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  • MTE: cresce o número de jovens de 14 a 24 anos ocupados no Brasil

    MTE: cresce o número de jovens de 14 a 24 anos ocupados no Brasil

    Um estudo divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontou um crescimento expressivo no número de jovens de 14 a 24 anos ocupados no Brasil no último trimestre de 2024, o que contribuiu para a redução das taxas de desemprego e informalidade nessa faixa etária. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (29/4) pela subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, Paula Montagner, durante o evento Empregabilidade Jovem Brasil, promovido pelo CIEE, em São Paulo.

    O levantamento também revelou que o número de jovens que não estudam nem trabalham — os chamados “nem-nem” — caiu para o menor nível dos últimos 12 anos no segundo semestre de 2024. A apresentação contou ainda com a participação do diretor do Departamento de Políticas de Trabalho para a Juventude do MTE, João Victor da Motta.

    Segundo o levantamento, no último trimestre de 2024, o Brasil registrou 14,5 milhões de jovens ocupados, superando os 14,2 milhões observados no mesmo período de 2019, antes da pandemia. A taxa de desemprego entre os jovens caiu de 25,2% para 14,3%, enquanto a informalidade passou de 48% para 44%. Entre os jovens ocupados no final de 2024, 53% possuíam vínculo formal de trabalho, com carteira assinada. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

    Paula Montagner destacou que a redução no número de jovens de 18 a 24 anos que não estudam nem trabalham representa um avanço importante. No entanto, observou que as mulheres ainda são maioria nessa condição. No último trimestre de 2012, o país registrava 2,1 milhões de meninos e 4,2 milhões de meninas nessa situação. Já no mesmo período de 2024, os números caíram para 1,9 milhão e 3,3 milhões, respectivamente. “Muitas dessas meninas estão em casa cuidando da família, parentes adoentados, irmãos ou filhos. Isso é importante, mas elas precisam de apoio de políticas públicas, como a creche e o ensino tempo integral para poder trabalhar ou avançar na sua qualificação profissional, evitando dificuldades maiores de reingresso no futuro”, alertou Paula

    A subsecretária ressaltou que, embora os indicadores apontem para uma economia mais aquecida e com maior oferta de oportunidades, é preciso atenção à qualidade das ocupações que estão sendo assumidas pelos jovens. De acordo com dados do Novo Caged, metade dos 7,7 milhões de jovens com carteira assinada está concentrada em apenas 15 ocupações, caracterizadas por tarefas repetitivas e com alto potencial de automação. Além disso, 67,1% desses trabalhadores recebem salários abaixo da média nacional, que foi de R$ 1.854,01. “Precisamos considerar o futuro e evitar que esses jovens fiquem estagnados em tarefas repetitivas”, alertou Paula.

    Demissões voluntárias

    A pesquisa também revelou que a busca por melhores oportunidades e salários mais altos foi o principal motivo para que um terço dos jovens pedisse demissão em 2024. Segundo a subsecretária, esses trabalhadores estão atentos ao mercado e priorizam vagas que ofereçam melhores condições, benefícios e qualidade de vida. Entre os que vivem em regiões metropolitanas, o tempo de deslocamento até o trabalho também pesa na decisão. “Em média, esses jovens têm 12 meses de trabalho, estão aclimatados na empresa, mas não se sentem valorizados e reconhecidos”, explica Paula sobre as demissões.

    Estagiários e Aprendizes

    O número de jovens inseridos em estágios e programas de aprendizagem também apresentou crescimento significativo. Em 2023, foram registrados 624 mil estagiários, número que saltou para 990 mil apenas no primeiro bimestre de 2025. No caso da aprendizagem, novembro de 2024 marcou o maior patamar já registrado, com 637.509 jovens contratados sob a Lei nº 10.902. “Para melhorar a empregabilidade dos jovens, é necessário conectar o exercício do trabalho à formação técnica e tecnológica, além de reforçar a elevação da escolaridade e a capacitação para as novas tecnologias, especialmente para aqueles que estão fora do mercado de trabalho”, concluiu a subsecretaria.

  • Taxa de desemprego fica em 11,1% no primeiro trimestre, diz IBGE

    Taxa de desemprego fica em 11,1% no primeiro trimestre, diz IBGE

    A taxa de desemprego no Brasil atingiu 11,1% no trimestre de janeiro a março. O índice ficou estável na comparação com o período anterior em 2021. Esse é o menor índice para o trimestre encerrado em março desde 2016, quando também ficou em 11,1%. O número de desempregados que somou 11,9 milhões de pessoas, também ficou estável. A população ocupada estimada em 95,3 milhões recuou 0,5% na mesma comparação. Número representa menos 472 mil pessoas no mercado de trabalho.

    Os dados estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Para a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, o fato de não haver crescimento na busca por trabalho no trimestre, explica a estabilidade da taxa de desocupação. Segundo ela, o cenário é diferente do registrado nos outros trimestres terminados em março, quando, pelo efeito da sazonalidade, havia aumento da procura por trabalho.

    “Se olharmos a desocupação em retrospecto, pela série histórica da pesquisa, podemos notar que, no primeiro trimestre, essa população costuma aumentar devido aos desligamentos que há no início ano. O trimestre encerrado em março se diferiu desses padrões”, observou.

    Rendimento

    O rendimento médio real, que cresceu 1,5% em relação ao trimestre encerrado em dezembro foi estimado em R$ 2.548. Na visão da coordenadora, esse aumento é importante considerar que o indicador vinha em queda desde o segundo trimestre do ano passado.

    “De modo geral, quando a participação dos trabalhadores formais aumenta, o rendimento médio da população ocupada tende a crescer”, completou. Apesar desse desempenho, em relação ao trimestre terminado em março do ano passado, o indicador registrou queda de 8,7%. A massa de rendimento foi estimada em R$ 237,7 bilhões, ficando estável na comparação com o trimestre anterior e também na comparação com igual período do ano anterior.

    Conta própria

    O número de trabalhadores por conta própria na comparação com o último trimestre caiu 2,5%. Isso quer dizer que 660 mil pessoas dessa categoria saíram do mercado. De acordo com o IBGE, nesse contingente, 475 mil eram trabalhadores sem CNPJ. Conforme a pesquisadora, os empregados sem carteira no setor privado ficaram estáveis, depois de três trimestres em expansão, mas o número de trabalhadores por conta própria teve retração após cinco trimestres de aumento. “No trimestre encerrado em março, essa queda no trabalho por conta própria respondeu pela redução no total da população ocupada.”

    Informalidade

    A taxa de informalidade sofreu impacto dessa redução e chegou a 40,1%, após retração de 0,6 ponto percentual. O número de informais chegou a 38,2 milhões com a queda de 1,9%. A pesquisa apontou que a participação dos trabalhadores por conta própria sem CNPJ nesse recuo é de 64%. Em outro movimento, o número de empregadores subiu 5,7%, representando 222 mil pessoas a mais. Boa parte desse número corresponde ao trabalho formal. Entre esses empregadores, 186 mil tinham CNPJ.

    Carteira assinada

    De acordo com a pesquisa, houve elevação no número de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada, que alcançou 34,9 milhões de pessoas. Na comparação com o trimestre concluído em dezembro, significa aumento de 1,1%, ou de 380 mil pessoas.

    “Essa categoria cresceu pelo quarto trimestre consecutivo, porém em percentual menor ao observado nos trimestres de 2021, respectivamente, segundo (1,8%), terceiro (4,4%) e quarto (2,9%) trimestres. Embora tenha reduzido o ritmo de crescimento, a expansão do emprego com carteira vem contribuindo para um gradativo aumento da formalidade na ocupação”, disse Adriana.

    Setores

    Entre os setores analisados pela pesquisa, a construção civil teve retração no seu contingente de trabalhadores na comparação com o trimestre anterior. Neste período, a queda é 3,4%, ou 252 mil pessoas. Segundo o IBGE, os outros setores ficaram estáveis nessa comparação.

    “A queda no número de ocupados na construção ocorreu principalmente entre trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira, que representam parcela relevante dos ocupados nessa atividade. A queda na informalidade no trimestre pode ser associada à redução desses trabalhadores na construção”, comentou.

    Com a retração no contingente de ocupados, a população fora da força de trabalho avançou 1,4%, o representa mais 929 mil pessoas. Em movimento contrário, a força de trabalho potencial recuou 6,8% ou 610 mil pessoas. O grupo reúne as pessoas que não estavam ocupadas nem procuravam uma vaga no mercado, mas tinham potencial para se transformarem em força de trabalho. No mesmo período, 195 mil pessoas saíram do contingente de desalentados.

    PNAD Contínua

    Conforme o IBGE, a pesquisa é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da PNAD Contínua por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados, com cerca de 2 mil entrevistadores em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.

    Por causa da pandemia de covid-19, o instituto adotou a coleta de informações da pesquisa por telefone a partir de 17 de março de 2020. “Em julho de 2021, houve a volta da coleta de forma presencial. É possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante.”

    Edição: Valéria Aguiar