% da carne suína de origem brasileira, consolidando-se como um mercado estratégico para o agronegócio nacional.

    Além das discussões econômicas, o evento marcou a assinatura do Plano de Ação para Implementação da Parceria Estratégica Brasil-Vietnã, que fortalecerá a cooperação bilateral entre os dois países em diversas áreas, incluindo infraestrutura, comércio e inovação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que expandir parcerias comerciais é essencial para impulsionar o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida da população brasileira.

    O Vietnã, com uma população de cerca de 101 milhões de habitantes, se destaca pelo dinamismo econômico e pelos investimentos em infraestrutura. Atualmente, o comércio bilateral entre Brasil e Vietnã movimenta US$ 7,9 bilhões (R$ 45,5 bilhões), e a meta é elevar esse valor para US$ 15 bilhões (R$ 86,4 bilhões) até 2030. O país asiático já se consolidou como principal destino das exportações brasileiras na Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e segue ampliando sua relevância como parceiro estratégico do Brasil no cenário global.

    A delegação brasileira encerrou sua missão oficial ao Vietnã neste sábado (29), após uma série de compromissos e assinaturas de acordos que reforçam a presença do Brasil no cenário econômico internacional, com a infraestrutura ferroviária como um dos pilares para o futuro da logística nacional.

  • Petrobras e empresa nacional fecham acordo para escoar gás natural da Bacia de Campos

    Petrobras e empresa nacional fecham acordo para escoar gás natural da Bacia de Campos

    A Petrobras firmou acordo com a PRIO que permite à operadora acessar o Sistema Integrado de Escoamento de gás natural da Bacia de Campos (SIE-BC) e a Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB). Com a celebração dos contratos, a PRIO poderá utilizar a malha de gasodutos para escoar e processar o gás natural proveniente dos campos de Frade, onde a empresa detém 100% de participação, e Albacora Leste, com 90% de participação, localizados na Bacia de Campos. Os contratos entraram em operação comercial no dia 1º de janeiro de 2025.

    Com essa medida, a Petrobras cumpre com as disposições da Lei do Gás, possibilitando o acesso negociado às infraestruturas de escoamento e processamento. “A companhia tem a preocupação de contribuir com o fortalecimento de um mercado de gás natural aberto, sustentável e competitivo, com diversidade de agentes em todos os elos da cadeia”, afirma o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim.

    Além da PRIO, a companhia já possui contratos para compartilhamento de infraestruturas de escoamento e processamento com outras nove produtoras nas Bacia de Santos (SP e RJ), Bacia de Campos (RJ), Polo Catu (BA) e Polo Cacimbas (ES).

    00:00

    — news —

  • BNDES já aprovou R$ 3,2 bilhões da Rotas para a Integração, diz Mercadante

    BNDES já aprovou R$ 3,2 bilhões da Rotas para a Integração, diz Mercadante

    O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já aprovou R$ 3,2 bilhões para projetos da iniciativa Rotas para a Integração. O anúncio foi feito nesta terça-feira (2/7) pelo presidente da instituição, Aloizio Mercadante. O Rotas é o maior fundo já construído para a integração da América do Sul e do Mercosul.

    Foi assinado em dezembro de 2023 e prevê investimentos de até R$ 50 bilhões, com recursos do BNDES, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do CAF e do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata). A instituição brasileira tem participação de R$ 15 bilhões no fundo para investimentos em empresas nacionais, dos quais já desembolsou R$ 2 bilhões.

    Mercadante fez o anúncio durante o Foro Internacional Integración y Solidaridad Regional, que ocorreu na sede da Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), em Montevidéu. Participaram do encontro José Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, Ernesto Samper, ex-presidente da Colômbia, e Sergio Díaz-Granados, presidente-executivo do CAF.

    “O Rotas é importante porque vai unificar os dois oceanos, vai aumentar nossa competitividade, vai reduzir o custo logístico e permitir que as cadeias produtivas se integrem no comércio e no investimento regional. Nós precisamos ter foco para avançar a integração e ter projetos estruturantes. As rotas são projetos estruturantes, assim como a integração energética, fibra ótica e todas essas possibilidades”, disse.

    No evento, o presidente do BNDES defendeu maior integração da região e maior compartilhamento de mercados, para que os países enfrentem a concorrência externa, principalmente nas políticas de protecionismo comercial dos Estados Unidos e da União Europeia. “Concorrência predatória, que inviabiliza a industrialização e dificulta agregar valor às nossas economias, que estão sendo empurradas para voltarem ao papel histórico de só exportar comodidades”, completou.

    Rotas

    No âmbito do Rotas para a Integração, o BNDES apoia 29 empreendimentos no território nacional, entre eles: financiamento e estruturação de projetos para rodovias; expansão da malha ferroviária e aquisição de equipamentos para o transporte das cargas; expansão de aeroportos; e investimento em energia no Pará.

    O objetivo do Rotas para a Integração é apoiar projetos estratégicos, primordialmente de infraestrutura e de integração nas áreas social, ambiental e institucional, por meio de cinco rotas de integração e desenvolvimento sul-americano:

    • Rota da Ilha das Guianas (inclui Amapá e Roraima e partes do Amazonas e do Pará)
    • Rota Multimodal Manta-Manaus (Amazonas e partes de Roraima, Pará e Amapá, interligada principalmente por via fluvial à Colômbia, Peru e Equador)
    • Rota do Quadrante Rondon (Acre e Rondônia e por toda a porção oeste de Mato Grosso, conectada com Bolívia e Peru)
    • Rota de Capricórnio (Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada, por múltiplas vias, a Paraguai, Argentina e Chile)
    • Rota Porto Alegre-Coquimbo (Rio Grande do Sul, integrada à Argentina, Uruguai e Chile)

    — news —

  • Brasil terá novos voos diretos para Aruba, no Caribe

    Brasil terá novos voos diretos para Aruba, no Caribe

    A GOL Linhas Aéreas anunciou, nesta segunda-feira (3/6) que terá um novo destino internacional no Caribe a partir de dezembro deste ano. Aruba (AUA) será atendida pela GOL com operações próprias e sem escalas saindo de São Paulo/Guarulhos (GRU). O objetivo é integrar cada vez mais os países da região, fomentando o turismo nas Américas e as viagens a negócios.

    A partir de 18 de dezembro os turistas vão contar com voos partindo do aeroporto de Guarulhos às 15h30 e chegada no Caribe às 21h00 (horário local) – duas horas a menos do que o horário de Brasília. A volta tem decolagem prevista do aeroporto Reina Beatrix, em Aruba, às 22h30, com pouso na Grande São Paulo às 5h50. Serão até três frequências semanais na alta temporada de verão, com saídas às segundas, quartas e sábados.

    Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, “a nova rota é importante para integrar cada vez mais os países do Caribe, aumentando o turismo nas Américas, além de movimentar negócios e gerar mais empregos”.

    “É sempre muito positivo ampliarmos a conectividade da malha aérea do Brasil com outros países. Isso reforça nossas relações e ajuda a trazermos cada vez mais estrangeiros para conhecer o país e suas belezas. No Ministério do Turismo estamos trabalhando para isso. Para que o nosso país seja o destino escolhido por cada vez mais pessoas”, diz o ministro do Turismo, Celso Sabino.

    A nova rota também cria oportunidades para que os mais de 100 mil habitantes de Aruba viajem com mais facilidades entre a ilha e o Brasil, fomentando os negócios, o turismo e a logística dos arubenhos não só para São Paulo.

    “A GOL hoje atende 12 destinos internacionais distribuídos em todas as Américas e está aumentando sua presença fora do País. A entrada de Aruba em nossa malha aérea, em dezembro de 2024, reforça o foco da Companhia na contínua expansão internacional. Aruba será um destino exclusivo, operado com voos sem escalas a partir do Brasil unicamente pela GOL”, afirma Mateus Pongeluppi, vice-presidente de Estratégia da GOL.

    Todos os voos para Aruba serão operados em modelos Boeing 737 MAX 8, aeronave mais sustentável da frota da GOL, que em configuração internacional tem capacidade para 176 passageiros.

    Aos viajantes brasileiros, não é necessário visto para a permanência de até 90 dias em Aruba. Mas é necessário apresentar o certificado internacional de febre amarela, com vacina administrada ao menos 10 dias antes da data do embarque.

    Com informações da GOL Linhas Aéreas

    — news —

  • Plantio Direto e integração lavoura-pecuária aumentam diversidade microbiana do solo e protegem as plantas

    Plantio Direto e integração lavoura-pecuária aumentam diversidade microbiana do solo e protegem as plantas

    Pesquisas da Embrapa realizadas em campo experimental e lavoura comercial avaliaram a microbiota em solo do Cerrado sob Sistema Plantio Direto (SPD) durante cinco anos e em integração lavoura-pecuária (ILP), após 15 anos de implantação do sistema. Os resultados em áreas diferentes apontaram mudanças benéficas na composição de fungos e bactérias do solo, com funções importantes associadas ao controle biológico natural de doenças. Em um estudo conduzido na Fazenda Capivara da Embrapa Arroz e Feijão em Santo Antônio de Goiás (GO), foi observado que a diversidade de fungos aumentou na ILP, quando comparada com o ambiente de referência que foi uma área de floresta nativa vizinha. Isso posiciona mais uma vez a ILP como uma das tecnologias capazes de melhorar a saúde do solo não apenas por ajudar a preservar microrganismos que lá vivem, mas também por incentivar o aumento dessa biodiversidade.

    O estudo ocorreu em uma área subdividida em dez parcelas, seis em sequeiro e quatro quadrantes irrigados por pivô central, abrangendo cerca de 95 hectares. O local, que já estava sob cultivo em plantio direto, foi incorporado à ILP com rotação entre as culturas do arroz, milho, soja e capim; ou ainda em consórcio entre milho e capim no chamado Sistema Santa Fé.

    A equipe de pesquisa coletou, por dois anos seguidos, amostras do solo próximo às raízes, as quais foram submetidas a procedimento de extração de DNA para análise molecular. O foco foi a obtenção do material genético de fungos e de bactérias para se entender a estrutura dessas populações e sua resposta ao manejo da áreas de integração sob sequeiro e sob irrigação por pivô central. Também fez parte do estudo avaliar as populações de fungos que habitam o solo e atacam as raízes; e de nematoides nestas áreas, procurando entender as cadeias alimentares que ajudam a evitar que essas populações saiam do controle e causem perdas às culturas.

    Os resultados dessas análises em laboratório passaram por análise de dados e, após a avaliação de especialistas, mostraram que fungos e bactérias respondem de forma diferente pelo sistema ILP. Foi possível constatar aumento da diversidade de fungos de solo, o que não foi detectado em relação às bactérias. Para o caso de fungos de solo benéficos, de acordo o pesquisador da Embrapa Murillo Lobo Júnior, os dados evidenciam que o manejo ILP, seja sequeiro ou irrigado, aumentou também a diversidade fúngica em comparação com a vegetação nativa.

    “Os resultados revelaram uma maior diversidade de fungos em parcelas de integração lavoura e pecuária em comparação com a floresta nativa adjacente, demonstrando a capacidade de resposta desses microrganismos à rotação de plantas e de cultivos; e à umidade do solo. Em contraste, as bactérias não responderam em termos de diversidade à rotação de culturas anuais com pastagem, com alterações menos discerníveis”, declara Lobo. Segundo o pesquisador, uma hipótese para tal constatação é a de que as bactérias sofrem menos influência da rotação de culturas e da pastagem; e que outros elementos, como a umidade do solo, diferente em sequeiro da sob irrigação, interferem significativamente nesses resultados.

    Lobo acrescentou que as análises constataram ainda muitas diferenças entre espécies de fungos em ambos os ambientes: ILP e vegetação nativa do Cerrado, ou seja, após muitos anos de manejo, as espécie que estavam na vegetação nativa eram bem diferentes das presentes em ILP. Isso aponta que o ambiente agrícola com práticas sustentáveis modifica ao longo do tempo as espécies que compõe os agroecossistemas.

    Presença de fungos benéficos e agricultura regenerativa

    Em outra investigação, foi conduzido um ensaio de cinco anos de duração em Planaltina (DF), para avaliar o efeito de plantas de cobertura implementadas na segunda safra, no outono, sobre a diversidade de microrganismos do solo e sua relação com fungos de solo causadores de doenças. Este ensaio foi conduzido em pesquisa colaborativa com a Associação Brasileira de Consultores de Feijão (ABC Feijão). A partir dos resultados obtidos, cinco anos não aumentaram a diversidade de fungos e de bactérias no solo, porém as plantas de cobertura mudaram os gêneros de microrganismos mais frequentes no solo, vários deles ligados à supressividade de fungos de solo causadores de doenças. Além disso, um outro ponto destacado por Lobo é que as redes de microrganismos formadas ao redor das raízes mudaram, de acordo com as plantas de cobertura cultivadas.

    Esse tipo de pesquisa traz discussões de temas atuais como a agricultura regenerativa, que busca manter a qualidade e a vida no solo para a produção de alimentos. “Nós passamos a entender melhor as funções de alguns microrganismos que são incentivados com o manejo correto, e que deixam um efeito benéfico que se estende ao feijão sob irrigação no inverno até a soja, conduzida na primavera e verão”, comenta Lobo.

    Conforme o pesquisador, estudos como o realizado levantam dados que ainda são escassos sobre sistemas como o plantio direto sobre a palha e a ILP e podem incentivar a disseminação dessas tecnologias. “Entendendo como o Sistema Plantio Direto e suas várias formas de condução incentivam a comunidade microbiana do solo, conseguimos informações que podem aumentar a adoção ou melhoria dos sistemas, com benefícios para a atividade em relação ao manejo tradicional com pouca diversidade das lavouras. O ideal é que esses efeitos benéficos sejam entendidos também em outras áreas, para aperfeiçoar os serviços no agroecossistema que as plantas de cobertura proporcionam”, complementa.

  • Presidentes criam grupo para definir integração na América do Sul

    Presidentes criam grupo para definir integração na América do Sul

    Os 11 presidentes sul-americanos reunidos em Brasília nesta terça-feira (30) divulgaram, ao final do encontro, carta em que reafirmam valores comuns e concordam em aprofundar discussões sobre a criação ou restabelecimento de algum mecanismo de cooperação que envolva todos os países da região. O compromisso consta na publicação chamada de Consenso de Brasília, divulgado pelas chancelarias.  

    Dividida em nove pontos, a carta diz que os presidentes “reconheceram a importância de manter um diálogo regular, com o propósito de impulsionar o processo de integração da América do Sul e projetar a voz da região no mundo”. Os signatários propõem uma discussão mais ampla sobre formas concretas de cooperação em torno de um grupo permanente, ainda não definido. “Decidiram estabelecer um grupo de contato, liderado pelos chanceleres, para avaliação das experiências dos mecanismos sul-americanos de integração e elaborar um mapa do caminho para a integração da América do Sul, a ser submetido à consideração dos Chefes de Estado.”

    Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o encontro, esse grupo de ministros de Relações Exteriores devem apresentar uma proposta em cerca de quatro meses. “Esse grupo que foi criado, de chanceleres, tem 120 dias para apresentar, numa próxima reunião [de presidentes], as propostas que eles pretendem concluir”, afirmou em declaração a jornalistas.

    Mais cedo, em seu discurso, Lula defendeu a retomada da União de Nações Sul-americanas (Unasul). Criada em 2008, no segundo mandato do presidente Lula, e em meio a ascensão de governos de centro-esquerda, o grupo chegou a reunir a totalidade dos países da região, mas foi se desintegrando ao longo do tempo, após mudanças de governos em diversos países, e agora reúne apenas sete: Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname e Peru, além de Argentina e Brasil, que voltaram ao grupo recentemente.

    A retomada da Unsaul, no entanto, não é consenso entre os líderes da região. “Temos que parar com essa tendência: a criação de organizações. Vamos nos basear em ações”, afirmou o presidente do Uruguai, Luís Lacalle Pou, em discurso na cúpula. “Quando nos tocou assumir o governo, nos retiramos da Unasul. Em seguida, nos convidaram para o Prosul [bloco criado em 2019 em contraponto à Unasul], e dissemos que não. Porque senão terminamos sendo clubes ideológicos que têm vida e continuidade apenas enquanto marchemos com nossas ideologias”, acrescentou o uruguaio.

    Para outros presidentes, no entanto, a Unasul tem o potencial de articular ações em diversos âmbitos. “Este mecanismo de diálogo e concertação política teve o grande valor de nos unir e abrir a possibilidade de uma construção regional multidimensional em diversas matérias, como defesa, segurança, democracia, direitos humanos, infraestrutura, energia, entre outras”, destacou o presidente da Bolívia, Luís Arce.

    Desafios comuns

    O Consenso de Brasília registra também “a visão comum de que a América do Sul constitui uma região de paz e cooperação, baseada no diálogo e no respeito à diversidade dos nossos povos, comprometida com a democracia e os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável e a justiça social, o Estado de direito e a estabilidade institucional, a defesa da soberania e a não interferência em assuntos internos”.

    Em outro ponto, o documento enumera temas como crise climática, ameaças à paz e à segurança internacional, pressões sobre as cadeias de alimentos e energia, risco de novas pandemias, aumento de desigualdades sociais e ameaças à estabilidade institucional e democrática como os problemas e desafios da região.

    Ainda sobre integração, a carta cita o fortalecimento da democracia, combate discriminação, a promoção da igualdade de gênero, gestão ordenada, segura e regular das migrações como outros desafios comuns dos países sul-americanos. O Consenso de Brasília cita o compromisso dos países de trabalhar para o incremento do comércio e dos investimentos, a melhoria da infraestrutura e logística, o fortalecimento das cadeias de valor regionais, a aplicação de medidas de facilitação do comércio e de integração financeira, a superação das assimetrias, a eliminação de medidas unilaterais e o acesso a mercados por meio de uma rede de acordos de complementação econômica.

    Confira a íntegra da declaração dos chefes de Estado e de governo

    Consenso de Brasília – 30 de maio de 2023

    1.  A convite do Presidente do Brasil, os líderes dos países sul-americanos reuniram-se em Brasília, em 30 de maio de 2023, para intercambiar pontos de vista e perspectivas para a cooperação e a integração da América do Sul.

    2.  Reafirmaram a visão comum de que a América do Sul constitui uma região de paz e cooperação, baseada no diálogo e no respeito à diversidade dos nossos povos, comprometida com a democracia e os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável e a justiça social, o Estado de direito e a estabilidade institucional, a defesa da soberania e a não interferência em assuntos internos.

    3.  Coincidiram em que o mundo enfrenta múltiplos desafios, em um cenário de crise climática, ameaças à paz e à segurança internacional, pressões sobre as cadeias de alimentos e energia, riscos de novas pandemias, aumento de desigualdades sociais e ameaças à estabilidade institucional e democrática.

    4.  Concordaram que a integração regional deve ser parte das soluções para enfrentar os desafios compartilhados da construção de um mundo pacífico; do fortalecimento da democracia; da promoção do desenvolvimento econômico e social; do combate à pobreza, à fome e a todas as formas de desigualdade e discriminação; da promoção da igualdade de gênero; da gestão ordenada, segura e regular das migrações; do enfrentamento da mudança do clima, inclusive por meio de mecanismos inovadores de financiamento da ação climática, entre os quais poderia ser considerado o ‘swap’, por parte de países desenvolvidos, de dívida por ação climática; da promoção da transição ecológica e energética, a partir de energias limpas; do fortalecimento das capacidades sanitárias; e do enfrentamento ao crime organizado transnacional.

    5.  Comprometeram-se a trabalhar para o incremento do comércio e dos investimentos entre os países da região; a melhoria da infraestrutura e logística; o fortalecimento das cadeias de valor regionais; a aplicação de medidas de facilitação do comércio e de integração financeira; a superação das assimetrias; a eliminação de medidas unilaterais; e o acesso a mercados por meio de uma rede de acordos de complementação econômica, inclusive no marco da Aladi [Associação Latino-Americana de Integração], tendo como meta uma efetiva área de livre comércio sul-americana.

    6.  Reconheceram a importância de manter um diálogo regular, com o propósito de impulsionar o processo de integração da América do Sul e projetar a voz da região no mundo.

    7.  Decidiram estabelecer um grupo de contato, liderado pelos Chanceleres, para avaliação das experiências dos mecanismos sul-americanos de integração e a elaboração de um mapa do caminho para a integração da América do Sul, a ser submetido à consideração dos Chefes de Estado.

    8.  Acordaram promover, desde já, iniciativas de cooperação sul-americana, com um enfoque social e de gênero, em áreas que dizem respeito às necessidades imediatas dos cidadãos, em particular as pessoas em situação de vulnerabilidade, inclusive os povos indígenas, tais como saúde, segurança alimentar, sistemas alimentares baseados na agricultura tradicional, meio ambiente, recursos hídricos, desastres naturais, infraestrutura e logística, interconexão energética e energias limpas, transformação digital, defesa, segurança e integração de fronteiras, combate ao crime organizado transnacional e segurança cibernética.

    9.  Concordaram em voltar a reunir-se, em data e local a serem determinados, para repassar o andamento das iniciativas de cooperação sul-americana e determinar os próximos passos a serem tomados.

    Edição: Nádia Franco

  • Lula diz que retomada de relação com Venezuela é plena

    Lula diz que retomada de relação com Venezuela é plena

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou como plena a retomada das relações entre Brasil e Venezuela.  Sabemos das dificuldades que nós temos, sabemos da dívida da Venezuela e sabemos que tudo isso faz parte e vai fazer parte de um acordo para que a nossa integração seja plena, afirmou.

    Lula recebeu nesta segunda-feira (29) no Palácio do Planalto o presidente venezuelano Nicolás Maduro. O encontro marca a retomada das relações entre os dois países. Na terça-feira (30), Maduro participa, ao lado de outros 11 chefes de Estado sul-americanos, de reunião com o mandatário brasileiro.

    Durante seu discurso, Lula lembrou que Maduro não vinha ao Brasil há oito anos e se referiu ao encontro como um “momento histórico” e de “volta da integração”. “A Venezuela sempre foi um parceiro excepcional para o Brasil. Mas, por conta de contingências políticas e equívocos, o presidente Maduro ficou oito anos sem vir ao Brasil”.

    “Penso que esse novo tempo que estamos marcando agora não vai superar todos os obstáculos que você [Maduro] tem sofrido ao longo desses anos”, disse. “O preconceito contra a Venezuela ainda é muito grande”, completou, ao criticar apoiadores de Juan Guaidó, líder da oposição venezuelana que se autoproclamou presidente do país vizinho.

    Em sua fala, Maduro reforçou o discurso de integração regional, defendeu a construção do que chamou de uma nova América do Sul e teorizou a entrada da Venezuela no bloco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Junto aos Brics, vemos, no âmbito geopolítico, elementos que podem nos fazer avançar. A união de cinco países muito poderosos”.

    “O Brics está se transformando em um grande ímã daqueles que buscam um mundo de paz e cooperação”, completou, ao citar que mais de 30 países já solicitaram entrar no bloco.

    Edição: Valéria Aguiar

  • Sesp-MT intensificou operação para enfrentamento da criminalidade na região norte de Mato Grosso

    Sesp-MT intensificou operação para enfrentamento da criminalidade na região norte de Mato Grosso

    A Secretaria de Segurança Pública (Sesp-MT) intensificou nesta segunda-feira (25.04) as ações da Operação Triênio para o enfrentamento da criminalidade na região norte de Mato Grosso. O lançamento oficial foi na tarde desta terça-feira (26.04), no município de Guarantã do Norte (750 km de Cuiabá).

    Até o próximo dia 30, a nova fase da operação conta com reforço do policiamento com o apoio de homens do Regimento da Cavalaria da PM de Nova Mutum, Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), Força Tática (FT), ambos do 10º Comando Regional da PM, além de apoio aéreo do Centro Integrados de Operações Aéreas (Ciopaer), de Sorriso.

    O secretário-adjunto de Integração Operacional, coronel PM Juliano Chiroli, participou do lançamento e destacou a presença das forças de segurança nos municípios. “É uma política da Sesp este conjunto de esforços. As instituições de segurança estão atuando de forma integrada para oferecer melhores condições de segurança a população”, disse.

    O comandante regional da PM de Peixoto de Azevedo (672 km de Cuiabá), tenente-coronel PM James Jácio Ferreira, falou sobre o foco desta etapa da operação. “Com o encerramento da fase repreensiva, continuaremos com o enfrentamento ao tráfico de drogas de forma preventiva reforçando o policiamento em todas as cidades do 15º Comando Regional”, explicou.

    Até o fim do mês, os militares vão atuar com abordagem de condutores e revista de veículos para verificação de antecedentes criminais, porte ilegal de armas, cumprimento de mandados de prisão em aberto, retirada de circulação de veículo em condições irregulares e de pessoas em atitudes suspeitas.

    As ações estão concentradas em nove municípios que compõem o 15º Comando Regional da Polícia Militar, tanto nas regiões urbanas e rurais, a fim de levar mais segurança aos cidadãos aos municípios de Guarantã do Norte, Marcelândia, Matupá, Nova Guarita, Nova Santa Helena, Novo Mundo e Terra Nova do Norte.

    Atencao

    Resultados

    A operação começou no dia 1º de abril com policiamento ostensivo e repressivo imediato, com foco no enfrentamento ao tráfico de entorpecentes, na busca pelo controle e redução dos índices criminais de homicídios, roubos e furtos nos municípios com maior incidência desses indicadores.  Desde então, a operação resultou na apreensão de 17 armas de fogo e de 15 quilos de entorpecentes.

    Somente neste fim de semana, seis pessoas foram presas em flagrante por tráfico de drogas em pontos de comércio de entorpecentes em Peixoto de Azevedo. Na ação, um suspeito armado com um revólver calibre 357 acabou morrendo, após sacar a arma contra os policiais, que reagiram diante do risco iminente. No local, os policiais encontraram 1,5 quilo de pasta base.

     

  • Vereadores de MT e Pará criam frente para discutir problemas comuns entre os dois Estados

    Vereadores de MT e Pará criam frente para discutir problemas comuns entre os dois Estados

    O vereador Vanderley Paulo (MDB), presidente da Frente Parlamentar de Vereadores MT-PA, visitou a Câmara de Vereadores de Lucas do Rio Verde nesta segunda-feira (02). O objetivo foi buscar apoio dos edis luverdenses às propostas defendidas pela Frente Parlamentar. Com problemas comuns em várias áreas, vereadores de 23 cidades de Mato Grosso e Pará decidiram unir forças em busca de soluções.

    O primeiro encontro da Frente Parlamentar já tem data e local para ser realizado. Será nos dias 26 e 27 de agosto, em Novo Progresso (PA). O evento irá discutir temas como BR-163, ferrovia, regularização fundiária e dos garimpos, produção com sustentabilidade ambiental e vulnerabilidade social.

    Os organizadores já formalizaram convites para deputados, senadores e ministros. “Será um grande encontro em que debatemos assuntos pertinentes aos dois estados com o objetivo de nos aprofundarmos nos problemas e propormos soluções às bancadas federais de MT e do Pará e ao presidente da República”, pontuou o presidente da Frente. Vanderley Paulo é vereador por Sorriso.

    Problemas comuns

    De acordo com Vanderley, a proposta de criar a Frente nasceu após viagem a Itaituba (PA). Os vereadores notaram que tanto nas cidades matogrossenses, quanto paraenses, há problemas sociais, ambientais e estruturais. Como exemplo, o vereador sorrisense observou dificuldade para obter soro antiofídico, apesar de os dois Estados sofrerem muito com o problema. Também há preocupação com o abuso infantil em diversas cidades, principalmente as que ficam nas fronteiras de Mato Grosso e Pará.

    Os assuntos que devem render mais debates estão ligados à logística. A concessão da BR 163 entre os dois Estados e a proposta de implantação da Ferrogrão são temas que vêm sendo debatido e preocupam o setor produtivo.

    “Queremos promover o desenvolvimento econômico, mas sem esquecer o ‘homem’ do Mato Grosso e o ‘homem’ do Pará”, ressaltou.

    A criação da Frente aconteceu em junho passado.

    União de esforços

    O presidente da Câmara de Lucas do Rio Verde, Daltro Figur (Cidadania) elogiou a iniciativa dos vereadores. Ao final da sessão ordinária desta segunda-feira (02) ele e os demais vereadores conversaram a respeito dos propósitos da Frente Parlamentar.

    “Quanto mais foice, maior a roçada. Então é importante este movimento, porque a 163 nós não temos outra solução sem ser a força política”, assinalou.