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  • Brasil recupera 25 fósseis de insetos que seriam vendidos no exterior

    Brasil recupera 25 fósseis de insetos que seriam vendidos no exterior

    O Brasil recuperou 25 fósseis de insetos originários da Chapada do Araripe, sítio paleontológico no Ceará, levados clandestinamente para o Reino Unido.

    O material era anunciado para venda em um site especializado na comercialização de rochas e fósseis. Os fósseis chegaram no Brasil na semana passada, na Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília.

    Eles serão transferidos para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, que fica em Santana do Cariri (CE). A repatriação do material foi obtida após ação do Ministério Público Federal (MPF) ter recebido uma denúncia feita por uma pesquisadora em fevereiro de 2023.

    “Com base em laudos paleontológicos que certificaram a origem brasileira dos fósseis, a Secretaria de Cooperação Internacional (SCI) do MPF pediu auxílio jurídico das autoridades britânicas para localizar o responsável pela venda, obter informações sobre a origem do material e providenciar o retorno do patrimônio ao Brasil”, informou o MPF.

    Com o retorno das peças ao Brasil, agora o MPF vai dar prosseguimento às apurações, na tentativa de identificar os responsáveis pela extração ilegal do patrimônio público.

    O MPF informou ainda que outros dois casos estão em tramitação. Ambos aguardam decisão da Justiça da França e envolvem um esqueleto quase completo de pterossauro da espécie Anhanguera com quase 4 metros de envergadura e outros 45 fósseis, que incluem tartarugas marinhas, aracnídeos, peixes, répteis, insetos e plantas, alguns com 2 milhões de anos.

    Brasília (DF) 02/04/2025 - Brasil recupera fósseis de insetos que seriam vendidos ilegalmente no exterior. Foto: MPF/Divulgação

    Brasil recupera fósseis que seriam vendidos no exterior –  MPF/Divulgação

    “Esse material está avaliado em quase 600 mil euros (cerca de R$ 4 milhões, pelo câmbio atual) – dada a raridade, o interesse científico e a qualidade de preservação”, disse a instituição.

    A legislação brasileira proíbe a exploração e venda de fósseis brasileiros, vedando também a extração, comercialização, transporte e exportação desse tipo de material sem a prévia e expressa autorização do governo brasileiro.

    Nos casos em que a peça é enviada para o exterior, a repatriação é solicitada após a realização de procedimentos para identificar a origem brasileira de determinado material. “A partir daí, se inicia um processo de cooperação internacional para que as autoridades do país, onde a peça se encontra, possam coletar provas e ouvir as pessoas envolvidas, a fim de fazer a apreensão e providenciar o retorno desse bem”, informou o MPF.

    Chapada do Araripe

    A região da Chapada do Araripe (CE) abriga fósseis do período Cretáceo – de 145 milhões a 66 milhões de anos atrás. Contudo, por décadas, muitos desses fósseis foram retirados ilegalmente e enviados para coleções privadas e museus estrangeiros, muitas vezes sem o devido registro científico.

    Segundo o MPF, desde 2022 já foram repatriados mais de mil fósseis de animais e plantas, extraídos da região e levados de forma irregular para Europa.

  • Quais são os insetos mais comuns nas plantas?

    Quais são os insetos mais comuns nas plantas?

    Quais são os insetos mais comuns nas plantas?

    Hortas, jardins e canteiros são verdadeiros ecossistemas dentro de nossas próprias casas. Além das espécies de plantas e flores presentes nesses ambientes, há muitas outras formas de vida que podem ser encontradas passeando pelas folhas, caules ou raízes.

    É o caso quando observamos insetos em plantas. Pequenos, com antenas e muitas patas, os insetos são criaturinhas realmente impressionantes. A variedade desses bichinhos é gigante, por isso, podemos acabar nos deparando com as mais diversas espécies em nosso jardim. Vale dizer, no entanto, que algumas são mais comuns do que outras.

    Mais que isso, enquanto alguns insetos no jardim são bem-vindos, outros podem se tornar verdadeiras pragas. Isso porque eles danificam as plantas, podendo até mesmo matá-las. Sendo assim, como saber quando se preocupar e quando não é preciso fazer nada contra os pequeninos?

    Para que você identifique as principais espécies de insetos consideradas pragas nas plantas, preparamos uma lista com informações fundamentais sobre esses bichinhos. Assim, você saberá como identificá-los e tomar as medidas necessárias para o bem-estar do seu jardim.

    Lagartas e taturanas

    Quando falamos em insetos em plantas, logo pensamos nas famosas lagartas e taturanas. Esses seres são mais comuns em épocas quentes, como o verão, e costumam atacar espécies vegetais com carência de boro (mineral importante para a formação de novos tecidos). Esses bichinhos adoram comer as folhas e, dessa forma, acabam prejudicando o crescimento das mais variadas espécies do seu jardim. Além disso, as plantas ficam feias, e você não quer isso para a área verde da sua casa, certo?

    Formigas

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    Foto: Karla Neto

    Como você deve saber, existe mais de uma espécie de formiga. As que atacam plantas são conhecidas como cortadeiras. Elas recebem esse nome porque literalmente cortam as folhas das plantas em formas bastante geométricas, fazendo isso com a ajuda de suas presas. Normalmente, são pretas ou vermelhas. O surgimento desses insetos nos vasos de plantas significa que o solo foi muito compactado e está com pouca oxigenação. Portanto, a medida preventiva para evitar os bichinhos é manter a terra o mais arejada possível, reforçando-a com adubos ricos em molibdênio. Agora, se a situação fugiu do seu controle e você percebeu muitos desses insetos em plantas do seu jardim, o ideal é contar com a ajuda de inseticidas naturais ou químicos.

    Pulgão

    Esse é, sem sombra de dúvida, um dos bichinhos mais conhecidos por quem tem problemas com insetos em plantas. Diferentemente do que o nome indica, a espécie não tem nada a ver com as pulgas que atacam a pele dos nossos pets. Na verdade, são pequenos besourinhos que aparecem em áreas macias das plantas. O pulgão pode ser preto, amarelo ou verde. É fácil identificá-lo e, normalmente, fica localizado nos botões ou pétalas de flores. Os pulgões podem ser combatidos com inseticidas caseiros. No entanto, se for possível visualizá-los, o ideal é passar um algodão embebido em álcool para remover os bichinhos das suas plantas.

    Cochonilha

    A cochonilha também é um inseto muito comum em jardins, aparecendo em grupos que se proliferam com muita velocidade. O principal motivo para esse problema é a falta de cálcio nas plantas. O inseto é esbranquiçado e um tanto quanto gosmento. Além disso, gosta das partes rígidas da planta, como o caule. A presença de formigas comuns (aquelas que se alimentam de açúcar e não são prejudiciais ao jardim) pode indicar que a área contém cochonilhas.

    Lesmas, caracóis e caramujos

    Terminar nossa lista de insetos de jardim falando sobre moluscos pode ser um tanto quanto estranho. No entanto, os bichinhos muitas vezes são confundidos.

    Não é para menos: eles também podem ser considerados pragas para as nossas plantas. Esses animais costumam surgir em áreas com grande concentração de água. Por serem noturnos, ficam escondidos em pedras ou embaixo dos vasos durante o dia.

    Leia também: O que significa sonhar com formigas?

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  • Biodiversidade de insetos no Brasil está em queda, mostra estudo

    Biodiversidade de insetos no Brasil está em queda, mostra estudo

    A biodiversidade de insetos terrestres no Brasil, que inclui animais como borboletas, abelhas e besouros, está em tendência de queda. Esse é um dos resultado de um levantamento feito por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e das universidades federais de São Carlos e do Rio Grande do Sul. As informações foram reunidas a partir de 45 pesquisas científicas sobre o tema, além de questionários enviados a pesquisadores que já estudam insetos ao longo dos anos. 

    “Se você acaba com os insetos, você quebra todas as cadeias alimentares da natureza na base. Se você não tem lagartas para os passarinhos comerem, as aves vão diminuir. Se você não tem insetos para vespas se alimentarem, elas vão cair e, uma vez que caiam, elas começam a causar um desequilíbrio que pode levar, por exemplo, ao aumento de pragas, tanto nas cidades quanto na agricultura”, alerta André Freitas, professor do Instituto de Biologia da Unicamp e um dos pesquisadores do projeto.

    O estudo apresenta 75 tendências – a maioria delas de queda – ao longo de 22 anos para insetos terrestres. Para os insetos aquáticos, o estudo apresenta 75 tendências ao longo de 11 anos, em média. A maior parte indica redução no número de animais. O trabalho teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O texto foi publicado hoje (23) no periódico internacional Biology Letters.

    Entre os insetos terrestres, por exemplo, os estudos apontaram tendência de declínio populacional ou perda de diversidade de espécies. A situação é diferente nos grupos aquáticos, nos quais o número de indivíduos ou de espécies permaneceu estável ou, em alguns casos, aumentou. Os pesquisadores, no entanto, chamam a atenção de que essa diferença deve ser reavaliada futuramente.

    Tendência mundial

    Freitas destaca que outros estudos, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, já vinham demonstrando o declínio de insetos nessas regiões, mas havia poucas informações sobre a situação nos países de clima tropical.

    “Lá, eles têm dados de décadas levantados, mostrando que existe declínio de todos os tipos, não apenas polinizadores”, aponta. Ele lembra que a diversidade de insetos é muito maior por aqui, com uma variedade de espécies de 10 a 20 para um em relação aos países de clima temperado.

    O pesquisador explica que, para entender a situação dos insetos, é fundamental a existência de estudos a longo prazo, pois esses animais apresentam ciclos de vida curtos. “[A análise do] inseto é quase igual a um eletrocardiograma, cheio de picos e vales. Assim, para você conseguir saber, vai ser sempre uma linha zig zag com grandes amplitudes, mas você pode ver se está subindo ou descendo. Para ter isso, você precisa de séries temporais muito longas, e a gente tinha muito pouco [no Brasil]”, explica.

    Nesse sentido, foram considerados estudos com pelo menos cinco anos de análises. “O que a gente percebeu é que a maior parte dos trabalhos indica que está havendo, sim, declínio de insetos no Brasil. Tem vários trabalhos que indicam estabilidade, até alguns que mostram aumento. Mas o que é preocupante, se a gente pegar só pelo número de trabalho que tem aumento, estabilidade ou declínio, os que mostram declínio são mais comuns”, aponta Freitas.

    Os motivos que explicam o declínio não fazem parte do levantamento, mas o pesquisador apresenta algumas hipóteses para esse quadro, considerando dados já encontrados em outras partes do mundo. Ele cita: “o uso indiscriminado de pesticida; o aumento das cidades e de áreas agrícolas e agropecuárias, que diminuem a área de habitat nativo; e, perto de grandes cidades, a iluminação urbana, porque os insetos tendem a ser atraídos pelas lâmpadas, ficam girando e morrem”.

    Insetos e meio ambiente

    O pesquisador reconhece que, muitas vezes, os insetos são associados a coisas negativas, como transmissão de doenças, mas é fundamental lembrar da importância desses animais para o equilíbrio do meio ambiente.

    “O declínio dos insetos, de modo geral, vai favorecer poucas espécies-praga. Essas, sim, vão ter um impacto muito maior na nossa vida”, alerta. Ele lembra que grandes desequilíbrios podem fazer com que apenas pragas associadas ao ser humano, como baratas, mosquitos e determinadas formigas, permaneçam, tendo em vista que terão comida e ambiente disponíveis.

    A polinização feita pelas abelhas é o exemplo mais conhecido do papel de insetos na manutenção da biodiversidade. Mas há outros benefícios dos insetos para o meio ambiente, como o fato de que eles são o primeiro passo para a decomposição de matéria orgânica.

    “Sejam folhas que caem no solo ou animais mortos. Vários besouros, formigas e cupins fazem a primeira degradação desse material. Sem insetos, por exemplo, as florestas seriam cada vez mais troncos e folhas acumulados em cima do outro, porque as bactérias que fazem a decomposição final dependem de uma primeira fragmentação”, explica Freitas.

    Edição: Lílian Beraldo