Tag: Indígena

  • Homem indígena morre após ser atingido por raio em Paranatinga 

    Homem indígena morre após ser atingido por raio em Paranatinga 

    Um homem indígena morreu após ser atingido por um raio em um edifício público de Paranatinga, a 411 km de Cuiabá, na sexta-feira (21). A vítima foi identificada como Reginaldo Maraba Bu, de 37 anos, morador da Aldeia Merida.

    De acordo com a Polícia Civil, o incidente ocorreu por volta de 1h da madrugada. Ainda não há informações se Reginaldo estava dentro do prédio ou no topo da estrutura quando foi atingido pela descarga elétrica.

    Equipes de socorro foram acionadas e encaminharam a vítima ao Pronto-Atendimento do município, mas ele já chegou à unidade sem sinais vitais.

    O caso foi registrado e será investigado pela Polícia Civil para esclarecer as circunstâncias da tragédia.

  • Indígena é morto a tiros durante briga familiar em Mato Grosso

    Indígena é morto a tiros durante briga familiar em Mato Grosso

    Um indígena de 32 anos, foi morto a tiros na manhã de sábado (8), em Nova Marilândia (392 km ao Médio-Norte de Mato Grosso), durante uma briga entre familiares. Outros dois parentes também foram baleados, e uma mulher foi agredida. O crime teria sido motivado por rixas envolvendo dinheiro e perturbação do sossego.

    Segundo a Polícia Militar, a equipe foi acionada por volta das 9h para atender a uma ocorrência de disparos de arma de fogo em uma fazenda. Testemunhas relataram que um homem chegou ao local em uma motocicleta, armado, e efetuou diversos disparos contra três parentes, que estavam em uma caminhonete. Um deles conseguiu fugir com o veículo, enquanto os outros dois permaneceram na propriedade.

    Ao chegarem ao local, os policiais encontraram o indígena caído no chão, sem sinais vitais. As outras vítimas, um homem de 24 anos, baleado na perna e atingido por estilhaços no rosto, e outro de 39 anos, ferido no braço esquerdo, receberam atendimento médico.

    Tensão e agressão após o crime

    Logo após a confirmação da morte do indígena, um de seus irmãos foi até a casa de uma irmã, na Aldeia Estação Rondon, onde quebrou portas e janelas e tentou enforcá-la, ameaçando matá-la. A agressão só foi interrompida com a chegada de outras pessoas. A mulher sofreu lesões no corpo e no pescoço.

    A Polícia Civil e a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foram acionadas para investigar o crime. O suspeito dos disparos fugiu e está sendo procurado pelas autoridades.

  • Agricultores familiares indígenas de Mato Grosso são beneficiados com o PAA

    Agricultores familiares indígenas de Mato Grosso são beneficiados com o PAA

    A partir desta semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai dar início à execução de projeto do Programa de Aquisição Alimentos (PAA) da aldeia Meri Ore Eda, pertencente ao Povo Boe Bororo, localizado no município General Carneiro, em Mato Grosso.

    Pelo projeto, serão adquiridos, ao longo de dois anos, 21.428 kg de raiz de mandioca, no valor total de R$ 89.997,60, da Associação Projeto Equipe Meri Ore (Pemo), que beneficiará 13 famílias de agricultores familiares indígenas. O recurso é oriundo do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Os alimentos serão doados à instituição de ensino da região e contribuirão para alimentação de estudantes em situação de insegurança alimentar e nutricional.

    Apoio à produção e segurança alimentar – O PAA, criado há mais de 20 anos no âmbito da estratégia Fome Zero, une o incentivo à produção das agricultoras e dos agricultores familiares ao fornecimento de alimentos a pessoas em situação de vulnerabilidade e insegurança alimentar. O Programa é coordenado pelo MDS, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e o Ministério da Fazenda, e executado pela Conab, além de estados e municípios.

  • Sotaque cuiabano: muito além do “tchuva” e “cadju”

    Sotaque cuiabano: muito além do “tchuva” e “cadju”

    O sotaque cuiabano é muito mais do que um simples modo de se comunicar; é uma verdadeira expressão cultural, reflexo da história e da diversidade que moldaram a região de Cuiabá ao longo dos séculos.

    Marcado pela influência indígena, portuguesa, africana e até árabe, o dialeto cuiabano é um mosaico que revela a essência e a identidade do povo cuiabano. Com expressões singulares e características peculiares como a troca do “l” pelo “r” e a informalidade carismática, o falar cuiabano vai além das palavras: ele conta histórias e carrega memórias.

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    Desde os tempos dos Bororos, passando pela chegada dos bandeirantes e pela mistura com outras culturas, a linguagem local evoluiu, mas nunca perdeu sua autenticidade. Hoje, preservar essa forma de falar é preservar um patrimônio cultural inestimável, que conecta o presente às raízes históricas e culturais de Mato Grosso.

    Legado indígena no sotaque cuiabano

    O dialeto cuiabano tem suas origens nas influências indígenas da etnia Bororo, que habitava a região antes da chegada dos colonizadores. Os Bororos eram mestres na pesca e na conexão com a natureza, o que se reflete no vocabulário e nas expressões locais. Por exemplo, o termo “Ikuêbo”, em dialeto Bororo, descrevia o brilho do sol nas águas do córrego da região, hoje conhecido como Prainha.

    Com a chegada dos bandeirantes no século XVIII, as influências portuguesas se misturaram às indígenas. O sotaque característico cuiabano, com o uso de “d” e “t” em palavras como “tchuva” e “cadju”, tem origem no português falado no norte de Portugal. Essa fusão deu origem a um estilo único de comunicação, que ainda é ouvido nas ruas de Cuiabá.

    Patrimônio cultural e o sotaque cuiabano

    A singularidade do falar cuiabano está nas expressões e regionalismos que o tornam tão especial. Frases como “minina, num tê conto nada!” e “foi um ranca rabu danadu” exemplificam a criatividade e a vivacidade da linguagem local. Além disso, a influência africana se faz presente em palavras como “coxipó”, que significa “rio dos peixes” em tupi-guarani, e em expressões herdadas do português mouro, como “tchuva de caju”.

    Preservar o dialeto cuiabano é essencial para manter viva a história e a cultura da região. Ele não é apenas um modo de falar, mas um reflexo da identidade e da resistência cultural de Cuiabá. Valorizar essa herança é garantir que as futuras gerações compreendam e celebrem as raízes de sua terra.

    Expressões que marcam a identidade mato-grossense

    Sotaque cuiabano
    Sotaque cuiabano

    O dialeto cuiabano é uma verdadeira riqueza cultural, repleto de expressões únicas que refletem a história e a identidade do povo mato-grossense. Palavras como “abeíudo” (curioso), “baguá” (metido a valente) e “canhá” (evitar doação) fazem parte do cotidiano dos cuiabanos e compõem um vocabulário rico e peculiar.

    O falar cuiabano é marcado pela informalidade e pela criatividade. Expressões como “bamu tchegá” (convite para se aproximar), “desimbestô” (saiu correndo) e “na bucha” (na presença da pessoa) revelam a espontaneidade e o humor do povo cuiabano.

    O dialeto cuiabano é um patrimônio cultural que precisa ser valorizado e preservado. Ao conhecer e utilizar essas expressões, estamos contribuindo para manter viva a tradição e a identidade da nossa região.

    Algumas expressões cuiabanas e seus significados:

    • Abeíudo: curioso
    • Arca-caída: doença regional
    • Baguá: metido a valente
    • Bamu tchegá: convite para se aproximar
    • Banbeá: afrouxar
    • Cacoá: debochar
    • Canhá: evitar doação
    • Desimbestô: saiu correndo
    • Distrinchano: explicando
    • Imbuchada: grávida
    • Incafifado: incutido
    • Ladino: esperto
    • Leitero: puxa-saco
    • Malemá: mais ou menos
    • Mequetrefe: sem valor
    • Na bucha: na presença da pessoa
    • No ôio: no centro

    Dicionário Cuiabano

    Ah! Uuum – Expressão que indica indignação, concordância ou não. É aplicada dependendo da situação E a entonação da voz muda.
    Ex: ‘Ah! Uuum. Pára cô isso.”

    Agora quãndo!? – Interjeição de duvida.
    Ex: ‘Maria teve três namorado… hummm.. agora quando!?”

    Agora o quequeesse! – Espanto
    Ex: ‘Agora o quequeesse, mas que cabelo mais tchum tchum…”

    Aguacêro – Bastante chuva, poças de água.
    Ex: ‘Não deu pra ir lá, tava o maior aguacero na estrada.”

    Arroz-de-festa – Denominação de quem não perde nenhuma festa . Está sempre em festa. Ex: ‘Ele vai em casamento, batizado, 1a comunhão, crisma, formatura,.. . é um arroz de festa.”

    Atarracado (a) – Abraçado, juntos.
    Ex: ‘Os dois tão atarracado ali no escuro.”

    Até na orêia – Repleto, cheio, demais.
    Ex: ‘Zé Bico comeu tanto peixe, que tá até na orêia.”

    Bejô, bejô, quem não bejô, não beja mais – Fim da festa.
    Ex: ‘Acabou o baile… bejô, bejô, quem não bejô, não beja mais.”

    Bocó de fivela – Pessoa boba, burra, ignorante.
    Ex: ‘Por mais que ocê explica, ela não entende, é uma bocó de fivela.”

    Bonito prô cê – Expressão que indica quando a atitude tomada, não foi boa.
    Ex: ‘Chegô em casa bêbado, bonito prô cê.”

    Catcho – Namoro, paquera, amante.
    Ex: ‘Aquele cara tá de catcho cô Maria.”

    Cânháem – Latido de cachorro. Expressão usada para discordar.
    Ex: ‘Você namora Maria Taquara? Canháem.”

    Cêpo – Bom, ótimo, grande, admirável.
    Ex: ‘O atlético Mato-Grossense era um cêpo de time.’

    Chialá – Espia lá – Olhe lá.
    Ex.: Maria, tchialá Mané, cêpo de burro veio fazeno quiném criancinha!

    Coloiado (a) – Junto, próximo em grupo.
    Ex: ‘Saldanha Derzi tá coloiado cô Garcia Neto.”

    Cordero (a) – Denominação de quem gosta de dar corda nas pessoas.
    Ex: ‘Não vai no papo dele, ele é cordero.”

    Corre Duro – Andar mais rapido
    Ex: ‘Vamos chegar atrasado vamos, corre duro.”

    Cotxá – Relação sexual.
    Ex: ‘Os dos devem ta cotxando, ta demorano demas.”

    Tchá por Deus – Expressão de espanto, admiração, dúvida.
    Ex: Chá por Deus, esse ônibus tá muito cheio. ‘

    De jápa – Grátis, o que vem a mais.
    Ex: Quando se compra uma dúzia de bananas, e recebe treze unidades. ‘Esse adicional é a de jápa.’

    Digoreste – Ótimo, bom, exímio.
    Ex: ‘O guri é digoreste pá pega manga.’

    Ê aaah! – Indagação.
    Ex: ‘Oia o tamanho do short? Ê aaah!’

    Espia lá – Olha lá, veja.
    Ex: ‘Espia lá, uma batida de carro.”

    Futxicaiada – Muito fuxico. Excesso Excesso de mixirico.
    Ex: ‘O ambiente ali não tá bom, é só futxicaiada. ”

    Festá – Festar, participar de festa.
    Ex: ‘Maria foi festá.”

    Foló – Folgado, largo.
    Ex: ‘Maciel usa calça foló.”

    Garrô – Pegou, começou, realizou.
    Ex: ‘Ele garrô cedo no trabaio.”

    Grocotchó – Pessoa mole, doente, desanimado.
    Ex: ‘Tchico tá grocotchó.”

    Jururú – Triste, quieto.
    Ex: Padre Luiz Ghisoni tá jururú na porta da igreja de Várzea Grande.’

    Leva-e-tráz – fofoqueiro.
    Ex: ‘Kitú é um grande leva-e-tráz.”

    Londjura – Distância. Longe, muito distante.
    Ex: ‘Nessa lonjura não dá pá ir a pé.”

    Malemá – Popular de ‘mal e mal’. Mais ou menos.
    Ex: ‘E aí cumpadre como vai? Vou indo malemá tenteano.”

    Mea orêa – Minha orelha. Expressão usada para indicar quem está sem lado, sem falar o nome da pessoa.
    Ex: ‘Mea orêa aqui, tá a fim do cê.’

    Micaje – Ato de fazer imitação de alguém, fazer caretas.
    Ex: ‘Ela faz micaje de todo mundo que passa por aqui.”

    Moage – Frescura. Enrolação.
    Ex: ‘Você não quer ir com a gente? Larga de moage!”

    Na txintxa – Levar uma ação com seriedade. Sob controle.
    Ex: ‘Professora leva a turma na txintxa.”

    Não tá nem aí pá paçoca – Não liga para nada. Não quer saber das conseqüências.
    Ex: Tchá Bina, não ta nem aí pá paçoca. ‘

    Nariz furado – Veio na vontade, veio na certeza.
    Ex: ‘Chegou de nariz furado, certo que iria ganhar na conversa.’

    Negatófi – Negativo. Não, nunca.
    Ex: ‘Negatófi, hodje não tem televisão.’

    O quá – Duvidar, não acreditar.
    Ex: ‘Ele vem aqui? O quá!’

    Pá terra – cair.
    Ex: “Ele vinha correndo, e pá terra”! ‘

    Podre de chique – Bonito, elegante, bem vestido.
    Ex: ‘Jejé tá podre de chique.”

    Pongó – Bobo, tolo, idiota.
    Ex: ‘Gente Pongó não serve.’

    Por essa luz que me alomea – ‘Por essa luz que me ilumina’ Pra dizer que está falando sério, que não está mentindo.
    Ex: ‘Por essa luz que me lomea, ele tá falando a verdade.’

    Quinco – Denominação carinhosa de Joaquim.
    Ex: ‘Quinco Lobo era vereador em Cuiabá.’

    Que, que esse? – O que é isso.
    Ex: ‘Que, que esse? Como você apareceu aqui?’

    Quá! – Expressão de espanto, indignação.
    Ex: ‘Quá! Pode esquecer ele não volta mais.”

    Quebra-torto – Comer no desjejum comida reforçada como carne com arroz farofa, etc…
    Ex: ‘No sítio de manhã, sem quebra-torto é impossível.’

    Rufar – Bater.
    Ex: ‘Se aparecer aqui , o povo rufa ele.’

    Refestelá – Sorrir, rir.
    Ex: ‘Nico Padero é bom pra refestelá.’

    Ribuça – Cobrir o corpo com lençol ou cobertor.
    Ex:’Tá esfriando, rebuça menino.’

    Rebuça e Chuça – Baile.
    Ex: ‘Na guarita vai tê hoje uma chuça e rebuça.’

    Rino no tchá cara – Rindo na presença de alguém.
    Ex: ‘Ocê fala, ele fica rino no tchá cara.’ (rindo na sua cara)

    Sucedeu – Aconteceu.
    Ex: ‘Quando sucedeu isso?’

    Tá de tchico – Está menstruada.
    Ex: ‘Hoje ela não pode tá de tchico.”

    Tchá mãe – Expressão características para xingar alguém.
    Ex: ‘Tchá mãe, rapaz, vá tomá na tampa.’

    Tóma corno(a) – Expressão usada quando alguma coisa não acontece de forma correta.
    Ex: ‘Toma, corno. Marimbondo pegô na cara dele.”

    Verte água – Urinar (educadamente) .
    Ex: ‘Vidona foi verte água.’

    Que tal incluir algumas dessas expressões no seu dia a dia e mostrar para todo mundo a riqueza do falar cuiabano?

  • Motorista de caminhão que atropelou e matou indígena em rodovia de Mato Grosso é identificado

    Motorista de caminhão que atropelou e matou indígena em rodovia de Mato Grosso é identificado

    A Polícia Civil de Mato Grosso identificou o motorista do caminhão responsável pelo atropelamento que vitimou o indígena Deidério Aédzane Rudzapari Xavante, de 33 anos, na última terça-feira (22.10), no município de Querência. O condutor foi localizado na tarde de quinta-feira (24), em uma fazenda na zona rural de Querência, por policiais da Delegacia de Água Boa, e conduzido à delegacia para prestar depoimento.

    Conforme relatado pelo CenárioMT, o acidente ocorreu na Rodovia BR-158, km 604. A vítima foi encontrada fora da pista, já sem vida, apresentando ferimentos graves na cabeça e na perna direita. Testemunhas relataram que o motorista, após o atropelamento, se apresentou em uma borracharia e relatou o ocorrido, mas fugiu do local logo em seguida, sem prestar socorro.

    A equipe da Delegacia de Água Boa iniciou imediatamente as diligências, encontrando uma peça do caminhão no local do acidente, o que foi essencial para identificar o veículo envolvido.

    Quando foi localizado, o motorista confessou o atropelamento e foi levado à Delegacia de Querência, onde foi formalmente interrogado. Ele responderá por homicídio culposo e fuga do local do acidente, conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

  • Café indígena de Mato Grosso conquista o paladar e o coração dos brasileiros no 8º Salão Nacional do Turismo

    Café indígena de Mato Grosso conquista o paladar e o coração dos brasileiros no 8º Salão Nacional do Turismo

    O aroma inconfundível do café e a rica história da cultura indígena se encontram em uma bebida especial que está prestes a conquistar o paladar dos brasileiros. Produzido na terra indígena Massepô, em Barra do Bugres-Mato Grosso, o Massepô Café Indígena será apresentado no 8º Salão Nacional do Turismo, que acontece no Rio de Janeiro entre os dias 8 e 11 de agosto.

    A ideia de cultivar café na aldeia surgiu em 2013, quando os indígenas perceberam o potencial econômico dos pés de café já existentes na região. Com o apoio de outras comunidades indígenas e de instituições como a Embrapa e a Empaer, os Balatiponé-Umutina desenvolveram uma produção sustentável e artesanal, valorizando a mão de obra local e os conhecimentos tradicionais.

    “Nosso café é diferente porque é produzido de forma natural, envolvendo toda a comunidade. O processo de beneficiamento é artesanal e isso agrega muito valor ao produto”, explica o cacique Felisberto de Souza Cupudunepá. Atualmente, 13 famílias cultivam café em 2,5 hectares da aldeia e a produção é vendida diretamente ao consumidor final.

    O sucesso do Massepô Café Indígena chamou a atenção da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, que incentivou a participação do cacique Felisberto no 8º Salão Nacional do Turismo. Além do café, o estado levará para o evento outras experiências como a pesca esportiva, o turismo de aventura e o etnoturismo, representando a rica diversidade cultural de Mato Grosso.

    A expectativa é que o evento reúna 120 mil pessoas e que o café indígena conquiste um espaço no mercado nacional. A degustação do café também fará parte do roteiro turístico na aldeia Massepô, oferecendo aos visitantes uma experiência única e autêntica.

    “O etnoturismo é uma grande aposta do governo de Mato Grosso”, afirma o secretário da Sedec, César Miranda. “Ao apoiar iniciativas como essa, estamos valorizando a cultura indígena e promovendo o desenvolvimento sustentável do estado.”

  • Jovem indígena morre em colisão brutal na MT-170 em Juína

    Jovem indígena morre em colisão brutal na MT-170 em Juína

    Um trágico acidente na tarde desta segunda-feira (29) tirou a vida de um jovem indígena na MT-170, próximo ao município de Juína. A vítima, Arilson Puata Rikbaktsa, de 23 anos, colidiu frontalmente com uma caminhonete da Secretaria Municipal de Educação de Juína enquanto tentava uma ultrapassagem imprudente.

    Segundo informações da Polícia Militar, Arilson seguia sentido Castanheira quando iniciou a manobra para ultrapassar um caminhão, sem notar que uma caminhonete vinha no sentido contrário. O condutor da caminhonete ainda tentou desviar para o acostamento, mas a colisão foi inevitável.

    O impacto da batida foi tão violento que o motor da caminhonete ficou afundado. Arilson não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

    Equipes do SAMU, Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil e Politec estiveram presentes para atender a ocorrência e realizar os procedimentos de praxe. A pista precisou ser interditada nos dois sentidos para garantir a segurança dos trabalhos.

    O corpo do jovem indígena foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de necropsia. Após a liberação, será entregue à família para velório e sepultamento. A Polícia Civil vai investigar o caso para determinar as causas do acidente e as responsabilidades envolvidas.

  • Morre jovem indígena que sofreu queimaduras em jantar de formatura

    Morre jovem indígena que sofreu queimaduras em jantar de formatura

    Morreu nesta sexta-feira (15) a líder indígena Jaqueline Tedesco, de 26 anos, do povo Kaingang, graduada no curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). A informação foi divulgada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que destacou o protagonismo de Jaqueline como primeira estudante indígena a ser eleita em uma chapa do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a primeira a se tornar coordenadora-geral.

    Segundo a APIB, era muito atuante no movimento indígena, no nível regional e nacional. Também era engajada na defesa das mulheres, ao acompanhar denúncias, acolher e encaminhar vítimas de violência para o escritório modelo de assessoria jurídica da FURG (EMAJ). Também participou no movimento estudantil, na luta contra o racismo e na defesa da uma residência específica para os estudantes indígenas.

    A nota da APIB diz que Jacqueline se formou em direito no dia 9 de março desse ano. Durante a comemoração com família e amigos em um restaurante na cidade de Rio Grande, foi vítima de um acidente que provocou queimaduras em 30% do corpo e veio a falecer hoje.

    O grupo pede aos órgãos competentes que investiguem o caso, “para que a morte de Jaqueline não fique impune”.

    Em nota, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) também lamentou a morte da jovem. Segundo o órgão, ela estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Rio Grande (RS) há uma semana.

    “A Funai lamenta essa triste perda e se solidariza com os amigos e familiares de Jaqueline, bem como com o povo Kaingang”, diz a nota.

    Edição: Carolina Pimentel

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  • Seleção de entidades para serviços de saúde indígena pode ser retomada

    Seleção de entidades para serviços de saúde indígena pode ser retomada

    A Secretaria de Saúde Indígena, órgão do Ministério da Saúde, poderá retomar o processo de seleção de entidades para prestar serviços de saúde aos povos indígenas. A seleção havia sido paralisada por decisão da 20ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, após uma entidade privada questionar o edital de chamamento público.

    No entanto, a Advocacia-Geral da União (AGU) obteve decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) que garantiu a suspensão da decisão da Justiça Federal em primeira instância que havia paralisado a seleção pública.

    A AGU conseguiu demonstrar a regularidade da utilização do edital de chamamento público para a seleção de organização da sociedade civil (OSC) por meio da formalização de termo de convênio. Ao TRF1, a AGU também alertou que eventuais atrasos no chamamento público poderiam levar à desassistência aos povos indígenas, pois a legislação veda novas prorrogações e os contratos atuais já foram prorrogados excepcionalmente por mais seis meses, encerrando a vigência em junho deste ano.

    O edital tem como finalidade a seleção de entidades sem fins lucrativos para prestar serviços complementares de atenção primária à saúde nos 34 distritos sanitários especiais indígenas, que abrangem todo o país, além das duas casas de saúde indígena nacionais.

    Edição: Aline Leal

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  • Ministério realiza primeira oficina de governo sobre Casa da Mulher Indígena

    Ministério realiza primeira oficina de governo sobre Casa da Mulher Indígena

    A primeira oficina de governo sobre a Casa da Mulher Indígena marcou o início dos trabalhos técnicos para a implementação do novo equipamento do Governo Federal voltado especificamente ao atendimento às mulheres indígenas em situação de violência em seus territórios. Realizada pelo Ministério das Mulheres (MMulheres) em Brasília (DF), na quarta-feira (31/01), o encontro reuniu representantes dos ministérios dos Povos Indígenas, dos Direitos Humanos e da Cidadania, da Justiça e Segurança Pública, além da secretaria nacional de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, da Polícia Federal e ONU Mulheres.

    Durante a abertura do evento, a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, Denise Dau, relembrou que desde o início das atividades da pasta, em 2023, o MMulheres tem “trabalhado para enfrentar as diversas formas de violência contra as mulheres, baseadas em gênero, classe, raça e etnia, em toda a sua diversidade”. Esse trabalho é realizado por meio da formulação, articulação, monitoramento, coordenação, governança interfederativa e avaliação de políticas transversais, intersetoriais para a construção de um Brasil sem feminicídios.

    A compreensão da necessidade do Governo Federal ter uma política específica para mulheres indígenas, na perspectiva de seus territórios e lutas, também foi destacada pela diretora substituta de Proteção de Direitos do MMulheres e mulher indígena fulni-ô, Pagu Rodrigues.

    “Estamos trabalhando com os diferentes organismos, movimentos sociais e demais órgãos de governo para contemplar essa pauta. Para o Ministério das Mulheres, o debate sobre povos indígenas é uma reparação histórica pelos séculos de opressão, pela cultura de estupro sob o corpo das mulheres indígenas e pela invisibilização de suas trajetórias. Nós reconhecemos que precisamos de políticas específicas e adequadas para as 305 etnias que resistem ainda hoje no Brasil. Assumimos esse compromisso com os territórios de maneira geral, um compromisso concreto que é fazer política pública com as mulheres”, destaca Pagu Rodrigues.

    Casa da Mulher Indígena

    Anunciada na III Marcha das Mulheres Indígenas, realizada em Brasília/DF, em setembro de 2023, a Casa da Mulher Indígena prevê a entrega de um aparelho por bioma (Caatinga, Pampa, Pantanal, Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica) priorizando os territórios indígenas com maior índice de violência contra mulheres. Na ocasião, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, firmaram um Acordo de Cooperação Técnica representando o compromisso de ambas pastas em desenvolver estratégias e ações que visem à prevenção da violência contra as mulheres indígenas.

    A Casa da Mulher Indígena oferecerá serviço específico de acolhimento e atendimento às mulheres indígenas em situação de violência, com identidade tradicional e que leve em conta os anseios culturais, contando com atendimento psicossocial, apoio e orientação jurídica, espaço de formação e qualificação, fluxos específicos de atendimento para encaminhamento às Casas da Mulher Brasileira e à rede de serviços de atendimento à mulheres em situação de violência. Toda a rede de serviços deverá ter profissionais indígenas e indigenistas contratados, como tradutor/intérprete de línguas.

    Foto: Ministério das Mulheres (MMulheres)

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